CBF confirma Remo na Série D

A CBF confirmou, na tarde desta terça-feira, que o Clube do Remo será o representante paraense no Campeonato Brasileiro da Série D, depois que o Cametá, campeão paraense, formalizou sua desistência, alegando razões financeiras. Com isso, o vice-campeão estadual estreia no torneio no dia 27 de maio, às 17h, contra o Vilhena (RO), a 693 quilômetros de Porto Velho, capital de Rondônia. O Remo integra o grupo A1 da Série, que tem a participação do Penarol (AM), Vilhena (RO), Náutico (RR) e um representante do Acre ainda não confirmado. Os azulinos farão o primeiro jogo em Belém, no dia 3 de maio, contra o Penarol. Ainda não há confirmação do local da partida. 

O técnico Flávio Lopes e sua comissão técnica, que trabalham no Campeonato Paraense, retornam a Belém na segunda-feira (21), quando começam a preparar o time para a competição. Segundo a assessoria de imprensa do Remo, Lopes já tem pronta uma lista de dispensa e busca seis reforços. Um dos jogadores cogitados é o atacante Marcelo Maciel, que defendeu o Cametá no Parazão e que já passou pelo Baenão.  

Confira os jogos
27/05 -Vilhena-RO x Remo
03/06 – Remo x Penarol-AM
10/06 – Náutico-RR x Remo
24/06 – Remo x representante do Acre

Brasil vive crise de artilheiros na Europa

Por Eder Fantoni 

Grafite, temporada 2008/09 do Campeonato Alemão, 28 gols pelo Wolfsburg. Essa foi a última vez que o Brasil viu um atacante do país ser artilheiro de um dos quatro principais campeonatos nacionais da Europa, que ocupam as primeiras posições no ranking da Uefa. E para relembrar quem foi o último artilheiro brasileiro do Campeonato Espanhol é preciso cavucar o baú para ver que Ronaldo e Júlio Baptista fizeram 20 gols cada um em 2003/04, por Real Madrid e Sevilla, respectivamente. O passado é ainda mais distante quando o assunto é o Italiano. O último atacante do Brasil a conseguir o feito foi Amoroso, com 22 gols, pela Udinese, em 1998/99. Na Inglaterra, nunca um jogador brasileiro conseguiu ser artilheiro.

E se o técnico Mano Menezes ainda procura por um centroavante na Europa para servir à seleção, a resposta talvez esteja exatamente no Brasil, já que os jogadores ofensivos estão em baixa na Europa. No Alemão, o atacante Roberto Firmino, ex-Figueirense e agora no Hoffenheim, foi o principal goleador brasileiro, com sete gols. Cacau fez oito, mas é naturalizado alemão. No Italiano o jogador que mais balançou as redes é um meio-campista: Hernanes, da Lazio: 8.

Robinho aparece com seis gols, bem diferente de seu companheiro de frente do Milan, o sueco Ibrahimovic, com 28. No Espanhol, os atacantes Diego Costa, do Rayo Vallecano, e Jonas, do Valencia, dividiram a artilharia dos brasileiros com dez gols cada, 40 a menos que o goleador máximo da competição, Lionel Messi.  Inglês a explicação pelo insucesso é fácil. Nenhum clube tem um atacante brasileiro registrado atualmente no elenco profissional. Dessa forma, o volante Ramires, do Chelsea, foi o artilheiro do país, com quatro gols.

O panorama para os brasileiros só melhora nos campeonatos de força mediana da Europa, como França e em Portugal, mesmo que esses dois jogadores em questão estejam longe dos olhares de Mano Menezes. O atacante Nenê, do Paris Saint-Germain, divide artilharia do Campeonato Francês com Giroud, do Montpellier, com 21 gols cada, e pode terminar na primeira colocação, já que o nacional ainda possui uma rodada a disputar.

