Faltou respeito

POR GERSON NOGUEIRA

A ideia de que o futebol comporte sentimentos como gratidão ou reconhecimento é, há algum tempo já, letra morta. Não significa que as atitudes dos clubes em relação a seus empregados devam ser frias e pouco transparentes. Pelo grande trabalho executado no Remo durante a temporada, conquistando o Campeonato Paraense e garantindo o acesso à Série C, Cacaio merecia pelo menos um tratamento mais decente.

Não havia necessidade de tanta demora e mistério – que, em bom futebolês, em geral significa enrolação – para definir a situação do técnico. Se não fazia parte dos planos para 2016, os dirigentes deveriam ter deixado isso claro desde o final do Brasileiro da Série D.

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Deviam avisar Cacaio, agradecer pelos bons serviços e desejar boa sorte nos projetos futuros. Tudo conforme o figurino habitual desse tipo de desligamento. Mesmo que a decisão não fosse a mais satisfatória, o treinador certamente entenderia. E o clube ficaria livre do desgaste que o processo todo causou.

Constrangida em ter que despachar Cacaio, a cúpula dirigente do Remo começou um jogo de enganação que só causa mais irritação. Protelaram a reunião para discussão do novo contrato e, quando ela finalmente aconteceu, não houve maior esforço para superar o motivo do impasse: a duração do acordo.

O técnico, com base no que realizou no clube, reivindicou um contrato anual. A Diretoria contrapropôs seis meses e daí não arredou pé. Divergências dessa ordem são absolutamente normais, tanto no futebol como no mundo empresarial. O erro foi não deixar claro que o compromisso entre as partes acabava ali – pagando, é claro, os atrasados devidos ao treinador (em torno de R$ 80 mil, segundo fontes respeitáveis).

Entender que a torcida acolheria na boa a tese galhofeira de que “a imprensa demitiu o técnico”, como declarou ontem o presidente do clube, é acreditar em fadas e no saci pererê. Executivos do futebol precisam aprender a dar entrevistas e a esquecer o tempo em que piadinhas caíam bem diante de microfones, câmeras e gravadores.

A desculpa esfarrapada – e até desrespeitosa – apresentada pelo gestor azulino dá bem a medida da desatualização de grande parte da Diretoria atual do Remo. Em nome do clube, cabia ao seu representante abrir o jogo, explicar os motivos da não renovação com o técnico e fim de papo. Vida que segue.

Empurrar com a barriga, pilheriar ou simples desconversar não resolve o problema de fundo: a forma pouco profissional como o Remo tratou um dos heróis, talvez o mais importante, da bem-sucedida temporada dentro de campo.

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Incerteza quanto ao substituto de Cacaio 

Desde ontem, as especulações dominam o ambiente azulino quanto ao sucessor de Cacaio. A lista de nomes é extensa e cresce a cada minuto. Vai de Josué Teixeira a Marcelo Chamusca, passando por Flávio Araújo, Mazola Jr., Sidney Moraes, Marcelo Veiga e até Lecheva.

De concreto até o momento é que a Diretoria prioriza um treinador que tenha vivência e conheça a fundo o futebol nordestino. O motivo é a configuração do grupo A da Série C 2016, onde o Remo deve ter pela frente nove (ou oito) equipes nordestinas.

Marcelo Chamusca, que seria o preferido dos dirigentes, treinou o Fortaleza e fracassou na tentativa de subir à Série B. Flávio Araújo, muito citado nas últimas horas, tem a fama justificada de campeão de acessos, mas enfrenta resistências pela fraca campanha no Remo em 2013, quando decidiu dois turnos em vantagem e acabou derrotado por Papão e Paragominas.

 

Josué Teixeira (foto acima) foge ao perfil pretendido, embora tenha trabalhado no ABC de Natal nesta temporada. Marcelo Veiga, campeão da Série D com o Botafogo-SP, enfrenta as mesmas restrições sofridas por Araújo. Sidney Moraes (ex-PSC), muito ligado ao gerente Fred Gomes, corre por fora.

Mazola Jr. e Lecheva, mesmo citados, são opções improváveis. Identificado com o Papão, Mazola teve enfrentamento direto com a ex-direção do Remo em 2014. Dificilmente seria aceito pela torcida. Quanto a Lecheva há o desgaste da recusa do convite para treinar o time no Parazão deste ano.

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A incômoda solidão de Neymar

A fase anda tão vasqueira que quando a Seleção de Dunga vence por 3 a 0 logo aparecem alguns afoitos aplaudindo a suposta grande atuação. Menos, menos… Contra o Peru, anteontem, a vitória era previsível contra um adversário que evoluiu muito, mas ainda padece de grande limitação técnica.

