Com espírito de Série B

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POR GERSON NOGUEIRA

Resultado importantíssimo, terceira vitória consecutiva, quarta partida invicta e sem tomar gols. O Papão se afasta cada vez mais da zona do rebaixamento e se aproxima do pelotão superior. O aspecto mais expressivo é a afinação do sistema defensivo, que mostra uma segurança que há muito tempo não se via na equipe. A boa performance dos zagueiros é potencializada pelo excelente trabalho dos volantes.

Para quem esperava um show de bola, a partida de ontem decepcionou. Contra um adversário fechado em seu campo, o Papão sofreu para se impor, visto que o velho problema da ausência de criatividade pesa nesses momentos.

Com um gol logo de cara, o Papão apostou no entusiasmo e botou correria no primeiro tempo, fazendo em alguns momentos esquecer as limitações da meia-cancha. Com o passar do tempo foi se evidenciando o recurso e a busca de jogadas mais longas para tentar chegar ao gol. Por sorte, o time catarinense não ofereceu maior resistência.

Jonathan apareceu muito bem outra vez. Além do gol, se posiciona com inteligência atuando como um falso terceiro atacante ao lado de Leandro Cearense e oportunizando situações para os laterais. A falta de ações inteligentes a partir do meio acabou por inibir essa movimentação dos atacantes.

A bola não parava e o Papão se mostrava incapaz de reter a posse do jogo, ditando o ritmo que lhe interessava. Com a armação entregue a um Rafael Luz pouco inspirado, o time não criava lances agudos na frente e ainda errava demais na troca de passes.

Na etapa final, os defeitos de origem se mostraram mais expostos e o jogo só não ficou pior para o Papão pela completa ineficiência ofensiva do JEC. Diante da frágil armação de meio-campo, a bola já não era retida com a constância do primeiro tempo e alguns jogadores se mostravam extenuados pelo esforço inicial.

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À medida que o tempo passava e o JEC recorria aos cruzamentos para tentar chegar ao gol, a zaga alviceleste mostrava que está de fato em bom nível, destacando-se como o setor mais ajustado do time paraense. Nem mesmo a chance criada no final pelos visitantes pode ser vista como um descuido dos defensores.

Em meio ao desespero com a crescente pressão que o JEC buscava impor a torcida pedia Betinho e Celsinho, mas Gilmar Dal Pozzo só lançou o centroavante nos instantes finais e ignorou os apelos pelo meia-armador. Optou por Hiltinho e Rodrigo Andrade, sem alcançar os resultados esperados.

Apesar da série invicta e da fibra demonstrada pelo time, o Papão deixou o campo sinalizando para a necessidade de mudanças e ajustes do meio para a frente. A atuação foi a mais fraca das últimas quatro rodadas, embora a vitória tenha sido digna de festejos pelo que representa dentro da competição.

Cabe observar que Dal Pozzo ainda se familiariza com o elenco e dispõe de poucas alternativas na hora de mudar a cara da equipe. Jonathan segue como principal destaque individual e os alas estão funcionando, mas há uma carência gritante no setor de ligação e o ataque precisa de jogadores mais versáteis, que mudem o perfil atual.

Apesar dos desmentidos, o técnico deve recomendar contratações pontuais nas próximas semanas. O trabalho tem sido excelente e os resultados estão a comprovar isso, mas é fundamental qualificar o elenco. (Fotos: MÁRIO QUADROS)

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Torcida precisa se engajar na campanha

O time reage em campo, mas a torcida Fiel segue retraída nas arquibancadas. A opção por mandar jogos no estádio da Curuzu visa atrair mais público e tentar fugir das despesas do Mangueirão, mas até aqui a providência não se mostra rentável para o Papão.

Na partida de ontem, a renda foi de R$ 46.718,00, com 868 pagantes e 4.413 sócios torcedores. No total, 6.921 espectadores presentes. É pouco para a importância da competição e para as necessidades financeiras do clube.

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Não se pode deixar de acreditar

A Eurocopa tem alternado grandes partidas com exibições sofríveis de algumas seleções, mas um detalhe chama atenção em meio a tudo: a impressionante ocorrência de gols depois dos 40 minutos do segundo tempo. Foram 14 até a rodada de ontem, média altíssima até mesmo para os padrões europeus.

Por tradição, o futebol do Velho Continente costuma brindar as torcidas com lances e reviravoltas nos instantes finais. Os jogadores aprendem desde as divisões de base que é importante não desistir nunca, acreditar sempre na possibilidade de mudar as coisas na reta final das partidas.

