Regulamento bizarro cria sombra de armação

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Do Portal Terra

Desde sua criação em 1989 para conciliar os interesses de todas as federações estaduais do País, a Copa do Brasil é conhecida pelas “zebras”. Um dos principais charmes da competição é a possibilidade de clubes considerados menores surpreenderem os maiores e alcançarem campanhas de destaque no cenário nacional. Porém, desde o ano passado, os ajustes feitos pela CBF para incluir no torneio as equipes que disputaram a Libertadores no primeiro semestre vêm causando tumulto – as vitórias de times pequenos não são mais vistas como parte do futebol, e sim sob suspeita de “entrega” dos grandes.

O motivo é simples: quem for eliminado da Copa do Brasil antes das oitavas de final tem a chance de disputar a desvalorizada Copa Sul-Americana, desde que tenha obtido classificação suficiente no Brasileiro do ano anterior. Considerada por muitos mais frágil tecnicamente que a Copa do Brasil, a competição continental também dá uma vaga à Libertadores para o campeão. O resultado é que, na última quarta-feira, São Paulo e Internacional tiveram que falar sobre possíveis entregas depois de caírem para Bragantino e Ceará no torneio nacional.

muricyuemaurohoritaagifgazeta“O cara que pensa assim é burro, porque estão os melhores argentinos, os melhores colombianos. É dificílima a Sul-Americana”, argumentou o técnico são-paulino Muricy Ramalho, ainda que tenha escalado alguns reservas contra o Bragantino após a vantagem obtida na primeira partida (2 a 1). O colorado Abel Braga, que também poupou titulares como Alex e D’Alessandro diante do Ceará mesmo tendo perdido o jogo de ida, foi na mesma linha: “você acha que vou querer sair da Copa do Brasil, em que faltam oito jogos, para ir para a Sul-Americana, que tem que viajar mais?”. Vale lembrar que o Ceará lidera a Série B e venceu o time colorado completo no Beira-Rio.

O fato é que, ao “premiar” a eliminação em um torneio com vaga em outro, o regulamento da CBF lança sempre uma sombra sobre os triunfos inesperados da Copa do Brasil. Por mais que não haja indícios e sequer desejo de jogar a Sul-Americana. Na primeira fase, por exemplo, Vitória e Goiás – quinto e sexto colocados do Brasileiro 2013, respectivamente – também caíram para adversários menos expressivos: J. Malucelli e Botafogo-PB. Já o Sport, classificado à Sul-Americana com a conquista da Copa do Nordeste, mandou reservas para pegar o Paysandu na segunda fase da competição nacional e também foi eliminado.

Outro grande que caiu de forma surpreendente e ficou fora das oitavas de final da Copa do Brasil foi o Fluminense, goleado por 5 a 2 no Maracanã pelo América-RN na última quarta-feira – podia até perder por dois gols depois de ter feito 3 a 0 em Natal. O time tricolor, porém, pode nem ter um lugar na Sul-Americana como alento: a última vaga brasileira no torneio ficará com o Santos caso a equipe paulista seja eliminada nesta quinta-feira pelo Londrina. No jogo de ida, os paranaenses venceram em casa por 2 a 1.

A definição entre Santos e Fluminense é a única dúvida na composição dos times brasileiros para a disputa da Copa Sul-Americana de 2014: já estão garantidos no torneio internacional Vitória, Goiás, São Paulo, Bahia, Internacional, Criciúma e Sport (veja tabela completa abaixo).

A segunda competição mais importante da América do Sul começa já na próxima terça-feira, mas brasileiros e argentinos só entram na segunda fase, em setembro. Enquanto isso, a Copa do Brasil corre paralelamente e conta com a entrada dos times que jogaram a Libertadores 2014 (Atlético-MG, Cruzeiro, Flamengo, Grêmio, Atlético-PR e Botafogo) nas oitavas de final. Resta ao torcedor esperar e observar as duas competições – e avaliar se seu clube fez o certo em priorizar um ou outro torneio com vistas à tão cobiçada vaga na Libertadores do ano que vem.

Turistas elegem Brasília cidade favorita da Copa

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A impressão apreendida em conversas com turistas estrangeiros, durante a Copa do Mundo, se confirmou em dados. Brasília agradou e cativou quem veio à cidade, a ponto de conquistar uma taxa de 96,3% de intenção de retorno. É o que conclui a pesquisa feita pelo Ministério do Turismo em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Os dados mostram que quase a totalidade dos turistas internacionais que estiveram aqui pretendem voltar. É o melhor índice entre as 12 cidades sedes do Mundial. Além da vontade de revisitar a capital, os entrevistados também aprovaram fatores como limpeza pública, gastronomia e segurança.

