Cametá perde, mas levanta a taça do 1º turno

Por Gerson Nogueira

O Cametá perdeu por 3 a 1 para o Águia, mas conquistou o primeiro turno do Parazão, na tarde deste sábado, em Marabá. O resultado garante o Cametá na Copa do Brasil 2013 e grandes chances de ficar com única vaga paraense na Série D. Por tabela, deixa o Remo em situação delicada, pois será obrigado a ganhar o returno e o próprio estadual para assegurar um lugar na Quarta Divisão.

Foi uma das melhores partidas do campeonato, digna de uma decisão. O Águia impôs um ritmo forte desde a saída de bola e teve a felicidade de abrir o placar logo aos 2 minutos de jogo, através do zagueiro Charles. O gol empolgou os donos da casa, que precisavam vencer por três de diferença para ficar com o título desta etapa. Começava ali o festival de chances desperdiçadas pelos atacantes do Azulão, principalmente Branco e Valdanes. O Cametá, que entrou com Jailson e Paty no ataque, se mostrava exageradamente defensivo, assustado com o rolo compressor montado por João Galvão.

Apesar da pressão do Águia, o Cametá aos poucos foi se aprumando e melhorando a produção defensiva, contando com o recuo do volante Ricardo Capanema para auxiliar a zaga. Quase ao final do primeiro tempo, Analdo disparou um chute forte de longa distância e a bola explodiu no travessão, caindo dentro do gol cametaense. O árbitro Clauber Miranda consultou seus auxiliares e não validou o gol.

No intervalo, João Galvão lançou o atacante Vando, aumentando seu poderio ofensivo, a fim de buscar os gols necessários para vencer o turno. Logo no começo, em triangulação pelo lado direito, a bola se apresentou para Flamel, que disparou no canto de Evandro, aos 8 minutos. A vantagem de 2 a 0 ainda era insuficiente, mas serviu para incendiar a torcida no estádio Zinho Oliveira. O terceiro gol viria aos 23 minutos. Aproveitando a instabilidade da zaga do Cametá, Vando entrou na área e tocou com categoria para as redes, estabelecendo 3 a 0 no placar. O resultado igualava a disputa em 4 a 4 beneficiando o Águia.

Flamel e Valdanes tiveram novas oportunidades de ampliar, mas erraram nas finalizações. Extenuado pelo esforço empregado para reverter a desvantagem, o Águia afrouxou a marcação no meio-de-campo e o Cametá melhou no jogo, ensaiando seus primeiros ataques. Marcelo Maciel já estava em campo e caía pelas extremas, abrindo espaço para o Rafael Paty pelo centro. O goleiro Alan impediu dois gols cametaenses, mas, aos 30 minutos a casa caiu. Ratinho, que tinha desempenho apagado, arrancou de seu campo, driblou quatro marcadores e disparou um chute indefensável no canto direito de Alan. Um golaço que deixou o placar em 3 a 1.

O gol calou a torcida marabaense e deu ao Cametá ânimo redobrado para enfrentar a desesperada pressão do Águia nos minutos finais. E o quarto gol esteve para acontecer em dois momentos. No primeiro, houve um chute forte de Rairo, que Evandro defendeu bem. No segundo, Vando disparou chute no pé da trave com o goleiro inteiramente batido. Ratinho levou o segundo cartão amarelo e foi expulso, mas o Águia não teve nervos e fôlego para conseguir o quarto gol. Controlando a bola em seu campo de ataque, o Cametá manteve o adversário sob controle e sustentou o placar até o final. Jogo desigual, mas conquista merecida. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)

Águia x Cametá (comentários on-line)

Parazão 2012 – Decisão do primeiro turno.

Águia x Cametá – Estádio Zinho Oliveira, 16h.

Oscar 2012: barbadas e esquecidos

Por André Barcinski

Domingo acontece o Oscar. Como sempre, filmes muito bons (“Rampart”, “Drive”, “Shame”) foram preteridos por coisas como “Cavalo de Guerra”. Fiz uma listinha de previsões para o prêmio. Faça a sua e compare…

Melhor filme – Quem deve ganhar: “O Artista”. Quem deveria ganhar: “Rampart”. “O Artista” ganhou tudo até agora. Não deve ser diferente no Oscar. Já “Rampart” não foi nem indicado.

