A destrambelhada decisão do Pleno do STJD de excluir definitivamente o Rio Branco da Série C, mantendo decisão anterior, tumultua o campeonato e prejudica diretamente o Paissandu, que tinha uma vitória conquistada fora de casa. O América perde também os três pontos ganhos conquistados em casa. O CRB, que havia empatado com os acreanos, teve apenas um ponto subtraído.
Duro é tentar adivinhar o futuro deste malsinado grupo E, pois os próximos passos dependem da CBF, embora a lógica indique que o Luverdense deva voltar à disputa, por ter sido o segundo classificado na fase anterior. Para que isso aconteça, alguém terá que bancar as despesas dos três jogos a serem refeitos.
Como a CBF não costuma assumir despesas de seus filiados, não seria surpreendente se o grupo fosse realinhado com apenas três equipes, mantendo o Luverdense fora da disputa. É ilógico e sem sentido, eu sei, mas coerência não é o forte da CBF.
De toda maneira, a decisão embola a situação e atrapalha a vida dos clubes que nada têm a ver com o peixe. Paissandu, CRB e América, que se preparavam para a rodada deste fim de semana, podem ser obrigados a alterar seus planos imediatos, à mercê de futuras deliberações.
As mudanças na tabela de jogos, frequentes em todas as divisões do futebol brasileiro nesta temporada, agridem frontalmente artigos do avacalhado Estatuto do Torcedor. Ironicamente, sempre que lhe convém, a CBF invoca a lei para punir jogadores e clubes. Falta alguém tomar coragem para enquadrar a entidade usando o remédio legal.
Quanto ao Paissandu, que até ontem liderava a chave, a situação muda para pior, pois a possível entrada do Luverdense embaralha novamente as cartas. A essa altura, a melhor das hipóteses é a permanência dos atuais disputantes. Com isso, bastará uma vitória simples sobre o CRB domingo para assegurar o acesso, sem depender de outros resultados.
O Botafogo é um time quando Loco Abreu joga e outro, bem piorado, quando o uruguaio está ausente. Anteontem, contra 32 mil corintianos e mais um trio de arbitragem dos mais suspeitos, Loco fez gol e depois recuou, posicionando-se praticamente como zagueiro quando Cortês foi expulso. Assim se forjam ídolos – a ferro e fogo.
O atacante Kleber não é propriamente um escoteiro. Em campo, vive se envolvendo em escaramuças, colecionando advertências e expulsões. Forçou rompimento de contrato com o Cruzeiro e quase trocou o Palmeiras pelo Flamengo. Mas, no episódio em que o volante João Vítor foi espancado por torcedores, o Gladiador está coberto de razão.
O fato é que chegou a hora de dar um basta nessa escalada de violência e impunidade. No outro extremo, o técnico Felipão volta a pisar na bola. Para fazer média com a banda podre da torcida palmeirense, tentou pôr em dúvida o papel da vítima na história e quase absolveu os agressores.
Pela ótica de Felipão, a briga teria sido uma versão infeliz do célebre confronto entre o hercúleo Paulo Amaral e a torcida do Botafogo no Maracanã, relatado pelo jornalista Sandro Moreyra. Fiel ao estilo assumidamente exagerado, Sandro jurava que Amaral (ex-técnico do Remo) pulou as arquibancadas e “linchou” um grupo de torcedores.
Direto do blog
“Como ficam os torcedores que pagaram ingressos para assistir os três jogos que o Rio Branco disputou? Será que ninguém entrará na justiça contra esse tipo de abuso?”.
Por Fernandes Filho, chamando atenção para o direito do consumidor.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta sexta-feira, 14)