Há 45 anos, Hendrix encerrava Woodstock

Por Jamari França

Há 45 anos hoje, na manhã de segunda-feira 18 de agosto, Jimi Hendrix encerrou o Festival de Woodstock. Programado para entrar à meia-noite só começou às nove da manhã para uma plateia reduzida. Na hora prevista para ele estava no palco o Blood Sweat and Tears, seguido noite adentro por Johnny Winter, Crosby Stills Nash Young, Paul Butterfield Band e, já de manhã, Sha Na Na e finalmente Hendrix com a Gypsy Sun and Rainbows Band, formada por ele, Mitch Mitchell (bateria), Billy Cox (baixo), Larry Lee (guitarra e vocais em Mastermind e Gypsy Woman), Juma Sutan (percussão) e Jerry Velez (congas). Foram duas horas de show, de 9h às 11h.
Setlist
Message To Love
Hear My Train A Comin’
Spanish Castle Magic
Red House
Master Mind
Here Comes Your Lover Man
Foxy Lady
Beginning
Izabella
Gypsy Woman
Fire
Voodoo Child (slight return)/Stepping Stone
Star Spangled Banner
Purple Haze
Woodstock Improvisation/Villanova Junction
Hey Joe
https://www.youtube.com/watch?v=viQaWERCWSQ

Copa do Brasil define confrontos das oitavas

A CBF realizou nesta segunda-feira o sorteio para definição dos confrontos de oitavas-de-final da Copa do Brasil. A ordem dos jogos de ida é a seguinte:

Botafogo x Ceará

Vasco x ABC

Coritiba x Flamengo

América de Natal x Atlético Paranaense

Cruzeiro x Santa Rita/AL

Palmeiras x Atlético Mineiro

Bragantino x Corinthians

Grêmio x Santos

Por que a música de hoje soa tão mal?

Por Ricardo Alexandre

Estive na terça-feira (12/08) com os chapas e colegas André Barcinski e André Forastieri no debate “Música para ler”, no Museu da Imagem e do Som, falando sobre jornalismo musical, cultura rock, livros de música e sobre nossos próprios lançamentos. No momento em que abrimos para perguntas da plateia, uma rapaz levantou a mão e falou e pediu nossa opinião sobre a qualidade de som do rock atual em comparação com a produção dos anos 1970, objeto de estudo de Barcinski em seu novo livro Pavões Misteriosos (1974 – 1983: A explosão da música pop no Brasil) (Editora Três Estrelas). Segundo ele, a produção era mais bem cuidada há 30 anos, quando não havia a praticidade, a tecnologia e as facilidades de hoje. Os três concordamos.

Barcinski notou que “a economia determina tudo”, desde os incentivos fiscais que permitiram que Mazzola reunisse 62 músicos para gravar “Gita”, de Raul Seixas, até os orçamentos enxutos do rock brasileiro dos anos 80. Mas eu notei algo sobre o qual gostaria de me aprofundar um pouco hoje: a miniaturização dos aparelhos de som nos quais ouvimos música.

Os anos 1970 viviam sob a sombra do “som”. O Brasil, naturalmente, vivia os reflexos do milagre econômico, de uma multidão de campônios em contato pela primeira vez com aparelhos eletrônicos, mas todo o mundo buscava, a partir do estabelecimento do estéreo, soluções cada vez mais sofisticadas para ouvir música: o som “quadrofônico” no início da década, aos sistemas modulares, a euforia era tanta que até uma revista especializada em “som” surgiu: a Somtrês, precursora de toda a imprensa musical brasileira na década seguinte.

13-som (1)

O paradigma era o da qualidade. Lembro lá em casa da celebração quase religiosa que foi a chegada do Gradiente System 125 com toca-discos, receiver AM-FM com equalizador integrado e tape deck, rack de madeira aglomerada revestida em cerejeira “e instalação extremamente simples”. O som do álbum Double Fantasy, de John Lennon, com sua produção (excessivamente, o tempo provaria) brilhante era como se nos transportássemos para um outro ponto da evolução da relação entre arte e público. Nós estávamos dentro da música – muito mais quando descobrimos os headphones, mas aí é outro papo.