Essa característica é particularmente marcante em campeonatos fortes, como o da Espanha e da Inglaterra, mas na Euro deste ano o sangue-frio e a perícia dos atacantes têm sido excepcionais.

Ontem à noite, a Croácia sobrepujou a festejada Espanha de Vicente Del Bosque com uma virada histórica, a partir de marcação certeira à frente da linha de zagueiros e saídas rápidas para o ataque.

O segundo gol veio aos 42 minutos quando a Fúria já havia perdido um pênalti e tocava a bola preguiçosamente, satisfeita com o empate que lhe garantia o primeiro lugar na chave – e distância do cruzamento indigesto com a Itália na rodada seguinte.

A seguir nessa toada, o torneio será recordista em gols no apagar das luzes, atestando o alto preparo dos jogadores no plano físico e significativa confiança para arriscar exatamente naquele momento em que a maioria dos times já começa a cozinhar o galo e esquecer o jogo.

Tantos gols marcados no fim tornam os embates mais emocionantes para o torcedor e contribuem para que a competição seja menos previsível do que indica a maioria dos jogos até aqui.

(Coluna publicada no Bola desta quarta-feira, 22)

18 comentários em “Com espírito de Série B

  1. O time sentiu muito a falta do Rafael Costa, que faz a bola correr enquanto Luz conduz demasiadamente e facilita o bote do adversário. Além disso, Costa é mais forte e chega na área, já o seu xará atua muito pelos lados.
    Dal Bozzo(qualquer semelhança facial deve ser mera coincidência) demorou muito a tirar o Leandro Cearense, visivelmente cansado já no primeiro tempo por isso tímido na marcação da saída de bola do adversário. Optou por tirar o Alexandro, que não fez grande coisa, mas sustentou a pegada na disputa da bola.
    Como já havia ocorrido com o Avaí, o Papão chamou o JEC pra cima no segundo tempo e não tinha contrataque, daí a meia hora de sufoco sofrida e uma disparidade na posse de bola. Sorte que a defesa vem sendo impecável,incluindo os dois volantes.
    Tomara que o Cearense descanse e o R. Costa volte pra que o Papão faça uma partida mais próxima da que fez sábado, em São Januário, do que a de ontem. Três pontos e o aconchego na parte de cima da tabela farão muito bem para o time pegar confiança e embalar na reta final do turno a fim de ultrapassar os 30 pontos nessa virada e pensar em brigar por acesso

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  2. Ontem foi visível o cansaço do time bicolor, talvez a correria desenfreada do início da partida tenha pesado bastante no decorrer dos jogo.
    Ainda carece de um meia armador, o problema é crônico desde a temporada passada e continua sem solução.
    Rafael Luz já merecia pegar o beco, até hoje não disse a que veio. Contratação errada ou aposta que não deu certo?, prefiro acreditar na segunda opção.
    Alexandro por incrível que pareça ainda consegue ser mais participativo do que o Betinho, será que este último desaprendeu jogar?
    Jhonatan desentoa dos demais companheiros, joga com vontade, acredita em todas as bolas, tem tido um bom passe e foi decisivo nas três últimas partidas.
    O time tende a evoluir, o próximo confronto diante de um time mais qualificado não permitirá falhas que ainda teimam em ocorrer, erros de passes ou a pressa para definir as jogadas não podem se repetir diante de um adversário que sabe o que fazer com a bola.

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  3. Senhores, só posso comemorar a chegada desse novo treinador que deu uma arrumada no time e tem obtido bons resultados, mas pelo que percebo o que ele fez foi retomar o esquema com tres volantes usado ano passado pelo dado, e o time parou de tomar gols, e como sempre faz um golzinho acaba vencendo as partidas. A diferença entre os dois treinadores porem é que no segundo temo o dado sempre tirava um dos volantes e colocava um meia ou um atacante e o time ia pra cima. Já o dal pozzo faz o contrário, tira o ,único meia e bota ou um zagueiro ou um volante. ontem aos 15 minutos do segundo tempo o paysandu jogava com dois laterais, dois zagueiros, e, pasmem, quatro volantes, com dois centroavantes isolados lá na frente. O resultado não podia ser outro: o papão passou a apenas se defender pq não tinha mais quem segurasse a bola e fizesse a ligação com o ataque, como a bola não chegava naos atacantes,eles recuaram e passaram a ser mais dois marcadores.
    Como consequencia disso tivemos um futebol feio e difícil de assistir.
    Sinceramente tou muito desanimado com esses jogos do papão. é muito chato de ver esse futebol brucutu, sem dribes, sem triangulações, sem encanto nenhum. na verdade só tou assistindo por amor ao clube, mas que tá chato tá chato. Talvez isso também esteja afastando o torcedor do estádio, junto com as centenas de bares que transmites os jogos do clube sem pagar um centavo, e o alto preço dos ingressos em momento de crise.
    Na minha visão esse técnico não tem a cara do paysandu, mas do futebol sulista, baseado apenas na força.
    Espero que com a volta dos dois laterais titulares e dos atacantes que estão no DM, o time passe a jogar menos feio.