Com todos os titulares, inclusive Neymar, o Brasil não podia mesmo se embaraçar com a seleção peruana diante de 45 mil torcedores na Arena Fonte Nova. Pouco acionado e muito marcado, sempre com rispidez, o camisa 10 não brilhou. Douglas Costa apareceu bem mais, com ousadia e intensidade. Fez o gol de abertura, criou as jogadas dos outros dois e ainda mandou um belo chute na trave.

Mesmo com graves problemas de dispersão e apatia no meio-campo, o time produziu o suficiente para fazer os gols e superar o esforçado adversário. Deu pro gasto. Superou inclusive a omissão de Daniel Alves pelo lado direito e o sumiço de Elias na meia-cancha.

Mas a partida não foi inteiramente tranquila. Reservou alguns sustos à atabalhoada defensiva nacional. O primeiro aconteceu logo aos 3 minutos, quando uma bola espirrada para trás foi parar nos pés de Guerrero, que finalizou mal. Outros três sobressaltos ainda ocorreriam quase ao final do jogo. Com Farfan, Guerrero e Reyna, o Peru teve excelentes e seguidas oportunidades para marcar.

Douglas Costa, quase no mesmo nível do que joga no Bayern de Pep Guardiola, foi disparadamente o melhor da partida. Willian veio logo abaixo e Renato Augusto apareceu com algum destaque no segundo tempo. Neymar, sem companheiros que o municiem, fica inteiramente vulnerável aos pontapés adversários, sem conseguir produzir.

Algo precisa ser feito quanto a isso. Por Neymar – e pela Seleção.

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Direto do blog

“Os dirigentes esqueceram que o time só conseguiu as conquistas de 2015 porque o grupo se fechou em torno do Cacaio. Agora vai acontecer a mesma coisa de anos anteriores: traz um técnico de fora, o qual indicará ‘seus’ jogadores, que serão titulares, deixando insatisfeitos os remanescentes do grupo de 2015 e gerando um racha no grupo. Tudo isso fazendo com que o time não renda em campo. Resultado: técnico demitido, jogadores importados dispensados, mais dívidas trabalhistas e o time caindo pelas tabelas”.

Bruno Oliveira, torcedor azulino insatisfeito com a saída de Cacaio. 

(Coluna publicada no Bola desta quinta-feira, 19)

 

47 comentários em “Faltou respeito

  1. Amigos,

    Apesar de achar que os dirigentes do rival pouco queriam a manutenção de Cacaio a frente do elenco azulado.

    Penso que a proposta de seis meses estava de muito bom tamanho para ambos os lados, afinal, Cacaio continuaria sendo uma aposta de risco em uma competição dificílima.

    Penso que Cacaio quis muito mais do que poderia ter, veja, me refiro a ter e não merecer.

    Também penso que um ano de contrato é certeza de boa indenização em caso de demissão, coisa que o Remo deve evitar para não se complicar ainda mais financeiramente (lembrem do Sinomar).

    Logo, o Remo acertou ao propor apenas seis meses, mas errou pela demora em dizer que não ficaria com o técnico quando este recusou a proposta.

    PS.: Só para lembrar, o PSC demorou muito para dispensar Mazola ano passado, que foi o nome do PSC – 2014, e, para piorar, depois ficou num estica e puxa corda para justificar as razões da não manutenção do técnico. O que quero dizer? Gratidão é uma coisa, correr riscos financeiros é outra.

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  2. Ave Cesar, pela primeira vez tenho de concordar com no total com o comentário do amigo Gerson nesta coluna em relação à saída do Cacaio. Agora sim o amigo disse tudo em bom português e alto e bom tom. Mas talvez isso tenha ocorrido porque pelo que dá a entender em um trecho do comentário, imprensa local que tanto dá apoio incondicional ao remoleza recebeu mais uma patada da diretoria azulina como já ocorreu várias vezes, só esse ano 2 vezes, onde parece que a diretoria acusou a imprensa pela saída do Cacaio. vê se Pode??? nada como um dia atrás do outro.

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    1. Nélio, jamais me pautaria por uma outra declaração sem noção deste ou daquele dirigente. Tenho minhas convicções naturais e substanciadas sobre o nosso futebol, sem depender de motivações de momento.

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  3. Quando Cacaio assumiu o rival ele sabia o que poderia acontecer e o que poderia lhe render em caso de sucesso. Se o time não vingasse ele seria o menos culpado uma vez que o clube inteiro estava sem norte. Mas se tudo desse certo, ele iria se valorizar e até especular melhores salários em relação a pífia remuneração que recebeu, se é que recebeu. Mas, mesmo com o título paraense e o acesso, foi nítido ver que o time não passou de um aglomerado de jogadores em campo e vitórias sem convencer ao mais fervoroso torcedor azulino. Logo, o treinador teria certeza que seria carta fora do baralho, mesmo que fosse campeão da quarta divisão.
    Cacaio foi com muita sede ao pote e o que recebeu só ele mesmo pra acreditar que permaneceria a frente do time.

