Dia: 23 de fevereiro de 2012
Gladiador garante vitória gremista no clássico
Perguntinha do dia
Leleu é o maior artilheiro do Paissandu na temporada – se valessem gols em treinos e amistosos -, mas nunca teve chances no time titular. Falta padrinho ou santo forte ao atacante?
Peixe vai comendo pelas beiradas
Pênalti mandrake salva pele do S. Paulo
A frase do dia
“O cara me cobra que estou sem ganhar… Se pegar os últimos anos, aqui, as pessoas confundem projeto com títulos. Título pode ser um castelo de areia. O único clube que não coloquei na Libertadores foi o Atlético-MG. E é a minha obrigação com o Grêmio, é o caminho que o Grêmio tem. Minha obrigação é colocar o Grêmio na Libertadores, colocar o Grêmio nas melhores competições da America do Sul”.
De Vanderlei Luxemburgo, fazedor de “pojetos” e novo técnico do Grêmio.
Engodos que se perpetuam
Por Gerson Nogueira
Técnicos formam uma casta especial neste futebol brasileiro de tantos contrastes. Ganham salários astronômicos e incompatíveis com os resultados. Jamais ficam mais de três meses no desemprego. E ainda são tratados como professores, embora não ensinem nada.
Profissionais que merecem tantos rapapés deveriam justificar isso com mais trabalho, estudo e aplicação. Nossos times jogam de forma anacrônica e relaxada, sem qualquer inovação tática nos últimos 40 anos. Repetem à exaustão formatos que já eram retrógrados nos idos de 70 ou 80.
Quem se der ao cuidado de pesquisar vídeos antigos de times brasileiros da chamada era dourada vai observar esquemas mais ousados que os atuais, normalmente escravos da marcação e sem muitas alternativas de ataque.
O meio-de-campo deixou de ser um território da criação para se transformar no reino da cautela, da marcação bovina e da mesmice. Os volantes assumiram desgraçadamente o controle de tudo. Com isso, o passe é sempre defeituoso e as manobras inteiramente previsíveis. É claro que a ausência de jogadores talentosos, capazes de pensar o jogo e fazer lançamentos, está na raiz de todos os problemas, mas a baixa qualificação dos técnicos tem efeitos mais danosos.
Antigamente, pelo menos, havia muita gente em condição de vestir a camisa 10, raça em extinção desde o período pós Copa de 70. Teóricos aplicados da nova era, Zagallo e Parreira passaram a reinar sem contestações e têm grande responsabilidade pelo estágio atual. Telê,
Cilinho e alguns poucos treinadores até conseguiram furar parcialmente o bloqueio, mas logo foram sufocados pela estética da repetição.
Reflexo direto desse novo pensamento, a Seleção Brasileira deixou de lado o futebol bem jogado para enveredar pelos caminhos da preguiça criativa. Dribles passaram a ser contestados publicamente. Lançamentos perderam espaço para o esforço militar no ensaio de cobranças de
faltas e escanteios.
Resulta desse equívoco que, enquanto o Brasil andava para trás, nossos vizinhos (mesmo aqueles menos tradicionais) faziam um esforço para superar suas limitações. Isso explica porque treinadores desconhecidos de Colômbia, Equador, Chile e Uruguai mostram mais competência, apuro técnico e pleno aproveitamento das qualidades de seus jogadores.
A consciência de que o futebol é um jogo em constante evolução poderia ajudar a tirar o Brasil do atraso técnico e tático. Treinadores deveriam estudar mais e experimentar bastante. Vanderlei Luxemburgo, técnico dos mais incensados e que mantém salário (R$ 500 mil) acima da média europeia, chegou a despontar como defensor do estilo clássico, mas logo se deixou vencer pela acomodação e a pretensão.
Outros profissionais – Muricy Ramalho, Felipão e Abel Braga – desfrutam de patamar salarial ainda mais elevado. Sem qualquer justificativa lógica, diga-se. Seus times são mal treinados, jogam feio e conquistam poucos títulos. O fato é que o engodo representado pelos comandantes pode, mais uma vez, vitimar toda uma geração de futebolistas brasileiros.
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Ronaldinho Gaúcho engana que é uma beleza, nunca fez gol em clássicos no Rio e embolsa mais de R$ 1 milhão mensais, exclusivamente com o nome. Como tem blindagem e assessoria forte, quase não é criticado. Já o pouco badalado Deivid, que perdeu um gol daqueles inacreditáveis
diante do Vasco, vai pagar o pato pela eliminação rubro-negra na semifinal da Taça Guanabara.
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O lateral-esquerdo Marlon (ex-Remo), quem diria, é um dos artilheiros do primeiro turno do Campeonato Gaúcho. Fez cinco gols aproveitando sua característica mais notável, o chute de longa distância em cobranças de falta.
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Direto do blog
“Ainda acho que o problema do Clube do Remo era a má escalação pelo Sinomar. Fazendo-se uma limpeza e colocando a moçada da base, como Jonathas, Reis, Jaime e Betinho, o time melhora o suficiente pra disputar o campeonato. Mesmo com um time ridículo, o Clube do Remo
quase chegou às finais. Vejo como desnecessárias novas contratações, ainda mais de gente próxima à aposentadoria ou já aposentada. Em todo caso, o jeito é orar e muito”.
Paulo Thiago Fernandes, sobre as crônicas indefinições do Remo.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quinta-feira, 23)