Uma vitória estratégica

REMO X AVAI - Victor Andrade jogador do Remo comemora seu gol durante partida contra o Avaí no estádio Baenão pelo campeonato Brasileiro B 2021.

POR GERSON NOGUEIRA

Com boa movimentação no meio-campo, que não sofreu abalos nem quando Artur e Marcos Junior foram substituídos, o Remo se impôs ao Avaí, mostrou autoridade em casa para conquistar sua nona vitória na Série B e a primeira do returno em Belém.

O triunfo tem caráter estratégico dentro do planejamento que o clube fez para garantir permanência na Segunda Divisão. Não alcançou ainda a primeira página (G10), mas ficou muito próximo disso – em 11º lugar, colou no Vasco e se distanciou ainda mais da parte inferior da tabela.

O começo foi equilibrado, com troca de passes e estudos em excesso. Aos 14 minutos, surgiu a primeira chance. Em cobrança de falta (sofrida por Mateus Oliveira), Felipe Gedoz rolou para Marlon encher o pé. A bola foi no meio do gol e o goleiro Gledson espalmou para o lado.

Com mais posse de bola, faltava ao Remo profundidade e força ofensiva. Victor Andrade era a válvula de escape e enfileirou faltas sofridas junto à grande área. O time aumentou a pressão na saída de bola do Avaí, mas abria a guarda para tentativas de Copete e Vinícius Leite.

Até que, aos 43’, uma bola foi recuperada no meio-campo por Marcos Jr., que acionou Gedoz e este tocou para Mateus Oliveira junto à grande área. O nº 7 viu Victor Andrade entrando entre os zagueiros e lançou. O atacante recebeu e tocou no canto esquerdo de Gledson para abrir o placar.

Logo na saída, o Avaí quase empatou. Aos 44’, Vinicius Leite cruzou rasante da esquerda, a bola desviou no gramado e quase enganou o goleiro Vinícius, que desviou em cima do laço.

O segundo tempo mostrou mais movimentação dos times, principalmente o Avaí, que buscava empatar para avançar na classificação. Logo aos 10 minutos, o lateral Edilson cobrou falta com violência, Vinícius deu rebote. Marlon e Copete foram na bola e o árbitro José Mendonça Junior (com revisão do VAR) deu o penal. Entendi o lance como normal.

Remo x Avaí

Na cobrança, Edilson chutou no canto esquerdo para nova defesa de Vinícius, mas a bola voltou para a conclusão do lateral do Avaí. Com o empate em 1 a 1, a partida ganhou outro cenário. O visitante partiu para tentar a virada, mas a zaga azulina se comportou bem.

Felipe Conceição trocou Marcos Jr. e Victor Andrade por Pingo e Lucas Tocantins. Aos 20’, já no banco de reservas, Victor Andrade xinga o auxiliar e recebe acertadamente o cartão vermelho.

O prejuízo foi compensado com sobras aos 26’. Pingo cobrou falta do lado esquerdo do ataque e o zagueiro Fagner Alemão desvia de cabeça para as redes de Gledson, desempatando o jogo.

Rafinha entrou no lugar de Mateus Oliveira e passa a atuar pela faixa direita. Em seguida, duas novas trocas: Romércio e Renan Gorne substituem a Artur e Felipe Gedoz. O Remo muda de configuração passando a jogar com Marlon mais adiantado junto a Pingo, enquanto Lucas Siqueira avança pela esquerda ao lado de Raimar.

Aos 31’, com o Remo mandando no jogo, o lateral Edilson é expulso por chutar a bola em direção ao banco azulino. Ainda haveria lugar para um susto tremendo no setor defensivo azulino: Jansen entrega a bola nos pés de Copete, mas o colombiano manda por cima do gol.