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  4. Esqueci de dar parabéns ao amigo pelo belo comentário feito na coluna sobre a saída do Cacaio, e com belo título: “faltou respeito”

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  5. Sentimentos tem que ser evitado no profissionalismo

    Porém a diretoria do remo perdeu a chance de ser grata e profissional ao mesmo tempo

    Pra mim o cacaio teve todo e qualquer mérito no acesso, com peso menor na matéria conhecimento ou competência, como queiram.

    Por isso está sendo demitido.

    Se eu fosse dirigente do rival ( cruz credo), eu manteria o Cacaio e explico porque

    O Remo depois de 8 anos não começa o ano com o peso de ser pelo menos vice campeão estadual e como vive uma chance de recomeçar, nada melhor seria que economizar com tecnico

    Um tecnico que teria 4 meses pra pelo menos montar um espinha dorsal pro brasileiro

    Mas pelo visto lá pelo baenão tem muita grana.
    E mesmo sem presidente o planejamento já está montado

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  6. Cacaio para a série C só por gratidão. O leão deu sorte em acessar a série C. Agora faltou sinceridade para com o mesmo e se o dirigentes cabeças de bagre ofertaram seis meses, aí não houve ingratidão, mas preponderância do treinador.

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  7. Eis aqui para os senhores bloguistas mais palpites meus CERTEIROS para a temporada 2016.

    1- Ei sofredômeno azul Bruno Oliveira , não te desespera pelo menos nessa temporada 2016, porque na minha opinião não será ainda nessa que virá o revés azulino. Podes crer que nessa temporada teu time poderá até subir para B, mas se não subir fará uma grande campanha nessa temporada na C mesmo com as múmias na diretoria. Porém, depois disso é que o bicho vai pegar, e terás de te preocupar porque o revés será novamente em queda livre. Mas quanto a 2016, não te preocupa porque as múmias farão até o “impossível” para manter a escrita de 2015 e para isso receberão apoio forte de muita gente, inclusive a torcida muito motivada. O teu remoleza também contará com apoio indireto dessa diretoria bicolor, a qual continuará pisando na bola em 2016 onde acho que ralará para manter o time na B 2017 e isso funcionará como mais um incentivo indireto aos remolezas. O problema azulino então será depois Bruno, onde virá novo revés fulminante. se viveres para ver, verás. rsrsrsrsrsrsrsrsr

    2- Infelizmente, acho que em 2016 a Nação Bicolor poderá não ter uma boa temporada com o Papão, a não ser se mudar da água pro vinho a postura, atitude e pensamento dessa diretoria. porque se continuar assim já era. Eu acho que o Maia como presidente bicolor está muito hoje para JOSE LICINHO, ex presidente do remoleza a uns 20 anos atrás, que era cheio de boas intenções no remoleza, mas era só isso porque na hora da atitude pisava na bola. Foi ele que rebaixou o remoelza para a segunda divisão do Parazão, depois fez onda na justiça para voltar pela janela. com ele o remoleza Levou muita peia do Papão, não ganhou nem um título, mas parecido com Maia em 2015, fez grande campanha no brasileiro 2000 com o remoleza. Mas foi só isso e se ele não sai, o remoleza ainda iria padecer muito.

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    1. Nélio já demonstrando mais otimismo na campanha azulina na Série C 2016 (com previsão até de subida à Série B!) do que a maioria dos próprios remistas que frequentam o blog. Interessante.

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  8. Sobre o Cacaio, sobre o Remo, sobre o respectivo desenlace, e sobre as alternativas para substituição, de minha parte, creio que já foi dito quase tudo. A maioria do que ainda resta pendente, não dá pra dizer, pois carece de prova. Do pouquíssimo que ainda dá pra dizer, é preciso enfatizar que nenhum daqueles que são postos como alternativa, salvo o Lecheva, tem capacidade de levar a bom termo um trabalho nas condições administrativas e financeiras em que o Mais Querido se encontra. E, como tão cedo tais condições não serão modificadas, creio que ou o Clube insiste na contratação do Lecheva, ou se prepara para, mais uma vez, passar o atestado de “desadministração”.