Foram ouvidas 10.513 pessoas, nas 12 capitais, entre junho e julho, no momento em que elas deixavam o país. Em Brasília, 491 entrevistados expuseram sua avaliação da cidade. A limpeza de vias e espaços públicos foi o grande destaque, além da aprovação do Estádio Nacional Mané Garrincha (veja Quadro). Estes resultados são fruto dos investimentos em infraestrutura e da capacitação de pessoal, de acordo com o diretor do departamento de estudos pesquisa do Ministério do Turismo, José Francisco Salles. “Brasília tem infra-estrutura e recursos humanos, só precisava de um evento como esse para se mostrar”, afirma.

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Manter o resultado positivo e os olhos estrangeiros sobre a cidade requer esforços para ampliar a visibilidade da capital lá for a. Uma das formas para conseguir isso é por meio de parceria com os grandes operadores de turismo de lazer nos outros países, segundo o secretário de Turismo do DF, Luis Otávio Neves. “Antes, vendemos Brasília como cidade que seria sede da Copa do Mundo. Agora, como uma cidade moderna, um museu a céu aberto”, diz. (Do Correio Braziliense)

STJD adia julgamento do caso Brasília

Por ausência de vários auditores, o Pleno do STJD adiou o julgamento do mérito do processo a respeito da decisão da Copa Verde. Na comissão disciplinar, por 4 votos a zero, o Paissandu obteve ganho de causa, conquistando o título da competição, que havia sido ganho em campo pelo Brasília (DF). O Papão, através de seus advogados, comprovou que o time do Distrito Federal utilizou quatro jogadores sem registro no BID. Dias depois, um mandado de segurança tornou sem efeito a decisão da comissão. O julgamento que estava previsto para esta quinta-feira vai definir finalmente quem fica com o título de campeão e com a vaga na Copa Sul-Americana 2015. Não há previsão para realização de nova sessão.

A excitação mórbida dos “analistas” políticos

Por Rodrigo Vianna

Os corpos ainda não haviam sido localizados. Os bombeiros ainda procuravam as caixas pretas do avião em que viajavam Eduardo Campos e mais seis pessoas. Mas o “mercado” e a gloriosa mídia brasileira já faziam suas contas.

O Blog da Maria Frô captou bem essa onda que foi invadindo a internet durante esse trágico 13 de agosto. A “Veja” especula com números da Bolsa. A “Folha” adianta-se e faz pesquisas, já perguntando: “ontem, o candidato Eduardo Campos morreu em um acidente de avião; na sua opinião o PSB deveria: 1 lançar Marina Silva como candidata a presidente, 2 lançar outro candidato…”

Começo da tarde: comentaristas da “GloboNews” tentavam estabelecer o “novo quadro político”. No rádio, uma “analista de mercado” dizia que a morte de Eduardo (os outros seis mortos nem são levados em conta) cria “um fato novo” na campanha eleitoral.

A analista chegou a dizer que isso poderia ser “positivo para o Brasil”.

Há certa excitação no ar. Excitação mórbida. Comentaristas gagos, acadêmicos globais e outros quetais animam-se com a possibilidade de que Marina seja candidata e ajude a levar a eleição ao segundo turno. É a torcida da revista “Veja”. Torcida que se exalta, sem respeitar os mortos, nem as famílias, nem nada mais.

Não me espanta. Tenho ouvido coisas incríveis pelas ruas. O Brasil está envenenado.

Sim, Marina pode ser candidata. O DataFolha já registrou até pesquisa eleitoral com o nome de Marina Silva na corrida.

A elite brasileira tem pressa. É preciso definir o que fazer. Qual será o canto de sereia a convencer Marina? É preciso sondar humores.

FHC, numa rádio, respondia que a entrada de Marina muda tudo. “Não sei se ganha, mas aumenta a chance de segundo turno”.

Esse é o papel (falta combinar com a ex-ministra) reservado a Marina, nos sonhos de colunistas, comentaristas gagos e urubus de toda ordem: levar a eleição pro segundo turno, carregando o cadáver de Eduardo se preciso. Desde que no segundo turno esteja Aécio, e não a própria Marina.

Mas o quadro se complica. O eleitor nordestino de Eduardo é muito sensível ao que indicar Lula. O ex-presidente guarda um silêncio respeitoso, enquanto  revistas da marginal e marginais de revistas fazem cálculos, contas e insuflam a onda de ódio no Brasil.

Tudo isso por cima dos cadáveres de Eduardo e das outras vítimas do acidente.

Marina é útil? Ótimo. Falta combinar com o eleitor.

Uma farsa bancada pela CBF

Por Gerson Nogueira

unnamed (51)Resultados dos mais esquisitos marcaram a rodada de ontem da Copa do Brasil. O Internacional foi superado com facilidade pelo Ceará, em Fortaleza. O São Paulo perdeu com requintes de amolecimento para o Bragantino, no Morumbi. E o Fluminense foi simplesmente insuperável na armação: levou uma goleada do América-RN em pleno Maracanã. Times de Série A, cotados para o título brasileiro, abrindo a porteira para equipes emergentes, de Série B e Série C.

Uma razão simples para os resultados estranhos: Inter, São Paulo e Fluminense não têm interesse em disputar a Copa do Brasil porque estão mais interessados na Copa Sul-Americana, que dá visibilidade internacional e possibilita faturamento maior.

