Paissandu x Salgueiro (PE) – estádio da Curuzu, 18h30
Na Rádio Clube, Claudio Guimarães narra; Rui Guimarães comenta. Reportagens: Valdo Souza, Dinho Menezes, Paulo Sérgio Pinto e Carlos Estácio. Banco de Informações: Adilson Brasil.
O programa de governo de Marina Silva, divulgado ontem, não durou um dia e já começa a ser modificado no que tange aos direitos dos homossexuais. O motivo foi a gritaria de setores evangélicos liderados pelo pastor Silas Malafaia. “O programa de governo do partido de Marina é pior que o PT e o PSDB, no que tange aos direitos dos gays. Apóia descaradamente o casamento gay e pede, inclusive, a aprovação do extinto PLC 122, que, entre outras coisas, põe pastor na cadeia. É uma vergonha que prevê casamento, adoção de crianças e etc”, disse ontem o religioso.
O resultado foi que Marina recuou e voltou atrás. Neste sábado, ela divulgou nota para dizer que seu programa não estava ainda fechado. Leia, abaixo, o texto divulgado pelo PSB:
O texto do capítulo “LGBT”, do eixo “Cidadania e Identidades”, do Programa de Governo da Coligação Unidos pelo Brasil, que chegou ao conhecimento do público até o momento, infelizmente, não retrata com fidelidade os resultados do processo de discussão sobre o tema durante as etapas de formulação do plano de governo (comentários pela internet sobre as diretrizes do programa, encontros regionais e as dinâmicas de escuta da sociedade civil promovidas pela Coordenação de Programa de Governo e pelos candidatos à Presidência pela Coligação).
Em razão de falha processual na editoração, a versão do Programa de Governo divulgada pela internet até então e a que consta em alguns exemplares impressos distribuídos aos veículos de comunicação incorporou uma redação do referido capítulo que não contempla a mediação entre os diversos pensamentos que se dispuseram a contribuir para sua formulação e os posicionamentos de Eduardo Campos e Marina Silva a respeito da definição de políticas para a população LGBT.
Convém ressaltar que, apesar desse contratempo indesejável, tanto no texto com alguns equívocos como no correto, permanece irretocável o compromisso irrestrito com a defesa dos direitos civis dos grupos LGBT e com a promoção de ações que eduquem a população para o convívio respeitoso com a diferença e a capacidade de reconhecer os direitos civis de todos.
Os brasileiros e as brasileiras interessados em conhecer as verdadeiras ideias defendidas pelos candidatos da Coligação Unidos pelo Brasil para a Presidência da República, Marina Silva e Beto Albuquerque, já o podem fazer por meio do site marinasilva.org.br ou pelos exemplares impressos que serão distribuídos a partir de hoje.
Remo e Tarumã (AM) decidirão a Copa Norte Sub-20 2014. Os finalistas foram conhecidos na manhã deste sábado. O Remo goleou o Comercial (PI) por 4 a 0, no estádio Evandro Almeida, com gols de Tsunami (pênalti) aos 15 do segundo tempo. Rato ampliou aos 37′. Rafinha marcou o terceiro aos 46′ e Guilherme fechou a contagem aos 47. Na outra partida, realizada no estádio do Souza, o Tarumã se classificou ao derrotar o Paissandu na cobrança de penalidades por 3 a 2. No tempo normal, houve empate em 1 a 1. Murilo marcou para o Papão aos 43 minutos do primeiro tempo e Zé Augusto empatou para o time amazonense aos 39 da etapa final. A grande final será disputada neste domingo, às 9h30, no Baenão. O Remo luta pelo bicampeonato da competição, que classifica para a Copa do Brasil sub-20.
