

Milhares de torcedores do Independiente lotaram as arquibancadas de Avellaneda para saudar os jogadores campeões da América do Sul e a comissão técnica chefiada por Ariel Holan, um ex-treinador de hóquei agora vitorioso também no futebol. Desde cedo, fãs do Rei de Copas se dirigiam ao estádio, cantando os hinos mais populares nas arquibancadas.
Quando finalmente o grupo de jogadores chegou ao estádio, a celebração foi completa. Muitos torcedores conseguiram entrar no gramado para saudar e abraçar os jogadores, além de tocar o troféu. Todos os jogadores estavam presentes e o capitão Tagliafico colocou a taça na clássica fileira dos campeões.

Em meio à festa, um personagem era muito aclamado. “Não consigo falar, é para o meu pai “, tentou pronunciar Ariel Holan, ainda no Maracanã, com um mar de lágrimas percorrendo os olhos, depois que o Independiente sagrou-se campeão da Copa Sul-Americana.
Fã e revolucionário do futebol hegemônico, Ariel é um exemplo de paixão. Não é a primeira vez que foi visto a chorar ou a falar de seu pai com sensibilidade. “Eu não acordei uma manhã e disse que queria ser um treinador de futebol. Tenho trabalhado por dez anos para aproveitar esta oportunidade”, disse.

A carreira começou em 1982, dirigindo em Banfield a equipe de hóquei feminina. Com a seleção uruguaia, ganhou uma medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de 2003 e ofereceu várias clínicas nos Estados Unidos.
Em 2006, já no futebol, desenvolveu um trabalho buscando encontrar talentos em parceria com o município de Berazategui, onde observou mais de 3500 meninos. Depois, foi trabalhar no River Plate, que caiu em 2011 e retornou na temporada seguinte. Em 2014, ajudou a levar o Banfield à Primeira Divisão.

No final de dezembro de 2016, o Rei de Copas escolheu Ariel para comandar o time e o início foi cheio de desconfianças, a começar pelos 12 auxiliares que levou para Avellaneda. Instalou um drone para acompanhar a movimentação dos jogadores nos treinos, ganhando fama de teórico em excesso. Não desistiu de seus métodos, permaneceu fiel às suas convicções e trabalhando duro.
A festa de ontem no Maracanã provou que ele estava mais do que certo.

O título da Copa Sulamericana, comemorado enfaticamente por um clube supercampeão como o Independiente, valoriza essa competição e joga ladeira abaixo comentários depreciativos daqueles que desprezam o torneio. Pelo lado exclusivo do futebol, aquele jogado dentro das quatro linhas, a saga do Flamengo em busca do título ajudou a valorizar ainda mais a competição. Resta agora aos clubes brasileiros não adotarem o comportamento da raposa na fábula A Raposa e as Uvas. Na fábula, quando a raposa faminta não alcança as uvas, depois de tanto esforço, desdenha; “elas estavam todas estragadas e não maduras como imaginei a princípio…”.
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