Oscar bate recorde de premiações para profissionais negros

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A cerimônia do Oscar consagrou “Green Book: O Guia”, “Roma” e “Bohemian Rhapsody” neste domingo (24), em Los Angeles. A noite também foi importante pelo recorde de maior número de prêmios para profissionais negros (7 estatuetas) e para mulheres (15)em toda história da premiação.

“Green Book: O Guia”, sobre a amizade entre um motorista racista e um músico negro, venceu como Melhor Filme, além de Roteiro Adaptado e Ator Coadjuvante (Mahershala Ali). A cinebiografia do Queen e de Freddie Mercury levou quatro estatuetas, incluindo melhor ator para Rami Malek.

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“Roma” deu três prêmios a Alfonso Cuarón (acima), incluindo sua segunda estatueta como diretor e o primeiro Oscar de Filme Estrangeiro para o México. Alguns dos grandes momentos da festa:

  • “A Favorita” bateu a favorita: Olivia Colman foi Melhor Atriz pelo filme “A Favorita”. No discurso, ela pediu desculpas a Glenn Close, que era apontada como favorita ao prêmio, na 7ª indicação sem vitória.
  • Lady Gaga levou por Melhor Canção com “Shallow”, a única estatueta de “Nasce uma estrela”, cantando ao lado de Bradley Cooper.
  • Spike Lee ganhou seu primeiro Oscar “oficial”, após prêmio honorário em 2006. Foi pelo roteiro original de “Infiltrado na Klan”.
  • “Pantera Negra” levou 3 prêmios técnicos: trilha sonora, figurino (o 1º para profissional negro) e direção de arte (1º para uma mulher negra)
  • A Netflix foi premiada quatro vezes: além de “Roma”, levou documentário em curta-metragem com “Absorvendo o tabu”
  • Rami Malek foi o melhor ator e celebrou a chance de contar a história de Freddie.
  • Show do Queen abriu a cerimônia, a primeira sem apresentador em 30 anos.

Despedida em grande estilo

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POR GERSON NOGUEIRA

João Neto foi o grande personagem da rodada. Na berlinda desde sexta-feira, com o anúncio da provável saída e especulações sobre o substituto, teve a postura tranquila de sempre à beira do gramado contra o S. Raimundo, ontem à tarde. Depois do jogo, vencido por 3 a 0, a diretoria confirmou sua saída do cargo, mas ele sai por cima – e para cima: passa a ocupar a coordenação técnica.

O já ex-técnico viu o Remo fazer um gol logo aos 2 minutos, com Etcheverría cobrando pênalti duvidoso sobre Gustavo Ramos. Sem criatividade e com a confusão tática de sempre, teve dificuldades durante todo o 1º tempo, errando muitos passes e perdendo bolas fáceis.

Quase sofreu o empate em tentativas isoladas de ataque do São Raimundo. No geral, foram 45 minutos horrorosos, disputados sob chuva forte e dominados pela imperícia dos jogadores. Ao invés de lances trabalhados, prevaleceu a tática do chutão.

Mesmo diante do lanterna do campeonato, o Remo demonstrava a insegurança gerada pelos maus resultados recentes. Cauteloso, Netão usou pela primeira vez quatro homens no meio (Djalma, Diogo Sodré, Laílson e Etcheverría), com Gustavo e Emerson Carioca na frente, mas o time não mostrou evolução em relação aos últimos jogos.

Foi a sexta apresentação remista no Parazão com a sexta escalação diferente, o que dá bem a medida das incertezas do técnico, que deixa o cargo sem deixar claro qual é a sua linha atacante titular.

O Remo voltou melhor do intervalo, com avanços de Djalma e Geovane pela direita, o que ocasionou situações de perigo na área do S. Raimundo. Com toques rápidos, passou a pressionar em busca do segundo gol. Aos 7’, Emerson Carioca quase conseguiu finalizar na pequena área, mas o goleiro Jhones foi mais ágil e agarrou.

Etcheverría cansou e foi substituído por Alex Sandro, aos 23’. Depois, Emerson Carioca cedeu lugar para Mário Sérgio. Com isso, o Remo ganhou fôlego para atacar, embora os passes errados atrapalhassem as tentativas de construção de jogadas.

Os gols que definiram a partida só aconteceram no final, quando o S. Raimundo apenas se defendia em seu próprio campo. Aos 44’, Mário Sérgio desviou para as redes um chute que veio cruzado. No minuto seguinte, Alex Sandro complementou grande jogada de Gustavo Ramos, que tocou de calcanhar dentro da área.

O escore de 3 a 0 é enganoso, pois faz crer em ampla vantagem azulina. Na realidade, o jogo foi muito travado, com certo equilíbrio na primeira etapa e sem muitas emoções, a não ser nos instantes finais.