As padarias são uma genuína e honrosa instituição brasileira. Existem em raros lugares do mundo, os mesmos raros lugares onde se pode tomar um café da manhã com a qualidade que se tem nas padarias nacionais. Exerço esse privilégio sempre que posso, aqui ou em santuários dessa arte, como São Paulo. Hoje ia pagar o café da manhã na padaria que frequento, perto de casa. Não muito organizada, ela é palco de duas filas paralelas. Uma é a dos que esperam seu pão de cada dia. É a mais lenta e numerosa. A outra é dos que tomaram ali mesmo o seu café e não precisam mais esperar por atendimento. Vão direto ao caixa. No momento em que ia pagar, um cidadão jovem e cheio de músculos, com traje de atleta e “bombado”, enfiou seu braço hercúleo sobre a minha cabeça com o dinheiro e o saco de pão. Quis explicar-lhe que a vez era minha (sem falar na minha condição de sexagenário, que costumo esquecer). Antes de qualquer ensaio de entendimento (ou desentendimento), ele apresentou suas armas: – É, sou mesmo arrogante. E estava apresentado. Na fração de segundos que se seguiu a esse matutino gesto de selvageria, que, a princípio, me sugeriu como resposta o palavrão de intensidade proporcional à indignação, só consegui dizer um “nem precisava dizer isso, já se vê”. Acho que o atleta nem ouviu. Deu meia volta e saiu a passos largos. Se tivesse ouvido, talvez me tivesse agredido. Por que tanta agressividade na manhã que mal começava, sem a mais remota justificativa de provocação? Tenho um sonho recorrente. Nele, sou morto por um pivete. Depois de me assaltar, ele levanta a arma para atirar em mim. Tento lhe dizer que sou um jornalista, que me empenho na defesa da causa pública e que tento contribuir contra a pobreza e a violência. Não consigo. Ele atira antes. E morro. Morro assim em todos os sonhos com essa história. Bestamente. Incidentes do tipo desse, em que fui inadvertido coadjuvante de um boçal na padaria, se repete infinitamente em todos os lugares, aqui e agora, em antes e sempre. O que choca é a frequência cada vez maior, rotineira – banalizada, como hoje de diz, banalmente. Se se vive por uma causa, espera-se morrer por ela, por ser de justiça. Mas realizar a vida inteira uma missão e ser executado de forma sórdida anula a razão de ter vivido e tira a glória da morte. Este é o meu maior temor. Já fui agredido, ameaçado de agressão e ofendido por ser quem sou e fazer o que faço. Nunca é saudável, sequer aceitável, estar em situação assim. Mas, como adverte o povo, quem sai na chuva se molha. Em quase meio século de vida profissional, tenho passado por temporais exasperadores. No entanto, continuo meu caminho, tentando me proteger e prevenir novos ataques, mas sem renunciar ao que considero meu dever (e meu direito). Outra coisa é ser surpreendido por alguém que, não tendo o menor apreço pela vida, nos agride num contexto no qual estamos não só despreparados como impotentes para qualquer reação. Nas grandes cidades, viver se tornou uma roleta russa, um imponderável absoluto. Na origem dessa situação estão muitos fatores. Um deles tem dimensão coletiva: a impunidade de uns, os privilégios de outros, o poder monstruosamente concentrado por poucos, a desinformação que acarreta a inércia, a omissão, a alienação e o desencanto pela vida e a história. O episódio de hoje me fez decidir criar de vez este blog, que chega assim de súbito, de improviso, como dever e destino, empenhado em fortalecer a agenda do cidadão, do homem comum, da gente simples e de todos aqueles que querem ser personagens ativos da sua vida e da história. Espero alimentar diariamente este blog. Não com ênfase nas novidades, nas informações exclusivas, no “furo”. O que mais se tentará aqui será a contextualização dos fatos novos, no exame da mecânica dos acontecimentos, na desmontagem das engrenagens das decisões, na revelação do que está oculto na cena ou é omitido pelos seus narradores. Para que cada um de nós tenha a oportunidade de imprimir sua marca pessoal neste imenso livro no qual costumam ser confinados os fatos decisivos para todos e monopólio de uns raros. Particularmente em relação à Amazônia, este blog, prosseguindo o meu jornalismo pessoal, o objetivo é combater o “destino manifesto” que se impõe à região, de ser colônia, de não interferir no seu próprio destino. Acredito com firmeza que a história não está escrita nas estrelas, restando-nos contemplá-las, à distância, como acidentes da natureza. Creio que podemos escrever também a história e, nessa escrita, sair da trilha dos colonizadores e da camisa de força em que nos colocaram os dominadores. Para isso, é preciso saber o que acontece e como fazer acontecer. Espero que este blog contribua para o livre arbítrio do manipulado cidadão amazônida. Ao bom combate, pois. A messe é grande, mas enfrentá-la nos pode retribuir com o que é mais nobre e humano nas nossas vidas: fazer uma história que nos sirva, honre, enriqueça e nos faça feliz.
(Texto inaugural do blog do jornalista Lúcio Flávio Pinto, lançado oficialmente ontem)
Estimadíssimos leitores, existe algo mais assustador para esse zagueiro do que o futebol brasileiro entre o céu e a Terra, e esse algo se chama Marina Silva, a Bispa do Brasil.
O mundo sempre foi um lugar complicado, mas ele sempre foi mais complicado quando religião ocupou o lugar sagrado das coisas realmente importantes para as pessoas – o futebol, por exemplo. A ideia de religião como um grande e real problema começa com a invenção da cristandade. Ali surgiu uma igreja que se acreditava católica, ou seja, dona do mundo. Os pagãos eram apenas cristãos esperando para serem salvos, e quem pagou o pato dessa ânsia evangelizadora foram, bom, todos – dos povos da Europa e das estepes até os indígenas americanos, quando os portugueses, espanhóis e toda a sua carolice aportaram por aqui.
A coisa ficou feia para valer quando inventaram o islamismo, a outra religião tão absolutista quanto a cristã. A partir do momento em que o Islã cresceu o suficiente para fazer fronteira com a cristandade, nunca, mas nunca mesmo, o mundo conheceu a paz. Lembram das Cruzadas? Até hoje os árabes lembram, o que dá uma ideia do quão espiritual a coisa foi. Com o tempo, o mundo islâmico se viu amarrado pelos nós de sua religião anti-tudo, e ali começou a perder a guerra para o Ocidente, o que se mantém até agora. Na Batalha de Lepanto, em 1571, os turcos perderam a sua última luta pelo que interessava, o Mediterrâneo, e a partir dali, recuaram na direção do seu mundo cheio de areia.
