Repórteres do Esporte Interativo são agredidas durante cobertura da Eurocopa

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As jornalistas Bibiana Bolson (foto) e Isabela Pagliari foram agredidas no sábado, 18, enquanto faziam cobertura da Eurocopa. O caso foi relatado em texto veiculado por Bibiana no Facebook. A profissiona fala da violência e da falta de segurança no local. Na última semana, uma equipe da Band também sofreu agressão no centro de Paris ao cobrir o mesmo evento.

Bibiana relata que estava no local reservado para torcedores com programações específicas da Eurocopa quando tudo aconteceu. Durante a cobertura, ela conta que procurou manter distância de aglomerações, mas que ainda assim acabou sendo agredida junto com a colega de trabalho. “Enquanto gravávamos nosso material, uma manada de torcedores nos atacou, saímos correndo e um deles inclusive puxou o lenço que eu usava, para que pudesse me livrar do monstro, tive que usar a força física, uma violência absurda, um constrangimento terrível e um pânico de ser obrigada a fazer algo”.

O relato afirma que a equipe do Esporte Interativo pediu ajuda aos seguranças, que sem auxiliar as repórteres, teria dito palavras em tom agressivo ao pedir para que elas deixassem o local. “Um deles pediu para ver as credenciais e de forma forçada queria fotografar a da Isabela e reportar de forma mentirosa como se estivéssemos nos negando a deixar o lugar. De um jeito violento, seguiu segurando nosso material, abusando do poder que tinha no momento e aproveitando o fato de sermos duas estrangeiras mulheres. Nos sentimos humilhadas, impedidas de fazermos nosso trabalho e desprotegidas”.

A situação ainda levou as profissionais para um sala, local em que foram novamente desrespeitadas e agredidas verbalmente. Em outro post no Facebook, Bibiana conta que agora está tudo bem e que a equipe está sendo auxiliada juridicamente pelo Esporte Interativo. Ela revela que fará reclamação na União Internacional dos Jornalistas. “Não vamos esquecer o que aconteceu tão cedo, mas não deixaremos de fazer aquilo que nos move: jornalismo com paixão. Jamais iremos nos calar por medo ou para o absurdo. O jogo continua, a Euro segue, esperamos que de forma mais tranquila, tal como merecemos”.

Caso Band – Na última semana, Sônia Blota e o cinegrafista Fernando Henrique foram agredidos por torcedores da Alemanha durante a cobertura da Eurocopa. Os profissionais estavam gravando reportagem perto de uma estação de trem, no centro de Paris, quando a jornalista levou um chute na perna e Henrique levou um tapa no rosto. “Estávamos preparando uma reportagem sobre o comportamento entre torcidas no dia do jogo entre Alemanha e Polônia, e, de repente, fomos abordados por um grupo vestido com a camisa alemã. Eles gritaram algo como ‘fora seus negros”, relatou Sônia. O caso foi registrado em boletim de ocorrência. (Do Comunique-se) 

Enfim, um técnico na Seleção

POR GERSON NOGUEIRA

O passo mais importante na confirmação de Tite para treinar a Seleção Brasileira é que finalmente, desde a era Felipão, o escrete volta a ter técnico de verdade. Dunga foi capitão e campeão na Copa de 94, batia uma enormidade e ralhava com todos os companheiros, mas não é técnico. Foi inventado como treinador (depois do Mundial de 2006) por Ricardo Teixeira, que dispensa maiores apresentações.

A chegada de Tite ao cargo já veio cercada de uma aura positiva. Logo de cara, elogiou os campeões mundiais de 1970 e a Seleção de 1982, dizendo que foram os times nacionais que o emocionaram. Bom sinal. Parreira, Zagallo e Dunga jamais se referiam a 82 com simpatia, muito pelo contrário.

Tite é um profissional do futebol que vive pregando a importância de se atualizar. Quando parou por um ano aproveitou para visitar grandes clubes europeus e acompanhar seus métodos de treinamento. Foi o primeiro técnico brasileiro a fazer isso e a admitir publicamente que havia feito.

Na entrevista de apresentação, com Marco Polo Del Nero na primeira fila do auditório, revelou que topou o desafio porque teve a garantia de que haverá transparência e democratização no comando da Seleção. Não é pouca coisa para uma entidade que funciona como se fosse irmandade secreta dos cartolas mais longevos do país.

