Às vezes não sou, pareço

Por Zuenir Ventura

129_1956-zuenir - 2Já devia estar acostumado com esse tipo de engano. Numa outra edição da Flip, mal havia chegado a Paraty e fui cercado por um grupo de jovens me exaltando: “Sou sua fã, li todos os seus livros.” Eu estava me achando, quando alguém da turma gritou para uma amiga que passava do outro lado: “Fulana, vem ver o Saramago!” Agora, foi ainda mais inverossímil, e ainda bem que não havia repórter por perto, senão a cena entraria na disputa para ser das mais engraçadas desta última Festa Literária.

Na manhã do sábado passado, sentei-me num banco da praça principal da cidade para ler meu jornal e tomar um pouco de sol por causa do resto de frio herdado da madrugada, quando umas quatro ou cinco senhoras pararam à distância e uma tomou coragem e se aproximou: “Desculpe interromper sua leitura, mas posso tirar uma foto?” Respondi que sim, com prazer, e ela então perguntou: “Você é o….?” Decidi não ajudar, e ela completou: “Claro, é o Millôr Fernandes.” Disse que não: “Este ano ele não pôde vir.” As amigas, que me reconheceram, morreram de rir.

Continuei lendo meu jornal, e voltei a ser interrompido por outra senhora. Fizemos a foto, quis saber de onde ela era (não vou revelar, para que a autora do mico não seja descoberta). Era de uma cidade do Sul, e perguntei se tinha vindo especialmente para a Flip. “Sim, e para tirar uma foto com o homenageado”, informou, feliz por tê-lo encontrado ali. A cena se repetiu logo em seguida, com uma personagem do Nordeste. Tudo igual: “Você veio especialmente para a Flip?” Resposta: “E para homenagear o homenageado.” Voltei logo para a pousada com medo de que acabasse sendo acusado de roubo de homenagem. Algumas pessoas não acreditaram na história, mas juro que é verdade.

Na véspera, encontramos Marcos Caruso, com quem também já fui confundido e vice-versa. Mas o seu sósia preferido é o médico Dráuzio Varela. Contou que numa viagem da ponte aérea o vizinho do lado, antes de comer o sanduíche que a aeromoça lhe deu, dirigindo-se a ele perguntou: “Como o senhor é infectologista, posso comer?” O ator tentou esclarecer o equívoco, mas não terminou a frase: “Ah, sim, desculpe, o senhor é oncologista.” Aí, para acabar logo a consulta, o “Doutor Drauzio” receitou: “Tudo bem, come o seu sanduíche.”

Ainda não acabou. No dia seguinte, no café da manhã, o salão vazio, um simpático funcionário da pousada veio puxar conversa: “O senhor sabe que fui criado lendo seus livros infantis?” Agradeci (pra quê decepcioná-lo?) e perguntei qual era o preferido. “Ah, o Menino Maluquinho!”, revelou. Eu disse que era o meu também.
Essa crise de identidade já me deu a sensação de que às vezes não sou, pareço — com Saramago, Millôr, Ziraldo, Caruso, Drauzio e até comigo mesmo

CBF divulga calendário do futebol para 2015

DATAS DO FUTEBOL BRASILEIRO EM 2015:

Estaduais – de 1 de fevereiro a 3 de maio (19 datas – 15 datas onde haverá Copa Verde)

Copa do Nordeste – de 4 de fevereiro a 29 de abril (12 datas)

Copa Libertadores – de 11 de fevereiro a 27 de maio (12 datas), depois de 15 de julho a 5 de agosto (4 datas)

Copa Verde – de 8 de fevereiro a 6 de maio (8 datas)

Copa do Brasil – de 25 de fevereiro a 27 de maio (11 datas), depois de 15 de julho a 25 de novembro (10 datas)

Brasileiro Série A – de 10 de maio a 6 de dezembro (38 datas)

Brasileiro Série B – de 9 de maio a 28 de novembro (38 datas)

Brasileiro Série C – de 17 de maio a 22 de novembro (24 datas)

Brasileiro Série D – de 12 de julho a 15 de novembro (18 datas)

Copa Sul-Americana – de 19 de agosto a 9 de dezembro (10 datas)

Mundial de Clubes da Fifa – de 9 de dezembro a 19 de dezembro (11 dias)

 

