Um paraense no topo da literatura brasileira

Transcrevo, com orgulho, comentário do amigo Edyr Augusto Proença há pouco postado no Facebook, acerca de sua inclusão como finalista do Prêmio da APCC (Associação Paulista de Críticos de Arte) pelo romance “Pssica”. A APCC é uma das mais prestigiosas instituições culturais do país e a condição de finalista é extremamente reveladora da importância de Edyr no cenário da literatura brasileira atual. Além de escritor, Edyr é colunista do DIÁRIO DO PARÁ, onde está (a meu convite) desde 2014:

POR EDYR AUGUSTO, no Facebook

Quando estou feliz, toco Beatles para festejar. Específicamente, um disco que na época, com gravações juntadas criminosamente no Brasil, se chamou “Beatles 65”. Eu tinha onze anos de idade e era agosto. Chegamos das férias escolares em Mosqueiro e no nosso quarto, sobre a cama do Edgar Augusto, estava o vinil. Por algum motive, aquele conjunto de músicas firmou a sensação de felicidade. Também ouço nos primeiros dias cinzentos de dezembro, como uma antecipação do natal. Ouço e lembro dos dias felizes em que, nas férias grandes, ficávamos jogados no salão do apartamento do Renascença, sem nada para fazer, ouvindo música.
Estou feliz porque meu livro novo, “Pssica”, é finalista na categoria “Romance”, ao prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte, uma das premiações mais importantes do Brasil. Feliz porque afinal, consegui repercussão nacional do meu trabalho. Sobretudo feliz, porque nada fiz pensando em prêmios, quem sabe um pouquinho em repercussão. Afinal, ninguém escreve e publica para não ser lido. Escrevo para ser feliz. Escrevo porque gosto de criar histórias, personagens. Durante o tempo em que escrevo, sou o mais feliz de todos. Me enamoro pelo trabalho. Escrevo em um horário e após, fico pensando no que virá depois. Encontrei uma Editora que me compreende, gosta de mim e apostou durante vários anos. Encontrei na França outra Editora que pensa o mesmo. E agora se prepara para lançar, ano que vem, “Pssica”, por lá. E então serao quatro livros traduzidos! E mais os dois primeiros no format de livro de bolso.
Estar entre os quatro finalistas é uma honra. Gente de peso. Eu e Alberto Maluf, bem jovem, que me encontrou na Balada Literária e me deu seu livro, somos os azarões. Podemos ganhar, meramente por fazer parte dos finalistas. Mary Del Priore e o grande Raimundo Carrero é que disputam. Mas sair do Pará, onde há mais de vinte anos não há qualquer política cultural de incentive à Literatura e chegar onde cheguei, é motivo de alegria. De felicidade. E depois, é Belém no noticiário. Belém, minha casa, meu chão, com todos os seus problemas e personagens maravilhosos. Agora ouço Beatles, cantarolo, faço segunda voz nas canções, conheço a sequencia. Estou feliz. “I’, so happy when you dance with me”!

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