Remo x Cuiabá (comentários online)

Copa Verde 2015 – final (primeiro jogo)

Remo x Cuiabá – estádio Jornalista Edgard Proença, às 19h40

Rádio Clube _ IBOPE_ Segunda a Sexta _ Tabloide

Na Rádio Clube, Valmir Rodrigues narra; Gerson Nogueira comenta. Reportagens – Paulo Caxiado, Valdo Sousa, Paulo Fernando. Banco de Informações – Fábio Scerni

Muito mais que um jogo

POR GERSON NOGUEIRA

Dez anos depois, o Remo chega à final de uma competição interestadual importante. A última vez em que isso ocorreu foi em 2005, no Campeonato Brasileiro da Série C. Na ocasião, participou de uma decisão em quadrangular que envolvia América-RN, Novo Hamburgo e Ipatinga, saindo vencedor no final.

Quando se passa uma década sem que uma agremiação centenária e de tanta tradição dispute o título de competição relevante surgem, naturalmente, alguns questionamentos. O que aconteceu nesse período? Por que o clube não se estruturou para buscar grandes vitórias e por que se acostumou com o jejum de títulos?

Uma explicação responde a todas essas perguntas. Ao longo de boa parte dessa década perdida o Remo mergulhou em gestões malfadadas e incompetentes, algumas até criminosas, sofrendo duramente as consequências disso.

unnamed (70)Foi uma década de grandes prejuízos, pouquíssimos momentos para festas. O clube perdeu prestígio junto à elite do futebol brasileiro, ficou sem divisão e também sem dinheiro. Perdeu até o respeito das equipes emergentes dentro e fora do Pará. Só sobreviveu mesmo pela força de sua torcida, uma das mais apaixonadas do país.

Esse rápido inventário serve para ressaltar o extremo valor que a Copa Verde tem hoje para o Remo. Não apenas pelo simbolismo que envolve uma eventual conquista, mas pelo resgate da imagem do clube e da autoestima do torcedor.

O fato adicional de a vaga de finalista ter sido conquistada em cima do Papão é um combustível a mais a empolgar os azulinos. Vale sempre lembrar que os 10 anos de fila adquirem uma carga ainda mais negativa se comparados à caminhada do tradicional rival, que neste período se impôs, conquistou mais títulos e se manteve nas divisões nacionais, apesar de alguns erros no percurso.

Vencer a Copa Verde é para os azulinos um passo fundamental para deixar para trás a era das vacas magras. Pelo menos é assim que a torcida vê as coisas. Os dirigentes nem sempre mostraram grande entusiasmo. Houve um deles que afirmou, logo depois da derrota para o Papão no primeiro jogo da semifinal, que o torneio não tinha maior importância e não era prioridade. Certamente mudou de ideia nos últimos dias diante do entusiasmo que toma conta de todos no clube.

Disciplina tática e comprometimento

No Re-Pa que decidiu o returno do Parazão, Cacaio manteve a ofensividade do time escalando dois meias e dois atacantes. Em alguns momentos da partida, chegou a ter cinco jogadores na frente – um verdadeiro recorde nestes tempos de devoção à cautela tática. O próprio Papão entrou com três volantes e apenas um armador (Carlinhos), só alterando sua configuração ofensiva quando teve que correr em busca do empate.

Desde que Cacaio assumiu o comando, o Remo passou a jogar sempre com dois volantes, normalmente Dadá e Ilaílson. Contra o Papão, usou o jovem Ameixa e deslocou Ilaílson para a lateral-direita. Para hoje, não poderá contar com Dadá, suspenso. Com isso, o setor de marcação deverá ter Ilaílson e Ameixa, com Ratinho e Eduardo Ramos na armação. Para o ataque, o mais provável é que Bismarck seja mesmo o companheiro de Rafael Paty.

O Remo vem jogando assim há menos de um mês e está invicto desde o clássico que abriu a semifinal da Copa Verde. Os jogadores assimilaram rapidamente as orientações de Cacaio. Os resultados (mesmo aqueles improváveis) aconteceram e reforçaram o elo. Além da obediência ao esquema traçado, todos se empenham na marcação. O principal diferencial do time tem sido esse comprometimento. Não há de ser diferente hoje à noite contra o Cuiabá.