Como contraponto às diatribes de Dunga, que chegou a ranger os dentes como pitbull para um jornalista que o criticara, a postura de Tite deixa claro que a relação com a imprensa será bem mais tranquila e profissional. Nada de melindres pessoais e respostas evasivas.

96c98929-f4b7-48c4-a55d-cbe61dcb469dÉ claro que a situação era festiva e cerimoniosa. Essa disposição para o diálogo franco só será posta à prova nos momentos de dificuldades, quando as perguntas são bem menos simpáticas e os ânimos estão exaltados.

Sobre Neymar, outro ponto interessante e revelador sobre as ideias do novo técnico. Além de indicar que não o vê como capitão definitivo do escrete, deixa claro que o jogador do Barcelona é diferenciado, mas admite que há condições de fazer com que os demais atletas formem um bom selecionado.

Quanto às zangas de Dunga em relação a alguns jogadores, como Marcelo (Real Madrid), é improvável que Tite mantenha a porteira fechada. Vai apostar de verdade naqueles que estiverem atravessando um bom momento. E precisa ser de fato criterioso, pois o Brasil amarga a sexta colocação nas Eliminatórias e precisa reagir imediatamente a fim de evitar a inédita ausência da Copa.

O lado mais espinhoso da gestão de Tite será a convivência com a estrutura jurássica da CBF. Del Nero, a quem o técnico criticou em abaixo-assinado que pedia mudanças no futebol, foi certeiro optando pelo profissional mais recomendado para a função.

Mesmo que não seja do seu agrado, Tite sabe que passa a ser o principal garoto propaganda da CBF e, por tabela, de Del Nero. As coisas funcionam assim e o circo tem que continuar funcionando.

Boa sorte ao novo comandante.

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O novo desafio alviceleste

O Joinville está um ponto abaixo do Papão na tabela de classificação da Série B, mas é dado a aprontar fora de casa. Tem uma das mais fracas artilharias do campeonato (6 gols), mas mantém a segunda melhor defesa, tendo sofrido apenas 9 gols.

É esse JEC meio contraditório que surge no horizonte como novo desafio para o Papão de Gilmar Dal Pozzo. A partida se configura como grande oportunidade para que a equipe paraense confirme a recuperação no torneio.

Os triunfos sobre Avaí e Vasco, principalmente este último, sinalizam para uma mudança de atitude que coincide com a chegada de Dal Pozzo. O time atrapalhado e pouco eficiente de antes agora sabe marcar forte, pressionar o adversário e aproveitar as chances.

A confiança readquirida do torcedor é talvez o principal combustível para a consolidação da arrancada do Papão rumo a posições mais dignas na classificação. Caso vença hoje, poderá fechar a rodada entre os 10 primeiros colocados.

Setor mais sensível do time, o meio-de-campo terá a ausência de Rafael Costa, mas o técnico tem as opções de Celsinho e Rafael Luz para a armação. Nos demais setores, nenhuma mudança, repetindo a escalação que vem desde o confronto com o Avaí.

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Nuvens negras sobre São Januário

O Vasco, que fez fulgurante caminhada ao longo do primeiro semestre, mantendo-se invicto por 34 jogos, começa a experimentar as agruras da crise. A derrota para o Papão no sábado revoltou a torcida em São Januário e fez pipocar o primeiro bombardeio de críticas ao técnico Jorginho, até então inatacável no clube.

A atuação sofrível e a maneira como foi superado pelo representante paraense deixaram expostas as limitações de um time que já era dado como campeão antecipado da Série B. Apesar da ainda tranquila liderança na Série B, não haverá mais sossego para o técnico vascaíno e para Nenê, único ídolo da companhia.

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A façanha histórica de Rei James

Escritas foram feitas para serem quebradas. LeBron James e os Cavaliers conseguiram, pela primeira vez na história da NBA, vencer a série decisiva depois de estarem perdendo por 3 a 1. Foram três atuações impecáveis, dignas do melhor basquete de todos os tempos. Apesar da força do time, uma certeza indiscutível. Sem James, a façanha não seria possível.

(Coluna publicada no Bola desta terça-feira, 21)