Coluna: Futebol sem identidade

Acabou aquele papo de pátria de chuteiras, muito em voga nos anos de chumbo. A globalização sabotou de vez o conceito de representatividade dos países nas competições internacionais. Dizer que a Copa do Mundo é um torneio entre nações diferentes é somente meia verdade. As cenas de hasteamento das bandeiras e execução dos hinos nacionais antes dos clássicos transformou-se em farsesca peça de teatro.
Grandes seleções sem nenhuma cerimônia utilizam jogadores que nasceram em outros países, sem ter qualquer afinidade natural com a bandeira que passam a defender. Quando muito, têm um parente distante que nasceu no país de aluguel. Muitas vezes, nem isso.
Essa realidade vem à tona, de maneira escancarada, nas eliminatórias para o Mundial de 2010 na África do Sul. Ontem, Portugal venceu a Hungria com um gol do brasileiro Pepe. No jogo anterior, outro brazuca, Liédson, havia marcado o gol de empate contra a Dinamarca. E um dos titulares da equipe lusa é o meia-atacante Deco.
A campeã mundial Itália trava um grande debate nacional em torno da convocação ou não do atacante brasileiro Amauri, que defende a Juventus. Lembra até o que aconteceu nos anos 60 quando Altafini Mazzola, campeão pelo Brasil na Suécia, mudou-se de mala e cuia para a Itália, a fim de defender a Azzurra. Não faz muito tempo, a Alemanha mantinha em seu time titular um trio de estrangeiros: o meia-atacante Azamoa (oriundo da Nigéria), o polaco Miroslav Klose e o carioca Kevin Kurani.
Eduardo da Silva, meia ofensivo do Arsenal, é hoje um dos destaques da seleção da Croácia. Como em tantas outras histórias do gênero, ele foi parar no Leste Europeu ainda garoto e rapidamente virou ídolo, sendo de pronto convidado a se naturalizar. Brasileiro da gema, conhece poucas palavras do idioma da pátria adotiva, mas isso pouco importa: faz gols, dribla que é uma beleza e está apto a defender a quadriculada camisa nas competições da Fifa.
A França, que teve como ídolo recente o argelino Zinedine Zidane, baseia sua seleção em jogadores de origem africana. A coisa ficou tão banal que ninguém repara ou contesta. Mas é inegável que a situação é esquisita sob todos os pontos de vista, mesmo que se entenda o futebol como um negócio hoje subordinado às mudanças impostas pelas milionárias transferências e ao intercâmbio maciço entre os países, que permite até o recrutamento precoce de meninos com talento para o esporte.

Será hoje, às 19h, no restaurante Tábua do Picuí (na Mauriti), a festa de posse da nova turma de auditores das comissões disciplinares do Tribunal de Justiça Desportiva, presidido por André Silva de Oliveira. Recebo convite do amigo Alberto Maia, um dos novos auditores.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quinta-feira, 10)

A quem interessar possa…

Agenda do presidente Lula para esta quinta-feira, 10:

08h – Partida para Fortaleza (CE), Base Aérea de Brasília (DF)

10h20 – Chegada a Fortaleza, Base Aérea de Fortaleza

10h40 – Entrevista à Rádio Verdes Mares

12h – Partida para Sobral (CE) com sobrevoo das obras da Barragem Taquara

13H30 – Inauguração simultânea dos campi Sobral e Limoeiro do Norte do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará e anúncio de construção de 20 novas escolas profissionais no Ceará

15h30 – Partida para Fortaleza, Aeroporto Coronel Virgílio Távora

16h – Chegada a Fortaleza, Base Aérea de Fortaleza

16h45 – Visita ao Residencial Patativa do Assaré, no bairro Granja Lisboa

17h20 – Cerimônia de assinatura de ordens de serviço relativas às obras de habitação e urbanização integrada do PAC na Bacia do Rio Maranguapinho

19h30 – Cerimônia de inauguração do Centro Urbano de Cultura, Arte, Ciência e Esporte (Cuca), na av. Presidente Castelo Branco, 6.417, Barra do Ceará

21h40 – Partida para Recife (PE), Base Aérea de Fortaleza

22h50 – Chegada a Recife, Base Aérea de Recife

23h15 – Chegada ao Hotel Atlante Plaza

(Fonte: Secretaria de Imprensa da Presidência)