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Camisa 10: a prioridade no Papão

A dupla eliminação, no Parazão e na Copa Verde, só teve um aspecto a ser comemorado na Curuzu: antecipar os preparativos para o Brasileiro da Série B. O time ficou livre para treinar e pensar exclusivamente na competição mais importante da temporada.

Como consequência natural do insucesso nas duas competições, o elenco foi submetido a uma rigorosa avaliação individual de rendimento. Atletas foram desligados e outros ainda poderão sair. Até o momento, nenhuma surpresa na lista. As dispensas têm seguido um critério justo: só fica quem mostrou qualidades.

Por outro lado, cresce a preocupação com os reforços. Os setores de defesa e marcação têm sido mais contemplados até aqui, com Gualberto, João Lucas, Fahel e Gilson.

Para o ataque, por enquanto, nenhum novo nome garantido. E para cuidar da criação a equipe continua a depender de Rogerinho e Carlinhos. Ambos, ao longo deste primeiro quadrimestre, não deram a confiabilidade necessária ao setor. Dado Cavalcanti continua precisando de um bom camisa 10 para encarar a maratona da Série B.

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O adeus do homem que calou o Maraca

Não foi só Obdúlio Varela. Outro negro também fez o Maracanã silenciar. Valmir Louruz vai ficar com o nome eternizado no futebol pela façanha de calar quase 100 mil alvinegros no Maracanã, em 1999, por ocasião da final da Copa do Brasil entre Botafogo e Juventude.

Depois de vencer em Caxias do Sul, ele foi ao Rio disposto a segurar o empate. E fez isso com rara competência. Bebeto, Rodrigo e outros bons atacantes do Fogão não conseguiram furar o bloqueio montado por Louruz e o Juventude festejou o título no então “maior do mundo”.

No futebol paraense, Louruz treinou a Tuna (1996) e o Papão (1997). Dirigiu outros times de porte médio em todo o Brasil e trabalhou ainda no futebol árabe e no Japão. Vivia em Porto Alegre, era discreto e jamais teve grandes preocupações com marketing. Morreu ontem, aos 71 anos.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quinta-feira, 30)

Meia paulista é o novo reforço bicolor

20150430_153655destaqueA diretoria do Paissandu anunciou em seu site oficial uma nova contratação para a Série B. O reforço é Carlos Alberto, meia paulista de 27 anos, que teve passagens pelo Luverdense, Corinthians, Atlético-PR, Portuguesa e Santa Cruz. O meia falou aos torcedores: “Estou muito feliz em ter essa oportunidade de mostrar o meu trabalho aqui no Paysandu. Agora tenho esta grande chance na minha carreira, que eu quero agarrar com todas as forças”, disse o jogador.

Carlos Alberto disse também que a torcida pode esperar muita vontade e garra para vencer. “Eu costumo dizer que não gosto de perder nem no rachão, então o torcedor bicolor pode esperar de mim um cara que vai estar sempre batalhando dentro de capo em busca da vitória. Sou voluntarioso e gosto também de atacar. Espero muito que o torcedor nos apoie nessa campanha que vamos fazer na Série B”.

O atleta será submetido a exames médicos e físicos no estádio da Curuzu, sob a supervisão dos departamentos Médico e de Fisiologia do clube, e será apresentado oficialmente à imprensa neste sábado (02).

PM do Paraná agride professores em greve

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Professores e servidores que estão hoje (29) na Assembleia Legislativa para acompanhar a votação de alterações na previdência do funcionalismo foram brutalmente agredidos pela Polícia Militar do governador Beto Richa (PSDB).

De acordo com o jornal paranaense Gazeta do Povo, que cobre os conflitos in loco, mais de 130 manifestantes estão feridos e oito encontram-se em estado grave. O SAMU divulgou que o número total de feridos é de 150 pessoas. Os que apresentam estado mais grave foram encaminhados para o hospital Cajuru, um deles com traumatismo craniano.

Foram utilizados blindados, bombas, balas de borracha, cães treinados e até um helicóptero para coibir os servidores. Um veículo do Batalhão de Fronteira do Paraná, que atua a 600km de Curitiba, foi deslocado para reforçar o cerco à Assembleia Legislativa.

