Coluna: Uma derrota positiva

Perder normalmente não é bom negócio, mas desta vez pode-se dizer que foi no mínimo interessante. O S. Raimundo pode comemorar os 3 a 2 de ontem, em Volta Redonda, pois permitem uma situação auspiciosa para a partida de volta, domingo, no estádio Barbalhão. Os primeiros objetivos, que era não sofrer uma derrota por larga margem e fazer gol fora de casa, foram plenamente alcançados.
Longe de seus domínios, a postura inicial surpreendeu. O time de Lúcio Santarém entrou com ousadia, dando as cartas e levando muito perigo nos primeiros minutos. O golaço de Rafael Oliveira, que sofreu pênalti no lance, confirmou o bom momento, mas não foi suficiente para deter a reação do Macaé, que empataria e depois chegaria aos 3 a 1, graças principalmente a desatenções do setor defensivo santareno.
Por sorte, Labilá defendeu um penal no começo do segundo tempo, impedindo que o placar ficasse mais dilatado. Com problemas na articulação de jogadas pelas laterais, o time mostrava consistência no meio-campo, onde foi senhor quase absoluto das ações.
A confiança, que tem sido marca da equipe ao longo da Série D, manifestou-se no momento mais importante da partida. Quando poderia se limitar a deixar o tempo correr, satisfazendo-se com o placar, o S. Raimundo seguiu buscando diminuir a diferença. Acabou premiado com o pênalti, que Michel cobrou com extrema categoria, no minuto final.
É expressiva a vantagem de poder vencer por um escore simples (1 a 0 ou 2 a 1), decidindo em casa. Só precisa ser bem dimensionada, para que não haja desespero ou afobação diante da natural pressão da torcida.
No confronto de ontem, destaque para as atuações de Labilá (apesar do erro no segundo gol do Macaé), Rafael Oliveira, Pitbull e Michel. Sinal de alerta para os cochilos da defesa e os corredores nas laterais.
 
 
Foi animadora a estreia do novo time do Paissandu, levando em conta o aterro onde o amistoso foi disputado, em Juruti. Pela desenvoltura de alguns dos reforços, principalmente Robert, é possível esperar uma equipe mais ajustada para o Campeonato Paraense. A vitória também dá ao técnico Nazareno Silva tranqüilidade para continuar com o trabalho.
Digno de registro foi o 100º gol de Zé Augusto com a camisa alviceleste, em bonito arremate cruzado. O fato pode até contribuir para sua sobrevida no clube.
 
 
Com a derrota de ontem, penso que o Botafogo assinou de vez o passaporte para disputar a Segundona outra vez. E o mais chato é que há uns 20 anos nenhum árbitro inventava pênalti a favor do Botafogo. Quando isso finalmente acontece, o cara vai lá e perde. Não dá.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 26)

7 comentários em “Coluna: Uma derrota positiva

  1. Sem dúvida que o São Raimundo tem grandes posibilidades de ser campeão da série D. Sobre o gol do Zé este faz de qualquer jeito do seu jeito, nada a constestar e o Bota ainda acredito pelo time que tem, basta passar para a outra fase da Sulamérica que a coisa acontece. Agora se perder Gerson, já era.

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  2. Gerson, o Zé merece essa marca, sim. Mas merecia que fosse de outra forma. Num jogo oficial num mangueirão lotado e o Papão vencendo. Isso sim estaria à altura dele.

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  3. Interessante… Quando é o Remo que vence nesses amistosos pelo interior, o único sujeito da imprensa que levanta a voz para dar uma palavra de força (e é criticado por isso) é o Paulo Caxiado. Praticamente toda a imprensa paraense não vê nada que mereça algum destaque. Mas basta o paissandu vencer NAS MESMAS CIRCUNSTÂNCIAS e até o Gerson escreve: “Foi animadora a estreia do novo time do Paissandu, levando em conta o aterro onde o amistoso foi disputado, em Juruti. Pela desenvoltura de alguns dos reforços, principalmente Robert, é possível…”. Tudo o que sei é o seguinte: a torcida do Clube do Remo detém, no mínimo, a metade dos torcedores paraenses. Aquele grupo de comunicação que vive enaltecendo o paissandu (pelo fato de um dos donos fazer parte da cúpula bicolor), já há algum tempo vem perdendo leitores em profusão, justamente por adotar esta postura antipática e parcial. Imprensa tem que ser absolutamente isenta. Este exemplo do jogo de Juruti não poderia ser mais apropriado para provar que meu ponto de vista está correto e não se trata de reclamação gratuita.

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