Na mesma época, e para suprir a falta que uma outra religião inimiga fazia, a Igreja Católica conseguiu se autodestruir, com o surgimento do Protestantismo. Dali em diante, católicos e protestantes deixaram de lado os islâmicos e passaram a massacrar uns aos outros, na maior e mais longa guerra civil que o mundo já conheceu. Para não ficar pra trás, os islâmicos também se dividiram em sunitas e shiitas, e a luta fratricida continua até hoje.
Marina Silva acha que as religiões contribuem muito para com o mundo, sinal de que ela leu muita bíblia e nenhuma História. Não consigo imaginar em uma só contribuição que as religiões tenham trazido para a gente, a não ser, talvez, a preservação da cultura da cerveja nos mosteiros cristãos da Idade Média. Nenhuma. Nenhuminha. As religiões permitiram ou incentivaram a escravidão e todas as discriminações, incluindo a opressão aos gays que elas ainda praticam hoje.
O mundo apanhou tanto com esses conflitos que finalmente inventou a separação entre Estado e igrejas, mais uma contribuição da Revolução Francesa, junto com o sistema métrico decimal. Ali, o Ocidente inventou a maior invenção já inventada – a república laica. Nela, todo mundo pode ter a religião que bem entender, desde que respeite a do outro, e inclusive a opção de quem não quer ter alguma. Além disso, o governante governa para todos e de acordo com as leis humanas, e não as leis religiosas. Foi assim, e somente assim, que começamos a ser felizes, ou livres, a partir do século 19. No Brasil, a República já surgiu laica, pra nossa sorte, embora sigam por aí os crucifixos em salas de tribunais, por exemplo, o que fere completamente a ideia da coisa.
Marina é um perigo para o país porque ela é uma fundamentalista evangélica. Ninguém sabe no que o Sarney acredita, a não ser na própria imortalidade e que o Maranhão é dele por direito divino. Ninguém sabe do Collor, a não ser que paga pau pra um esquisito como o Frei Damião. Ninguém sabe o que acha o FHC, a não ser que ele não acredita em Deus e já fumou maconha. Lula é um típico católico soft brasileiro, que é sem ser, pratica sem dar bola. Dilma é tão religiosa quanto o cargo exige, na ideia de que Paris vale uma missa. E é assim que tem que ser.
Marina é uma fundamentalista radical, que acredita que Deus faz todas as coisas, inclusive a República, que é dele, não nossa. Ela acredita em maluquices absolutas como o criacionismo, uma das teses mais estapafúrdias já inventadas, mesmo levando em conta o nível de estapafurdismo dos humanos. Ela é contra a ciência, a única coisa entre nós e o abismo. Ela é contra a pesquisa das células-tronco, uma das maiores promessas de cura para o incurável.
Eu não sinto simpatia alguma pelo modelo do PSDB simplesmente porque vivo em São Paulo e o acho conservador demais e nacional de menos. Mas em um segundo turno hipotético, com Aécio e sua fachada de playboy e Marina, meu voto seria pelo mundo são do lado de cá, e jamais pela loucura movida a divindades aplicadas. Se alguém duvida no que acontece quando deixam a religião entrar no vestiário, lembrem do horror que era a Seleção evangélica do Dunga, a de 2010.
Não funciona, nunca funcionou, e nos leva de volta à barbárie. Por isso, caros leitores, brinquem, gritem, protestem, digam que são contra tudo que está aí, mas na hora de votar, melhor fazê-lo em favor do mundo que funciona e que começa com o século 20. Se ele tem problemas, e tem, pelo menos ele é nosso, e não de uma suposta divindade qualquer, que se importa tanto com a gente que de nós só quer o dízimo.
Se vocês acham ruim com a república laica, nem queiram saber como é sem ela. Ou melhor, se informem como era, antes de fazer qualquer coisa que estrague a única coisa que a gente criou e que realmente nos salva. Façam isso, e tudo vai acabar bem, porque o Brasil precisa de presidente, e não de salvador.
Em abril de 2010, mesmo com o governo Lula pontificando com uma popularidade de 73%, o instituto Datafolha estimava que Serra teria 50% dos votos num eventual segundo turno, contra 40% de Dilma.
Pouco mais de 1 mês depois, sem campanha na TV, Dilma ultrapassaria Serra, com 46% a 45%.
Ironicamente, são os mesmos números que atribuem hoje à Marina (50%) e Dilma (40%).
Depois que Dilma deixou claro, no debate na Band, que pensa em fazer uma “regulação econômica” da mídia, alguns escrúpulos podem estar sendo deixados de lado pelos institutos de pesquisa.
Ah, não, o fato de estarmos no fim de agosto não quer dizer nada. Ou melhor, é vantagem para Dilma, porque se, em 2010, ela conseguiu mudar uma diferença de 10 pontos para uma vantagem de 1 ponto, em pouco mais de 30 dias, sem ajuda de rádio e TV, então ela pode agora, com ajuda de rádio e TV, repetir o feito e desmontar uma possível armação estatística. (Do Blog O Cafezinho)