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Diversos feridos estão sendo atendidos no meio da rua. O prédio da Prefeitura de Curitiba foi transformado em uma espécie de ambulatório para dar suporte aos atendimentos.

O gás lacrimogênio utilizado pela PM acabou entrando em um dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI) do Centro Cívico. Os pais foram buscar as crianças. Segundo o diretor, os alunos ficaram muito assustadas.

As ambulâncias não foram suficientes e equipes da Guarda Municipal foram acionadas para ajudar no deslocamento dos manifestantes feridos. O prefeito Gustavo Fruet (PDT) disse que até o momento houve 34 pessoas encaminhadas ao hospital e que a ação do governo do estado tem um grau violência desnecessário. “Há dias a prefeitura vem alertando da desproporcionalidade da força.”

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O comandante da Polícia Militar e a Secretaria de Segurança Pública afirmam policiais também ficaram feridos.

Guerra

O deputado federal Enio Verri disse que o cenário é devastador e fugiu do controle. “É uma atitude truculenta e absurda, ultrapassada, parece o Brasil do século 19. São trabalhadores organizados fazendo uma mobilização não para conquistar direitos, mas para não perdê-los. Eles (governo) não têm diálogo nenhum com o setor público e ainda por cima mandam colocar a polícia”, afirmou.

ParanaPrevidência

Os servidores públicos protestam contra o projeto de lei que promove mudanças no custeio do Regime Próprio da Previdência Social dos servidores estaduais – ParanaPrevidência.

O projeto foi aprovado em primeiro turno na sessão na tarde de terça-feira com 31 votos favoráveis e 20 contrários. O projeto de lei muda a fonte de pagamento de mais de 30 mil beneficiários para o Fundo Previdenciário.

Com isso, o governo deixa de pagar sozinho essas aposentadorias e a divide a conta com os próprios servidores, já que o fundo é composto por recursos do Executivo e do funcionalismo.

(Atualização | 18H20) – Mesmo com a greve e a pressão dos professores na porta da Assembleia Legislativa do Paraná, o projeto que propõe mudanças na Paranáprevidência foi aprovado pelos deputados estaduais. O governador Beto Richa (PSDB) tem maioria governista na casa.

Atacante do Dourado mostra otimismo para a final

Nesta quinta-feira, às 19h40, no estádio Mangueirão, Remo e Cuiabá começam a decidir a Copa Verde. O vencedor da competição nacional garante vaga na Copa Sul-Americana de 2016. O segundo duelo entre as equipes acontecerá no dia 07 de maio, às 22h, na Arena Pantanal.

unnamedPor valer vaga numa competição internacional, esses duelos diante do Remo estão sendo encarados como os mais importantes da história do Cuiabá, clube fundado em 2001. Em virtude disso, a concentração será total nesses compromissos. É o que garante o atacante Felipe Alves (foto). “O título da Copa Verde será de muita importância para nós jogadores e comissão técnica. É a primeira vez que o clube chega à final dessa competição. Sabemos de tudo que passamos para estar aqui. O Remo é uma grande equipe. Então, não pode ter erros, afinal é uma decisão”, declarou o camisa 11 do Cuiabá.

Até então, o Cuiabá está invicto na Copa Verde. Foram seis jogos com quatro vitórias e dois empates. Presente em todas as partidas da equipe mato-grossense na competição nacional, Felipe Alves enaltece a campanha e qualidade do time treinador por Fernando Marchiori. “Sabemos da nossa qualidade e se estamos invictos na Copa Verde é porque nossa equipe é bem postada taticamente e tem um entrosamento bom. Acho que se trata de uma equipe sempre ligada, que não dá vacilo e que tem um bom aproveitamento nas finalizações”, opinou o atacante titular do Cuiabá.

