Justiça manda igreja devolver dízimo a fiel

Uma mulher entrou na Justiça contra a Igreja Universal do Reino de Deus e conseguiu receber de volta seus dízimos. De acordo com uma publicação do jornal “Extra”, a mulher recebeu grande quantia de dinheiro após realizar um trabalho e foi induzida pelo pastor a reverter o montante para a instituição religiosa. Pouco depois o homem fugiu da igreja, resultando em um processo de depressão na fiel, que ficou sem emprego e na miséria. O processo, acompanhado pela 5ª Turma Cívil do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) confirmou a sentença, determinada pela 9ª Vara Cível de Brasília. Nela, a Igreja Universal do Reino de Deus deverá devolver os R$ 74.341,40 doados à antiga frequentadora, além de acrescer juros de mora de 1% ao mês.
A doação foi realizada a partir de dois cheques compensados em dezembro de 2003 e janeiro de 2004. Entretanto, a mulher decidiu acionar a Justiça somente em 2010, quando sua situação financeira já estava seriamente prejudicada. Apesar de ter recorrido, a Igreja Universal do Reino de Deus não conseguiu cancelar a decisão. A igreja ainda chegou a afirmar que a mulher era uma empresária e que tinha rendimentos para poder se sustentar caso doasse o montante, na tentativa de se defender. (Do Yahoo! Notícias) 

Se a moda pega…

A frase do dia

“Na minha opinião o Remo jogou muito mal hoje, mas esses vagabundos roubaram a nossa equipe e isso eu não vou admitir. Tiveram dois pênaltis claros que eles não marcaram. Eu, como vice-presidente do Remo, vou exigir que todos os árbitros sejam de fora para as nossas partidas”.

De Zeca Pirão, vice-presidente do Remo e vereador de Belém.

O atrevimento premiado

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Por Gerson Nogueira

O S. Francisco desperdiçou excelentes chances nos minutos finais e saiu lamentando o empate no Mangueirão, ontem. De fato, se há um lado que teve motivos para lastimar a perda de pontos foi o atrevido Leão santareno, que levou um gol quando era melhor, empatou, permitiu o segundo gol e acabou obtendo o empate final.

Não se amofinou e quase venceu o jogo. Mais que isso: foi superior durante a maior parte do tempo, explorando muito bem as deficiências do Remo. Além da boa atuação do S. Francisco, o Remo fez seu pior jogo no campeonato, pior até do que o da estreia contra o Santa Cruz.

O S. Francisco fechou bem os lados, atrapalhando os poucos avanços do Remo pelos corredores, e fez os seus laterais subirem sempre, pressionando o trio defensivo adversário e aproveitando a ausência de marcação no lado direito remista. O técnico Osvaldo Monte Alegre foi preciso no cerco ao volante Gerônimo, que deveria ser o distribuidor de jogadas na meia-cancha, dando suporte ao meia Edilsinho.

Outra virtude do time santareno: a velocidade na saída para o ataque. Mesmo quando a bola era conduzida pelos zagueiros, o passe chegava ao armador Caçula e deste era endereçada aos atacantes. Desde os primeiros movimentos, essa diferença gritante de ritmo ficou evidente em campo.

Flávio Araújo, técnico do Remo, pode até ter percebido a situação, mas não corrigiu de imediato. As ausências de Berg pela esquerda e Tiago Galhardo na armação criavam um buraco no setor de criação em prejuízo direto dos atacantes Val Barreto e Fábio Paulista.

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O gol de abertura, marcado pelo estreante Guerra aos 32 minutos, deu a falsa impressão de que o Remo – como em outros jogos – iria levar a melhor pelo esforço coletivo. Três minutos depois, porém, o São Francisco se lançou novamente ao ataque e conseguiu empatar, com Boquinha.

Ficava claro que, diferentemente de outros adversários, o S. Francisco não cairia na armadilha de atacar, deixando espaços na marcação. Quando ia ao ataque, havia sempre um bloqueio para impedir contragolpes.

Para tentar mudar o panorama do jogo, Araújo tirou Nata e Edilsinho e lançou Jonathan e Ramon. A troca de volantes foi positiva, mas a armação piorou. Se já havia cadência demais, com a mudança a ligação deixou de existir. Longe da melhor forma física, Ramon perdia tempo até para dominar a bola. Rápido, o S. Francisco retomava e pressionava.

A transição só se estabelecia quando outros jogadores do meio ou da zaga se arriscavam no ataque. Foi assim que o zagueiro Zé Antonio apareceu de surpresa e lançou Paulista entre os beques do São Francisco. O atacante recebeu o passe e marcou o segundo gol, aos 12 minutos.

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A vantagem durou pouco. O S. Francisco não esmoreceu e continuou no mesmo ritmo, explorando a queda de rendimento físico da maioria dos jogadores do Remo. Em cobrança de falta, aos 20, Levy igualou o placar. A bola desviou na barreira, mas o goleiro Fabiano colaborou, pulando atrasado.

Nervosa com a determinação do visitante, a zaga se atrapalhava em lances bobos e quase permitiu o terceiro gol em lance disputado entre Zé Antonio e Ricardinho na pequena área. Minutos depois, Fabiano saiu bem para impedir gol do próprio Ricardinho, que invadiu com liberdade depois de um presente da zaga.

Até o final, o São Francisco foi mais presente, acreditando até o fim na vitória. Merecia sorte melhor. O Remo, cansado, parecia perdido. Errava passes no meio, mandava a bola para fora e se expunha a todo instante. Diante do sufoco final, o empate acabou sendo excelente negócio para os azulinos de Belém.

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Problemas cada vez mais visíveis

Como já dito outras vezes, Flávio Araújo tem problemas localizados para resolver. Não dispõe de laterais confiáveis e, por isso, adotou o 3-5-2. Possivelmente, terá que continuar assim, o que deixa o meio-campo sempre incompleto porque seus alas também não funcionam. Além do mais, sacrifica os zagueiros, que se expõem quando o adversário ataca pelos lados.

Na armação, só Galhardo se mostrou efetivo. Sem ele, os bons atacantes do time passam a depender de lances esporádicos. Até agora, a marcação forte no meio compensou os defeitos de criação. Difícil crer que, com seus pontos vulneráveis cada vez mais visíveis, consiga atravessar o campeonato sem sustos.

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Árbitro prejudicou o jogo

A arbitragem de Nadilson Souza dos Santos foi muito criticada pela torcida e pelos dirigentes remistas. Injustamente. O árbitro foi ruim para os dois lados, deixando de aplicar cartões em jogadas violentas (carrinhos criminosos) e invertendo faltas. No lance do primeiro gol do Remo, de difícil interpretação, o auxiliar não assinalou o impedimento, gerando reclamações do S. Francisco. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)

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Copa BR: decisão divide rivais

Para surpresa geral, a CBF mudou a interpretação do regulamento e confirmou na Copa do Brasil os jogos de Remo e Paissandu para Belém. A decisão alegrou os remistas, mas não foi bem recebida pelos bicolores. Compreensível, afinal o Papão terá adversários teoricamente fracos nas primeiras fases do torneio. De certa maneira, seria mais negócio cumprir logo a punição de dois jogos na Copa e ficar livre para a Série B.

Já o Remo comemora a notícia em função da possibilidade de uma grande arrecadação – em torno de R$ 1,2 milhão – no jogo contra o Flamengo, dia 3 de abril, no Mangueirão. Só não pode dar mole e perder em casa, como já aconteceu contra o próprio Fla e o Santos de Neymar e Ganso.

 (Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta terça-feira, 05)