Vítima das indecisões

Por Gerson Nogueira

O Paissandu desperdiça um tempo precioso sem definir o elenco definitivo para o restante do Parazão e a campanha na Série C. Na prática, no melhor estilo carnavalesco de levar a vida, tudo vai sendo empurrado para mais tarde, quando fizer bom tempo. Os 20 dias de pausa no campeonato estadual, que deveriam ter servido para fechar o grupo e executar as mudanças necessárias, foram desperdiçados.
A mais grave das indefinições envolve o comando técnico. O técnico Nad, apesar de todas as previsões em contrário, permanece no cargo. Nessa condição, é o responsável final pelas contratações e providências para a competição mais importante da temporada.
Não haveria problema se Nad fosse o técnico confirmado para a Série C, projeto considerado prioritário pelo clube em 2012. O problema é que, quando a competição começar, somente dez dias depois do término do Parazão, o Paissandu precisará ter um time pronto para lutar pelo acesso à Segunda Divisão.
Pois esse time, pelo menos conforme as condições atuais, terá suas bases montadas por Nad, que os próprios dirigentes não querem como comandante no torneio nacional. Nas internas, há quase unanimidade quanto à necessidade de trazer um treinador mais experiente para a campanha na Série C.
Acontece que um novo técnico não terá como indicar reforços, pois dificilmente o mercado oferecerá bons jogadores disponíveis (e a preços módicos) nesse período. Fala-se em Vagner Benazzi como o técnico já apalavrado com o clube, embora ninguém confirme. Que ninguém se iluda. Nem mesmo um milagreiro ou especialista em acessos, como Benazzi, logrará êxito se não tiver em mãos um elenco competitivo e isso o Paissandu está longe de ter no momento. A experiência das cinco edições anteriores da Série C está aí mesmo para desaconselhar planejamentos de pé quebrado.
Em 2011, com um sistema de disputa bem menos seletivo do que o deste ano, o clube sofreu com as turbulências internas, utilizando três técnicos (Roberto Fernandes, Edson Gaúcho e Andrade) em pouco mais de dois meses de competição. No final, insucesso em campo e nova frustração para o torcedor.
O script de 2012 vem sendo escrito e repete perigosamente alguns erros do passado recente. A boa idéia de não priorizar o certame estadual, disputado com um time recheado de jovens promessas, acaba perdendo o sentido quando o clube não aproveita o torneio para estruturar o time para a competição principal.
Às indefinições já expostas vem se juntar a incerteza quanto ao anunciado parceiro. A empresa de Roberto Carlos, que chegou a desmentir qualquer acordo, volta a ser citada. Pelos próprios exemplos de experiências tentadas em outros clubes, os objetivos dessa parceria precisam ser desde já bem esclarecidos, antes que surjam motivos para lamentar. E, segundo quem participa da gestão do clube, o papel da RC-3 será muito mais importante do que se imagina no futuro próximo do Paissandu.

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Aquela história de que pênalti devia ser batido pelo presidente do clube nunca me convenceu, principalmente porque nossos cartolas não levam o menor jeito com a redonda. Mas o que o Botafogo conseguiu (não) fazer ontem na série de penalidades com o Fluminense é algo digno de reflexão, pelo menos entre botafoguenses como eu. Convenhamos que o estilo absolutamente relaxado, quase irresponsável, de Loco Abreu já se mostra desgastado. Aliás, justifica o apelido do artilheiro. Quando não usa a levantadinha, celebrizada naquela decisão de 2010 contra o Flamengo, Abreu bate o pênalti como se fosse funcionário público dos mais relapsos.
A vitória nos penais, menos gloriosa do que outras, desta vez premiou o mérito. O Flu, que tem craques de aparição sazonal (como Fred, Tiago Neves e Deco), jogou sempre no ataque. Cambaleou um pouco com o gol de Elkson, mas logo se recompôs e partiu para buscar o empate, que levou à disputa nos penais.
Um clássico de grande movimentação, porém muito mais contido e conservador do que o Vasco x Flamengo da véspera. Pela vitória de virada e o futebol mais regular, aposto no Almirante.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta sexta-feira, 24)

11 comentários em “Vítima das indecisões

  1. Gerson, concordo com a sua coluna. O papão não tem time competitivo para série C e perdeu o tempo de ouro para formar um. A minha pergunta é: por que os caras que mandam no bicolor não enxergam isso? Como? É triste ter que torcer para os times locais. Eu já joguei a toalha.