Melhor direção – Quem deve ganhar: Martin Scorsese (“A Invenção de Hugo Cabret”). Quem deveria ganhar: Oren Moverman (“Rampart”). O lógico seria Michel Hazanavicius ganhar por “O Artista”, mas ele é pouco conhecido, e a Academia deve premiar mesmo Scorsese. Mas a melhor direção de um filme americano em 2011 foi de Moverman. Há uma cena em “Rampart” em que Woody Harrelson, Sigourney Weaver e Steve Buscemi discutem numa mesa, que é absolutamente genial.

Melhor ator – Quem deve ganhar: George Clooney (“Os Descendentes”). Quem deveria ganhar: tríplice empate entre Michael Fassbender (“Shame”), Michael Shannon (“O Abrigo”) e Woody Harrelson (“Rampart”). George Clooney está entrando naquela fase perigosa da carreira de todo ator de sucesso, em que o piloto automático entra em ação e ele passa a interpretar a ele mesmo (tipo Jack Nicholson). Não dá para comparar o que ele faz em “Os Descendentes” com as atuações surpreendentes e intensas de Fassbender, Shannon e Harrelson. Mas beleza, ele é George Clooney.

Melhor atriz – Quem deve ganhar: Viola Davis (“Histórias Cruzadas”). Quem deveria ganhar: Tilda Swinton (“Precisamos Falar Sobre o Kevin”). Alguém ainda agüenta Meryl Streep ser indicada por qualquer coisa? E como explicar a ausência de Tilda Swinton? 

Melhor ator coadjuvante – Quem deve ganhar: Christopher Plummer (“Toda Forma de Amor”). Quem deveria ganhar: Albert Brooks (“Drive”). Plummer vai levar, pelo conjunto da obra. Um grande ator, em um filme que ninguém vai lembrar daqui a cinco anos. Já a esnobada que Albert Brooks levou foi simplesmente criminosa.

Melhor atriz coadjuvante – Quem deve ganhar: Octavia Spencer (“Histórias Cruzadas”). Quem deveria ganhar: a égua que agoniza e dá seu último relincho em “Cavalo de Guerra”, de Spielberg. O nível dos papéis para atrizes está tão baixo que, em protesto, votei na égua do Spielberg.

Melhor roteiro adaptado – Quem deve ganhar: “Os Descendentes”. Quem deveria ganhar: “Precisamos Falar sobre Kevin”. Não li “Kevin”, mas achei o roteiro muito bem feito, e os conflitos familiares que terminam em tragédia, bem delineados. Já “Os Descendentes” é bem pior que “Sideways”, só pra citar outro filme de Payne adaptado de um livro.

Melhor roteiro original – Quem deve ganhar: Woody Allen (“Meia-Noite em Paris”). Quem deveria ganhar: Oren Moverman e James Ellroy (“Rampart”). Allen deve ganhar mais um Oscar por um filme que parece plágio de si mesmo. Quantos filmes de Allen você lembra em que um personagem “volta” no tempo? Veja os delírios nostálgicos de Martin Landau em “Crimes e Pecados”, por exemplo. Já os diálogos primorosos de “Rampart” foram esquecidos.

Melhor filme estrangeiro – Quem deve ganhar: “A Separação” (Irã). Quem deveria ganhar: “A Separação” (Irã). A maior barbada do Oscar.

Perguntinha do dia

Campanha lançada neste fim de semana defende o nome “Gorduchinha” para batizar a bola da Copa 2014, em homenagem ao radialista Osmar Santos. Você está de acordo ou tem outra sugestão?

Paissandu derrota o Trem na Curuzu

O investimento no amistoso com o Trem-AP, que teve sua vinda a Belém bancada pelo clube, parece ter sido recompensado na fase de preparação do Paissandu para o returno do Parazão. O time venceu por 3 a 0, apresentando-se bem na maior parte do tempo e dominando amplamente a partida. O primeiro gol saiu aos 32 minutos do primeiro tempo, através de Robinho, em lance confuso na área amapaense.

Depois do intervalo, o Paissandu continuou superior e chegou ao segundo gol logo aos 4 minutos, através do lateral-direito Pikachu, que disparou um chute forte e cruzado para vencer o goleiro Alex. Mesmo depois de diversas alterações no time, o rendimento do Papão não caiu. Aos 45 minutos, Leleu (que substituiu Bartola) anotou seu gol, fechando o placar em 3 a 0.