Leão com dúvidas na escalação para enfrentar o Brusque

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O técnico Josué Teixeira ainda não definiu oficialmente o Remo para o confronto desta noite (18h15) em Brusque (SC) contra o time da casa, valendo pela primeira fase da Copa do Brasil. Além dos três desfalques certos (Flamel, Renan e Jaquinha), surgiu a dúvida quanto ao aproveitamento de Elizeu e Tsunami, ambos acometidos de forte virose.

Com base nos últimos treinos, o time mais provável é: André Luís; Henrique, Igor João e Zé Antonio; Tsunami; Marquinhos, Lucas Vítor (Elizeu) e Fininho e Rodrigo; Val Barreto e Edgar. O esquema deve ser mais de controle da posse de bola e exploração dos contra-ataques, pois o Remo joga pelo empate.

“Teve mudança de postura tática, os sistema está sendo outro, era uma forma com muita ligação, agora com posse de bola. Tem jogador que já conheço, o Assis, que trabalhou comigo, meia, organizador, com boa qualidade técnica. É uma equipe bem organizada atualmente. Temos que ter cuidados defensivos, mas não deixar de atacar”, disse o técnico, depois do treino em Brusque.

 

Colocar um plagiário no STF é um insulto à memória de Teori

POR JANIO DE FREITAS, na Folha SP
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Os céticos não de todo desinformados jamais esperaríamos de Michel Temer – fraco, titubeante, posudo como os necessitados de aparências enganosas – que surpreendesse, com uma Presidência razoável na eficácia e na dignidade. Agora, é forçoso reconhecer que Michel Temer surpreende. Pelo excesso do que dele se podia esperar.
Indicar Alexandre de Moraes para o Supremo Tribunal Federal esteve dentro do esperável. Manter a indicação depois do que dele revelaram, na Folha, os repórteres Fabio Victor e Thais Bilenky, com o complemento de Diogo Bercito na Espanha, chega ao nível de agressão moral ao STF, se não ao Judiciário.
Nomear para o Supremo o plagiário de um texto judicial espanhol já é, por si só, desmoralizante. Mas só o começo. Com que nível de respeito serão recebidas decisões do mais alto tribunal se incluírem voto de quem se fez e faz passar como seus, em livro, textos alheios?
Na história do Supremo (não a escrita por seu atual decano, Celso de Mello) não faltam integrantes que só o honraram porque protegidos pelo temeroso silêncio de políticos e jornalistas. E ainda pelo corporativismo, sustentado também por verdadeiros honrosos. Na atualidade, princípios do tribunal são desrespeitados a partir de dentro. Não deixam de comprometê-lo e, para grande parte da opinião pública ativa, de desacreditá-lo como instituição.
Apesar disso, e na melhor hipótese, intoxicá-lo mais, com uma dose forte de impostura intelectual e jurídica, é submetê-lo ao risco de um conceito futuro semelhante ao do governo de Michel Temer, Moreira Franco, o próprio Alexandre de Moraes e tantos outros.
Além do mais, um plagiário para substituir Teori Zavascki é um insulto à memória do ministro que elevou o Supremo.
OS PODEROSOS
Engenheiros, advogados e economistas de empreiteiras são profissionais liberais, não funcionários públicos; empreiteiras são empresas privadas, não componentes do aparelho de Estado.
Ainda assim, procuradores e juiz da Lava Jato têm imposto a vários delatores premiados a proibição de voltar, quando liberados, a seus cargos nas empreiteiras ou ocupar determinados outros. Há até rebaixamentos compulsórios. Empresas privadas podem empregar quem queiram e profissionais liberais aceitam o que quiserem.
Ou há mais um novo poder que os integrantes da Lava Jato se concederam, ou é mais um forma de abuso de poder.
ÓDIO ANALFA
Os analfabetos funcionais, que leem e não entendem, são mais numerosos do que dizem as estimativas e as nossas vãs suposições. O Painel do Leitor da segunda (13) publicou carta em que Denis Tavares, da cidade de São Paulo, me ataca por “não querer encarar” erros como “as pedaladas que foram fraude”, “recurso antidemocrático”, e que “Dilma corrompeu a democracia”. O artigo do dia anterior esteve distante de todos esses e outros temas que lhe foram atribuídos.
Não é incomum, em relação a mim e a alguns autores – Mello Franco, Conti, Duvivier–, esse tipo de manifestação. Vem de leitores que nem por sua classe social deixam de ser analfabetos funcionais. Ou estão entre os portadores de ódio patológico. Caso não estejam nas duas situações.
Podem e devem continuar. Em qualquer das suas três possíveis situações, não façam cerimônia. Nós também não faremos.

