Ganhadores do Nobel da Paz pedem embargo a Israel

Do Viomundo

Um manifesto publicado no The Guardian e assinado por 64 pensadores ( lista, abaixo), políticos e outras figuras públicas pede um embargo a Israel por conta do conflito na Faixa de Gaza. O texto diz que Israel se beneficia de acordos de cooperação militar e ajuda dos EUA e da União Europeia e afirma que tal poder de fogo conquistado está sendo usado para uma guerra contra a Palestina.

Assim, eles pedem ao mundo um embargo militar, semelhante ao imposto ao governo sul-africano nos anos de apartheid. Na lista, estão assinaturas de sete pessoas que já ganharam o Prêmio Nobel da Paz, entre eles o Arcebispo sul-africano Desmond Tutu.

Também assinam o manifesto figuras de esquerda conhecidas, como o linguista Noam Chomsky, o músico Brian Eno, o ex-Pink Floyd Roger Waters, o cineasta Ken Loach e o pensador Slavoj Zizek. Um nome brasileiro assinou o manifesto: Frei Beto, teólogo da libertação, da ala da Igreja Católica mais envolvida nos movimentos populares de esquerda.

O manifesto

10471436_10203337868399680_7292915496271032290_n“Mais uma vez, Israel lançou mão de toda a sua força militar contra a população palestina, particularmente na Faixa de Gaza, em um ato ilegal e desumano de agressão militar. A habilidade de Israel de lançar tais ataques devastadores com impunidade vem, em grande parte, da vasta cooperação militar internacional e do comércio que mantém com governos cúmplices ao redor do mundo. Durante o período 2008-2019, os Estados Unidos devem prover ajuda militar a Israel na ordem de 30 bilhões de dólares, enquanto as exportações militares anuais de Israel para o mundo atingiram bilhões de dólares.

Em anos recentes, países europeus exportaram bilhões de euros em armas para Israel; e a União Europeia tem fornecido a empresas militares israelenses bolsas de pesquisa na ordem de milhões. Economias emergentes como Índia, Brasil e Chile estão rapidamente aumentando o seu comércio e cooperação militar com Israel, apesar de seus estados apoiarem os direitos palestinos. Ao importar e exportar armas de Israel e facilitar o desenvolvimento da tecnologia militar israelense, os governos estão efetivamente mandando uma clara mensagem de aprovação para a agressão militar de Israel, incluindo os crimes de guerra e possivelmente os crimes contra a humanidade.

A tecnologia militar de Israel é marcada com o selo “testada em campo” e exportada para todo o mundo. O comércio militar e as pesquisas militares conjuntas reforçam a impunidade israelense ao cometer graves violações dos direitos internacionais e facilitam o enraizamento do sistema de ocupação israelense, colonização e negação sistemática dos direitos palestinos. Nós chamamos a ONU e os governos ao redor do mundo para tomar medidas imediatas para implementar um embargo militar claro e legal contra Israel, similar ao imposto à África do Sul durante o Apartheid”.

Banco espanhol faz trapalhada e depois se desculpa

images-cms-image-000383938

De Brasil 247

Todos os clientes do banco Santander que tentaram, nesta sexta-feira 25, acessar o site da instituição espanhola no Brasil se depararam, antes de entrar no ambiente privado, com um aviso “importante”. Tratava-se, em letras brancas sobre o vermelho berrante da instituição, de um “pedido de desculpas”. Mais cedo, em mensagem dirigida a clientes de alta renda, o mesmo Santander recomendara por escrito que seus clientes tomassem cuidado com o que poderá acontecer com seus investimentos caso a candidata à reeleição, pelo PT, suba nas pesquisas eleitorais.

– Se a presidente (Dilma Rousseff) se estabilizar ou voltar a subir nas pesquisas, um cenário de reversão pode surgir”, elaborou o texto que tinha apenas a assinatura da instituição espanhola. A seguir, traçou-se o quadro de que “o câmbio voltaria a se desvalorizar, juros longos retomariam alta e o índice Bovespa cairia”. Em resumo, um inferno.

A recomendação para seus clientes endinheirados tomarem cuidado com a eventual ascensão da presidente pegou especialmente mau para o Santander porque não é nada disso que o presidente mundial da banca espanhola, Emílio Botín, fala nas vezes em vai ao Palácio do Planalto. Ali, sorridente, já posou para fotos e manifestou crer na economia brasileira gerenciada por Dilma.