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  4. Torcendo sem distorcer os fatos, acho difícil o time evoluir com os jogadores que foram contratados para a série B, principalmente, do meio para o ataque. A coluna cita o caso da defesa o que eu concordo, pois só o fato de não levar gols já é uma passo que o técnico ajustou a formação tática jogando com 3 volantes, isso dá uma maior proteção, ainda mais quando se joga fora de casa, como vimos na partida contra o Vasco. Agora na armação e no ataque é que os problemas aparecem, dos jogadores contratados Alexandro, Ruan, Hiltinho, e Rafael Costa, ainda não mostraram potencial para serem titulares, destes, talvez o Rafael Costa seja o que tenha um potencial melhor, mas que até aqui não desenvolveu na sua totalidade. Por incrível que pareça mais uma vez estamos dependemos dos regionais Jonathan e Cearense para qualificar nosso ataque.

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  5. Espírito assombrado, Gerson.
    É notório que o Gilmar está fazendo o trajeto que lhe foi mostrado como era feito antes e que até descobrir os atalhos, vamos ter que nos contentar com resultados positivos, mas de futebol sofrível.
    Ao substituir o Luz pelo Rodrigo, acho que o treinador puxou seu time para trás e por sorte não sofreu o empate. Não entendo por que ele não botou o Celsinho ou até mesmo o Raí, que teriam mais condições de municiar o ataque.
    Tinha que ter colocado o Betinho mais cedo no lugar do Cearense e colocar qualquer um (até ele, rs, rs, rs…) no lugar do improdutivo leão de chácara da Curuzu, o Alexandro.

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  6. A Falsa ilusão do camisa 10

    Há tempos se coloca a necessidade da presença de um camisa 10 no PSC. Mas, olhando para os jogadores brasileiros, tanto os que jogam aqui como os que jogam fora, quantos 10 temos de fato?

    Ganso talvez seja o único do futebol brasileiro. O homem do último toque. Infelizmente, Ganso é uma exceção do belo futebol arte praticado até meados de 80.

    Antes de prosseguir, é bom destacar que PHG evoluiu. Hoje é um bom marcador, realizando desarmes eficientes no meio, e, para nossa alegria, mantendo a habilidade do último toque.

    Aqui chego ao PSC, considerando que Ganso é uma exceção na série A, será que temos este jogador disponível na série B?

    Acho difícil!

    Dito isso, a tendência do futebol são jogadores como Jonhatan. Típicos meias que sabem sair com a bola, sabem chegar no ataque e sabem desarmar com eficiência.

    E aqui é o problema do PSC.

    O PSC somente tem Jonhatan (Rafael Andrade se bem trabalhado pode ganhar todos essas características) com essa característica no seu elenco.

    O resultado disso é a presença de dois volantes quase brucutus (Capanema e Recife) que não sabem jogar do meio pra frente e não sabem aparecer como homem surpresa.

    Qual a saída para isso?

    Jogar pelos lados do campo explorando os alas. Dal Pozo fez isso bem contra o Vasco, quem sabe possa voltar a aplicar isso nos próximos jogos.

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  7. O esquema de ontem com dois atacantes, sacrificou o Leandro Cearense que teve que sair da área e, as vezes, até armar jogada, provocando seu cansaço; enquanto isso continuamos com o “cone” Alexandro tentando fazer o pivô ou sei lá o que…….até quando??

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  8. Ao contrario de muitos, tou gostando muito da Eurocopa

    Jogos bem disputados até o ultimo minuto

    Desfile de craques, em cada seleção tem pelo menos um
    Em algumas tem mais de 5.

    Aposto muito na Belgica como campeã

    Agora o Datena deve ser um cego fanático pela Espanha
    Ontem a Croacia foi todo tempo superior, tanto que virou, e ele babando ovo pros espanhóis

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  9. Sobre o jogo do papão como não vi ou escutei nada a declarar.

