Dia: 27 de fevereiro, 2017
Sambas imortais – União da Ilha 1982, “É Hoje”
O craque Aroldo Melodia puxando este clássico dos sambas-enredo.
Os melhores da 1ª fase
POR GERSON NOGUEIRA
Depois de seis rodadas, entrando já na segunda metade do Campeonato Paraense, é possível fazer um juízo sobre o nível geral da competição até aqui. No departamento de gols marcados, a média é superior à de 2016, uma das mais fracas dos últimos anos.
No aspecto técnico, porém, o torneio se nivela ao do ano passado, com jogos sofríveis e desinteressantes, situação bastante agravada pelo precário estado dos gramados interioranos, cuja exceção é o campo do estádio Barbalhão, em Santarém.
Os times não conseguem se apresentar bem, sofrendo com a falta de entrosamento e regularidade. Em meio a isso, poucos jogadores têm se sobressaído. Algumas equipes não encontraram ainda o time ideal e, pelo andar da carruagem, é provável que não consigam isso até o fim da disputa.
Com certa dificuldade na escolha, a seleção da primeira metade do Parazão seria a seguinte: André Luís (CR); Léo Rosa (CR), Ezequias (IND), Wanderlan (SR) e Mocajuba (IND); Rodrigo (PSC), Tsunami (CR) e Augusto (CAS); Leandro Carvalho (PSC), Edgar (CR, foto) e Bergson (PSC).
Gabriel Lima, aposta certeira de Josué Teixeira como coringa no Remo, é a revelação. Consegue reforçar o ataque e participar do bloqueio no meio-campo. O técnico é Léo Goiano, do Independente, que vem operando uma façanha com o limitado elenco à sua disposição.
Dos clubes emergentes, o São Francisco, vice-campeão de 2016, é a maior decepção. Disputou cinco rodadas e não pontuou. Corre sério risco de ser rebaixado, caso não reaja a tempo. Águia e Cametá também não conseguiram deslanchar, patinando nos 5 pontos.
Independente e São Raimundo, que ocupam a segunda posição em suas chaves, logo abaixo de Papão e Remo, salvam a lavoura interiorana, com campanhas consistentes, com a objetividade que o Parazão exige.
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As chances do Pantera em Santa Catarina
Ao contrário do São Francisco, que teve pela frente uma equipe forte da Série A (Cruzeiro) e se deu mal, São Raimundo vai enfrentar o Joinville (SC) pela Copa do Brasil, na quarta-feira, com possibilidades de passar à terceira fase da competição.
O JEC joga em casa e tem bom time, mas não é tão superior ao São Raimundo. Caso resista bem à pressão inicial, fechando-se no setor defensivo, o Pantera pode equilibrar o jogo e explorar os contra-ataques.
Pelo novo formato da Copa BR, um empate levará o confronto para a decisão em penalidades, aspecto que não pode ser menosprezado na estratégia do alvinegro santareno.
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Portugueses extraem o melhor de Tite
Entrevistas com o técnico da Seleção costumam cair na mesmice ou na bajulação quando feitas no Brasil. Era assim com Felipão, Dunga e agora com Tite. Donde se conclui que a nossa imprensa esportiva segue longe da primeira divisão mundial. Tome-se como exemplo o belo trabalho do jornal “O Jogo”, de Lisboa, que colheu de Tite opiniões curiosas e interessantes.
Sem o tom diplomático que costuma ter com a mídia nativa, Tite soltou o verbo. Sobre Neymar, afirma que logo será o melhor do mundo e vê evolução dele no Barça. “Agora, ele vai para dentro do gol, é um jogador vertical”.
Elogiou Guardiola e Ancelotti, e não deixou de fazer uma declaração generosa ao defender o trabalho de Felipão em 2014. Para Tite, a pressão nacional pelo hexa foi desumana e quase insuportável.
Quanto a Ganso, revelou conversa recente com o meia do Sevilla e reafirmou a admiração por ele, o que faz crer que o paraense ainda tem futuro na Seleção.
(Coluna publicada no Bola desta segunda-feira, 27)