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  9. Amigos, penso que o único erro, como venho falando, da diretoria do Remo, foi demorar(enrolar mesmo) na demissão do Cacaio.. Não se deve creditar esse acesso do Remo, apenas ao Cacaio, aliás, ele teve uma pequena parcela nisso, a meu ver… Cacaio, apenas estava como técnico…Como esteve Lúcio Santarém pro São Raimundo, campeão da série D em 2009… Como esteve Andrade pro Fla, campeão brasileiro..Precisamos saber identificar isso….. Remo, não pode cometer o mesmo erro cometido com Aguinaldo, quando aqueles jogadores ganharam o título 100% e os dirigentes à época, o efetivaram como técnico, no brasileiro… Resultado? Remo rebaixado… Quando pensaram em tirar, era tarde demais…

    Sucesso do Remo em 2015, se deve:

    60% ao profissionalismo dos jogadores + união com sua torcida, que bancou seus salários

    30% ao Cacaio

    10% aos novos dirigentes que assumiram, incluindo o Fred Gomes

    Aliás, por onde andam os técnicos, acima citados? Em atividade?

    É a minha opinião

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  10. Antônio,

    Não sou tão desesperançoso com a situação do azulão. Penso que o calendário ajuda muito um planejamento. Apenas penso que o paraense deve ser laboratório para o azulão. Se for com sede de atropelar o PSC, maior do norte, aí se complicará financeiramente para a dificílima série C.

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  11. Amigo Cláudio,

    Penso que o profissionalismo dos jogadores é fruto do trabalho de Cacaio. Dai que, grupo fechado (jogadores e comissão), para mim, seria 80% e 19% Cacaio e 1% dirigentes… Torcida não ganha jogo, por isso não coloquei aqui…rs…

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  12. Esse Nelio é um remista incubado, não to dizendo amigo Gerson? hahahahahahahahahahaha

    Quanto a situação do Cacaio eu não acredito que houve desrespeito, foi oferecido um contrato e o Cacaio não aceitou, paciência vida que segue.

    Eu penso como a maioria dos amigos aqui, o único problema do Remo foi a demora para anunciar que o Cacaio não fazia mais parte dos planos. Talvez essa demora imagino eu tenha sido até para esperar para ver se o Cacaio iria voltar atras e aceitar o contrato inicialmente oferecido o que acabou não ocorrendo.

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  13. Sinceramente Cláudio, querer desmerecer o Cacaio na conquista a série C azulina é acreditar em contas de fadas.

    Cacaio pode ser apenas um motivador? É…
    Cacaio pode sirva para a série C ano que vem? Acho que não.

    Mas dizer que teve apenas 30% de participação disso, é história pra boi dormir…

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  14. Discordo do amigo Lira, me permita.

    Pra mim torcida nao ganha jogo, isso é fato, mas ela ajuda a ganhar

    Logo a torcida do rival ao encher os cofres do clube teve parcela grande neste acesso, sem ela o remo não subiria

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  15. Na verdade, o acesso do rival, sem querer desmerecer, se deu ao fato do operário menosprezar o clube paraense, se joga com seriedade, como fez o botinha de marcelo veiga, a história seria outra.

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  16. Pena que a imprensa só faz criticas aos dirigentes, quando estes não estão mais presentes…Deveriam fazer na lata…Ou ao invés de gastar uma boa parte das entrevistas fazendo elogios rasgados, aproveitar melhor esse tempo, fazendo perguntas que eles não gostam de responder, tipo…Sobre roubos, sobre venda de jogador por 700 mil e o jogador continua no clube, sobre prestação de contas, sobre presidente de clube ir na CBF pedir adiantamento de verba, e ao mesmo tempo dizer que está tudo em dia e etc…É por isso que certos dirigentes dão respostas desaforadas…E outros nem isso…Simplesmente proíbem entrevista de jogadores e até de médico…E o Dado ainda não rodou, porque deve ter feito um contrato mais longo do que dizem por aí…E pra mandar embora…Tem que indenizar antes…E pra isso, precisa de dinheiro…Mas dinheiro tá sobrando lá, não é?…kkkkk

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  17. Negativo Édson, o acesso se deu ao encaixe do sistema defensivo com 3 zagueiros, com Henrique, Max e Ciro Sena. Sem falar do Ilailson, Chicão e Matheos Muller que foram bem seguros contra o Operário-PR.

    Não existe isso de Operário menosprezar…

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  18. Amigo Celira,
    Como nenhum dos xarás comentou até agora neste post, creio que o seu comentário que fala em “azulão”, se refere ao realista comentário que fiz sobre a gestão azulina e as opções que se especulam existir para novo treinador.

