Dia: 18 de junho de 2016
Papão derruba o líder do campeonato
Vasco x PSC – comentários on-line
Campeonato Brasileiro da Série B 2016
Vasco da Gama x Paissandu – estádio de São Januário, Rio de Janeiro, às 16h30
Na Rádio Clube, Valmir Rodrigues narra; Gerson Nogueira comenta. Reportagens – Giuseppe Tommaso e Dinho Menezes. Banco de Informações – Fábio Scerni
Papão busca surpreender o Vasco
O Paissandu está escalado desde sexta-feira pelo técnico Gilmar Dal Pozzo para o confronto com o Vasco, na tarde deste sábado, no Rio de Janeiro. O treinador decidiu manter o mesmo time que derrotou o Avaí por 1 a 0 na terça-feira. Dal Pozzo está confiante e fala em surpreender o Vasco. “É um jogo que exige intensidade e os atletas precisam estar em uma boa condição física para esta partida. Vamos montar uma boa estratégia para surpreender o adversário”, afirmou.
Escalação do Papão: Emerson; Edson Ratinho, Fernando Lombardi, Gilvan e Lucas (foto); Augusto Recife, Ricardo Capanema, Jonathan e Rafael Costa; Fabinho e Leandro Cearense. O time paraense é o 17º colocado, enquanto o Vasco lidera a competição. (Foto: MÁRIO QUADROS)
Desafio e oportunidade
POR GERSON NOGUEIRA
A velha história de quem observa um copo com água pela metade está posta diante do Papão, hoje, no difícil compromisso contra o Vasco em São Januário. Há quem prefira ver o copo pelo lado positivo, entendendo que está quase cheio; como existem os pessimistas crônicos, que avaliam sempre que ele está meio vazio.
Para o Papão, o jogo de hoje pode representar o tão esperado divisor de águas dentro da Série B.
Enfrentar o melhor time da competição, dentro de seus domínios, é sempre algo a temer. Ao mesmo tempo, é uma belíssima oportunidade para mostrar qualidade e perseverança. Um triunfo em São Januário representará o resgate de todas as esperanças em uma boa campanha na Segundona.
Do ponto de vista psicológico, a partida tem todos os componentes para motivar os jogadores. Em primeiro lugar, é o principal jogo da rodada, com direito a maior espaço no noticiário nacional. Depois, há também a questão da valorização profissional.
Atuar bem contra o Vasco serve como referência para todos os jogadores. É vitrine.
No ano passado, em dois jogos no Rio de Janeiro, contra Fluminense (Copa do Brasil) e Botafogo (Série B), o Papão deixou uma imagem extremamente positiva e seu principal jogador, Yago Pikachu, sacramentou a transferência para um centro mais desenvolvido. Por coincidência, foi defender o próprio Vasco.
É claro que esses aspectos passam pela cabeça dos atletas e da comissão técnica do Papão, sem que se esqueça o potencial de risco representado pelo Vasco de Jorginho. Líder absoluto do campeonato, o Vasco só perdeu um jogo nos últimos 36 que disputou. Vencê-lo em São Januário nunca foi tarefa fácil. Daí o tamanho do desafio nos pés dos bicolores.
Jonathan, enfim entronizado no meio-de-campo, representa bem o espírito desafiador que o Papão precisa ter hoje à tarde.
De volante nos tempos de Evandro Almeida, passou a meio-campista de recursos, com habilidade para tocar o jogo, distribuir passes e executar finalizações certeiras, como no gol contra o Avaí no meio da semana.
As habilidades já eram conhecidas. O próprio Papão havia se beneficiado delas na Série B do ano passado. Depois de um recomeço não muito estável com Dado Cavalcanti, Jonathan tem novamente a chance de mostrar seus recursos no losango montado por Dal Pozzo para dar dinâmica e ritmo ao setor central do time.
Ao lado de Capanema, Recife e Rafael Costa, Jonathan será peça fundamental para que o Papão obtenha um bom resultado em território vascaíno. Em boa medida, dependerá dele o funcionamento da meiúca bicolor, tanto no aspecto defensivo quanto de apoio ao ataque.
————————————————-
Euro manchada pela discriminação e pelo ódio
As agressões e insultos a jornalistas da Band que cobrem a Euro 2016 em Paris expõem a selvageria que ronda hoje o futebol no mundo. Mesmo em plena capital francesa, uma das cidades mais cosmopolitas do planeta, um evento de confraternização entre países não está imune ao racismo e à intolerância.
Os sentimentos de rejeição a povos do terceiro mundo integram a tabuada de setores conservadores e da direita ultra radical na Europa há muitos anos. Nunca saíram de pauta, mesmo depois que Hitler e seus seguidores foram derrotados, há 70 anos.
Para nós, brasileiros, fica a lição quanto ao que se prega e dissemina em nosso próprio país, sacudido há pelo menos dois anos por uma onda conservadora e reacionária nunca vista antes. Causa indignação o acontecido aos repórteres da Band por parte de torcedores alemães, mas é importante não esquecer que aqui mesmo floresce um rio caudaloso de ódio alimentado até por setores da mídia e das comunicações.
————————————————–
Direto do blog
“As seleções da Euro praticamente tem algo em comum: o padrão tático. Toque pra cá, toque pra lá e dependendo da situação sai o gol. A média de gols está baixa. Mas creio que isso se deve a ausência dos grandes jogadores nos selecionados. Aqueles caras que colocam os atacantes na cara do gol quando bem ou quando não vão lá eles mesmos e assim o fazem. Só lembro de um cara que tem esse hábito, um tal de Iniesta. Sem esse tipo, o chamado craque, fica difícil pra todo mundo.”
Por Marcos Paulo, atento à carência de grandes craques nas seleções europeias.
(Coluna publicada no Bola deste sábado, 18)