Por Gerson Nogueira
Com o fim da temporada chegando, florescem as especulações quanto a reforços. Na Curuzu, o problema da procura por jogadores é mais complexo porque envolve o projeto para a Segunda Divisão. Apesar de o elenco comandado por Lecheva ter conseguido o sonhado acesso à Série B, ninguém aposta um tostão furado na manutenção dos mesmos jogadores.
Vandick Lima e sua diretoria de futebol não explicitam o desmanche do grupo que disputou a Série C, mas é evidente que poucas peças serão preservadas para 2013. De um total de 30 jogadores, o elenco será reduzido pela metade, incluindo os jogadores que pertencem ao Paissandu. É claro que o vínculo com alguns profissionais torna mais difícil
Dos forasteiros, somente João Ricardo, Fábio Sanches, Rodrigo Fernandes e Alex Gaibu (com ressalvas) interessam para a próxima temporada. Kiros, Junior Maranhão, Marcus Vinícius e Dalton dificilmente voltam.
Para o ataque, setor que custou a deslanchar no Brasileiro, a diretoria planeja buscar novos nomes. Moisés e Rafael Oliveira estão praticamente descartados. O desgaste do segundo junto à torcida deve facilitar sua saída, embora tenha subido de produção na reta final da competição. Moisés, que voltou cercado de expectativas, não se firmou como titular e também não faz parte dos planos.
Tiago Potiguar, cujo futebol entrou em declínio desde a temporada na China, teve altos e baixos na Série C, mas jamais foi o atacante decisivo de outros tempos. Nas internas, é considerado um atleta problemático por preparadores e médicos. A visível vontade de sair e as declarações fortes contra o clube no fim da campanha também dificultam sua permanência.
Entre os veteranos, Zé Augusto está a um passo da aposentadoria e Vânderson, mesmo com propostas de outros Estados, deve ser mantido. A liderança e a forte identificação com o clube devem garantir a renovação de contrato. Outros valores regionais, os volantes Leandrinho e Ricardo Capanema, terão o Parazão como teste para a Série B.
Quanto aos jovens, promovidos ao time principal neste ano, a principal aposta continua sendo Pikachu, cuja negociação com investidores ainda pode vir a ser desfeita. Vandick mantém a disposição de segurar o jogador como reforço para a Segundona, no que está certíssimo. Na avaliação dos novos diretores, o valor anunciado (R$ 700 mil) da transação não justifica a perda de peça tão importante – e talento raro na posição em todo o Brasil.
Para a defesa, Pablo é visto como boa opção para compor o grupo, pelo fato de atuar bem tanto na lateral-esquerda quanto no meio da zaga. O mesmo critério se aplica ao meia-armador Djalma, que também joga como lateral-direito.
Tiago Costa, cujo rendimento é muito questionado, deve ganhar novas oportunidades, mas deverá disputar espaço com o recém-contratado Raul (ex-Remo). E Héliton, pouco aproveitado neste ano, tem idade e futebol para ser observado durante o certame estadual.
No bico do lápis, fica claro que o Paissandu terá que contratar pelo menos 15 jogadores para o campeonato mirando a Série B. Ao contrário do ocorrido nas últimas temporadas, porém, não basta apenas inchar elenco. Será necessário um sério trabalho de garimpagem para que o entusiasmo da subida não se transforme em frustração ao final da temporada.
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A falta de um organizador
O Remo, sem divisão nacional por enquanto, tem mais pressa. O desafio maior é estruturar um time competitivo para o Campeonato Paraense, a fim de garantir a vaga à Série D. Flávio Araújo, com o prestígio pelo acesso do Sampaio Corrêa à Série B, tem carta branca para a indicação de reforços.
No total, são 12 jogadores já confirmados e mais três para avaliação. Com os três goleiros (Fabiano, Dida e Nailson) e os zagueiros Carlinhos Rech e Zé Henrique, a base da defesa está garantida. O ataque – com Branco, Val Barreto e Fábio Paulista –, também.
O drama continua no setor de criação. Até agora nenhum jogador foi contratado para o setor mais vital do time. Flamel foi sondado, mas preferiu ficar no Santa Cruz.
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As façanhas de La Pulga
Fã de carteirinha das façanhas geniais do Rei Pelé, começo a ficar incomodado com os recordes e diabruras de Lionel Messi. Onde o mirrado argentino vai parar? Ninguém pode prever, mas é consenso que ele vai longe. Cada vez mais se confirma a opinião de Michel Platini, para quem Messi tem olhar assassino, frio, imperturbável e não se desconcentra nunca do objetivo. Entendo o que o francês quis dizer. Não se observa no atacante do Barcelona nenhum sinal de acomodação ou distração. Ele só pensa em jogar futebol – e sempre em alto nível.
Os locutores espanhóis já esgotaram os adjetivos e superlativos para definir as jogadas de La Pulga Cósmica. A marca de 86 gols na temporada, algo que parecia quase impossível de superar, foi batida neste fim de semana. Falta, ainda, a Messi uma Copa do Mundo para chamar de sua, como Maradona (86), Romário (94) e Zidane (98).
O chato disso tudo é que o próximo Mundial será aqui e o baixinho estará mais afiado ainda. Nunca pensei que chegaria este dia, mas está ficando difícil não compará-lo a Pelé.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta terça-feira, 11)