
Por Eder Fantoni
Grafite, temporada 2008/09 do Campeonato Alemão, 28 gols pelo Wolfsburg. Essa foi a última vez que o Brasil viu um atacante do país ser artilheiro de um dos quatro principais campeonatos nacionais da Europa, que ocupam as primeiras posições no ranking da Uefa. E para relembrar quem foi o último artilheiro brasileiro do Campeonato Espanhol é preciso cavucar o baú para ver que Ronaldo e Júlio Baptista fizeram 20 gols cada um em 2003/04, por Real Madrid e Sevilla, respectivamente. O passado é ainda mais distante quando o assunto é o Italiano. O último atacante do Brasil a conseguir o feito foi Amoroso, com 22 gols, pela Udinese, em 1998/99. Na Inglaterra, nunca um jogador brasileiro conseguiu ser artilheiro.
E se o técnico Mano Menezes ainda procura por um centroavante na Europa para servir à seleção, a resposta talvez esteja exatamente no Brasil, já que os jogadores ofensivos estão em baixa na Europa. No Alemão, o atacante Roberto Firmino, ex-Figueirense e agora no Hoffenheim, foi o principal goleador brasileiro, com sete gols. Cacau fez oito, mas é naturalizado alemão. No Italiano o jogador que mais balançou as redes é um meio-campista: Hernanes, da Lazio: 8.
Robinho aparece com seis gols, bem diferente de seu companheiro de frente do Milan, o sueco Ibrahimovic, com 28. No Espanhol, os atacantes Diego Costa, do Rayo Vallecano, e Jonas, do Valencia, dividiram a artilharia dos brasileiros com dez gols cada, 40 a menos que o goleador máximo da competição, Lionel Messi. Inglês a explicação pelo insucesso é fácil. Nenhum clube tem um atacante brasileiro registrado atualmente no elenco profissional. Dessa forma, o volante Ramires, do Chelsea, foi o artilheiro do país, com quatro gols.

O panorama para os brasileiros só melhora nos campeonatos de força mediana da Europa, como França e em Portugal, mesmo que esses dois jogadores em questão estejam longe dos olhares de Mano Menezes. O atacante Nenê, do Paris Saint-Germain, divide artilharia do Campeonato Francês com Giroud, do Montpellier, com 21 gols cada, e pode terminar na primeira colocação, já que o nacional ainda possui uma rodada a disputar.
No Português, Lima, revelado pelo Paysandu e agora no Braga, também “rachou” os louros de artilheiro da competição. Fez 20 gols, assim como o paraguaio Cardozo, do Benfica. Apesar deste cenário mais favorável, o Brasil só vai encontrar o seu artilheiro isolado na Europa na Romênia, o país 22º colocado no ranking da Uefa. O meia Wesley, que começou na Ponte Preta e agora defende o Vaslui, tem 26 gols. A equipe do brasileiro briga pelo título da competição, que termina nessa semana.
VIZINHOS SE DESTACAM
Se é difícil encontrar artilheiros do Brasil na Europa, não se pode dizer o mesmo dos países vizinhos da América do Sul. No Italiano, por exemplo, o argentino Diego Milito, da Inter de Milão, foi vice-artilheiro com 24 gols, um a mais que o uruguaio Edinson Cavani, do Napoli. O quinto colocado foi o também argentino Rodrigo Palacio (19 gols), ex-Boca Juniors e agora no Genoa, seguido de perto pelo seu compatriota Germán Denis (16). No Espanhol, três dos quatro primeiros colocados são de países sul-americanos, mas não brasileiros: os argentinos Messi (50 gols) e Higuaín (22) e o colombiano Falcao (24). No Inglês, outro argentino aparece em terceiro lugar: Agüero, do Manchester City, com 23 gols – foi ele que fez o gol no último minuto que garantiu o título ao time, contra o QPR. No Alemão, o principal goleador sul-americano foi o peruano Claudio Pizarro, do Werder Bremen, com 18 gols.