    Pois bem, reitero que sem um técnico que em circunstâncias desfavoráveis administrativas e financeiras seja capaz de mobilizar o ânimo dos jogadores e com isso extrair o melhor de cada um, mesmo dos mais limitados tecnicamente, como o são Cacaio e o Lecheva, ao Clube do Remo só resta o vexame da “desadministração”, que já ficou provado que é tanto, que não se mostou nem ao menos capaz de guardar em segurança o produto do suado esforço dos torcedores, jogadores, Comissão técnica e demais funcionários. E nesse sentido, quanto maior o calendário, maior o tempo para se endividar e aumentar as dificuldades e os riscos de perda do patrimônio do clube.

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  19. Isto é sério, Olhem só: falando em torcida, enquanto uns aqui em Belém ficam discutindo grandeza de torcida, falando merreca, bobagem, lá pelas bandas do Piauí onde costuma-se dizer que o futebol “faliu. é amador, só tem time de pelada, lá não tem torcida igual em Belém’, eu soube que o River colocou 42 mil pessoas no Albertão no último jogo e tem uma das maiores médias dessa quarta divisão e está sendo elogiado em todo o Brasil. Mas o elogio não é propriamente ao River mas é à torcida piauiense em geral que num estádio super lotado com 42 mil pessoas, o árbitro de forma inédita, se emocionou com aquela torcida e elogiou em súmula o comportamento da torcida do piauiense por não ter tido um só incidente dentro do estádio e dizem que fora também a tranquilidade imperou. Os piauienses deram aula de educação e segurança pelo visto e olhem que o River perdeu o título. Eu como sou honesto nas minhas declarações digo que essa torcida sim é invejável, e não muitas que se gabam e são exaltadas pela imprensa por essas bandas daqui. Outro dado interessante desse jogo é que no Piauí onde pessoas daqui de Belém em geral (imprensa, dirigentes, torcida etc) dizem que no Piauí não tem torcedores nem clube de massa, certo??? , mas notem que lá o governo, a justiça, as autoridades de segurança liberam o estádio para 45 mil torcedores, super lotou, sem um incidente, mesmo time perdendo. já aqui em Belém onde dizem que somos maiorais em torcida, temos times de massa, as autoridades acham de limitar o acesso dos torcedores e de forma ridícula reduzir em 10 mil a capacidade do estádio dizendo medida de segurança. O pior de tudo é que com qualquer público grande ou pequeno, aqui os incidentes são comuns, as desordens imensas e os vândalos fazem a festa. Será que o Pará está virando terra de ninguém mesmo??tudo isso sim deve ser debatido.

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  20. Esqueceram de que o Remo não tinha mais esperanças de ganhar o turno, de que os dirigentes desapareceram, de que os jogadores estavam sem receber. Cacaio agregou, se não fosse ele, chamando a responsabilidade os atletas, confiando na torcida, hoje não estaríamos na série C.

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  21. É preciso entender algumas coisas antes de detonar o Cacaio. O time do Remo foi, até o apito final do jogo contra o Botafogo-SP, um time de série D. Isso significa, orçamento de série D, preparação física de série D, alimentação, transportes, distâncias, transmissão, investimentos e adversários de série D. E também um técnico de série D, Cacaio. E por que Cacaio era técnico de série D? Por que ainda não tem um currículo de um Flávio Araújo ou de um Marcelo Veiga, ou de tantos outros “reis” do acesso. A Cacaio faltam a experiência e a rodagem que podem levá-lo a ter mais e mais acessos no currículo. Digo isso porque o campeonato da série D continuou após às quartas de final. A partir de então, o Remo tem, para 2016, um orçamento de série C, preparação física de série C, alimentação, transportes, distâncias, transmissão, investimentos e adversários de série C.

    Mas isso tudo, mantendo boa parte do mesmo elenco. E, penso, que mantendo Cacaio, agora, um técnico de série C. Cacaio subiu junto com o Remo. Acreditem ou não. Ao conseguir o acesso, os jogadores provaram que são capazes de estar na série C. E Cacaio também. É claro que é preciso pensar em reforços, em ajustes e em variação tática, mas isso é possível apenas com um elenco mais diferenciado tecnicamente. Os mesmos jogadores da série D que permanecerão, com investimento e orientação adequados ao campeonato da série C, serão jogadores de série C. O treinador, com recursos compatíveis com a série C, será um treinador de série C.

    O que se mostrou neste ano, com o financiamento feito pela torcida, é que com a aplicação feita corretamente é possível ter o retorno desejado. Mas é necessário investir nos valores do próprio esporte, esquecidos pelos que o exploram.