Dewson será o árbitro de Remo x Independente

O árbitro Dewson Freitas (Fifa-PA) apita a decisão do Campeonato Paraense neste domingo, 03, entre Remo x Independente. Ele foi escolhido em sorteio realizado na tarde desta quarta-feira, na sede da FPF. Terá como assistentes José Ricardo Coimbra e Luiz Diego Nascimento Lopes. O quarto árbitro será Andrey da Silva e Silva e o quinto, Olivaldo Moraes. (Com informações da Rádio Clube do Pará)

Uma história de queda e transformação

POR CLAUDIA GIUDICE

11 horas da manhã do dia 13 de agosto de 2014. Não era sexta-feira, mas pareceu ser. Eu estava sentada na plateia do Fórum Exame Brasil 2020, no Hotel Unique, em São Paulo. Aguardava a palestra do candidato à presidência da República pelo PSB, Eduardo Campos, marcada para as 12h10. Com a brochura do evento na mão, passou um flash pela minha mente. O que faço se perder o emprego?

Era uma premonição. Mas eu ainda não sabia disso.

Screen-Shot-2015-04-28-at-7.49.14-PM-980x529Comecei a escrever num caderno em branco enquanto o Eduardo Giannetti da Fonseca falava. Na primeira página, as minhas receitas: alugueis de imóveis, pró-labore da minha pousada na Bahia, pensão do meu filho, investimentos e indenização. Na folha seguinte os custos fixos: escola e inglês do meu filho, clube, plano de saúde, ajuda de custo para meus pais, salário da Maria, salário da faxineira, internet, Netflix, luz, gás, condomínio, IPTU, alimentação, terapia, gasolina, IPVA, viagens.

Na folha seguinte, a conta de padaria mostrava que ia faltar dinheiro. Comecei a cortar. E numa outra folha listei alguns desejos: 1. Doutorado na USP, 2. Projeto Professora, 3. Projeto Consultoria, 4. Projeto Escritora, 5. Projeto Comunicação e 6. Projeto Aldeia Hippie.

Não fui adiante na lista de projetos porque um zunzunzum tomou conta da sala. Um avião havia caído em Santos. Um post na rede social dizia que Eduardo Campos estava a bordo. Fechei o caderno e lembrei que um dia eu fora repórter. Comecei a apurar. Liguei para amigos que faziam a campanha dele. Era verdade.

Soube depois que Eduardo havia desistido de participar do Fórum. Mudou de roteiro e escolheu viajar de avião para ao litoral paulista. Saí do evento abalada com sua morte e voltei para o escritório, na Marginal Pinheiros, em São Paulo. Era diretora de uma grande unidade de negócios na maior editora do país. Tinha muito serviço me esperando e esqueci a premonição, que ficou anotada à caneta no caderninho.

11 horas da manhã de 25 de agosto de 2014. Doze dias depois. Estava na minha mesa. Era o dia D na empresa. Sabia que muitas pessoas seriam demitidas. Havia falado com minha chefe e ela estava tranquila. Tinha estado com um acionista e com o presidente. Feedbacks positivos. Toca o telefone. O presidente executivo, que assumira há pouco tempo, e fora meu par dois anos antes, queria falar comigo. Subi, entrei em sua sala sorrindo e ouvi o que ele tinha a me dizer: Claudia, você está sendo demitida.

Consegui manter o sorriso no rosto, acho. E apenas perguntei: Onde eu assino?

Saí da sala com a folha assinada na mão. Tremia junto com ela. Fui direto falar com minha chefe. Perguntar por que ela não me demitiu. Fui demitida, eu disse. Eu também, ela respondeu. Eu, pelo presidente executivo. Minha chefe pelo chefe dele, como mandava a etiqueta hierárquica.

Desci para o meu andar, reuni as redações num canto – naquele momento eu respondia por 24 marcas e liderava mais de 200 pessoas – e dei a notícia para todos de uma só vez para evitar que o falatório ficasse ainda maior. Um discurso rápido. Agradeci a todos e fui cuidar da burocracia. Meu desejo era ir embora dali o mais rápido possível. Sentia alívio, porque estava vivendo sob enorme pressão já há muitos meses. No ano anterior, não havia entregue o resultado prometido, pela primeira vez em 10 anos ocupando em cargos de direção – eu estava na profissão há 30 anos e na empresa desde 1990, com uma breve interrupção. Naquele duro ano de 2014, o cenário era ainda pior. Depois de oito meses de trabalho intenso, acumulávamos perdas e mais perdas. Era boa a sensação de saber que não precisaria mais nadar contra aquela correnteza.