Para compensar o estrago cometido pela parcialidade da avaliação, o próprio Santander primeiro pediu desculpas em forma de declaração oficial, e mais tarde resolveu ocupar toda a primeira página de seu site para dizer que “o referido texto feriu a diretriz interna” que barra análises marcadas pelo “viés político ou partidário”.

Enquanto a imagem do banco se derretia, o primeiro prejuízo objetivo aconteceu. Em Osasco, na Grande São Paulo, município que arrecada R$ 1,9 bilhão em transferências, impostos municipais e taxas todos os anos, o prefeito Jorge Lapas encontrou o mote que precisava para tomar uma decisão que já vinha estudando: romper o convênio mantido com o Santander para o recolhimento de impostos e taxas municipais.

Ao 247, Lapas explicou sua decisão:

– O volume de reclamação que a Prefeitura recebe contra o Santander é grande. Acontece que os caixas das agências têm sido orientados a não receberem pagamentos de IPTU e taxas municipais, sob a alegação de que esse movimento forma filas”, disse o prefeito petista. “Agora esse problema vai acabar tanto para a população como para o Santander. Notificamos o banco que em trinta dias o convênio será encerrado. Outros bancos continuarão a atender o nosso público”.

A recomendação do Santander para seus clientes de alta renda ficarem com um pé atrás diante do crescimento da presidente Dilma foi considerada “descabida” pelo prefeito Lapas:

– O banco praticou uma partidarização fora de hora e lugar.

Para a coleção de escorregões e quedas que o Santander já levou em sua trajetória no Brasil, agora o presidente local Jesús Zabalza já tem uma a mais para mostrar a dom Emílio.

A frase do dia

“O governo brasileiro não usa termos que desqualifiquem governo de países amigos. Portanto, eu não tenho como comentar isso. Posso dizer que o Brasil é um dos 11 países do mundo que têm relações diplomáticas com todos os membros das Nações Unidas. E quando falamos nas Nações Unidas somos ouvidos. Portanto, é isso que posso dizer”.

Do ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, referindo-se ao diplomata israelense que definiu o Brasil como “potência irrelevante politicamente”.

A aposta no “horário eleitoral” do JN

GloboJNPSDB

Por Altamiro Borges

A disputa presidencial de 2014, as forças de oposição – a velha e a dissidente – saíram em desvantagem no horário eleitoral “gratuito” de rádio e tevê, que começa em 19 de agosto. Devido à costura de alianças mais amplas, Dilma Rousseff conquistou quase metade do tempo para expor o balanço do seu governo, fazer o contraponto ao triste reinado de FHC, desmascarar as “medidas impopulares” dos neoliberais e apresentar suas propostas de mudanças para o futuro. Mas isto parece que não abalou Aécio Neves e Eduardo Campos, segundo informa Julia Duailibi, um das poucas vozes críticas do Estadão. A jornalista revela que os oposicionistas pretendem apostar as suas fichas no “horário eleitoral” da TV Globo.
“As campanhas dos principais candidatos da oposição, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), dão menos importância ao horário eleitoral que à cobertura do Jornal Nacional, da Rede Globo, o telejornal de maior audiência do país. Nos bastidores, os integrantes das campanhas dizem que a cobertura do Jornal Nacional sobre o dia dos candidatos, que começará em agosto, pouco antes do horário eleitoral na TV, tornou-se mais importante que a propaganda oficial. Minimizam, assim, a vantagem que a líder nas pesquisas, Dilma Rousseff (PT), tem de tempo do horário eleitoral – a petista terá mais de 11 minutos de exposição contra pouco mais de quatro minutos de Aécio e quase dois minutos de Campos”.
Os comandos das duas campanhas não confessaram os reais motivos deste “foco” no JN – nem a colunista polemizou com as razões apresentadas. Eles apenas alegaram “que a população tende a olhar com menos desconfiança para a informação que vem de um telejornal. A propaganda oficial, comandada pelos marqueteiros, já deixaria o eleitor desconfiado e atento ao ‘pega na mentira’ do candidato… As campanhas de Aécio e Campos dizem que o jogo só começará a ser jogado com o início dessa cobertura na TV. A Globo ainda não divulgou os detalhes da cobertura, mas as campanhas afirmam que ela começará no dia 4 de agosto e que os principais candidatos devem ter o mesmo tempo de aparição”.
Mas não é preciso ser um gênio para entender o “foco” no JN – o telejornal de maior audiência da tevê brasileira, apesar do acentuado declínio dos últimos anos. A famiglia Marinho não esconde seu feroz oposicionismo à atual presidenta. Isto ficou explícito no julgamento midiático do chamado “mensalão do PT” e também na cobertura “vira-lata” dos preparativos da Copa do Mundo. Agora, a TV Globo, com seus “calunistas” regiamente pagos, faz de tudo para criar um clima de pessimismo com os rumos da economia. Aécio e Campos sabem que este tipo de cobertura “imparcial” serve para dificultar a reeleição de Dilma Rousseff e para alavancar as campanhas oposicionistas.
Ou seja: a disputa presidencial terá na televisão – especialmente na Rede Globo – um decisivo campo de batalha. Como o governo Dilma não fez nada para coibir este brutal poder de manipulação da sociedade, é bom que a sua campanha utilize bem o horário “gratuito” que ainda resta na rádio e tevê para politizar a sociedade. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a candidata petista terá 11 minutos e 48 segundos em cada bloco de 25 minutos de propaganda; o tucano Aécio Neves ficará com 4 minutos e 31 segundos; e o dissidente Eduardo Campos terá 1 minuto e 49 segundos. Todos os outros oito candidatos que disputam a presidência terão menos tempo ainda de exposição.

