
Tão logo o anúncio do fim das atividades do Esporte Interativo surgiu, repórteres e comentaristas da emissora se manifestaram por meio das redes sociais. O canal demitiu cerca 250 funcionários e sua programação migrará para a TNT e o Space. Apresentador do canal, Alê Gimenes foi um dos primeiros a se manifestar sobre as demissões. “Já diria o poeta: ‘Tristeza não tem fim… Felicidade sim!’ #oSonhoAcabou”, escreveu nas redes sociais.
Quem também se manifestou foi o ex-presidente do do Esporte Interativo, Edgar Diniz. Em seu Facebook, ele afirmou que “um bando de malucos” se juntou para “transformar a vida de milhões de brasileiros através da emoção do esporte” e disse que a história construída jamais será destruída.
O encerramento do Esporte Interativo passaria também pela aquisição da Turner, empresa dona do canal, pela AT&T, gigante de telecomunicações americana e proprietária da operadora SKY. Para se adequar às leis brasileiras, é necessário que o grupo reduza a operação para não ser acusado de abuso de poder econômico. Ficou decidido, então, que não valeria a pena manter uma marca local, como Esporte Interativo, e colocar em risco um acordo mundial. Outros motivos para a decisão foram o corte de custos aliado ao momento de perda de assinantes na TV fechada no Brasil e a baixa audiência (exceto transmissões ao vivo da Champions League).
Uma entrevista de Antônio Barreto, gerente geral da Turner para o Brasil, para Samuel Possebom, do site Tela Viva, esclarece questões importantes a respeito da decisão, anunciada nesta quinta-feira (09), de fechar o canal Esporte Interativo. Em primeiro lugar, Barreto elenca os quatro motivos que levaram à decisão: 1. Retração no mercado de TV por assinatura (houve perda de quase 2 milhões de assinantes nos últimos três anos); 2. Custo crescente dos direitos esportivos; 3. Forte retração no mercado publicitário; 4. Custo de manter os dois canais do EI no ar.
O fim dos canais vai implicar na exibição dos jogos da Champions League e do Brasileirão nos canais TNT e Space. O primeiro tem 14 milhões de assinantes e o segundo cerca de 12 milhões – muito mais que os canais do EI, disponíveis nos pacotes das grandes operadoras por preços mais altos.
Por este motivo, a Turner pretende incluir nos valores negociados do TNT e do Space o custo desse conteúdo esportivo adicional. As operadoras que não se interessarem distribuirão uma versão dos dois canais sem as janelas de esporte na programação. A expectativa da Turner é que, além dos jogos em si, sejam exibidos programas esportivos pelo menos duas vezes por dia nos canais como forma de gerar engajamento de audiência. A Copa do Nordeste não será exibida pelos canais da Turner.
O canal licenciou os direitos de exibição na TV aberta com o SBT, que deve continuar a mostrar a competição. O canal ainda não sabe o que fará com os direitos da série C de futebol e o campeonato de aspirantes da CBF. Sobre a Champions no Facebook, Barreto informou ao site Tela Viva que a Turner está atuando em conjunto com a empresa de Mark Zuckerberg.
Por isso, o conteúdo de Champions adquirido pelo Facebook será exibido por meio da página do Esporte Interativo na plataforma digital. A íntegra da entrevista de Barreto ao jornalista Samuel Possebom pode ser lida aqui. O executivo e o jornalista abordam outras questões importantes, como as implicações no Brasil da fusão da AT&T com a Warner (que é dona da Turner) e a da fusão da Disney (dona da ESPN) com a Fox. Vale a leitura. (Do UOL)