A frase do dia

“Recebo mensagens de muita gente que diz que eu já mostrei tudo que podia, que é hora de parar, que já ganhei muito dinheiro. Honestamente, se eu corresse por dinheiro, já teria deixado a F-1 há muito tempo. O meu barato é velocidade, é a disputa. Minha questão não é financeira ou tem a ver com perigo, porque perigo a gente corre quando sai de casa. Mas ainda não está nada definido. Se tudo calhar direitinho, seria um prazer guiar no mesmo time do Tony, mesmo porque acho que ainda tenho muito a aprender. Na Indy tem a questão das bandeiras amarelas, a classificação…”.

De Rubens Barrichello, deixando em aberto o projeto de aposentadoria.

Galeria de gols inesquecíveis – Bergkamp

Atacante veloz e técnico, Dennis Bergkamp marcou gols sensacionais pelo Ajax, Arsenal e seleção da Holanda. O lance acima ocorreu contra o Newcastle, pela Champions League, há cinco anos. O craque recebe na entrada da área, toca de lado e aplica um elástico sensacional no beque antes de tocar na saída do goleiro. Reveja a jogada.

O quinto fracasso

Por Renato Maurício Prado

Que Vanderlei Luxemburgo foi um dos maiores técnicos do país, na década passada, não se discute. Ninguém ganha cinco títulos brasileiros por acaso. De uns tempos para cá, entretanto (desde a sua fracassada passagem relâmpago pelo Real Madrid), seus milionários “projetos” não têm obtido boas relações de “custo/benefício”.  Muito pelo contrário…
Foi assim com os “galácticos”, no Santiago Bernabeu, em 2005; no Santos, em 2006/07/09; no
Palmeiras, em 2008/09; no Atlético-MG, em 2010 e, por fim, no Flamengo, em 2010/11. Em todos (exceção feita ao milionário clube espanhol, onde não ganhou bulhufas), venceu apenas Estaduais — conquistas insuficientes para gastos tão mirabolantes, com os seus salários, sua comissão técnica e a contratação de diversos jogadores, que sempre exigiu, por onde passou.
Mas, afinal, onde Vanderlei perdeu a mão? Há quem diga que a fortuna e os diversos investimentos, o levam a pensar, hoje em dia, muito mais em seus aviões, helicóptero etc. do que propriamente em futebol. Planos políticos, ele mesmo já confessou, também passaram a fazer parte de seus sonhos — e o título eleitoral transferido para Palmas, no Tocantins, onde tem
fazendas, não foi à toa. Isso sem falar nas mesas de pôquer, paixão francamente admitida, com a
justificativa de que, “desde os tempos de jogador, adorava um baralhinho”.
Pode ser que, de fato, motivações extra-campo tenham começado a desviar mais do que deveriam as atenções do treinador. Mas ainda acho que seus maiores problemas são outros.
Como a cisma de ser “manager” do clube, mesmo sem ter conhecimento e estudo suficientes para tal, o que o leva a se intrometer até em assuntos que não conhece bem e não são de sua alçada.
Como a postura cada vez mais arrogante — representada pelas já famosas frases do tipo “eu ganhei tudo e vocês (jogadores) não ganharam nada, portanto, têm que fazer o que eu mando”…
Seja pelo que for, o fato é que, de técnico ousado e criativo, Luxemburgo passou a ser, nos últimos anos, um comandante inseguro e taticamente covarde. As últimas equipes que dirigiu mudavam a cada rodada, não possuiam padrão tático ou jogadas ensaiadas, em suma, não eram nem sequer sombras dos timaços que, em outras eras, montou e levou a inúmeros triunfos, sempre com um futebol alegre e ofensivo.
Num momento de lucidez, quando deixou o Atlético, na zona do rebaixamento, no meio de 2010, Vanderlei disse que iria tirar um tempo para se reciclar. O convite do Fla, seu clube de coração, o fez mudar de idéia. O novo fracasso e mais uma demissão deveriam levá-lo a repensar o assunto. Se der uma boa parada, tiver humildade para avaliar os erros e souber corrigi-los, voltando a focar o seu trabalho somente no campo, quem sabe não se torna, novamente, um técnico de ponta? Coisa que já não é mais faz tempo…

Precisamos falar sobre o Chico

Por Arnaldo Bloch

Relevância não é um conceito matemático.