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Conduzido pelos jogadores até a torcida, Netão recebeu aplausos pela vitória que amplia a vantagem do Remo para 5 pontos sobre o 2º colocado (Águia) no grupo A1 do Estadual. Depois, comentou sua situação, lamentando que o torcedor seja muito exigente e queira que o time faça “10 jogos excelentes”.

Não é bem assim. A torcida cobra muito realmente, mas a queda teve a ver com as atuações pífias nos jogos mais importantes da temporada: contra o Serra, pela Copa do Brasil, e o primeiro clássico Re-Pa do campeonato.

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Luizinho (ainda) é o nome mais cotado

A saída de Netão, comunicada depois da partida, abriu de imediato a temporada de espera pelo novo comandante. Até ontem, o nome de Luizinho Lopes era o mais cotado entre os dirigentes. Técnico jovem, com pouca experiência de comando (Globo, Confiança e América-RN), Lopes já passou pelo Remo, em 2014, como auxiliar de Roberto Fernandes.

A reação da torcida, que não se mostrou empolgada com a menção a Luizinho (divulgada, com exclusividade, no blog campeão), pode ter influência sobre a escolha da diretoria. O anúncio do substituto de Netão deve acontecer hoje.

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Tubarão se impõe diante do Papão

Como já havia ocorrido na partida de ida, quando deu um sufoco no Papão dentro da Curuzu, o Bragantino jogou de igual para igual e teve boas chances para vencer, no sábado à tarde, em Bragança. A bola do jogo sorriu para o time da casa, aos 48 minutos do 2º tempo: lançamento longo em contra-ataque chegou a Mauro Praia entre os lentos zagueiros bicolores e o atacante só não balançou as redes porque Mota saiu bem de sua meta e fez grande defesa.

A primeira chegada foi bicolor, com Victor Oliveira cabeceando com perigo. Elielton e Bruno Oliveira tentavam impor velocidade e Nicolas se movimentava pelo meio, mas o time esbarrava sempre na forte marcação exercida por Ricardo Capanema e Paulo de Tárcio na intermediária do Braga.

O Bragantino se resguardava, mas saía com perigo quando havia espaço para as arrancadas Will e Arian Taperaçú. Aos 32 minutos, Bruno Limão cobrou falta e a bola bateu na trave, assustando a defensiva do PSC.

Para a segunda etapa, o panorama não mudou. O PSC seguiu com dificuldades de coordenação no meio, pois Nicolas não repetia as boas atuações diante do Remo e do Águia. Aos 7 minutos, Will teve excelente chance para o Braga, após falha do zagueiro Victor Oliveira, mas errou na finalização.

Só dava Bragantino. Aos 20’, em arremate de Paulo de Tárcio, e aos 24’, em disparo forte de Marco Goiano. Esquerdinha ainda chutou de fora da área e a bola tocou no braço de Micael, mas o árbitro Joelson Silva dos Santos mandou o lance seguir.

A novidade foi a estreia – por 16 minutos apenas – de Fábio Alemão, que veio para a Série B 2018 e nunca havia sido escalado. O zagueiro participou de três lances, errou dois passes e levou um cartão amarelo por entrada violenta.

(Coluna publicada no Bola desta segunda-feira, 26)

Rock na madrugada – Ramones, Zero Zero UFO

https://www.youtube.com/watch?v=2r4ic4uTQ9I

Leão bate Pantera na despedida de Netão

https://www.youtube.com/watch?v=ANRhfhzBf48

O show solo de Messi contra o Sevilla

https://www.youtube.com/watch?v=q1iBwtT6ZwA

Fogão vacila e deixa escapar a vitória

https://www.youtube.com/watch?v=3nP0qmeUWI8

Folha premia repórter que denunciou uso clandestino do WhatsApp na campanha

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Por Gilberto Dimenstein, no blog Catraca Livre

Jair Bolsonaro fez os mais variados tipos de ameaças e xingamentos à Folha de S. Paulo. Seus aliados lançaram uma guerra virtual ao jornal, disseminando os mais diferentes tipos de mentiras. Bolsonaro classificou a Folha como um jornal de Fake News. Disse que o jornal tinha acabado. E que não ganharia publicidade oficial.

Seu filho Carlos chamava o jornal de “Foice de São Paulo” para afirmar que seria uma publicação de esquerda. Um dos motivos dessa raiva foi uma reportagem sobre o uso clandestino do WhatsApp durante a campanha.

Neste domingo, o jornal deu um tapa elegante – e mostrou que está lixando com as ameaças.

Anunciou que o Grande Prêmio da Folha, que anualmente escolhe seus melhores repórteres, iria para Patrícia Campos Mello, responsável pela reportagem.