Aí lembrei da premonição de duas semanas antes. Preciso encontrar aquele caderno para ver quais eram os meus projetos. Ainda com a adrenalina nas alturas, dei a notícia à família – sempre uma missão árdua. Contei, numa raquetada, para meu pai: Fui demitida, preciso que você pegue o Chico, seu neto, na escola.

O resto do dia foi de falar com gente: um zilhão de ligações, e-mails, zap-zaps, conversas com amigos e ex-colegas. Falar faz bem nessa hora. Espanta os pensamentos cáusticos, distrai a dor, prolonga o estofo oferecido pela adrenalina.

Era neófita no assunto. Nunca havia sido demitida. Tive sorte. Tinha uma viagem de férias marcada para os Estados Unidos naquela semana. Fui e me fez bem. Escapei da falta de rotina dos primeiros dias sem crachá. Escapei da pressão familiar e dos amigos, que querem te deixar bem a qualquer preço – e, sem querer acabam escarafunchando a ferida. Lá, bem longe de casa, desabei pela primeira vez. Chorei feito criança pequena, abandonada, no escuro.

Não era medo. Nem necessidade. Não tinha urgência de arrumar outro emprego. Era a dor de perder algo que eu amava. Era a dor de ter sido rejeitada. Sofria porque, ao arrancarem meu crachá de 23 anos, arrancaram junto a minha pele. Estava em carne viva. Doía, latejava, ardia.

Por que eu? Por que não me quiseram mais? Por que me descartaram? Por que me despiram da minha identidade?

Hoje, oito meses depois, sei exatamente os motivos e entendo a escolha. Talvez fizesse o mesmo no lugar deles, apesar de continuar me achando uma boa profissional, comprometida, uma boa líder e uma boa gestora. Mas, como dizem por aí, quem vive de passado é museu. Declinei a vaga oferecida na ala dos dinossauros e fui, como dizem lá na Bahia, procurar a minha melhora.

No último dia 6 de abril, já de pele nova, entreguei o arquivo do meu livro Vida Sem Crachá para a Ediouro, que deve lançá-lo no segundo semestre. Nele conto como processei a saída da vida executiva e a perda de coisas como holerite, email e celular da firma. E principalmente, narro histórias inspiradoras de gente que, como eu, partiu para um plano B. Tem comédia, tragédia e muitas ideias para começar de novo. Espero, sinceramente, ajudar os próximos da fila a enfrentar esse momento tão difícil e, ao mesmo tempo, tão disruptivo, tão revolucionário, tão transformador.

Desde dezembro, assumi minha pousada pé na areia, A Capela, com 14 apartamentos, no litoral Norte de Salvador, como meu plano A. O primeiro trimestre de 2015 foi sensacional. Crescemos 80% relação ao ano anterior graças ao aumento do número de apartamentos e uma taxa de ocupação espetacular. Foi o melhor verão da minha vida. Trabalhei, aprendi, me diverti e, sobretudo, conheci pessoas e ouvi histórias incríveis. Fui, dia a dia, experimentando o prazer de, pela primeira vez na vida, ser dona da minha força de trabalho e da minha agenda.

Decidi que não queria voltar a ter crachá e parei de procurar emprego. Me contratei para cuidar com quatro olhos da minha pousada. Me contratei para escrever o blog A Vida Sem Crachá, livros, crônicas, contos e poemas. Estou montando uma plataforma de comunicação para dar suporte ao livro. Espero desdobrá-lo em outros livros, cursos, workshops e consultoria. Estou cumprindo à risca o plano que escrevi naquela triste quarta-feira (13 de agosto não tem como não ser um dia agourento, né?). Estou feliz. E é isso que aproveito para lhe desejar aqui.

Claudia Giudice, 49, empresária, jornalista, mestre em Comunicação pela Universidade São Paulo, ex-executiva. Trabalhou por 23 anos na maior editora de revistas do país e teve seu nome impresso em todos os expedientes, com exceção, justamente, veja só, das revistas de negócios da casa.