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  22. Eu não tenho bola de cristal mas para dar palpites eu sou bom porque diferente dos fenômenos e os da vovó da vida, eu não entro aqui só falar besteiras ou coisa sem sentido. Quase tudo que falo ou dou palpite tem base em concretos que existem ou existiram no futebol, mesmo que sejam sarro, daí faço as comparações, as projeções e por isso quase sempre acerto palpites seja de qualquer assunto ou time. Agora mudando de assunto e voltando a tema da coluna eu fico cada vez mais impressionado com a injustiça ao Cacaio feita pelos dirigentes remistas, mas também alguns continuam cometendo injustiça ao homem aqui no blog dizendo que o mérito dele foi apenas 30% pela alavancada azulina. Pelo amor de Deus, quanta injustiça!!! Cacaio dentro de campo, e Minowa fora nos bastidores e na diretoria operaram milagre nesse time azulino em pouco mais de 8 meses. Égua!! quem viu esse time no início do ano, com Pirão e Cia do treinador Ze te adoro e está vendo hoje após as vindas de Cacaio e Minowa, não acredita nessa mudança de água pro vinho. Já tem gente sonhando até com primeira divisão lá pelo remoleza. Isto no início do ano era coisa de outro planeta para os azulinos. EU NEM SEI MAIS DIZER SE AS PESSOAS SÃO MUITO INGRATAS OU O FUTEBOL É UM ESPORTE MUITO INGRATO. Eu fiz esta inserção porque com Tourinho no Papão fizeram o mesmo, o cara é o mais vitorioso do Norte, mas foi excluído até do quadro de beneméritos do Papão. putz

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  23. Manoel Ribeiro passou a bola e Gerson não quis receber. Nos tempos felizmente já idos da ‘Redentora’ ele dava bolada, como fez covardemente com o notável narrador Jaime Bastos. E faria com quem mais viesse questionar aonde estava o dinheiro da venda de Alcino, Bira, Marinho, Rosemiro, Cuca e quem mais rendeu caraminguás que deveriam ir para os cofres do clube.
    Hoje, quando o país felizmente respira os ares da democracia, o tal almirante de batalhas navais travadas em copos(descartáveis) com água comporta-se como o boquirroto sargento Getúlio, de Ubaldo Ribeiro. Nos estertores do Estado Novo, deram ao sargento a missão de levar um preso político lá das Alagoas até Sergipe. Derrubado o regime, ignorou a contra ordem de soltar o preso, optando por morrer a não levar a cabo a missão que a truculência do regime lhe havia delegado.
    No caso do boquirroto “almirante”, a missão de conspurcar a histórica eleição democrática realizada no Remo parece ter sido auto delegada. Assim como parece ser essa patética condução dos destinos do clube. Preocupante!

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  24. Rapaz, eu acho é graça, ainda tem gente falando mal do Cacaio é? Não esquece q ele foi campeão, subiu o Remo e ainda despachou a mucura pro quinto dos infernos 4 vezes! E não vem dizer q é mentira! Engole q é melhor do q ficar falando merda do Cacaio!

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  25. Voces não entenderam o espirito da coisa…Pra essas raposas velhas, quanto pior melhor…Mandando o técnico embora e a maior parte do time que já estava entrosado…Vai justificar a contração de técnicos e jogadores tão velhos quanto eles, caros, e que no final das contas, além de não render o esperado (que na verdade é o que eles esperam), vai justificar a contratação de outros técnicos e jogadores…Daí demitem essa gente, eles entram na justiça e começa tudo de novo…Adivinha quem vai lucrar com isso além dos técnicos e dos jogadores?…Um doce pra quem acertar

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  26. Amigo Lopes, o Mais Querido não terá um orçamento de série C. No máximo, o Leão de Antonio Baena, terá demanda financeira, despesa de série C. Mas, as receitas serão as mesmas da série D, ou até mais deprimidas, tendo em vista o roubo dos 423 mil reais, e demais comprometimentos, inclusive decorrentes dos anunciados acordos trabalhistas. Quer dizer, a partir daí, qualquer outra pretensão, seja no que respeita a treinador ou jogador, deve ser limitada pela “responsabilidade fiscal”. Assim, o que se impõe é o pé no chão, a criatividade, a credibilidade para conservar e aplicar tão os parcos recursos que direta ou indiretamente a torcida, e só ela, vai conseguir disponibilizar.

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  27. Mas ninguém vai sair em defesa do Samuel?…Poxa, que ingratidão…O coitado não merece nem uma linha sobre a vergonhosa maneira como ele foi demitido…E tem gente que se preocupa mais como o técnico do outro clube foi demitido, do que com o seu…Vai entender?…kkk

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  28. Pelo que constatei vendo jogos do sub-20 do Bicola, a demissão de Samuel demorou muito. Era omisso, principalmente naquele quesito mais importante nessa situação: refrear os impulsos excessivamente personalistas daqueles que teimam em olvidar que o futebol é u esporte coletivo e colocam os esforços dos companheiros a serviço de individualismos toscos, improdutivos e prejudiciais ao clube. Foi tarde!

