
POR GERSON NOGUEIRA
O ano foi tão chinfrim que até a escolha da seleção resultou em algo mais realista, como o time dos mais ou menos da temporada. Com base no critério de importância das competições, a coluna concedeu peso maior às atuações no Campeonato Brasileiro.
Para o gol da seleção 2018, a escolha até óbvia é a de Vinícius (foto abaixo), do Remo. Seguro e regular tanto no Estadual quanto na Série C, levou a melhor sobre o bicolor Renan Rocha, de desempenho muito questionado ao longo de toda a Série B.
Na lateral direita, Maicon Silva (PSC) entra na lista por exclusão, beneficiado pela conhecida carência de bons nomes para a posição. Não foi titular absoluto no time bicolor e jamais chegou a convencer o torcedor.
Para as posições centrais da defesa, uma dupla mista: Diego Ivo (PSC) e Mimica (Remo). De estilo sério, o azulino foi aclamado e caiu no gosto da galera, consolidando o perfil de xerife da zaga.
Já o alviceleste alternou altos e baixos, como na goleada sofrida para a Ponte Preta na Curuzu, quando chegou a ser diretamente vaiado pela torcida. Ao mesmo tempo, foi um jogador decisivo em várias ocasiões, marcando gols importantes, como diante do Oeste.
A lateral esquerda teve em Guilherme Santos (PSC) o nome mais regular, apesar dos atos de indisciplina, que quase custaram um prejuízo maior ao Papão. Cabe observar que Guilherme entrou em cena já com a Série B em andamento, mas foi um dos reforços mais produtivos da leva contratada para a temporada.
No setor de marcação do meio-de-campo, Renato Augusto também é outro nome escolhido por exclusão diante da assustadora mediocridade reinante nesse setor do campo. Bom nas finalizações de longa distância, Renato nem sempre cumpriu bem a tarefa de dar proteção à defesa e iniciar as ações na meia-cancha.
Para a criação, dois nomes que em nenhum momento chegaram a ser vistos como titulares inquestionáveis, mas que tiveram utilidade nas jornadas da dupla Re-Pa. Pedro Carmona, inconstante por força de problemas físicos, marcou gols e teve participações elogiadas em algumas partidas, mas foi hostilizado em outras.
Rodriguinho, do Remo, foi peça-chave na evolução do time ao longo da Série C, acabando por assumir toda responsabilidade pela criação depois que Everton e Rafael Bastos desertaram na reta final da competição.
Gabriel Lima (Remo), Cassiano (PSC) e Felipe Marques (Remo) foram os mais destacados do ano. Gabriel não foi aproveitado suficientemente por Givanildo e Artur, mas entrou de vez na equipe sob o comando de João Neto até por força das circunstâncias, já que o Remo não tinha opções para o ataque. Saiu maior do que entrou, assinalando gols decisivos e ajudando na função tática de povoar o meio-campo.
Cassiano (foto 1) brilhou intensamente no começo da Série B, ajudando com seus gols o Papão a liderar a competição nas primeiras rodadas. Enquanto esteve na Curuzu, a ameaça de rebaixamento não chegou a constar do cardápio bicolor. Marcava muitos gols sem depender de criação no meio-campo. Sua transferência para o exterior desarmou a frágil estrutura ofensiva do PSC. Pode-se dizer que o time começou a cair para a Série C quando Cassiano pegou o avião rumo à China. Apesar dos esforços e gastos, o clube não conseguiu trazer um substituto à altura.
Na ponta-esquerda, Felipe Marques (foto abaixo) é o escolhido natural pelo que fez no Campeonato Estadual. Principalmente pelas grandes atuações nos clássicos, sendo um dos responsáveis pela série de quatro vitórias azulinas sobre o maior rival.

O técnico do ano é João Neto, que teve participação relevante no título conquistado pelo Remo sob o comando de Givanildo Oliveira. Assumiu o time na parte final da Série C, após a saída de Artur Oliveira, quando muita gente considerava o rebaixamento inevitável. Seu trabalho foi determinante para a permanência, com um elenco empobrecido pela saída de vários jogadores.
Por razões mais ou menos óbvias, a seleção dos piores temporadas fica assim escalada: Marcão (PSC); Bruno Limão (CR), Timbó (PSC), Bruno Maia (CR) e Mateus Miller (PSC); Geandro (CR), Cáceres (PSC), Ryan Williams (PSC) e Claudinho (PSC); Walter (PSC) e Isaac (CR). Técnico: Guilherme Alves.
O melhor do ano, mesmo tendo saído no meio da Série B, foi o artilheiro Cassiano. Longe do time titular do PSC na maior parte do campeonato, Cáceres foi o destaque negativo.
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Projeto inclusivo gera aplausos nacionais ao Papão
O projeto de cadastramento de torcedores de baixa renda (menos de 1 salário mínimo) para acesso gratuito a jogos do PSC em 2019, idealizado pelo presidente Ricardo Gluck Paul, começa a ganhar aplausos e reconhecimento em outras praças esportivas. A mídia de Pernambuco, São Paulo, Minas e Rio não tem poupado elogios à iniciativa, que busca reaproximar o Papão de sua base histórica de torcedores.
Xico Sá, Victor Sérgio, André Galindo, Rodrigo Faber e Mauro Cézar foram alguns dos jornalistas que saudaram com entusiasmo o projeto para hipossuficientes, dando a Ricardo a esperança de que a ideia ganhe força e – quem sabe? – se torne um dia uma regra seguida por todos os grandes clubes brasileiros.
(Coluna publicada no Bola desta segunda-feira, 10)
Acho bastante injusta a inclusão de Fernando Timbó entre os piores jogadores do ano, principalmente pelo seu desempenho na reta final da Série B, talvez, o único nome a escapar ileso do vexame contra o Atlético(GO). Não foi pior, por exemplo, que um dos musos do jogral midiático/bairrista, o zagueiro Perema, que entregou dois RexPa, alternou bons, maus e péssimos momentos na competição que rebaixou o Bicola, tanto que era chamado pelo torcedor que não colava o radinho de pilha nos ouvidos de ‘Pereba’.
Mais injusta é a inclusão do Ryan Williams, que jogou apenas vinte minutos de uma partida, causando boa impressão a ponto de ser decisivo pra livrar o Papão da derrota contra o São Bento naquele momento. Pareceu mais uma vítima do monoglotismo tosco do Dado Cavalcanti, que esqueceu o meia inglês depois que o lateral-esquerdo que bancava o intérprete foi dispensado, sem que uma atitude de cobrança do treinador, por parte da direção Bicolor, fosse feita naquele momento que o time tanto precisava de um jogador que fizesse o vai e vem e o britânico parecia inicialmente indicado a faze-lo.
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Bruno Limão foi um lateral direito acima da média jogando no Parazão pelo São Raimundo. Melhor até mesmo que Maicon Silva. Não o acompanhei no Independente, só é uma pena que sua passagem malfadada pelo Remo tenha servido de ticket para entrar nos piores do ano.
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Pela safra medíocre de 2018, salvo apenas Cassiano, os demais assino junto com Gerson.
2018 marca o início do fim para o futuro do futebol do Norte.
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Exagero, Miguel. Se você olhar a partir do exemplo amazonense, sua previsão está atrasada, porém, é preciso esperar que o emergente exemplo do Acre se mostre apenas um espasmo.
Quanto ao Pará, o fato de ter seus maiores clubes na Série C não significa o princípio do fim. O Remo livrou-se da mesmice que o assolava com um nome novo e o Paysandu mostra ânimo para dar a volta por cima.
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