O fato é que desde os anos 1980, com a invenção dos microsystems e dos três-em-um, depois os sistemas portáteis, que a praticidade tem vencido a qualidade de goleada. Com a invenção do CD, então, nós pudemos ouvir nossos discos no carro, na mochila (com os mini-discs) e rompeu-se a barreira que nos fazia acreditar na música como algo sagrado.

O MP3 é só o mais recente capítulo de uma novela que a indústria eletrônica (dona, não custa lembrar, da maior parte das gravadoras) nos ensina há anos: importa mais a praticidade que a qualidade. Foi por isso que, lá nos anos 1980, Frank Zappa atacava o compact-disc, dizendo que, uma vez digitalizada, não fazia sentido que a música voltasse a um suporte físico. Ele não imaginava o quão dolorosamente certo estava.

Como falamos no debate do MIS, os meios de comunicação sempre determinaram o som de sua época. Foi assim com o rádio AM, com a ascensão do FM, com os boombox e, mais recentemente, com o Youtube, o iTunes e os sistemas de compartilhamento de música. Ou melhor, de compartilhamento de “arquivos”.

Se você considerar 2000 como o ano da virada (por causa do Napster), ainda que a indústria fonográfica não houvesse entendido, a produção artística assimilou rapidamente: Jack Johnson, Norah Jones, Coldplay, KT Tunstall, Corinna Bailey Rae e muitos outros perceberam que, para ouvir no celular ou nas caixinhas do notebook, o melhor eram músicas simples, com instrumental esparso, com melodias bem demarcadas e sem grandes tapeçarias sonoras.

62 músicos no estúdio não é apenas economicamente desinteressante. É também produzir massa sonora demais, e ruído demais que não será percebido por uma geração apressada e voraz.

A Harman, empresa de áudio do mundo dona da AKG, JBL e muitas outras marcas, bancou o interessante documentário The Distortion Sound (abaixo, em inglês), com depoimentos de gente como Slash, Quincy Jones, Neil Strauss, Mike Shinoda. O filme é quase um Uma Verdade Inconveniente a respeito do barateamento da música gravada. Em certo momento, um especialista defende que 90% da complexidade do áudio é perdida na compressão para MP3. Não deixa de ser curioso imaginar que é neste mundo que o Pink Floyd lançará Endless River, álbum de música “ambient e instrumental” inédito composto e gravado principalmente em 1994. Vamos ver que bicho dá.

Não tem nada a ver com arte – esta sobreviveria mesmo dentro das cavernas sem sistema de sons ou mesmo instrumentos musicais. Tem a ver com o registro da música que amamos, e com o futuro que reserva a ele um papel cada vez mais indigno.

Tropeço nos próprios erros

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Por Gerson Nogueira

O pior dos pesadelos para os azulinos ganhou vida ontem à tarde, em Bragança, contra o Guarani de Sobral. Depois de exagerar na insistência com bolas aéreas, o Remo abriu espaço na defesa e permitiu que o visitante aproveitasse a única chance real que teve no primeiro tempo.

unnamed (7)Como havia acontecido na estreia diante do Moto Clube, o Remo começou a partida com confiança e empolgação. Fustigou a zaga inimiga várias vezes, mas sempre alçando bolas na área. A exceção foi um disparo forte do volante Dadá, que levou muito perigo. Nos outros lances, o goleiro do Guarani aparecia sempre bem posicionado.

Curiosamente, o Remo não fazia valer a presença de tantos jogadores ofensivos no time. O setor de armação pouco aparecia e o ataque se embolava nas tentativas pelo meio. Criatividade zero.

Quando um time mandante abre mão de se impor com qualidade, abre caminho para surpresas desagradáveis. A estratégia do técnico Roberto Fernandes de usar cinco homens no meio se mostrou equivocada. Reis, Marcinho e Tiago Potiguar tinham a missão de fazer a armação e a aproximação com o isolado Leandro Cearense no ataque. Nada funcionou.

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E a semelhança com a partida contra o Moto se confirmou quando o limitado Guarani, mesmo timidamente, foi ao ataque e marcou seu gol, aos 38 minutos. Um chute de longe que pegou Maikcy Douglas desprevenido. Azar do Leão, pois as coincidências com o jogo de estreia ficaram por aí, pois o gol de empate não aconteceu.

O técnico Roberto Fernandes tentou mudar o cenário, fazendo três substituições para a etapa final. Errou novamente. Entraram Rafael Paty, Ratinho e Roni, mas foi como se nada tivesse acontecido, pois o ataque continuou impotente diante da defesa cearense, incapaz de arriscar uma jogada mais ousada ou envolvente.

