Escudo do Leão é 9º mais bonito e o do Papão é 25º em enquete internacional

carrossel-votacao-escudo-mais-bonito

Um eleitorado estrangeiro, composto de diferentes nacionalidades, idades e profissões, participou de uma votação inusitada: escolher os mais bonitos escudos de times de futebol do Brasil. Na votação, Remo e Paissandu figuram entre os 25 mais bem avaliados. A votação foi proposta pelo blog “Pombo Sem Asa”, do jornalista Bernardo Pombo, no site Globo.Esporte, que contabilizou 100 pessoas votantes.

A opção por votos estrangeiros visou quebrar a natural parcialidade nas votações entre torcedores brasileiros, que naturalmente escolhem os escudos de seus clubes, independentemente de critérios estéticos.

A pesquisa apontou o escudo do Clube do Remo em 9º lugar entre os mais bonitos, ao lado do escudo do Internacional-RS. Já o do Papão aparece em 25º, ao lado de Bragantino, Goiás, Fortaleza e São Bento.

O blog explica que cada eleitor podia escolher três escudos. Para efeito de pontuação, aquele citado em 1º lugar ganhava três pontos; o 2º dois pontos e o 3º, um ponto. Através de redes sociais ou por e-mail, os participantes da enquete tiveram acesso aos 64 escudos de times que compõem as séries A, B, C e os quatro que subiram da D.

TIMÃO CAMPEÃO – O Corinthians foi o time que teve a melhor pontuação, com 54 pontos, seguido de Sport Recife (2º), Flamengo (3º), Botafogo (4º), Chapecoense (5º) e Vasco (6º). O Palmeiras, maior rival corintiano, aparece na 7ª posição, juntamente com o São Paulo.

Em premiação, Raduan Nassar denuncia o golpe e critica o STF

c44yqpjuyaakeif

Às dez e meia da manhã desta sexta-feira 17, o escritor Raduan Nassar subiu ao palco montado no Museu Lasar Segall, em São Paulo, para receber o Prêmio Camões de 2016, honraria concedida pelos governos do Brasil e Portugal e um dos principais reconhecimentos da literatura em língua portuguesa. Nassar ofereceu à plateia o seguinte discurso:

“Excelentíssimo Senhor Embaixador de Portugal, Dr. Jorge Cabral.

Senhor Dr. Roberto Freire, Ministro da Cultura do governo em exercício.

Senhora Helena Severo, Presidente da Fundação Biblioteca Nacional.

Professor Jorge Schwartz, Diretor do Museu Lasar Segall.

Saudações a todos os convidados.

Tive dificuldade para entender o Prêmio Camões, ainda que concedido pelo voto unânime do júri. De todo modo, uma honraria a um brasileiro ter sido contemplado no berço de nossa língua.

Estive em Portugal em 1976, fascinado pelo país, resplandecente desde a Revolução dos Cravos no ano anterior. Além de amigos portugueses, fui sempre carinhosamente acolhido pela imprensa, escritores e meios acadêmicos lusitanos.

Portanto, Sr.Embaixador, muito obrigado a Portugal.

Infelizmente, nada é tão azul no nosso Brasil.

Vivemos tempos sombrios, muito sombrios: invasão na sede do Partido dos Trabalhadores em São Paulo; invasão na Escola Nacional Florestan Fernandes; invasão nas escolas de ensino médio em muitos estados; a prisão de Guilherme Boulos, membro da Coordenação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto; violência contra a oposição democrática ao manifestar-se na rua. Episódios todos perpetrados por Alexandre de Moraes.

Com curriculum mais amplo de truculência, Moraes propiciou também, por omissão, as tragédias nos presídios de Manaus e Roraima. Prima inclusive por uma incontinência verbal assustadora, de um partidarismo exacerbado, há vídeo, atestando a virulência da sua fala. E é esta figura exótica a indicada agora para o Supremo Tribunal Federal.

Os fatos mencionados configuram por extensão todo um governo repressor: contra o trabalhador, contra aposentadorias criteriosas, contra universidades federais de ensino gratuito, contra a diplomacia ativa e altiva de Celso Amorim. Governo atrelado por sinal ao neoliberalismo com sua escandalosa concentração da riqueza, o que vem desgraçando os pobres do mundo inteiro.

Mesmo de exceção, o governo que está aí foi posto, e continua amparado pelo Ministério Público e, de resto, pelo Supremo Tribunal Federal.