Emoção será sempre alma do negócio, mas sobretudo o negócio da alma

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POR NIZAN GUANAES

Não existe propaganda tradicional. A propaganda deve ser uma forma de comunicação disruptiva que surpreende as pessoas. Propaganda tradicional se refere muito mais à maneira como a propaganda é veiculada do que como ela é pensada e criada.

Alguns dos maiores publicitários sempre se comunicaram por veículos inovadores.

Steve Jobs, o gênio criador da Apple, fez poucos comerciais. Ele foi um publicitário que pensava em design e relações públicas. Seus famosos lançamentos de produtos, no figurino calça jeans/gola rulê, eram propaganda disruptiva com mensagens tão eficientes quanto os produtos sendo lançados.

Ralph Lauren, o grande estilista e empresário americano, deu passado inglês aos Estados Unidos com suas lojas e coleções modernamente conservadoras. Ali a tradição era inovação, a mensagem era o meio.

A Abercrombie & Fitch fez coisa parecida no começo desta década em suas lojas que pareciam discotecas com música alta e jovens sem camisa circulando entre araras. No escuro das lojas, a marca brilhava.

A propaganda teve tantos caminhos e plataformas que toda a conversa hoje em torno de on e off, tradicional e disruptivo, reflete discussão que sempre acompanhou a atividade. As campanhas multitela atuais são a atualização, radical, do que existe desde os “mad men” da avenida Madison.

Mary Wells Lawrence criou nos anos 1960 uma campanha memorável para a companhia aérea Braniff acessando todas as plataformas disponíveis: o design dos aviões, a roupa das tripulações, o formato das poltronas.

O filme da campanha, “End of the Plain Plane” (algo como “o fim do avião sem graça”), pode ser visto no YouTube. O uso de todos os elementos de uma companhia aérea para se comunicar é fundamentalmente tão moderno hoje quanto em 1965.

Em cada empresa, um pensamento publicitário se apresenta. Entendê-lo e expressá-lo com a emoção certa é chave que abre as portas da percepção do público. Hoje, graças a Deus (e aos engenheiros), temos ferramentas e dados muito mais poderosos para acessá-lo, entendê-lo e entregá-lo o produto certo, na hora certa, no lugar certo, no preço certo. É muito recurso, que demanda algo mais: emoção.

Queremos mestres engenheiros em nossas agências, mas queremos também mestres da emoção.

Quando fizemos a campanha de bichinhos de pelúcia para a Parmalat, alguns publicitários acharam brega, torceram o nariz. Mas as mães e as crianças adoraram, e foi um tremendo sucesso.

A propaganda está dentro do fluxo constante de criação e comunicação que marca a humanidade. No best-seller “Sapiens”, o israelense Yuval Harari afirma que a capacidade do ser humano de acreditar em coisas imateriais, que só existem na imaginação, e comunicá-las de forma eficiente tornou possível às pessoas agir de forma coordenada para construir civilizações.

A propaganda é fio condutor da humanidade.

Jesus já fazia publicidade porta a porta. A Igreja Católica sempre usou big data, coletando dados em escala global nos confessionários das igrejas.

É verdade que antes da web as coisas pareciam mais simples. Para falar com o consumidor havia TV, mídia impressa, rádio, outdoor. Agora é mais complexo, no melhor sentido. A paleta se expandiu, elevando a nossa capacidade de promover marcas e produtos.

A publicidade não deve temer essas evoluções, mas abraçá-las, como estamos fazendo. Só não pode perder seu fio terra, o que transforma dados frios em laços quentes: a emoção. Ela será sempre a alma do negócio, mas sobretudo o negócio da alma.

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Artigo originalmente publicado na Folha de S. Paulo em 14/02/2017 http://folha.com/no1858359

Como o ex-ministro Velloso reagiu à sua condução coercitiva

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POR LUIS NASSIF, no Jornal GGN

(Publicado em 10/03/2016)

Uma pequena fábula sobre a hipocrisia nacional.