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  29. Oliveira, sobre cobrar pelas transmissões radiofônicas que voce citou em outro post, vou repetir aqui o comentário que fiz sobre isso, mas não sabia que era voce, já que apareceu como Anonimo o seu nick…Antonio, se for pra cobrar pelas transmissões ao vivo de TV’s locais, eu concordo com voce, até porque alguns torcedores vão preferir ficar em casa, e isso tem que ser compensado…Já sobre cobrar das rádios, eu não sei se seria viável, pois são poucas as rádios que tem condição de pagar por isso…E se voce pensar bem, já imaginou se fosse o contrário? Se as rádios cobrassem pela divulgação diária sobre os nossos clubes e os jogos?… Mas tudo é valido…Basta os homens conversarem e verem uma maneira de fazer isso, sem prejudicar nenhum dos lados interessados.

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    1. Há um aspecto a considerar, sem entrar no mérito da sugestão do amigo Oliveira. As emissoras de rádio e jornal do grupo RBA já trabalham em parceria com os clubes. Ações de marketing, avisos, editais, atas e anúncios institucionais são publicados religiosamente nas rádios e no DIÁRIO. Não há um acordo comercial, mas há um sentido de colaboração que vem sendo mantido há anos. Pode ser um caminho para ajustar interesses, sem prejuízos maiores para os dois lados. Quanto a cobrar por transmissões no rádio já houve uma tentativa no Paraná, feita pelo Atlético-PR, com resultados desastrosos para o clube. As emissoras não tinham como pagar a cota exigida e o clube perdeu divulgação gratuita na programação esportiva radiofônica.

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  30. Cacaio foi fundamental na conquistar do Parazão Vice CV 2 jogos contra o CAP aonde jogou melhor os 2 jogos tanto em Belém como no Parana é Subiu pra Série C Cacaio que animou os Jogadores é fizeram um Pacto no Parazão sendo Campeão é chegando na final da Copa Verde os dirigentes sumiram Cacaio que teve que segurar a bomba assim o Claudio Santos falou não era bom o Lecheva era o preferido não aceitou o Cacaio aceitou tai o resultado ainda vem falar quer ele teve 30% com todo o respeito isso não e verdade

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  31. Prezados Gerson e Fenômeno, tá vendo só, minha sugestão nem sequer traduz uma ideia original. Já há até uma incipiência de operações bilaterais que podem envolver os interesses dos Clubes e emissoras. Soube mesmo de alguma coisa mal sucedida relativa ao Paraná. Mas a informação que eu tinha era que o malogro decorreu de uma decisão judicial contrária aos interesses do Atlético. Bom, mas se fosse o caso, o valor a cobrar mereceria um estudo de viabilidade para ser fixado de modo a que pudesse caber nas possibilidades das emissoras, as quais, aliás, não são assim tão modestas. Afinal, duas delas integram portentosos conglomerados de comunicação. Deveras, poderia ser um valor por jogo, ou um pacote anual ou por competição. Sei lá, alguma coisa poderia ser feita, nem que fosse im estudo para avaliar a viabilidade.

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    1. É preciso não esquecer apenas um detalhe: o futebol é uma manifestação popular de natureza pública, apesar de envolver associações particulares. Eventos esportivos podem ser divulgados jornalisticamente, independentemente de qualquer acordo prévio. Quanto à transmissão de TV, entendo como correta a cobrança pelos direitos de imagem. Já em relação ao rádio, o primo pobre da comunicação e ao mesmo tempo o grande motor que fomenta o interesse da torcida, avalio que a situação precisa ser muito bem avaliada.

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  32. O Maia precisa respeitar lendas como Agripino Furtado por exemplo, vê-lo com um microfone fora da curuzú me doeu a alma.

    Torcedor não pode assistir treino, mas deixam uns apaniguados até noivarem lá

    O Paysandu é do povo, o mais querido , mais amado clube do Pará.

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  33. Aqui nós já tivemos exemplos de dirigentes que assinaram contrato pra transmissão de jogos ao vivo pela TV Cultura, e que depois se arrependeram…Foi o caso do LOP, que barrou os profissionais que iriam transmitir um jogo…E só conseguiram transmitir, depois de chamar a polícia…O pior de tudo foi a alegação dele…Disse que assinou sem ler…kkkk…Ele achou que a TV tava pagando aquele valor por causa dos lindos olhos azuis dele…kkkkkkk

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    1. São essas distorções de comportamento que geram apreensão. Dirigentes despreparados, que confundem gestão com paixão, costumam ser extremamente atrabiliários, apelando para represálias ao menor descontentamento. Temos visto isso há anos, dos dois lados – refiro-me aos clubes mais populares, Leão e Papão.

