Histórias do mundo da bola

https://www.youtube.com/watch?v=O3Sx8DeFPb4

As armadilhas do medo

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POR GERSON NOGUEIRA

Que mistério faz um time reagir somente no final, quando o placar já está definido e pouco há a fazer para mudar uma partida? Foi exatamente o que ocorreu com o Papão, sexta-feira à noite, no Beira-Rio. Aceitou passivamente o domínio do Internacional e só achou coragem depois de levar o terceiro gol.

Quando o jogo se encaminhava para o fim, o Papão resolveu se soltar. Passou a trocar passes com acerto buscando se infiltrar na defesa adversária pelo lado mais vulnerável. Tudo o que não havia feito antes.

A estratégia deu certo. Em poucos instantes de organização ofensiva, o segundo gol saiu. Bola cruzada na medida para o cabeceio de Welliton Jr. no canto esquerdo. Daí em diante, por mais seis minutos, o Inter enfrentou aperreios que não tinha sofrido até então.

Depois de marcar logo aos 10 minutos (Leandro Damião) e controlar as ações, o único dissabor vivido pelo Inter foi o gol de Bergson, aos 35’, aproveitando rebote do atrapalhado Danilo Fernandes.

Dez minutos depois, falha de Lombardi permitiu a Damião fazer o segundo gol, restituindo a cômoda situação de ataque contra defesa. D’Alessandro jogava à vontade, tocando e fazendo lançamentos.

Na etapa final, Klaus marcou o terceiro aos 24’ em nova cobrança de D’Alessandro. Outra falha defensiva, desta vez do goleiro Marcão, que tentou estabanadamente cortar o cruzamento. Todos os manuais ensinam que o goleiro jamais deve sair se não tiver convicção de que irá alcançar a bola.

Para surpresa geral, o terceiro gol teve o condão de mexer com os brios do time de Marquinhos Santos. Da covardia exibida ao longo do confronto – com exceção do lance que gerou o gol de Bergson –, os bicolores partiram para uma súbita blitz sobre a área do Inter.

Welliton Jr. já estava em campo e partiu com gosto para cima do marcador, Winck, sofrendo faltas seguidas e provocando um cartão amarelo ao defensor. Winck terminou falhando na cobertura ao próprio Welliton no cruzamento baixo que levou ao segundo gol do Papão.

Minutos depois, atarantado com o cerco à sua área, o goleiro Danilo Fernandes saiu jogando errado e quase entregou um presente nos pés de Welliton. A zaga chegou a tempo e contornou o perigo.

Mesmo sem jogar bem, o placar foi honroso e deixou claro que, com um mínimo de organização no meio e mais disposição para atacar, o Papão poderia ter saído de Porto Alegre com um resultado mais interessante.

No fim das contas, ficou a sensação de que o medo de sofrer um resultado elástico e o respeito excessivo ao Inter custaram muito caro aos bicolores. Tudo tem a ver com medo, sempre ele.

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As escolhas da velha CBD para o antigo Nacional

O amigo Ronaldo Passarinho, baluarte ilustre deste espaço, faz um oportuno esclarecimento a respeito da inclusão do Remo no Campeonato Brasileiro de 1972, tema de comentário do leitor Jorge Paz Amorim reproduzido na coluna de sexta-feira:

“Não havia critério para a inclusão dos clubes no Campeonato Nacional. Os clubes eram convidados pela então CBD – o Nacional de Manaus estava na competição desde 1971. Havia exigência de lotação mínima dos estádios e o Remo era o que detinha maior capacidade de público. Mesmo assim, a CBD exigiu a duplicidade das arquibancadas. Como o Remo não tinha capacidade financeira para bancar a obra, o então ministro da Educação, Jarbas Passarinho, mandou fazer o levantamento dos custos. Em seguida, liberou para Tuna e PSC a mesma quantia dada ao Remo, sendo que a Tuna ergueu o ginásio Miranda Sobrinho, premiando Jarbas com o título de benemérito. O PSC reformou toda a fachada do estádio da Curuzu e aplicou em outras obras internas, concedendo a Jarbas o título de sócio honorífico como prova de gratidão. Um dos grandes amigos do ministro era Abílio Couceiro, um dos históricos dirigentes alvicelestes, que solicitou a Jarbas a inclusão do clube no Nacional. Pedido atendido de imediato, o PSC passou a também representar o Pará”.

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Bola na Torre

Guilherme Guerreiro apresenta o programa, com participações de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião.

Começa às 21h, na RBATV.

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Observações sobre o cobiçado Xuxa

O jornalista Leandro Santiago, um expert em Ponte Preta, comentou com ironia as insistentes notícias sobre o interesse do Papão pelo meia Xuxa, finalmente contratado anteontem pelo Figueirense. Segundo Leandro, via Twitter, o clube paraense escapou de boa ao perder a queda de braço pelo futebol do jogador.

É burocrático demais, segundo ele, que acrescenta: “Não entendo essa obsessão em querer virar Ponte B. Primeiro foi o Fábio Ferreira e agora o Xuxa”.