No Português, Lima, revelado pelo Paysandu e agora no Braga, também “rachou” os louros de artilheiro da competição. Fez 20 gols, assim como o paraguaio Cardozo, do Benfica. Apesar deste cenário mais favorável, o Brasil só vai encontrar o seu artilheiro isolado na Europa na Romênia, o país 22º colocado no ranking da Uefa. O meia Wesley, que começou na Ponte Preta e agora defende o Vaslui, tem 26 gols. A equipe do brasileiro briga pelo título da competição, que termina nessa semana.

VIZINHOS SE DESTACAM

Se é difícil encontrar artilheiros do Brasil na Europa, não se pode dizer o mesmo dos países vizinhos da América do Sul. No Italiano, por exemplo, o argentino Diego Milito, da Inter de Milão, foi vice-artilheiro com 24 gols, um a mais que o uruguaio Edinson Cavani, do Napoli. O quinto colocado foi o também argentino Rodrigo Palacio (19 gols), ex-Boca Juniors e agora no Genoa, seguido de perto pelo seu compatriota Germán Denis (16). No Espanhol, três dos quatro primeiros colocados são de países sul-americanos, mas não brasileiros: os argentinos Messi (50 gols) e Higuaín (22) e o colombiano Falcao (24). No Inglês, outro argentino aparece em terceiro lugar: Agüero, do Manchester City, com 23 gols – foi ele que fez o gol no último minuto que garantiu o título ao time, contra o QPR. No Alemão, o principal goleador sul-americano foi o peruano Claudio Pizarro, do Werder Bremen, com 18 gols.

A frase do dia

“Às vezes, o papel do técnico é não atrapalhar os jogadores. E eu estou trabalhando com os melhores do mundo.”

De Muricy Ramalho, técnico campeão paulista pelo Santos.

Fifa vê “alto risco” em estádios da Copa 2014

Um documento obtido pela Folha de S. Paulo mostra que a Fifa considera crítica a situação das obras de estádios da Copa do Mundo. A informação está na reportagem, assinada por Juca Kfouri, Marcel Rizzo e Martín Fernandez, publicada nesta terça-feira. A íntegra da matéria está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha. Para a Fifa, há risco de atraso, em alguma proporção, em cinco arenas. A preocupação principal é com o estádio de Natal (RN), apontado como de “alto risco” de não ficar pronto a tempo para o Mundial. Das 12 sedes, Fortaleza é a única no prazo. O panorama para a Copa da Confederações de 2013 é ainda mais crítico. A Fifa aponta atrasos em três das quatro sedes já anunciadas para a competição. A entidade reclama da burocracia e do “excesso de politização” dos processos no Brasil, mas elogia, em todos os níveis de governo, a disposição para acelerar as obras. E, portanto, para gastar mais. O relatório que faz um raio-X completo das obras dos 12 estádios para a Copa possui 83 páginas e tem a data de 1º de maio.

Papão anuncia reforços, mas Xuxa ainda é incerto

Sidrailson (zagueiro), Fabinho (meia-atacante) e Junior Xuxa (meia) são os reforços anunciados pelo Paissandu, mas a liberação de Xuxa pelo América-RN não está garantida. O jogador prefere ficar em Natal, a diretoria também, mas o técnico Roberto Fernandes teria manifestado sua insatisfação com o atleta. Roberval Davino é fã do futebol de Xuxa e recomendou sua contratação ao Paissandu. Já o volante Ricardo Capanema, ex-Cametá, também em negociação com o clube, será primeiro avaliado por Davino. Capanema tem proposta do Santa Cruz de Cuiarana (Salinas) para disputar a Segundinha do Parazão. Por outro lado, na tarde de segunda-feira, o Paissandu anunciou a liberação do meia Cariri e do zagueiro Douglas. Ambos estão fora dos planos de Davino para a Série C. Questionado por parte da torcida e jogador mais caro do atual elenco, o centroavante Adriano Magrão (foto) ainda será melhor avaliado pelo treinador. Contratado para resolver o problema de gols do time, Magrão marcou apenas duas vezes em 17 jogos. (Foto: MÁRIO QUADROS/Bola)