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  34. Amigo Gerson, pode crer que não olvido o detalhe que você registra, inclusive, por isso mesmo deixei bem clara, em comentário anterior, a garantia da cobertura jornalística do futebol, com a presença dos profissionais no estádio, seja nos treinos, seja nos jogos, com seus programas específicos antes e depois dos jogos, entrevistas coletivas, individuais, mesas redondas especializadas, inserções durante a programação geral, programas especializados de madrugada, de manhã, na hora do almoço, à tarde e à noite, mais ou menos como faz a Clube todos os dias, o ano inteiro, mesmo nas férias dos jogadores, quando não há competições, nem amistosas. Cobertura integral que gera efeitos quadrilaterais financeiramente nada desprezíveis, na medida que atende aos interesses da emissora, das entidades ligadas ao futebol, dos anunciantes, tudo sob a âncora do interesse do torcedor que é permanentemente estimulado para o consumo do produto. Bom, isso é uma coisa.

    Outra coisa é a exploração comercial do evento realizado pelo clube com muitos custos e despesas, mediante a transmissão radiofônica. Esse é um plus onde a emissora ganha e o clube, o titular do evento passa batido, sendo certo lembrar que se o rádio é o primo pobre, o clube, de um modo geral, nomeadamente o radicado em terras paraenses, não vive situação financeira que se possa dizer melhor. Antes, muito pelo contrário, eis que as emissoras, ou, ao menos seus departamentos de esporte, desfrutam de muitíssimo profissionalizadas administrações.

    Isto é, estamos mesmo diante de uma situação que realmente precisa ser muito bem avaliada.

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    1. Ok, amigo Oliveira. Mas ao fazer comparação entre o profissionalismo das emissoras e o semi-amadorismo dos clubes você não está sendo justo com as rádios, pois elas fazem buscam o caminho adequado aos novos tempos – ao contrário da maioria das agremiações. Não vejo isso como um item comparativo, mas como constatação de que são realidades empresariais diferentes atuando no mesmo ramo. Não é monetizando a relação que iremos alavancar o crescimento do futebol.

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  35. Bom, o que considero mais preocupante neste fim de ano azulino é que com o assalto à sede e a dispensa de Cacaio, o torcedor, até então financiador do clube pelo sócio-torcedor, descreia do clube e abandone o programa. Assim como houve adesão massiva nos últimos tempos, consolidada e explicada pela empatia do torcedor com o elenco e a comissão técnica, pode haver debandada em massa do torcedor associado ao programa por causa dos desmandos e desatinos dos dirigentes remistas logo no final da temporada. Desconfio que ao menor sinal de insucesso na próxima temporada, o programa deve decair e, com ele, a receita. Os dirigentes precisam entender que precisam mais que nunca de credibilidade e que já começaram muito mal o planejamento de 2016. Ainda há tempo de corrigir os desvios observados e trazer Cacaio de volta ao Baenão, assim como manter uma base do time para o ano que vem. Orçamento e investimentos no elenco dependem dessa relação com o principal cliente do clube, o torcedor.

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    1. Penso da mesma forma, amigo Lopes. Acho que a credibilidade é item fundamental hoje na relação entre gestores e comunidade do clube. Sem confiar no mandatário, a torcida jamais vai se empenhar em contribuir (ST e bilheterias), tendendo a se afastar. Neste aspecto, o Remo estranhamente vira as costas para a grande contribuição institucional representada pela adoção das eleições diretas.

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  36. Amigo Gerson, ao contrário, a comparação laborada em meu comentário faz plena justiça às emissoras, na medida em que reconhece e louva o elevado nível profissional com que o jornalismo futebolístico empreende suas atividades.

    Noutro giro, quer me parecer, na espécie, que não obstante diferentes, as realidades são comparáveis, pois têm um ponto comum: o futebol como fonte de financiamento da própria subsistência. Logo, não se pode monetizar uma relação que já é monetizada por natureza.

    Na realidade, a relação que inegavelmente existe entre clubes e emissoras é simbiótica mutualista. Assim, cumpre promover o equilíbrio tanto da produção, quanto o consumo da energia vital, de molde a garantir a sustentabilidade da relação.

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  37. Amigo Lopes, credibilidade dos clubes de futebol, mais exatamente das gestões dos clubes de futebol, mais exatamente das gestões do clube do Remo: lembro que girou em torno desta temática meu primeiro comentário aqui no blog lá pelos idos de 2009. Já faz tanto tempo, mas tudo segue na mesma.

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