DATAS DA SELEÇÃO BRASILEIRA EM 2015:

Copa América – de 11 de junho a 4 de julho (24 dias)

Eliminatórias da Copa de 2018 – 4/9, 8/9, 9/10 e 13/10 (4 datas)

Amistosos – 27/3, 31/3, 10/6, 13/11 e 17/11 (5 datas)

E São Paulo não para de nos surpreender

Era só o que faltava. Concurso do Estado de São Paulo pede comprovante de virgindade a mulheres (http://brasil247.com/+0d8me). A seleção pública da Secretaria Estadual de Educação para o cargo de Agente de Organização Escolar exige exame ginecológico que comprove a não “ruptura himenal”. Para as mulheres que possuem “vida sexual iniciada”, pedido é para que se apresente exames ginecológicos intrusos. As exigências são uma “violação” da dignidade da mulher, diz Maria Izabel Noronha, presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp).

Castanhal terá reforços de Rogério e Vânderson

PSC Vanderson-Mario Quadros

A diretoria do Castanhal anunciou nesta quarta-feira a contratação de Rogério Belém para integrar a comissão técnica do time na fase de acesso do Campeonato Paraense 2015. Ex-jogador de Remo, Paissandu, Tuna, Ananindeua, Sport-PE, São Paulo e Grêmio, Rogério já treinou a Desportiva, de Ananindeua, no Campeonato Paraense sub-20 do ano passado. O acordo foi costurado por Helinho, presidente do Japiim, e ex-parceiro de Rogério nos tempos de jogador. De início, o ex-jogador trabalhará com a comissão e terá seu estágio avaliado pela diretoria. Caso seja aprovado, poderá assumir a função de técnico do Castanhal.

Outro reforço de peso será o volante Vânderson (foto), liberado pelo Paissandu e que começou sua carreira defendendo o Japiim. O veterano jogador deverá ser apresentado oficialmente no começo de setembro. (Foto: MÁRIO QUADROS/Bola)

Calça de veludo, bumbum de fora

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No treino do Papão nesta terça-feira no campo do Kasa uma cena chamou atenção dos que acompanhavam a movimentação: a presença de uma moça bastante desembaraçada, que entrou no gramado e conversou alegremente com jogadores e integrantes da comissão técnica. Sorridente e simpática, a garota trajava apenas um minúsculo biquíni, talvez em função do forte calor desta época do ano. A inusitada visita trouxe um toque de alegria e descontração ao ambiente alviceleste. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)

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Saída pela porta da frente

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O árbitro inglês Howard Webb anunciou nesta quarta-feira que não apitará mais jogos de futebol profissionalmente. Ele deixa o antigo cargo para se tornar diretor técnico da PGMOL, órgão criado em 2001 na Inglaterra para regular a arbitragem na Premier League. Na nova função, ele vai supervisionar o desempenho dos juízes ingleses, participar do programa que desenvolve os jovens árbitros e gerir os treinos dos mesmos.

– Estou muito entusiasmado por começar este novo capítulo, depois de 25 anos maravilhosos e gratificantes no campo – disse o árbitro, em comunicado divulgado no site da Premier League.

Webb se despede da arbitragem com um currículo generoso. Apenas em 2010, o inglês apitou a final da Copa do Mundo e da Liga dos Campeões no mesmo ano. Além disso, esteve nas Euros de 2008 e 2012, na Copa das Confederações de 2013 e no Mundial de 2014, onde apitou seu último jogo: Brasil e Chile, pelas oitavas de final.

– Passei mais do que uma década no melhor lugar da plateia em jogos da Premier League. Tive a sorte de participar de nove competições da Uefa e da Fifa e dirigir as finais de Liga dos Campeões e Copa do Mundo – recordou-se. (Do Globoesporte.com)

O prato frio da vingança de Gilmar Mendes?