Prova da sustentação do governo em exercício aconteceu há três dias, quando o ministro Celso de Mello, com suas intervenções enfadonhas, acolheu o pleito de Moreira Franco. Citado 34 vezes numa única delação, o ministro Celso de Mello garantiu, com foro privilegiado, a blindagem ao alcunhado “Angorá”. E acrescentou um elogio superlativo a um de seus pares, o ministro Gilmar Mendes, por ter barrado Lula para a Casa Civil, no governo Dilma. Dois pesos e duas medidas

É esse o Supremo que temos, ressalvadas poucas exceções. Coerente com seu passado à época do regime militar, o mesmo Supremo propiciou a reversão da nossa democracia: não impediu que Eduardo Cunha, então presidente da Câmara dos Deputados e réu na Corte, instaurasse o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Íntegra, eleita pelo voto popular, Dilma foi afastada definitivamente no Senado.

O golpe estava consumado!

Não há como ficar calado.

Obrigado”.

Judiciário quer ser Poder Moderador; STF já ignora freios e contrapesos

c44ufybueaem0pd

POR LUÍS COSTA PINTO, em Poder360

Os povos de herança anglo-saxã ergueram Estados-nação sobre uma sólida base de tradições jurídicas, separação de poderes e sistema de freios e contrapesos.

Nós os mitigamos a partir de 1891 para apagar da memória a jabuticaba jurídica do Poder Moderador, criado por Dom Pedro I e instituído na primeira Constituição brasileira em 1824 e na Constituição Portuguesa de 1826. Não moderava nada –apenas escancarava a vontade do Imperador acima de tudo e de todos.

Em 1937, Getúlio Vargas mandou que esquecessem de escrever na Carta brasileira a harmonia entre Executivo, Legislativo e Judiciário. Em 1946, restaurou-se o verniz saxônico com luzes francesas em nossa Constituição, o que não impediu os militares de rasgarem tudo em 1964 e espicaçarem em 1968. Não valia o que estava escrito. Em 1988, restaurou-se a vontade de seguir imitando o mundo moderno.

Mas no Brasil de 2017 a jabuticaba constitucional voltou a florescer – freios e contrapesos deixaram de ser sistema garantidor da ordem constitucional. Foram relegados a definição de maquinário de elevador. Só isso.

O Judiciário está se sobrepondo aos demais poderes da República e seu porta-voz é uma hydra de 10 cabeças –mas a 11ª está brotando no pescoço disforme dessa criatura que nos empurra para as profundezas do inferno da História.

As 10 cabeças não têm a mesma dimensão nem lançam mão dos mesmos ardis. Algumas subjugam outras, há delas que se creem independentes e a mais jovem brota careca e reluzente, embora não por isso inocente, sendo fruto de uma articulação do mais falastrão de todos os pescoços da hydra brasiliense.

Os pais da Pátria, na ausência de legitimidade e pendurando suas reputações num talo de couve, vivem em permanente transe tentando decifrar o que agrada e o que desperta a cólera do estranho ser primal. É difícil saber o que aplaca seus bofes, afinal os padrões de julgamento são fluidos como bile.

Um dia, vale uma tradição e não se pode nomear ministro investigado porque significaria proteção de foro privilegiado. Noutro dia, diz-se que ministro não tem foro privilegiado e nomeá-lo é prerrogativa do chefe do Executivo. Hoje, intervenções em ritos do Legislativo são abjetas. Amanhã, que se mande a Câmara votar de novo uma emenda de iniciativa popular porque os deputados mudaram uma proposição –qual democracia direta, e não o salutar sistema representativo sob o qual ora vivemos.

A supremacia da hydra na capital da República já não obedece mais a freio algum e o contrapeso foi lançado do elevador na direção do andar de baixo. Está-se massacrando a lenta construção institucional brasileira em nome da preponderância de um poder ante os demais como se houvesse apenas 11 biografias providenciais capazes de nos salvar de uma tragédia.

Precisamos, urgentemente, de uma eleição geral. Só a urna é providencial –ela nos devolverá a um projeto nacional, salvando-nos dessa série de estratagemas por meio dos quais algumas cabeças coroadas e sem divindade tentam escapar da sanha da criatura que habita num dos lados da Praça dos Três Poderes.