Remo deve representar o Pará na Série D

Dirigentes do Cametá admitiram, na noite desta segunda-feira, que o clube dificilmente participará da Série D 2012. Apesar de a CBF bancar as despesas com transporte, hospedagem e alimentação dos clubes, o Cametá não teria recursos para custear uma folha salarial estimada em R$ 140 mil mensais. Como o ano é eleitoral, a legislação não permitirá que a prefeitura do município ajude o clube. O apoio do empresariado não seria suficiente para cobrir os gastos. O exemplo do Independente, que disputou a Série D em 2011 e quase foi à falência, também desestimula a diretoria do Cametá.

Oficialmente, o clube ainda não se pronunciou, mas existem entendimentos para que apresente a desistência por escrito à FPF até quarta-feira. Com isso, a entidade convidaria o Remo, que é o clube habilitado pelo índice técnico – foi o primeiro colocado na classificação geral do campeonato. Depois que o Remo aceitar, aí a CBF será oficialmente informada, definindo-se então o representante paraense na competição nacional. Durante todo o dia, circularam boatos sobre um acordo verbal entre os clubes para que o Cametá abrisse mão da vaga em troca da partilha da renda dos dois jogos finais. Esse dinheiro, algo em torno de R$ 200 mil, será utilizado pelo campeão paraense para saldar dívidas e construir um centro de treinamento.

Em Cametá, torcedores preparam protestos contra a diretoria do clube, caso se confirme a desistência em relação à Série D. Os jogadores têm chegada prevista à cidade nesta terça-feira, mas aguardam em Belém o pagamento dos salários de abril e da premiação (R$ 100 mil) pelo título estadual.

Anatomia de uma derrota

Por Gerson Nogueira

Várias teorias são esgrimidas, desde o apito final no Mangueirão, para tentar explicar o inexplicável: como perder um campeonato (e a temporada inteira) em cinco minutos? O Remo, já acostumado a outras proezas do gênero, conseguiu a façanha. Deixou escapar a vitória entre 40 e 45 minutos do segundo tempo, quando a torcida já incendiava as arquibancadas festejando um título ausente do Evandro Almeida há quatro temporadas.
Dos esportes coletivos, o futebol é o mais surpreendente e imprevisível. Por isso, é tão amado e praticado em todo o mundo. Todos que acompanham o nobre esporte bretão conhecem numerosas histórias sobre fatos inusitados dentro e fora das quatro linhas. Gols espíritas, viradas heróicas, defesas impossíveis.
O torcedor remista, sustentáculo do time desde o malfadado primeiro turno, tinha todas as razões possíveis para extravasar sua alegria depois do segundo gol. Quando o fim da partida se aproximava, a vibração naturalmente aumentou, sacudindo as estruturas do estádio. Aí, de repente, veio o golpe desferido pelo gol de Garrinchinha em cruzamento de Marcelo Maciel. Dois ex-azulinos.
Nelson Rodrigues celebrizou o Sobrenatural de Almeida como personagem ativo dos grandes triunfos do Fluminense. Diante dos últimos acontecimentos, está na hora de os azulinos elegerem uma entidade para socorrê-los nos momentos mais aflitivos.
Enquanto, porém, a situação for analisada do ponto de vista meramente técnico, cabe registrar os muitos erros que encaminharam o Remo ao desfecho trágico. O maior, obviamente, foi o tempo desperdiçado com Sinomar Naves ao longo de quase oito meses até a fraca campanha no primeiro turno.
Flávio Lopes, bom técnico, chegou em cima da hora e não teve tempo para indicar jogadores e foi obrigado a trabalhar com as peças disponíveis. E aí entrou o segundo grande pecado da diretoria azulina: a escolha desastrada de seis reforços para completar o limite de inscritos no returno. Desses, somente o lateral-direito Cássio chegou a ser utilizado, com os resultados conhecidos.
O terceiro erro tem a ver com Flávio Lopes, que não conseguiu dar ao time a solidez necessária para estrear com êxito na decisão do campeonato. A maneira frouxa como o Remo se comportou no primeiro confronto foi determinante para o insucesso final. Deu ainda o tremendo azar de perder seu jogador mais importante, Jhonnatan, nas duas partidas. Para complicar, não teve Magnum e Reis no último confronto.
Outros problemas, como a barração de Tiago Cametá e a insistência em lançar Cassiano sem as condições ideais, têm motivações internas que só o treinador conhece. Mas o pecado final, da omissão dos jogadores mais experientes quando o Remo vencia por 2 a 0 e precisava acalmar o jogo, é de inteira responsabilidade dos que estavam em campo.
Adriano, Diego Barros, Edinho, Aldivan, Fábio Oliveira e Joãozinho, todos atletas experientes, deviam ter a serenidade e a malandragem de fazer o tempo escoar tocando a bola e esperando pelo Cametá.
Quem se der ao trabalho de rever as imagens do jogo vai notar que o Remo parecia desesperado para fazer o terceiro gol, quando 2 a 0 era um placar suficiente para levar o título. Não precisava apressar o ritmo, apenas controlar a situação. Alguém já disse que o futebol é um jogo mental e essa lição deve ser bem assimilada pelos azulinos  
 