Do blog Conversa Afiada

Se alguém não sabe quem é Marcio Chaer, editor do site Consultor Jurídico, transcrevo abaixo a descrição que faz dele o jornalista Rubem Valente, da Folha, autor do livro “Operação Banqueiro”:
Chaer tem ou teve como clientes de suas empresas alguns dos principais escritórios de advocacia do país, muitos dos quais receberam recursos da companhia telefônica Brasil Telecom na época em que ela era comandada por pessoas indicadas pelo grupo Opportunity. Márcio Chaer é amigo íntimo do ministro do Supremo Gilmar Mendes, devidamente referido em meu livro.
Dito isso, ficamos livres para pensar que o artigo publicado por Marcio Chaer, ontem, insinuando de maneira nada indireta que o ex-Ministro Joaquim Barbosa é, em matéria de conhecimento jurídico, algo próximo do nada, possa ter uma espécie de identidade de avaliação de Gilmar Mendes, pelo intenso convívio de ambos,   mesmo que não  uma “coautoria espiritual”.

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Diz de Joaquim o amigo de Gilmar:
(…)cada voto era um suplício. Até a leitura da decisão, preparada pela assessoria, a coisa ia bem. Mas quando chegava a hora dos costumeiros questionamentos dos demais ministros ao relator, complicava. Atônito, sem respostas, ele se punha a reler o voto — que não contemplava a informação solicitada. Uma nova pergunta se seguia de nova leitura do voto.
Até que um ou outro colega mais paciente, ou menos cruel, passou a vir em seu socorro. “Vossa Excelência, então, quanto à preliminar suscitada, acolhe os embargos, certo?” Ao que Joaquim murmurava algo em sentido positivo. Outro completava: “Quanto ao mérito, o relator considera prejudicado o pedido, é isso?”. Com uma variação ou outra, os votos iam sendo acochambrados até se dar formato a uma decisão inteligível ou minimamente satisfatória.

Chaer descreve que, numa roda de ministros,  alguém comentou, jocosamente:
“Olha o que ouvi agora: sugeriram ao Joaquim mostrar sua contribuição técnica no Supremo”. E todos caíram na risada.”
Não tenho, é claro, elementos para julgar com tanta severidade as luzes jurídicas de Barbosa e muito menos duvido que Chaer, que frequenta aqueles tapetes há anos, possa de fato não estar distante do juízo que fazem dele os demais ministros.
Mas há, no texto, duas coisas gravíssimas.
A primeira é a afirmação de que a Ação Penal 470 foi o tablado em que Joaquim Barbosa fez sua exibição de poder ante seus próprios pares, criando um clima em que divergir dele seria ser conduzido ao “matadouro” diante da mídia e da opinião pública por ela insuflada.
“As poucas vozes que ousaram ‘chutar a santa’ canonizada pela opinião pública, sedenta de vingança contra a comunidade política em geral e contra o PT em particular, enfrentaram o risco aventado por Nelson Rodrigues e as vaias da plateia.”
Boa razão para a frase do ministro Luiz Roberto Barroso, logo em suas primeiras manifestações no STF:
“Não estou almejando ser manchete favorável. Sou um juiz constitucional, me pauto pelo que acho certo ou correto. O que vai sair no jornal no dia seguinte, não me preocupa”. “Eu cumpro o meu dever. Se a decisão for contra a opinião pública é porque este é o papel de uma Corte constitucional”
Mas, para os demais, uma vergonha em acompanhar situações que só recebiam a desabrida defesa de quem, por razões políticas, simpatizava com os atropelos de Joaquim Barbosa, como o próprio ministro Gilmar Mendes e o “ministro” Merval Pereira.
O segundo fato grave está bem lá em cima, antes de iniciar-se o artigo: a data.
Dias após a aposentadoria de Joaquim Barbosa, torna-se meramente vingança covarde fazer aquilo  que seria, antes,  um ato de informar a população e a comunidade jurídica de algo da maior gravidade – um ministro ser incapaz tecnicamente na avaliação de seus próprios colegas e estar usando uma ação penal como instrumento de sua afirmação em um tribunal que o desprezava.
Assim é que Joaquim Barbosa tornou-se, ele próprio, alvo das vilanias que praticou e até de seus próprios arroubos, como aquele em que perguntou a Gilmar Mendes se estava falando “com os seus capangas lá do Mato Grosso”.
Não, não estava. Até porque os capangas do Mato Grosso, mesmo pacientes em suas tocaias, usam outras armas e não têm tanta paciência para esperar.

Em tempo:
clique aqui para ir ao “Sistema Dantas de Comunicação” e ver o papel destacado que nele representa esse que agora polemiza com o ex-Presidente Barbosa. Falou grosso com o bilionário Genoino, fino com o Dantas e … deu no que deu …  – PHA​