A repórter Patrícia Campos Mello foi um dos maiores alvos das milícias digitais de Jair Bolsonaro durante as eleições. Recebeu centenas de Fake News com montagens fotográficas, como se vê na imagem abaixo.

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Chegaram a vazar seu número de celular. Motivo: seu reportagem de como se usou clandestinamente o WhatsApp para ajudar candidatura de Bolsonaro.

Patricia foi escolhida para ganhar o Grande Prêmio de Jornalismo. Aqui a justificativa do jornal:

Ameaças de agressão e linchamento virtual por um lado. Por outro, mensagens de apoio e buquês de flores entregues na redação. Essas foram algumas das consequências para a jornalista Patrícia Campos Mello após a publicação da reportagem “Empresários bancam campanha contra o PT pelo WhatsApp”. O texto acaba de vencer o Grande Prêmio Folha de Jornalismo 2018.

“A importância da matéria”, diz Mello, “foi revelar como são as campanhas de manipulação da opinião pública com fake news”. Reportagens subsequentes mostraram novos detalhes, como um contrato oferecido a um presidenciável para disparos em massa pelo serviço de mensagens.

Outros resultados foram o banimento das contas das agências citadas no texto e a abertura de três investigações. “As ameaças foram assustadoras, mas a solidariedade com meu trabalho de jornalista foi muito positiva”, avalia Mello.

O pânico dos militares

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Demétrio Magnoli, colunista da Folha, está a um milhão de anos-luz de ser considerado um esquerdista ou petralha – distância, claro, que não é obstáculo para bolsominions fanáticos –  que esteja “torcendo” contra o capitão Bolsonaro. Merece, portanto, redobrada atenção o que escreve hoje, sobre o lado “não tuitável” do atual governo: as suas relações com o círculo militar em que, cada vez mais, está contido.

Destaco alguns trechos:

A demissão de [Gustavo] Bebianno pode ser narrada em dois registros alternativos. Na linguagem do recreio do pré-primário: um chamou o outro de mentiroso, feio e bobo. No idioma compartilhado entre milicianos e facções do crime: um qualificou o outro como traíra, X-9. De um modo ou de outro, o evento veicula uma lição de ciência política: o governo Bolsonaro, na sua versão original, é um experimento patológico destinado a perecer sob o efeito das toxinas empregadas na sua concepção. Os militares finalmente entenderam isso.(…)

Militares que, diz ele, passaram do desprezo com que encaravam o capitão baderneiro para o pragmatismo de seu aproveitamento como aríete para delírios de volta ao poder:

Os chefes fardados entusiasmaram-se com uma candidatura que prometia recuperar a estabilidade econômica, exterminar a corrupção e destruir as cidadelas do crime organizado. A velha desconfiança dos políticos profissionais, os ressentimentos nutridos pelas comendas oficiais concedidas a Marighella e Lamarca, o sonho desvairado de restauração da imagem da ditadura militar contribuíram para o imprudente abraço dos militares ao candidato da direita populista.
Do desprezo ao entusiasmo — e deste ao pânico. O clã familiar dos Bolsonaro, permeado por loucas ambições, inclina-se à guerra palaciana permanente. As cliques do baixo clero parlamentar que rodeiam Lorenzoni e Bebianno prometem engolfar o governo em perenes disputas mesquinhas. Os dois ministros nomeados por Olavo de Carvalho, o Bruxo da Virginia, personagens atormentados por moinhos de vento puramente imaginários, fabricam crises fúteis em série. Segundo o diagnóstico dos chefes militares, o governo afunda sozinho na areia movediça sobre a qual apoiou seu edifício improvisado.

Magnoli critica a classificação do Governo como “fascista” – embora não a de autoritário – e chama atenção para sua inorganicidade, aliás, o reverso do que se pode dizer dos militares:

“Fascismo”? Bolsonaro não mobiliza camisas-negras ou falanges, exceto a militância virtual comandada pelo filho Carluxo que vitupera nos subterrâneos da internet. Um paralelo viável não é com Mussolini, mas com Rodrigo Duterte, o populista primitivo das Filipinas que contaminou suas forças policiais com as práticas do vigilantismo. No Brasil, um governo desse tipo está condenado à implosão. Daí, o alerta de pânico ativado pelos generais do Planalto.

Pânico, aí digo eu, que só a muito custo se contém diante da imprudência que nos colocou numa situação delicadíssima, na qual os militares estão diretamente – e a contragosto – envolvidos: a crise na Venezuela. Tudo isso em conta, não há como deixar de achar lausível a conclusão de Magnoli:

Que ninguém se iluda: está em curso a “intervenção militar” pela qual clamavam os patetas civis extremistas na hora do impeachment. 

(Do Tijolaço) 

A perguntinha do dia

Quando Bolsonaro vai mandar ‘ajuda humanitária’ para os desabrigados de Brumadinho?

Só pra saber…