Papão perde, mas ganha

Por Gerson Nogueira

Apesar do desafio aparentemente difícil, o Papão não teve muitos embaraços para seguir em frente na Copa do Brasil. Mesmo sofrendo dois gols logo de cara, o time não deixou o Sport disparar no placar. Marcou duas vezes e isso foi o suficiente para se classificar à próxima fase da competição, embolsando a premiação de R$ 430 mil.

unnamedFoi uma derrota com gosto de vitória, pois no resultado agregado o Papão marcou três gols, sendo dois na casa do adversário. O Sport também não lamentou o revés, visto que a própria imprensa pernambucana já insinuava que o clube tinha optado pela exposição internacional que a Copa Sul-Americana propicia.

Mais do que uma eventual atitude antidesportiva do Sport, o problema decorre da incoerência dos critérios adotados pela CBF, que acaba por obrigar os clubes a optarem por conta própria (e em prejuízo da lisura dos jogos) pelas competições mais rentáveis. Seria mais prático e justo que as vagas da Sul-Americana fossem destinadas aos clubes da Série B, ao invés de privilegiar equipes da Primeira Divisão.

Quanto ao jogo em si, cabe observar que o Papão correu riscos excessivos e cometeu falhas primárias, mesmo levando em conta a pouca disposição dos donos da casa. Foi espantosa a facilidade com que o ataque rubro-negro agiu nos minutos iniciais. Zagueiros e volantes do Papão pareciam travados e até o normalmente seguro Charles exagerou nos erros de posicionamento.

A marcha do placar deixou o torcedor bicolor desestimulado nos primeiros 15 minutos. Só depois de sofrer dois gols foi que o Papão começou a se articular melhor do meio para a frente, em grande parte puxado pelas jogadas de Pikachu e Marcos Paraná. No primeiro bom ataque, um cruzamento longo provocou a falha de Osvaldo, que desviou a bola para as próprias redes.

O gol devolveu a confiança ao Papão e mais justiça ao próprio jogo, visto que o Sport não era tão superior assim para desfrutar de vantagem tão tranquila. Só que Ananias e Patrick tinham completa liberdade pelos lados do campo, fazendo gato e sapato dos marcadores. Foi numa jogadinha repetida várias vezes que o Sport chegou ao terceiro gol. Cruzamento no segundo pau e o zagueiro Reiniê perdeu a disputa para o atacante. Por sorte, a reação bicolor não tardou. Aos 43 minutos, depois de furada do beque Renê, a bola chegou a Marcos Paraná, que bateu com categoria, fora do alcance do goleiro Saulo.

