Um clássico e seus desafios

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POR GERSON NOGUEIRA

As repetidas pesquisas sobre grandes clássicos nacionais colocam sempre o Re-Pa em grande destaque. Poucos duelos entre clubes no Brasil têm mistura tão forte de paixão, rivalidade e arrebatamento dividindo ao meio a população de um Estado. Coloca-se no mesmo nível de importância de Grêmio x Inter, Flamengo x Fluminense, Palmeiras x Corinthians, Cruzeiro x Atlético e Bahia x Vitória.

Nos últimos anos, o Re-Pa tem sido submetido a uma dura prova de resistência. Além da queda de nível técnico dos times, a vida moderna, com seus desafios e perrengues, tem forte influência na diminuição do clima de empolgação que tomava conta da cidade na semana do clássico. Pesam ainda outros fatores, como a insegurança nos estádios, os problemas de transporte e a transmissão ao vivo.

Não é uma exclusividade paraense. Todos os demais clássicos brasileiros enfrentam a mesma situação e os clubes buscam de todas as maneiras possíveis combater o êxodo do torcedor, com a oferta de facilidades, conforto e segurança nos estádios.

Os jogos acima citados são disputados em arenas da Copa do Mundo, o que já garante uma gama de serviços que o Re-Pa não pode dar aos seus fanáticos clientes. A ausência de uma praça esportiva moderna e confortável deveria fazer com que os clubes buscassem maneiras mais criativas de atrair o público.

Um estudo recente indica que a clientela do centenário Re-Pa gira hoje em torno de 50 mil pessoas. Dependendo da importância do jogo e da qualidade dos times, itens mais importantes na valorização do produto, o público-alvo pode chegar a até 65 mil.

De posse desses dados, remistas e bicolores deveriam trabalhar para cativar e fidelizar essas pessoas, oferecendo comodidades, como a ampliação da venda de ingressos pela internet, e vantagens, como promoções especiais para a compra antecipada. Seria válido criar combos, à maneira do que fazem as salas de cinema, juntando ingresso, transporte especial + lanches, por exemplo.

Para isso, porém, o velho estádio Jornalista Edgar Proença deve ser adaptado às necessidades e anseios de um público cada vez mais exigente. Será impossível atrair o torcedor se não houver uma estrutura mínima de serviços – banheiros decentes, restaurantes e lanchonetes de qualidade, estacionamento seguro e acessos bem demarcados.

O desafio está posto. Pensar não dói.

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Poucas mudanças e previsão de equilíbrio no duelo

Tudo sinaliza para um jogo equilibrado e sem favorito. As campanhas se equivalem, embora o Remo tenha ligeira vantagem na pontuação. Os times ainda não deslancharam no campeonato e ainda buscam melhor entrosamento. Edgar é o principal destaque remista, Bergson é o artilheiro bicolor.

Para hoje à tarde, os técnicos devem repetir as últimas escalações, com pequenas mudanças. No Papão, Jonathan está cotado para substituir Diogo Oliveira, compondo o setor de criação com Daniel Sobralense.

No Remo, Josué Teixeira não escolheu ainda o parceiro de Edgar no ataque. O mais provável é que Gabriel Lima seja o substituto de Jayme, pelo bom segundo tempo contra o São Raimundo. O argentino Nano Krieger, regularizado, é alternativa para o segundo tempo.

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Bola na Torre

Guilherme Guerreiro apresenta o programa, a partir das 20h10, na RBATV. Participações de Giuseppe Tommaso, Cláudio Guimarães e deste escriba de Baião. Em pauta, todos os jogos da quarta rodada do Parazão.

(Coluna publicada no Bola deste domingo, 12)

6 comentários em “Um clássico e seus desafios

  1. Na minha opinião os torcedores já são cativos e fiéis. Tanto que salvo os Clubes (na atualidade, salvo o Clube do Remo) e talvez os PMs, todos aqueles envolvidos na realização do Clássico, ganham e ganham muito.

    Deveras, desde o governo até a mídia futebolística, passando pelos dirigentes do Clubes (incluídos aí os dirigentes azulinos), da federação, cambistas, patrocinadores, ambulantes, donos de bares, restaurantes e similares por toda a cidade, assaltantes disfarçados de torcedores, e tantos outros, faturam aos tubos com a euforia que ocorre no período de abrangência do clássico.

    Vai ver que é por isso que mesmo com todos os problemas para chegar, ficar e ir embora do Clássico, o torcedor comparece em significativo número.

    Sobre o jogo em si, acho que haverá equilíbrio apenas na torcida. Apesar da derrota para o Galo Elétrico, em função das contratações e das promessas que elas simbolizam, rival está empolgando mais do que o Mais Querido. Daí que é possível que hoje eles consigam equilibrar na plateia. No mais, mesmo com a ajuda nada desprezível do Fenômeno, creio que a onzena azulina, vai com alguns pontos abaixo na tábua do favoritismo que fica com o listrado.

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  2. Clássico deverá fazer o Colosso ter capacidade disponível ao torcedor, esgotada… Remo, vive um melhor momento na competição… PSC, até pela forma diferenciada com que se planeja fisicamente, pra encarar 38 jogos,só pela série B,demora mais a se soltar em campo… Musculatura vai soltando aos poucos e os jogadores vão entrando em forma… Uma hora, em um jogo qualquer desse Parazão o PSC vai desencabular e, se for hoje,um abraço… PSC sairá vencedor do clássico… Caso contrário,aposto em vitória do Leão… Não acredito em empate nesse jogo.

    Remo vive um bom momento, mas esbarra na qualidade individual de alguns jogadores… Qualidade essa que sobra no PSC

    É a minha opinião

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  3. Na história do clássico, nem sempre quem apresenta desempenho técnico e de pontuação melhor na tabela, é garantia de favoritismo e ratificação com a vitória. Digo isso pra corroborar com os amigos que me anteviram nos comentários. Já palmitando, acredito num empate com gols hoje no mangueirão. Abraço amigos!

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  4. Sim, esta é a marca do favoritismo apontado antes do evento do qual se está tratando. Quando a bola rola tudo pode mudar. O favoritismo pode não se confirmar, ou pode se mostrar que era até mais amplo.

    De minha parte, torço para que o Mais Querido faça um jogo digno de suas melhores tradições. Fazendo isso, qualquer que seja o resultado, o Fenômeno vai estar feliz.

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