Nova era Dunga expõe falta de perspectivas

Por Mauro Cezar Pereira

Algumas novidades (como Philipe Coutinho), óbvias e justas lembranças (Ricardo Goulart e Everton Ribeiro), nomes ignorados por Luiz Felipe Scolari e agora chamados (Diego Tardelli e Miranda), permanência de quem já deveria ter se aposentado da seleção (Maicon), mais um e outro… Pronto. Aí está a “esperada” lista do novo-velho técnico Dunga. As ausências de Daniel Alves e Marcelo lembram a convocação de 2006, quando ele chegou à CBF e “castigou” Kaká e Ronaldinho na primeira lista. Foram eleitos para simbolizar o fracasso no Mundial da Alemanha.

Mais do mesmo, discurso antigo, sem imaginação, típico de um sujeito que nada tem a dizer. Dunga simboliza o futebol brasileiro parado no tempo. Quando mais é preciso, ele está preocupado apenas em vencer, como já resumiu com brilhantismo Tostão. Manteve uma base experiente pensando apenas em triunfos nesses amistosos. Para depois mostrar seus “números”, como na sua reapresentação no cargo após a Copa 2014.

Dunga passa longe do perfil de alguém capaz de buscar uma forma de jogar e jamais estará disposto a correr certos riscos inerentes a uma renovação não apenas de nomes, mas de conceitos. Ele precisa ganhar esses jogos, mesmo os mais inexpressivos, para nesses placares se apoiar. É pouco, ou nada, diante do que hoje seria necessário.

“O jogador tem que vir preparado, focado. Sabe que terá poucas oportunidades de mostrar que merece estar na seleção brasileira, blá, blá, blá”. Voltamos a 2006. É a conversa de sempre, repleta de clichês, de frases feitas. Que cenário desanimador! Ainda mais depois dos humilhantes 7 a 1.

186119f3-3515-3d1c-b904-76e85a17320b (1)Dunga não traz com ele uma filosofia, deixa claro que segue incapaz de entender que seu trabalho não é o de entregador de camisas. Sim, aquele que elege os atletas, os titulares, põe em campo e espera para ver o que cada um consegue fazer. Como representante do futebol brasileiro no exterior, a seleção precisa(va) de filosofia, idéias, conceitos.

Se um jogador é bom, tem potencial, pode render, pode ser últil, um bom técnico não o joga às feras. Ele trabalha o atleta, conversa, orienta, mostra o que deve fazer. Insiste. Com paciência, perseverança, com trabalho que vai além da elaboração de uma lista de nomes e dos velhos cruzamentos na área durante os treinamentos.

A primeira lista da nova “Era” Dunga simboliza a falta de perspectivas para o futebol brasileiro. Se nem o humilhante 7 a 1 força o “Status quo” a mudar as coisas, a alterar a direção, a buscar novos rumos, nada mais dará jeito. A capa da revista inglesa “Four Four Two”(ao lado), publicada três anos antes da Copa 2014 parece mesmo profética.

9 comentários em “Nova era Dunga expõe falta de perspectivas

  1. O MCP reclama do discurso clichê do Dunga, mas o dele, MCP, padece do mesmo pecado. Acho que a primeira medida que ele deve adotar para atualizar e situar melhor sua critica é se dar conta que Seleção brasileira é só um apelido conveniente e que na verdade estamos diante do time da cbf que contrata a pessoa que vai comandar e traça as diretrizes que o contratado deve seguir, inclusive no que respeita aos objetivos e a forma de alcançá-los.

    Curtir

  2. Esse tal MCP parece ser daqueles que não hesita em mandar bala na vaca a fim de matar o carrapato. Como não pode gastar horas esculhambando com os nomes escolhidos por Dunga resolveu sociologizar a crítica, resultando disso matéria fecal em estado puro.
    Claro que o problema é a CBF, a funcionar como um gigolô insaciável vasculhando a bolsa da ‘dama da noite’, daí ser alvissareira a aprovação, ainda este ano, da tal Lei de Responsabilidade Fiscal do Futebol na medida em que enquadrará os dirigentes dos clubes forçando-os a enfrentarem o tal ‘gigolô’. Quanto ao Dunga, por mais desconfiança que se tenha em relação ao seu trabalho, há de se reconhecer que fez uma convocação dentro daquilo que melhor nos representa atualmente. Nesse sentido, é puro cabotinismo e pachorra de comentarista que se acha acima do bem e do mal sentir-se na obrigação de esculachar o futuro e a convocação de Maicon, para não se sentir inferiorizado ao reconhecer a justeza das convocações de Miranda, Felipe Coutinho, Everton Ribeiro e Ricardo Goulart.

    Curtir

  3. Antônio, entendo que o discurso crítico do Mauro é o mesmo porque a situação realmente não muda.
    Alguém assistiu a entrevista com Leonardo, na ESPN?
    Excelente. Infelizmente, porém, cheguei a conclusão que o resultado da copa era previsível.
    abs

    Curtir

  4. Acho que nessa convocação xinfrim do Dunga que não trouxe nenhuma novidade, em que pese alguns novatos que tuam no nosso futebol e mereciam a convocação e ele acertou, deve ser ressalvado apenas a carência indiscutível de talentos no nosso futebol. No mais Não dá para fazer milagre com o que temos de opções. Para começar, nossa melhor promessa Neymar, está hoje mais para Neymidia com alguns falam. Porém mesmo nessa safra de poucos talentos no futebol brasileiro, algumas atitudes dele poderiam nos dar pelo menos o conforto que o cara estaria querendo acertar dessa vez. Mas não foi isso que percebemos nessa convocação. Se o cara acertou ao convocar novatos como Ewerton, Ricardo Goulart, e outros, e excluir alguns como os perebas daniel alves e marcelo etc. Dunga errou ao manter MAYCOM , HULK, E OS GOLEIROS que foram reservas do ruinzão Julio Cesar na COPA , sem dar uma chance para o goleirão cassio (vish!!) então entre um acerto e um erro na covocação, o resultado continuou sendo nulo e sem perspectivas de futuro como diz o MCP.

    Curtir

  5. MIRO AMIGO, so peladeiro é pouco para caracterizar esse senhores daniel e marcelo. Atribuo a eles grande parte da culpa pelos 7×1. esses não tem mais condições mesmo. Mas infelismente por falta de opção essas pustemas ainda vão vestir a camia da seleção. Se os pustemas hulk e maicom conseguiram logo primeira chamada, imagine eles??

    Curtir

  6. Sinceramente, vou torcer CONTRA a Seleção, enquanto esse estúpido for o técnico. É um grande retrocesso. Não haverá evolução. Ele não vê a técnica como elemento essencial, pois privilegia a forte marcação, daí as ausências de Ganso e Lucas.

    Curtir

Deixar mensagem para Miro Cancelar resposta