Estranho é que o Remo passou 15 dias de folga no torneio e poderia ter trabalhado mais o passe, inversões de posicionamento e jogadas ensaiadas. Mais estranho ainda é que Fernandes tenha passado a enxergar em Reis, dispersivo na maior parte do tempo, uma opção para a titularidade.

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O jogo evidenciou que o time carece de vida inteligente no meio-campo. Falta um organizador, tarefa que Eduardo Ramos cumpriu até o final do campeonato estadual. E Ratinho – ao contrário do que pensa e diz o técnico – não é o vilão por ali. Sabe jogar, mas é um atacante de lado de campo, jamais um organizador. Se espera isso do

A situação agora ficou delicada. O time complicou uma caminhada que era relativamente tranquila. Perdeu quatro dos seis pontos disputados em casa e terá apenas mais seis a cumprir em Bragança. A liderança agora passou para as mãos do Guarani, com quem o Leão voltará a jogar no próximo fim de semana, em Sobral.

Por sorte, as diferenças de pontuação ainda são muito estreitas, o que ainda permite uma recuperação. Mas será preciso jogar muito mais do que tem jogado até aqui. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)

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Jogo de seis pontos em Castanhal

O Papão enfrenta hoje o CRB em Castanhal e tem, pelo menos a vantagem de contar com a torcida ao seu lado, depois de seguidos jogos de portões fechados como mandante. Tem, ainda, a reestreia de Mazola Jr. no comando. Com ele, antes da paralisação para a Copa do Mundo, o time não era brilhante, mas tinha um jeito de jogar bem definido. E fazia muitos gols também.

No recomeço da Série C, com Vica à frente, a equipe perdeu identidade e passou a acumular insucessos. A confiança foi embora e o elenco acabou se dividindo com as queixas públicas do treinador a respeito dos “chinelinhos”.

Com Mazola, a tendência é que o Papão volte a mostrar entusiasmo e compense suas limitações com correria e transpiração. O CRB, que se beneficiou dos resultados de ontem no grupo, busca crescer na classificação e voltar ao G4. Tem sido bem sucedido como visitante. Contra o Águia, venceu dentro de Marabá.

É um time perigoso, treinado por Ademir Fonseca, mas o Papão tem condições de manter o pique da apresentação contra o Coritiba. Na ocasião, mesmo com um time bastante improvisado, exibiu boa recuperação no segundo tempo. Dênis marcou o gol da rodada e deve ter garantido a titularidade para o confronto desta noite. As outras posições do meio para a frente, porém, seguem em aberto.

Caso decida reproduzir o antigo esquema de três volantes, Mazola deve escalar Augusto Recife, Zé Antonio e Capanema (ou Djalma). Mas o setor de criação é um mistério. Raul, Marcos Paraná, Héverton e Rafael Tavares são as alternativas, com mais chance para o primeiro.

Pikachu provavelmente vai continuar como meia-atacante, mas se tiver a companhia de Djalma tende a crescer. Essa recuperação viria em bom momento, pois o Papão anda sentindo falta daquele jogador decisivo de antes.

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Azulão cada vez mais atrapalhado

O Águia voltou a cair fora de casa, permanecendo lá na parte de baixo da tabela, candidatando-se seriamente ao rebaixamento. O jogo em Salgueiro foi equilibrado, mas uma falha da zaga marabaense permitiu ao veterano Élvis (ex-Remo) marcar o único gol da tarde.

Sem conseguir empreender uma boa sequencia na competição, o Águia terá pela frente na próxima rodada ninguém menos que o Fortaleza, líder disparado no Grupo A.

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Vitória reabre esperanças botafoguenses

Depois de vários insucessos na competição, o Botafogo escolheu o clássico contra o Fluminense em Brasília para se reequilibrar no Brasileiro. Não foi vitória de encher os olhos tecnicamente, mas valeu pela determinação do time e pelo resultado importante na briga para se afastar da zona.

Já o Fluminense, de elenco caro e pretensões de levantar o título, provou que a chinelada sofrida diante do América-RN ainda está martelando na cabeça de seus jogadores. Para piorar, Fred continua com a urucubaca da Copa do Mundo.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 18)