Com um homem a mais, o Leão passa tocar a bola e distribuir o jogo pelas extremas e isso geraria ainda três grandes chances para ampliar, com Raimar, Lucas Tocantins e Rafinha. (Fotos: Fernando Torres/Agif)

Reunião pode definir volta da torcida aos estádios

Gestores da Prefeitura de Belém, à frente o prefeito Edmilson Rodrigues, reúnem hoje com dirigentes de Remo, PSC e Tuna para definir os termos da volta das torcidas aos estádios da capital paraense. As autoridades sanitárias serão fundamentais na decisão. A expectativa é de que a liberação seja ampliada para pelo menos 30% da capacidade dos estádios.

Desde 18 de janeiro de 2021 até ontem, foram aplicadas 1.500.085 doses de vacinas contra a covid-19 – 978.483 pessoas já se vacinaram com a primeira dose e 521.602 com a segunda, segundo o site Belém Vacinada. O prefeito já afirmou que a decisão só será tomada a partir do posicionamento dos profissionais de saúde.

Os clubes, principalmente Remo e PSC, lutam para que a PMB autorize a liberação de 30%, ao contrário dos 20% definidos na semana passada. O presidente do Remo se posicionou nos últimos dias pleiteando um percentual entre 30% e 50%.

Alega que, nesse limite, os clubes terão prejuízo. Serão obrigados a cobrar ingressos a preços elevados, entre R$ 200,00 e R$ 300,00. A argumentação é válida, mas as autoridades sanitárias devem ter a palavra final.

Não se sustenta nem mesmo a crítica quanto à liberação de festas e outras atividades. Afinal, por mais que esteja havendo um desrespeito às normas, é preciso entender que o controle de grandes públicos nos estádios deve ser rígido e inteiramente fiel aos protocolos contra a covid-19.

Confronto de masters é atração em Baião

Seleção baionense de masters e Amar Cametá se enfrentam no estádio municipal de Baião, hoje, às 16h. Quando o amigo radialista Enilson Nonato me informou ontem pela manhã de imediato viajei no tempo, lembrando de grandes embates entre times e seleções dos dois municípios.

À época, final dos anos 70, o Intermunicipal era um torneio que concentrava atenções em todas as regiões do Estado e revelava bons valores. Foi em disputas como essa que bons jogadores surgiram, alguns chegando aos grandes da capital, como Oberdan e Marçal.  

(Coluna publicada na edição do Bola desta sexta-feira, 17)

Leão bate Avaí e conquista 1ª vitória em casa no returno

A sentença eterna

“A responsabilidade de ter olhos quando outros já perderam”.

José Saramago, escritor

Para vencer e estabilizar

POR GERSON NOGUEIRA

Felipe Conceição deve fazer, pelo menos, três alterações no time do Remo — Foto: Samara Miranda

O Remo entra em campo hoje à noite perseguindo outra vez a estabilidade ainda não alcançada até agora. Por estabilidade, entenda-se sequência vitoriosa dentro da competição. O melhor que o time conseguiu foi na série marcada pela vitória sobre a Ponte Preta, ainda na metade do turno. Desde então, muito em função das muitas lesões, o time não enfileirou triunfos consecutivos, tão importantes num campeonato nivelado como a Série B.

É verdade também que, em função da ausência de jogadores importantes, o técnico Felipe Conceição não consegue repetir a mesma formação há pelo menos dez rodadas. Quando a defesa está completa, o meio-campo tem baixas. Se o meio finalmente se ajeita, eis que o ataque perde peças.

A rigor, não é um drama exclusivo do Remo. Ocorre com praticamente todos os times da Série B, mas no caso azulino a situação adquire mais gravidade em função das limitações do elenco. Diante do Avaí (5º colocado, 37 pontos), o Leão (11º, 30 pontos), a situação exige uma postura mais determinada na parte ofensiva.

Apesar de contar com o retorno de Victor Andrade ao ataque, o técnico continua sem Anderson Uchoa no meio-campo e sem Tiago Ennes na lateral direita. Wellington Silva substitui Tiago, mas na marcação reina dúvida. Pingo ou Lucas Siqueira ou Artur ou ainda Marcos Junior.