(Coluna publicada no Bola deste domingo, 27)

Líder sofre nova derrota em casa

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Vasco vence clássico carioca

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Um cinema Palácio

POR EDYR AUGUSTO PROENÇA

Trabalho no Edifício Palácio do Rádio. Do prédio faz parte, também o antigo cinema Palácio, hoje igreja Universal. Uma grande obra está a ser feita no local. O volume de entulho que por enquanto é retirado do prédio induz a isso. Passo muitas vezes em frente à entrada do templo. Invariavelmente olho para dentro, com curiosidade. Ainda está intacta, menos alguns sofás e o balcão da bombonière, que havia. Muitos cartazes anunciando cultos e às vezes, uma caixa de som anuncia novidades. Não tem jeito, sempre sinto uma espécie de dor na alma, pelo que fizeram com um dos lugares mais importantes da minha vida, onde assisti tantos filmes e fui feliz. Há uns vinte anos atrás, acho, na companhia de Rejane Barros, assisti a um culto. Planejávamos uma revista que nunca saiu. A mudança tinha pouco tempo, de modo que foi um choque encontrar um buraco onde havia, antes, uma tela. Muitas outras novidades foram percebidas, sobretudo requintadas técnicas de comunicação usadas pelos pastores. Quase que abro um luto. É evidente que os cinemas de rua desapareceram, quase todos ocupados por igrejas evangélicas. Mas o Palácio era sagrado. O primeiro filme que me lembro ter assistido, bem criança, quem sabe, em sua inauguração, foi “As Pupilas do Senhor Reitor”. Nào entendi nada. Para ser sincero, pouco olhei para a tela. É difícil prender a atenção de uma criança nesses casos. Em matinais, assisti várias vezes “Tom & Jerry” e companhia. Na pré adolescência, marcou-me um filme chamado “Scaramouche”, sobre um espadachim.

A essa altura, devorava livros de “capa & espada” e me imaginava um herói daqueles, combatendo e derrubando inimigos à direita e à esquerda, sem nenhum arranhão ou despenteio. Veio a fase seguinte e com ela, as sessões das sextas feiras, às dez da noite. Foi quando conheci Buñuel, Antonioni, Godard, Visconti, tantos outros, mas especialmente, Federico Fellini. Entre todos os filmes, talvez o melhor que tenha assistido na vida tenha sido “Amarcord”. De vez em quando o revejo e ainda me emociono. O mundo está ali. Todo. Mas houve também uma sexta feira gorda, pleno carnaval, noite chuvosa em que assisti “MacBeth”, de Roman Polanski e voltei para casa muito impressionado. “A Piscina”, com Maurice Ronet, Romy Schneider e Alain Delon também foi lá. “2001, uma odisseia no espaço”, também. “Blade Runner”.

Lembro, na época, conseguir no Rio de Janeiro, em um sebo, o livro original, que devorei, famélico. Houve também “Ensina-me a Viver”, com uma trilha especial, com música de Cat Stevens e também “Friends”, romântico, com trilha de Elton John. Junto com livros, música e teatro, o Palácio está na formação de minha pessoa. É claro que houve outros filmes no Cinema Catalina, na Base Aérea, no Cinema Um, na sede do Bancrévea, ali na descida da antiga São Jerônimo, mas o Palácio com sua suntuosidade, a música de abrir as cortinas, as poltronas, tudo era uma cerimônia perfeita.

Hoje, meu coração se sente ao olhar para a nova destinação do lugar, usurpado. Imagino, na escuridão, quando todos vão para suas casas descansar, os personagens dos filmes circulando, perguntando o que aconteceu, qual a razão disso tudo. É outro mundo, agora do streaming. Nas telas, filmes espetaculares onde não importa o enredo e sim as explosões monumentais, a manipulação das imagens, a rapidez com que tudo é conduzido. Todos em pequenas salas. Com o streaming, qualquer tela. A arte vive, isso é importante, mas os filmes que ajudam a constituir uma imaginação e armazenam argumentos, formam opinião, desapareceram. E o cinema Palácio continua em minha memória, num velho baú de prata. Como era bom!

(Publicado em O Diário do Pará, Caderno TDB, Coluna Cesta e opiniaonaosediscute.wordpress.com em 25.08.17)

Inter derrota Papão e assume liderança da Série B

https://www.youtube.com/watch?v=MJwaaXt0Q4I

Inter x PSC – comentários on-line

Campeonato Brasileiro da Série B 2017 – 22ª rodada

Internacional x Paissandu – Arena Beira-Rio, em Porto Alegre, às 21h30

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Na Rádio Clube, Guilherme Guerreiro narra, Rui Guimarães comenta. Reportagens – Valdo Souza e Dinho Menezes. Banco de Informações – Fábio Scerni

Fiel promete incentivo ao time no Beira-Rio

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Caso precise do apoio do seu torcedor, o Papão não se sentirá abandonado no Beira-Rio nesta noite. Torcedores bicolores postam na internet fotografias com bandeiras já às proximidades do estádio colorado. O programa de Sócio Torcedor do Paissandu disponibilizou 55 ingressos a torcedores que se mostraram interessados em acompanhar o time até Porto Alegre.

Arbitragem preocupa bicolores

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Contra o Internacional, nesta sexta-feira à noite, em Porto Alegre, o Paissandu tentará manter o bom retrospecto como visitante nesta Série B e fazer valer o histórico de grandes atuações contra equipes mais credenciadas. No campeonato, o Papão já conquistou quatro vitórias fora de casa e três em Belém.

Em meio à preparação para o jogo, o técnico Marquinhos Santos fez questão de mencionar a preocupação com a arbitragem. “Em uma semana, tivemos dois pênaltis não marcados em nosso favor, contra o Oeste e contra o Paraná. Sabemos do poderio orçamentário do Inter, mas esperamos que isso não venha a pesar”, disse.

O jogo começa às 21h30, na Arena Beira-Rio, com arbitragem do carioca Graziani Maciel Rocha (CBF), auxiliado por João Luiz Albuquerque (RJ – CBF) e Tiago Rosa de Oliveira (RJ – CBF). O quarto árbitro será Anderson Farias (RS) e o analista de campo, Alexandre Lourenço Barreto (RD). (Foto: FERNANDO TORRES/Ascom-PSC)