Tão ridícula quanto as tentativas furrecas de explicação de técnicos e jogadores depois das partidas jogos foi a constrangedora abordagem de alguns repórteres e narradores de TV, tentando driblar o óbvio e inventar uma suposta bravura dos três emergentes vitoriosos.

É claro que as vitórias foram conquistadas dentro das regras do jogo, sem qualquer trapaça, mas há algo de podre no reino da CBF. No Morumbi, atenta ao desinteresse com que o São Paulo se lançou ao jogo, a torcida vaiou e gritou diversas vezes que aquilo era uma vergonha.

Tudo isso poderia ser evitado com medidas simples, de valorização da Copa do Brasil a partir de cuidados nos regulamentos e na indicação de times para a Sul-Americana. Como a maioria dos grandes clubes do eixo Sul-Sudeste menospreza a Copa BR, por que não destinar à competição continental os primeiros colocados da Série B, Série C e Série D?

É certo que, a partir da definição desses critérios, não haveria mais a duplicidade de objetivos dentro da temporada. E o torcedor não seria obrigado a bancar o trouxa pagando ingressos para ver partidas que não são disputadas a sério ou perdendo tempo acompanhando as transmissões da TV.

No Maracanã, no espetáculo mais cínico da rodada, o América potiguar desfrutou de facilidades inacreditáveis, manobrando à vontade diante de defensores tricolores que praticamente corriam da bola. O goleiro Diego Cavalieri olhava  a bola passar, aparentando conformismo.

Em Fortaleza, pelo menos, o Internacional não precisou fingir que jogava, pois foi inteiramente dominado pelo Ceará desde os primeiros minutos. O teatrinho estava completo, com quase todos saindo satisfeitos, mesmo os que se deixaram vencer. O pobre do torcedor, porém, saiu lesado em seus direitos de consumidor. E o futebol brasileiro afunda cada vez mais em meio ao descrédito generalizado.

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Papão arranca vitória animadora

Pelo menos em Marabá as coisas foram levadas a sério. O Coritiba veio para conquistar a vaga e o Papão, mesmo considerando as dificuldades normais da missão, conseguiu sair dignamente do estádio Zinho Oliveira. Sem grandes atuações, o jogo mostrou equipes aguerridas e dispostas a brigar pela vaga às oitavas de final.

O primeiro tempo teve o Coritiba fechadíssimo no meio-de-campo, jogando com até oito homens sempre atrás da linha de meio-campo e esperando uma oportunidade para liquidar a fatura, visto que estabeleceu a vantagem de 2 a 0 no primeiro jogo.

A zaga do Papão, apesar de alguns deslizes de Reiniê, conseguiu se manter firme e o ponto fraco do esquema montado por Rogerinho foi a pouca efetividade dos homens de meio. Marcos Paraná e Rafael Tavares não conseguiram estabelecer contato com os atacantes Dênis e Rômulo, obrigando o time a explorar sempre os manjados cruzamentos para a grande área.

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Já no segundo tempo, com Djalma e Bruno Veiga em campo substituindo a Rafael Tavares e Bruno, o Papão se tornou mais veloz e perigoso. As jogadas eram puxadas por Djalma pela direita e Bruno se instalou como jogador de referência na área paranaense.

Ainda assim, quem abriu o marcador foi o Coxa, em jogada rápida envolvendo Zé Love e finalizada por Robinho, já aos 35 minutos. A reação do Papão não tardou. Três minutos depois, Paraná cruzou na cabeça de Charles, que desviou para empatar. Logo depois da saída de bola, Dênis acertou um belo disparo da entrada da área, desempatando o placar.

Foi a primeira vitória do Papão nos últimos oito jogos, sendo que Rogerinho novamente saiu com os méritos pela reabilitação, como já havia ocorrido no ano passado, na Série B. Vai entregar a Mazola Jr. um grupo bem mais motivado do que aquele que se despediu de Vica no empate com o Águia. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)

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Crac faz pegadinha e frustra paraenses

Era muito bom para ser verdade. Durou pouco a esperança paraense de uma reviravolta na Série C, protagonizada pelo Crac goiano, que ameaçava desistir do torneio. Caso fosse oficializada a renúncia, o grupo A teria apenas mais uma equipe rebaixada. Além disso, no reordenamento dos pontos disputados, o Papão subiria para o sexto lugar e o Águia para oitavo.

Acontece que o Crac lançou um balão de ensaio para despertar os dirigentes e o empresariado goiano. Mergulhado em dívidas, o time precisava levantar pelo menos R$ 150 mil para se estabilizar. Depois de alardear sua disposição de abandonar o campeonato, sem chegar a notificar a CBF, a própria federação goiana se mexeu e anunciou ajuda financeira.

Com isso, a desistência ficou apenas no terreno da ideia. O Crac segue no campeonato e os dois representantes paraenses terão que se virar e buscar uma reação por conta própria, sem contar com ajuda externa.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quinta-feira, 14)