Contra um adversário que se apresenta bem como visitante, o Remo vai tentar estabelecer um jogo que não permita contratempos como contra CRB e Botafogo, que determinaram duas derrotas em casa neste returno do campeonato. Para isso, precisa se precaver no meio, mas terá que executar uma transição rápida e eficiente. Exatamente como no segundo tempo do jogo com o Vitória.

Naquela ocasião, Marcos Jr. cumpriu bem o papel de condutor do jogo pelo meio, lembrando até o papel normalmente exercido por Erick Flores, que continua fora da equipe por contusão. Para que o trio ofensivo – Mateus Oliveira, Felipe Gedoz e Victor Andrade – funcione, é necessário que a bola chegue sempre com rapidez e qualidade.

Mencionei Mateus e Gedoz porque ambos têm sido escalados como titulares, mas Felipe pode surpreender, lançando mão até do estreante Neto Pessoa como comandante do ataque ou utilizar Lucas Tocantins desde o início. Enfim, são possibilidades que permitem ao Remo ter um time bem arrumado do meio para frente.

Jefferson, Renan Gorne e Rafinha também estão em condições de entrar, embora tenham sido mais utilizados como opções de segundo tempo. O fato é que, independentemente dos jogadores que venham a ser escalados, o Remo precisará da mesma atitude mostrada no 2º tempo no Barradão – e jamais se permitir fazer o 1º tempo horroroso daquela noite.

Mestre Ziza, Danilo Alvim e o título remista de 1968

A propósito da matéria que o Bola publicou anteontem, o grande benemérito azulino Ronaldo Passarinho enviou à coluna o comentário abaixo sobre a presença de Mestre Ziza como técnico do Leão nos anos 1960. Vamos ao relato:

“Gerson, na excelente reportagem no Bola de hoje, a trajetória do Zizinho faltou um item. Zizinho foi técnico do Remo, em 1967. Eu era assessor do Jorge Age, no futebol do Remo. Estávamos sem técnico. Pedi ajuda ao meu amigo Nilton Santos. Fomos à casa do Zizinho, em Niterói.

Como ele era fiscal de Impostos, consegui com sua aquiescência uma licença de seis meses, com a decisiva ajuda do então ministro do Trabalho, Jarbas Passarinho.

A decisão foi contra o PSC. No último jogo, François recebeu uma pancada no rosto, com fratura do malar. Naquele ano perdemos dois excelentes goleiros. Um, Moreira, com acusações infundadas de mau comportamento. O outro, o extraordinário Florisvaldo, juvenil do Botafogo, vitimado por um câncer.

Benedito, que trabalhava com o Manoel Ribeiro, passou a ser reserva do François. Substituição feita, o time sentiu sua intranquilidade. Outro fato foram as suspeitas sobre Oberdan. À véspera do jogo narrei o fato ao Zizinho que se recusou a aceitar à denúncia.

Não havia regra 3. Durante o jogo foi marcante o comportamento do Oberdan. Zizinho, desesperado, mandou-o para a ponta esquerda. Pior a emenda que o soneto. Todos os ataques do Remo lá estava o falso atacante em impedimento.

Ao final, foi um custo segurar o valente e raçudo Alemão, correndo atrás do Oberdan para ‘dar-lhe’ um corretivo nos vestiários. Na volta para Niterói, Zizinho me informou que tinha de se reapresentar no seu emprego.

Novamente me socorri da amizade com o Nilton Santos. Pedimos ao Zizinho que indicasse seu substituto. Marcamos um almoço, presentes Nilton Santos e eu, na Sears, em Botafogo, o Zizinho chegou com Danilo Alvim, seu amigo, ambos craques titulares da Seleção de 1950.

Convidado, Danilo aceitou na hora. Na nossa despedida, Zizinho me deu um conselho precioso: ‘leva o Robilota para o Remo’. Assim foi feito e o Remo foi campeão de 1968”.