Um amigo me convidou para o show do Lobão sábado passado, no Circo. Declinei: a duas semanas do fim da temporada de 40 dias, eu enfim conseguira meu ingresso para ver o Chico.
— O Chico? — espantou-se meu amigo. — Temporada? Mais de um mês? Quinta a domingo?
— Qual o problema?
— Achava que esses dinossauros da MPB só faziam um fim de semana e olhe lá. E o cara não emplaca um sucesso há 30 anos!
— Ninguém, mais, na MPB, emplaca sucesso algum. Se não é pagode, funk, axé, padre, pastor ou
Roberto Carlos, danou-se.
— Não exagera.
— O que é, hoje, emplacar um sucesso? Discos não vendem. Rádios não contam. O que importa é
show.

— Mas um mês? Como é que o Chico faz temporada de um mês? — Chico é um mito. Um Patrick Bruel. Um Bob Dylan latino. Um Gainsbourg. O público que ele teve, continua a ter: a geração dele e pelo menos as três seguintes e uma turma nova, menos numerosa. Além disso, faz um show a cada cinco anos. Não é como o Caetano, sempre nos palcos.
— O Caetano é um ser ubíquo.
— Exato.
O Caetano está em novelas, jornais, filmes e prêmios pop. Chico, não. Desaparece por
meia década, vai para a França, escreve um livro, caminha na praia, arruma namorada. Quando anuncia um show, é o estouro da boiada. Meu amigo reconheceu sua avaliação equivocada e me parabenizou por ter um ingresso tão valioso, stricto e lato sensu. Teve um insight: quantos shows novos de Chico Buarque ainda teremos oportunidade de ver?
— Um novo show de Chico é como uma nova Copa do Mundo.
— Só que, ao contrário do futebol, a qualidade só aumenta — retruquei.
Meu amigo discordou, fazendo coro àquela cansativa esparrela.
— Chico
já não é o mesmo. Não faz mais os refrãos que a turma toda gosta de cantar. Chico não
tem mais a relevância que tinha.
— Relevância para quem, cara pálida? Musicalmente, ele se sofisticou. Nem precisa mais de parceiro. Para quem gosta de música, é joia.
— Ele era mais relevante num tempo em que a política ditava sua pauta musical. Olha: “Construção”, “Meu caro amigo”, “Vai passar”, “Apesar de você”, “Geni e o zepelim”, “Trocando em miúdos”, “Feijoada completa”. E depois? O que veio?
— Que tal “Futuros amantes”, “Choro bandido”, “A ostra e o vento”, “Brejo da cruz”, “Estação derradeira”, “Valsa brasileira”, “A moça do sonho”?, “Você, você”?, “Cecília”?
— Quem canta essas músicas? A galera não canta essas músicas. Ninguém sabe cantar.
— Que galera? E que critério é esse, que identifica qualidade a tamanho do público?
— A galera que cantava Chico.
— Eu, por exemplo, e pelo menos uns cinco amigos, achamos “As cidades” um discaço. Sei todas
as músicas de cor.
— Faz parte de uma minoria. Digamos, 14%.
— E esses 14% não são relevantes? Estão equivocados? Devem ser exterminados?
— Deixa de histeria. Virou manifesto?
— Se
atribuir-se uma superioridade “verdadeira”, de caráter absoluto, à cultura culta, sobre as manifestações de maior apelo popular resvala no fascismo, o oposto também.
— Que oposto?
— Dizer que só o gosto das massas é nobre e que a sofisticação é formalismo de elite equivale a perseguir o refinamento, tornar o intelectual um pária, um degenerado, um hermético, inimigo do entendimento. A ideia de que a força está com a maioria fez sucesso tanto nos colossos de esquerda quanto nos populismos totalitários de extrema direita.
— Ih, pirou.
A essa altura,
o leitor deve estar perguntando como foi o show do Chico. Respondo: foi dos melhores que vi. Intimista, privilegiou a música mesmo quando o “sucesso que a gente gosta de cantar” pintou. Tocou o disco novo inteiro. O disco novo é lindo. “Essa pequena” é uma obra-prima. O refrão de “Sou eu” pega. “Querido diário” é pungente. Fez um “Geni” apoteótico. Os duetos de violão com Luiz Cláudio Ramos estão primorosos. Chico Batera é um barato. Jorge Helder é o fino. Wilson das Neves é uma lenda.
E tudo é relevante.

Semifinais do Parazão: deixe aqui o seu palpite

Arrisque palpites quanto ao placar dos jogos da rodada final, defina os 4 primeiros colocados na fase classficatória do turno do Parazão e aponte a ordem dos jogos nas semifinais. Os palpites só serão aceitos até às 15h deste domingo.

(Foto: EVERALDO NASCIMENTO/Bola)