Um festival de erros

POR GERSON NOGUEIRA

Com um time desfigurado, o Remo não teve forças para superar o modesto Brusque e jogou pela janela o bilhete premiado que seria o jogo contra o Corinthians na 2ª fase da Copa do Brasil. Por baixo, calcula-se que a arrecadação poderia chegar a R$ 2 milhões diante dos paulistas.

unnamedO problema é que antes do Timão havia o Brusque e, ao que parece, muita gente no Evandro Almeida achou que a parada seria tranquila em solo catarinense. Não foi a garapa esperada – como não é nenhum jogo da atual fase da Copa do Brasil reformulada.

Ceará, Fortaleza, Botafogo-PB e vários outros clubes de tradição já ficaram pelo caminho, abatidos por equipes emergentes dentro de seus domínios. O novo regulamento é interessante por dar equilíbrio aos confrontos iniciais. O visitante joga pelo empate e a decisão sai nos 90 minutos.

O Remo entrou em vantagem, mas cedeu espaços para o brioso Brusque alcançar vitória. O primeiro gol foi um primor de desatenção. A bola foi cruzada da esquerda e encontrou um atacante livre no bico da área pela direita. Sem marcação, ele tocou para Jonatas chutar para as redes.

A eliminação se confirmaria no segundo tempo, a partir de uma série de erros cometidos. Com um time desgastado pela viagem e as quatro baixas – Elizeu, Flamel, Renan Silva e Jaquinha –, o esquema utilizado pelo técnico Josué Teixeira mostrou-se excessivamente cauteloso e vulnerável pela presença de Caio, que havia atuado mal no Re-Pa, pela esquerda.

Depois de sofrer o primeiro gol, Josué Teixeira finalmente percebeu que a lentidão e a falta de combatividade do ala comprometiam o setor esquerdo e colocou Jayme para ajudar na pressão ofensiva. Tsunami passou a ser o jogador da marcação pela esquerda.

Em função dessas mexidas, o Remo começou a atacar, coisa que não havia feito até então. Aos 33, Tsunami mandou um tiro forte no poste de Rodolfo. Na sequência, veio uma falta à entrada da área, que Zé Antonio bateu com perfeição, empatando o jogo. Um golaço.

O gol deu ao Remo a confiança necessária para seguir pressionando a atrapalhada zaga catarinense, mas o time sofria os efeitos do baixo rendimento do atacante Edgar, sem o ímpeto de outras jornadas, e de Léo Rosa, pouco participativo ao longo dos dois tempos.

Nos acréscimos do primeiro tempo, o árbitro assinalou um penal inexistente depois que a bola estourou contra o volante Tsunami, que tinha o braço preso ao corpo. O goleiro André Luís, que havia defendido penal no Re-Pa, pegou também a cobrança de Assis.

Esperava-se que o pênalti não convertido fizesse com que o Remo voltasse com mais agressividade para a etapa final. Ledo engano. O time voltou lerdo, pouco preocupado em manter a posse de bola e com os atacantes ainda mais esquecidos lá na frente.

Para piorar as coisas, um forte baque tirou momentaneamente de combate o capitão Henrique. Um erro da comissão técnica, apressando a substituição do zagueiro – que iria se recuperar em seguida –, oportunizou a falha que deu ao Brusque o gol da vitória, após rápida jogada de linha de fundo arrematada por Ricardo Lobo.

Os 20 minutos finais até permitiram que o Remo chegasse ao empate, mas a incapacidade criativa do meio-de-campo e a pouca mobilidade de Edgar e Jaime frustraram as tentativas de reação. As exceções foram os garotos Lucas Vítor e Gabriel Lima, que se movimentaram bem, mostrando qualidades e tornando patentes as falhas na escalação inicial do time.

—————————————————–

Leão amarga rotina de insucessos na Copa BR

Foi a quinta eliminação seguida do Remo na primeira fase da Copa do Brasil. Não é produto da sorte ou do acaso, é questão de organização e planejamento. O clube tem participado da competição como quem apenas cumpre tabela, sem maiores ambições.

Nas edições anteriores, enfrentou times gabaritados da Primeira Divisão – Internacional, Flamengo, Atlético-PR e Vasco –, mas desta vez tinha a oportunidade de seguir em frente, pois o adversário de ontem tem o mesmo nível de várias equipes do Campeonato Paraense.

Para desdita do Leão, a boa chance foi desperdiçada pelas limitações do elenco e os muitos desfalques de última hora. Fica para a próxima.

(Coluna publicada no Bola desta sexta-feira, 17)