Fortaleza de Pikachu atropela o São Paulo

Foi um jogo de total superioridade do Fortaleza. Fez 1 a 0 no primeiro tempo e usou de grande movimentação para envolver o sistema de marcação do São Paulo. Parecia que o tricolor paulista era o time emergente. Assustado, nervoso e errático, não acertava o passo.

Veio o segundo tempo, o Fortaleza mudou a forma de jogar, passando a explorar o contra-ataque. O segundo gol nasceu de um deslocamento de Pikachu pela direita e a bola foi lançada no centro da área para a entrada de Henriquez. Ainda fez o terceiro (David) e sofreu um gol, mas a classificação já estava garantida.

Prova, mais uma vez, de que o Fortaleza de Vojvoda não está para brincadeira, nem no Brasileiro e nem na Copa do Brasil, onde chegou pela primeira vez à semifinal. Organizado e compacto, o Fortaleza surpreende pela extrema velocidade e pela eficiência nas finalizações.  

(Coluna publicada na edição do Bola desta quinta-feira, 16)

Bolsonaro ameaça pilares da democracia, diz ONG Human Rights Watch

Por Bernadete Druzian, na Folha de S. Paulo

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No Dia Internacional da Democracia, nesta quarta-feira (15), a ONG Human Rights Watch divulgou documento onde afirma que o presidente Jair Bolsonaro está ameaçando os pilares da democracia brasileira.

A organização não governamental de direitos humanos destaca que Bolsonaro buscou intimidar o STF (Supremo Tribunal Federal) e tem ameaçado cancelar as eleições em 2022, ou negar aos brasileiros o direito de eleger seus representantes, ao mesmo tempo em que viola a liberdade de expressão daqueles que o criticam.

O documento cita uma série de situações protagonizadas pelo presidente com ofensas, palavras agressivas e ataques ao Supremo. Para a ONG, os discursos recentes de Bolsonaro fazem parte de um padrão de ações e declarações que parecem destinadas a enfraquecer os direitos fundamentais, as instituições democráticas e o Estado de Direito no Brasil.

O diretor das Américas da Human Rights Watch, José Miguel Vivanco, afirma que “o presidente Bolsonaro, um apologista da ditadura militar no Brasil, está cada vez mais hostil ao sistema democrático de freios e contrapesos”.

E prossegue: “Ele [Bolsonaro] está usando uma mistura de insultos e ameaças para intimidar a Suprema Corte, responsável por conduzir as investigações sobre sua conduta, e com suas alegações infundadas de fraude eleitoral parece estar preparando as bases para tentar cancelar as eleições do próximo anos ou contestar a decisão da população se não for eleito”.

O manifesto relata, em ordem de data decrescente até maio do ano passado, uma série de fatos e afirmações do presidente sobre suposta fraude nas eleições, a desconfiança sobre a segurança das urnas eletrônicas, a tentativa barrada pelo STF de suspender a lei de acesso à informação.

Também menciona inquéritos que relacionam Bolsonaro a casos suspeitos de corrupção na compra de vacinas contra a Covid-19, disseminação de informações falsas sobre o sistema eleitoral e interferência na Polícia Federal.

“As ameaças do presidente Bolsonaro de cancelar as eleições e agir fora da Constituição em resposta às investigações contra ele são imprudentes e perigosas, A comunidade internacional deve mandar uma mensagem clara ao presidente Bolsonaro de que a independência do Judiciário significa que os tribunais não estão sujeitos as suas ordens”, adverte Vivanco.

Bastidores do rock

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Nirvana em foto promocional. Seattle, 1993.

Foto: Michael Hashimoto.

Justiça extingue últimos processos contra Lula

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Cinco anos depois do powerpoint criminoso apresentado em rede nacional de TV pelo DD da Lava Jato, Lula consegue provar inocência e conquista 19 vitórias judiciais. E prova que ladrão era o então juiz Sergio Moro.