Por Cosme Rímoli
Guerra nas coletivas.
A cúpula de TV Globo de São Paulo não se intimidou. Resolveu acabar com a festa dos microfones dos clubes. Bem explicado. Para não mostrar os patrocinadores dos times, a TV Globo passou a focalizar apenas o rosto do entrevistado. ‘Bem fechado’, como dizem os câmeras.
A ordem é não mostrar patrocinador que não pagar nada à tevê. Só que os clubes contragolpearam. Passaram a colocar minúsculas placas de ferro nos microfones. Nas placas, o patrocinador que mais o interessar. A Globo tolerou isso por cerca de um ano.
Muitas vezes, o câmera ‘fechava’ tanto a imagem que só mostrava o os olhos, o nariz e a testa. A boca não era mostrada para não expor o patrocinador. Os clubes resolveram reclamar, cobrar que a imagem fosse mais aberta.
A cúpula do esporte da Globo resolveu mostrar sua independência. E agora todas as coletivas são feitas em plano aberto. Ou seja: tudo é mostrado longe demais. O entrevistado fica muito distante. Mas a intenção foi alcançada.
É impossível distinguir os patrocinadores nos banners (placas atrás dos entrevistados) ou nos microfones. Na verdade, mal dá para ver o entrevistado. A ordem é manter o som e mostrar o máximo possível o entrevistado jogando ou em outra situação. Os clubes paulistas querem novo contragolpe, mas está faltando coragem.
A idéia é seguir o que as equipes europeias fazem. Elas permitem que as tevês filmem os treinos. Mas nas coletivas, as imagens são obrigatoriamente as cedidas pelo clube. E o clube mostra o entrevistado, o microfone e os patrocinadores. Tudo muito nítido.
Os presidentes de Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo ainda não sabem se adotam já a medida. Mas devem tomar uma decisão conjunta. E os executivos da Globo paulista não estão preocupados com a represália.
A ordem é continuar filmando o mais longe possível, para que não seja possível definir qualquer patrocinador. É possível que as retransmissoras da Globo em outros estados acabem seguindo o mesmo caminho.
A guerra está só começando…