O segundo tempo praticamente não teve mais futebol. O Papão se segurava com até nove jogadores atrás dando chutões para garantir o resultado favorável e o Sport se perdia em passes improdutivos e a insistência com jogadas pelo meio da área. O placar permaneceu inalterado e todos saíram satisfeitos.

Na próxima fase, os descaminhos da CBF devem permitir a repetição do enredo. O Coritiba, como o Sport, também prefere disputar a Sul-Americana a permanecer na Copa do Brasil. E o Papão, que nada tem a ver com isso, vai avançando.

————————————————————

Oportunidade de influir no debate

Ao lado de presidentes de outros 11 clubes brasileiros, Vandick Lima representará o Papão e o futebol do Norte na reunião convocada pela presidenta Dilma Rousseff para hoje, em Brasília. Depois de ter antecipado sua disposição de iniciar uma ampla reforma de gestão do futebol brasileiro, Dilma começa a adotar medidas práticas.

O convite aos dirigentes levou em conta o compromisso dos clubes com a Lei de Responsabilidade Fiscal e permitirá que todos possam opinar sobre os planos reformistas do governo federal.

Vandick, como ex-atleta e atual político, deve ter muito a contribuir para que as ideias de mudança não fiquem apenas no ensaio. Como os demais gestores, deverá também expor a dura realidade dos clubes no Brasil, quase todos de pires na mão, submissos ao poder centralizador da CBF.

———————————————————–

Remo planeja enxugamento

O Remo parece estar começando a cair na real. Seus dirigentes fizeram as contas e chegaram à constatação de que a despesa é superior à receita. Tal descompasso contábil inviabiliza qualquer negócio, não apenas no futebol. Com um elenco inchado, beirando 40 atletas, a diretoria parece estar disposta a iniciar alguns expurgos.

A dúvida é: quem irá sair a essa altura? Somente de volantes o clube dispõe hoje de meia dúzia, quantidade excessiva para a disputa de um campeonato de Série D. O ataque tem outra pequena legião e Tiago Potiguar acaba de ser reincorporado.

Em comparação com outros clubes do torneio, o Leão tem jogadores demais para um time que ainda não está pronto. Roberto Fernandes precisa arrumar a casa para brigar pela classificação, partindo para dois compromissos fora de casa (River e Guarani de Sobral). Por essas e outras, o projeto de enxugamento do plantel deve ficar para a próxima semana.

———————————————————–

Até tu, São Paulo?!

Causou estranheza ontem a entrevista do atacante Alan Kardec, do São Paulo, admitindo atrasos de pagamento no Morumbi. A casa caiu. A própria mídia paulistana pareceu ter sofrido um choque. Afinal, estamos falando de um dos mais tradicionais, poderosos e endinheirados clubes do Brasil. Mal comparando, é como se de repente alguém noticiasse que a Noruega e a Suíça têm favelas.

Acontece que Kardec, até inadvertidamente, foi bem claro. Existem situações pontuais no elenco, mas sem interferência no rendimento do time, segundo ele. É de conhecimento geral que o futebol brasileiro convive com mazelas antigas, dificuldades de gestão e pouca capacidade de faturamento (a começar pelas arrecadações fracas), mas soa esquisito – e preocupante – que uma agremiação apontada como modelo administrativo esteja enfrentando aperreios de caixa.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta sexta-feira, 25)

Israel bombardeia escola usada como abrigo

Da BBC Brasil

140724143012_escola_gaza_624x351_ap

Ao menos 15 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas em um bombardeio de uma escola gerida pela Organização das Nações Unidas (ONU) na Faixa de Gaza. Segundo o ministério da Saúde de Gaza, o local era usado por centenas de palestinos como abrigo em Beit Hanoun para se refugiar da violência do conflito que há mais de duas semanas ocorre na região.

Esta é a quarta vez que um abrigo da ONU é atingido na ofensiva promovida por Israel contra o grupo extremista Hamas, que controla Gaza. A ONU disse que vem enfrentando dificuldades para lidar com as mais de 100 mil pessoas que tiveram de deixar os locais onde moram e buscam abrigo em suas unidades. Chris Gunness, porta-voz da principal agência da ONU em Gaza, criticou Israel pelo ataque. O Exército israelense não comentou o assunto.