 
A derrota tem o poder de clarear pontos obscuros e desconhecidos. Sabe-se agora que a diretoria do Remo está rachada desde o início do Parazão. Há dirigente que não fala com o outro, tendo que ir ao clube em horário diferente para não encontrar com o desafeto.
Outra questão a dividir a cúpula é o anunciado rompimento com a Federação Paraense de Futebol, defendido pela maioria dos diretores e que foi evitado por uma voz solitária. Outro ponto em aberto, alimentando desgastes internos, é a recolocação do escudo no pórtico do Baenão.  
 
 
Com base nas seleções de cada turno, aqui vai o time dos melhores do Parazão 2012: Jader (SF); Pikachu (PSC), Perema (SF), Gil (CAM) e Rayro (Águia); Jhonnatan (CR), Ricardo Capanema (CAM), Flamel (Águia) e Ratinho (CAM); Branco (Águia) e Lineker (Tuna). Técnico: Flávio Lopes. Melhor jogador: Flamel. Revelação: Jhonnatan. (Foto: MÁRIO QUADROS/Bola) 

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta terça-feira, 15)

Troféu Camisa-13 para os melhores do esporte

Aconteceu nesta segunda-feira à noite, na Usina 265, a grande festa de premiação dos vencedores do Troféu Camisa 13, promovido anualmente pelo grupo RBA. Eleita pelos torcedores, a seleção do campeonato ficou assim escalada: Paulo Rafael (PSC); Pikachu (PSC), Diego Barros (CR), Tiago Costa (PSC) e Aldivan (CR); Billy (PSC), Analdo (Águia), Flamel (Águia) e Ratinho (CAM); Rafael Paty (CAM) e Fábio Oliveira (Remo). Flamel foi o craque do campeonato. Os artilheiros foram Branco (Águia), Fábio Oliveira (CR) e Paty (CAM), todos com 11 gols. Dewson Freitas foi o melhor árbitro.

O técnico é Flávio Lopes, do Remo, e a revelação é o lateral-direito Pikachu, do Paissandu. O craque foi o meia Flamel, do Águia de Marabá. Os troféus foram entregues por desportistas, cronistas esportivos e empresários, com apresentação de Zaire Filho, coordenador do C-13.

O governador Simão Jatene foi escolhido Personalidade Esportiva do ano, pela contribuição aos clubes paraenses e promoção de grandes eventos esportivos, como o GP de Atletismo e o amistoso Brasil x Argentina. Ele recebeu o troféu Camisa 13 das mãos do diretor-presidente do DIÁRIO, Jader Barbalho Filho. (Fotos: MARCO SANTOS/Bola)