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  2. No que concerne ao Grande Bicolor Amazônico, muito coerente e pertinente o teu comentário caro Gerson Nogueira, com o qual concordo integralmente, inclusive, ainda ontem postei a esse respeito, lembrando naquele momento, o nome de um Técnico que escrevo com T maiúsculo mesmo, discorri sobre o trabalho do Marcelo Veiga, à frente do Bragantino, como joga aquele time, e detalhe, sem estrelas de qualquer grandeza, os ditos “grandes” do Paulistão sempre se beneficiam da ajuda dos juízes para escapar de derrotas quando enfrentam aquela equipe, lembra do penalti mandrake em favor do S. Paulo, na quarta-feira? pois bem o Marcelo Veiga além de entender do riscado, pois foi boleiro e dos boms, sabe ver jogo e mexer no tabuleiro do tapete verde, não à tôa, é o técnico mais longêvo no cargo, em atividade no futebol brasileiro; outro detalhe que chama à atenção é que o time dêle tem, conjunto e esquema de jôgo, joga prá frente o tempo todo, sendo de Sampa e conhecedor de futebol como o é, não seria uma boa pro Grande Bicolor Amazônico, a contratação desse Técnico? considerando o que já se pagou por tanto enganador que já passou por aqui, a CT do Marcelo Veiga não é nada de astronômico, prá um clube do porte do Grande Bicolor Amazônico; Ademais, o trabalho, do Marcelo Veiga é conhecido e reconhecido nacionalmente; entendo que esse nome é uma boa e grande aposta, é pule de dez!

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  3. GN concordo com sua análise, tanto sobre o PSC, como sobre o Botafogo, que achei mais fraco do que o do ano passado. Mas, acho que o Flu é o favorito para o jogo de domingo.

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  4. Gerson e amigos, discordo um pouco da sua análise. Tanto em remo e payssandu vivem momentos de indefinições nos seus elencos e óbvio que este seria um bom momento para que os plantéis fossem fechados visando o campeonato brasileiro, no caso do remo ainda a busca dele.
    Mas neste momento, trazer quem? Está todo mundo empregado e jogando os diversos estaduais do brasil e ai fica dificil tirar estes jogadores destes clubes, e os que não estão empregados devem ter sua capacidade técnica questionada.
    O erro não está no momento, e sim em novembro do ano passado, em definir um treinador e montar o plantel que deveria ficar pro ano todo, usar o estadual para afinar o time, dispensar quem infelizmente não encaixou e finalizar com contratações pontuais, no máximo 3, se mais que isso o planejamento de novembro foi um lixo. Estes reforços viriam dos estudais de terminariam junto com o nosso.
    Agora, como já nasceu tudo errado, não tem gente disponível no mercado e tudo vai ficar para cima da hora mesmo.
    PS: Mesmo sem ter um treinador definido, mas se o time tivesse um bom gerente de futebol que entendesse do assunto, os reforços poderiam ser pensados em novembro junto com a contratação do técnico, como tb não temos ninguém nesta função nos dois titãs, ficamos com tudo para cima da hora.

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  5. Acho que vai dar Vasco amigo Otavio! Por está melhor treinado e, por ter o melhor entrosamento entre todos os grande do Rio.
    Mais e aquela coisa, o FLU dispõem de vários jogadores que podem decidir a partida em lances individuais, talvez seja essa a única possibilidade do time das laranjeiras.

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  6. Dênnis,os verdadeiros torcedores Bicolores jamais devem jogar a toalha… Sei que foi uma metáfora,que usaste,mas não há mal que dure pra sempre… PAPÃO ,SEMPRE!

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  7. Falando de indecisões, recebso agora, de um orestigiado jornalista
    esportivo aqui da terrinha, o e-mais que transcrevo :
    CONTAGEM REGRESSIVA PARA COPA DE 2014

    FALTAM 3 ANOS, 12 ESTADIOS, 1 SELEÇÃO, 1 TECNICO,
    30 HOTEIS, 14 AEROPORTOS, 120.000 KM DE RODOVIAS,
    2.000 KM DE METRÕ, 6 TRENS -BALA, 115 FAVELAS PACIFICADAS, 33.000 SOLDADOS PREPARADOS, 2.000 RESTAURANTES, 150.000 MOTORISTAS DE TAXI FALANDO
    INGLES.

    SEJAMOS OTIMISTAS, FALTA POUCO

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