Na segunda-feira passada, o Carlos Velloso, ex-Ministro aposentado do STF (Supremo Tribunal Federal) e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) brilhou no programa Roda Viva, defendendo a condução coercitiva de Lula para depor.

Pela primeira vez na história, um ex-presidente foi depor em camburão da polícia. Nem JK que, convocado, compareceu em seu próprio carro. Nem isso sensibilizou Velloso. Segundo ele, Lula teria sido intimado, não compareceu, dando direito aos procuradores da República de exigir a condução coercitiva.

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Exagero? Certamente não. A jurisprudência é formada pela sucessão de sentenças em cima de fatos concretos. E o maior libelo contra esses abusos partiu do próprio Carlos Velloso. Em 2008, já aposentado do STF, Velloso foi intimado pela Polícia Federal a depor em inquérito da Operação Pasárgada, que investigava o desvio de recursos do FPM (Fundo de Participação dos Municípios). Ele tinha sido consultado por um dos acusados para pegar sua causa.

Ele estava sendo intimado pacificamente. Sua reação foi clara: não iria comparecer e só compareceria em local e data que ele definisse. Velloso foi se queixar ao então presidente do STF, ministro Gilmar Mendes (http://migre.me/tcaWj) do abuso da mera intimação.

Imediatamente Gilmar enviou ao presidente Lula a recomendação para edição de um projeto de lei punindo autoridades por vazamentos em operações sigilosas. Mendes declarou que estava disposto a combater vazamentos e prisões desnecessárias. No dia 27 de junho de 2008, o site do STF publicou  mensagem de Velloso a Gilmar (http://migre.me/tcb4W).

“Não pude aceitar os termos da intimação que me enviou a Polícia Federal, deixada em meu apartamento e recebida ontem à noite, quando cheguei a Belo Horizonte para participar do casamento de um sobrinho. O mandado de intimação, datado de 25 do corrente, marcava meu depoimento para o dia 27, sexta-feira, às 9 horas da manhã, na sede da Superintendência em Minas Gerais, com a advertência de que o meu não comparecimento, sem motivo justificado, poderia ser passível de condução coercitiva, caracterizando ocorrência de delitos de resistência (art. 329), desobediência (art. 330) e desacato (art. 331), todos do Código Penal. Não é desse modo, evidentemente, que a Polícia deve se dirigir a um ex-presidente do Supremo Tribunal Federal e ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral”.

Se não é o modo de se dirigir a um ex-presidente do STF, porque seria no caso de um ex-presidente da República? Aliás, de forma muito mais grave porque a indignação de Velloso, no seu caso, foi despertada por uma mera intimação.

Dizia mais:

“A lei me concede a prerrogativa de marcar dia, hora e local para o depoimento, a atender a tal e ameaçadora convocação”.

Logo depois, Velloso recebeu comunicado do delegado indagando se pretendia receber um ofício marcando dia, hora e local por ele, Velloso, designados. “Decidi que o meu depoimento seria dado ainda hoje, no horário de 16 horas, mas no escritório do Centro Jurídico Brasileiro, em Belo Horizonte, que frequento para receber pessoas e, muitas vezes, emitir pareceres”.

“Respondo à indagação de um repórter, se estaria existindo uma retaliação contra meus últimos pronunciamentos sobre prisões espetaculares de advogados – presos e algemados – e de outros cidadãos suspeitos, aprisionados por cinco dias para deporem, prorrogáveis por outros cinco dias, nas operações policiais que recebem nomes, aparatos e convocações de centenas de agentes. Tenho verberado contra as invasões de escritórios de advocacia, sugerindo inclusive à Ordem dos Advogados do Brasil que processe as autoridades que se conduzirem com abuso de poder. Não posso admitir que, por estar defendendo prerrogativas dos advogados, eu seja alvo de retaliações. Não as temo. Não as aceito”.

Se nem uma intimação formal Valloso aceitou, o que não ocorreria se ele tivesse sido conduzido coercitivamente, como Lula? Hoje em dia, juiz de primeiro grau, promotor, obviamente desembargadores e ex-ministros têm direito a definir hora e local para a tomada de depoimentos. Segundo Velloso, um ex-presidente da República, não. É um desrespeito do próprio Velloso a um poder que, mais do que ninguém, caberia a ele honrar.