    Apenas feliz por mais uma vitória e sem levar gol

    Oh Mucura desgraçada!!!

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  10. Um público diminuto para um importante jogo. A Nação bicolor está devendo muito. O Maia se reclamar dessa vez tem razão ainda que pese a favor do torcedor aquilo que ja sabemos de montão: jogos direto pela TV, violência urbana, trânsito e trasporte ruim ruim para deslocamento, horário ingrato dos jogos e principalmente preços dos ingressos aliado ao calendário desumano para o torcedor dessa serie B onde na crise econômica atual é humanamente impossível o assalariado que ganha até 3 salários mínimos ter condição de 50 reais na terça, depois mais 50 na sexta porque são de 2 rodadas por semana na B, muito diferente da série C que tem uma rodada por senama e aí o torcedor pode se planejar melhor para prestigiar. Porem 2 por semana na B, serão oito jogos por mês me média e cerca de 400 reais para o torcedor que é ir a todos os jogos bancar. Isso para um assalariado mínimo não tem como, mas mesmo assim acho que a Nação tem condições de prestigiar mais. não sei o que está ocorrendo. sinceramente ela está devendo prestigio

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  11. Rsrs .. Rindo de como vocês falam do Alexandro… Dizem que o empresário dele tá querendo levar ele pra outro clube, mas do exterior… Vamos ver

    Amigos, do blog, quem for à Curuzu no jogo de sexta feira, contra o Atlético-GO, receberá gratuitamente um jornalzinho que circula nos estádios aqui de Belém, em alguns jogos de Remo e PSC… Lá terá minha Coluna, 100% falando sobre o Papão.

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  12. Celira, não esqueça do Lucas que tá jogando improvisado na lateral. É um ótimo volante e fazedor de gols também. Quando o João Lucas voltar ele deve migrar pro meio.

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  13. Esse espírito de serie b bicolor onde apenas os zagueiros e meio campistas estão fazendo gols e o ataque é nulo até agora, pode ter dois finais um normal e outro muito feliz. Começando pelo normal eu digo que o time poderá lavar assim até o fim da competição, ganha umas duas, perde outras até chegar na pontuação que livra de rebaixamento e pronto, cumprida a última obrigação. Na segunda hipótese, o time pode quem sabe até encontrar o caminho do gol também através do ataque, onde esse ataque ou outros que vierem poderão desencabular e marcar gols. Aí um time onde quase todos os setores marquem gols, está fadado ao sucesso na certeza e se isso ocorrer o Paysandu poderá até subir. Foi assim no melhor período bicolor 2001 a 2003 onde a zaga com Gino, Sergio, Valentim e Luiz Fernando marcava muitos gols. Os meio campo com Magno, Jobson, Lecheva, Sandro, Rogerinho gameleira e Welber marcava muitos gols, o ataque com Wandick, Jaja, Albertinho, Waldomiro, e mais tarde Robgol marcava muitos gols. lembram disso???

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  14. Presidente Alberto Maia, acabou de diminuir os preços dos ingressos para PSC x Atlético-GO, na sexta feira

    30… Arquibancada
    15… Meia
    60… Cadeira

    Quem fez a reserva de meia entrada a 25 reais, agora pagará só 15 reais

    Crise, existe no Pará também… Torcedor quer ir ao estádio, mas não pode.. Tem que fazer como todo Brasil tá fazendo, promoções, diminuir valor dos ingressos e tudo mais… Vale tudo pra trazer o torcedor de volta… Curuzu é caldeirão, mas lotada, vazia não

    Nota 10 ao Presidente do PSC

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  15. Sábias palavras, Cláudio. Principalmente no tocante à crise. Ora, em um estado que o governador, e o prefeito da capital, recusam pagar o salário mínimo como vencimento-base de seus servidores, lógico que o nome desse estado é: CRISE.

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  16. O melhor campeonato hoje para se disputar é a série C. Jogos uma vez por semana, dá tempo de o técnico treinar o time do jeito que quiser. Mais, viaja só duas vezes, em média, no mes. Bom para o time, bom para a torcida, que poupa dinheiro.

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  17. Aladio a Serie C e jogada aos Finais de semana e na Segunda – Feira Serie A e B tem jogos um em cima do outro os clubes só tem tempo de preparação de um jogo para o outro de 2 dias o Paysandu tem quarta e quinta de preparação pro jogo contra o Atletico/GO espero ano que vem o a Remo esta nessa toada de jogos um em cima do outro

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