Independente 100%

POR GERSON NOGUEIRA

Para espanto de muitos, depois de três rodadas, o Independente desponta como o grande time do campeonato. Até aqui, tem o melhor rendimento. Sua campanha é irrepreensível. Venceu os três jogos – dois deles fora de casa – e desbancou até o maior favorito da competição.

A receita é simples e certeira. O time é barato, reúne jogadores catados na própria região e remanescentes do ano passado. Todos acostumados à correria e aos campos pesados e esburacados do Parazão.

Léo Goiano, o técnico que havia feito ótima campanha com o Parauapebas em 2016, não inventa e nem se enche de teorias para explicar o êxito do Galo Elétrico neste começo de caminhada.

unnamedA defesa é forte, segura e quase imbatível no jogo aéreo. Os laterais apoiam bastante e o meio-de-campo tem perfil obreiro. Não há nenhum craque, mas sobram operários. A marcação é constante e não dá trégua a ninguém – o Papão que o diga.

O ataque é o mais efetivo da competição, com sete gols. O artilheiro é Magno, com três. Monga, expulso contra o Papão e que não jogou ontem diante do Pinheirense, marcou dois.

A disposição apresentada pelo Galo é admirável nessas três primeiras rodadas. Antes de o campeonato começar, apontei aqui o Independente e os dois representantes santarenos como pedras no sapato dos grandes da capital. Até o momento, apenas o São Francisco destoa desse prognóstico, mas a equipe de Tucuruí está enchendo todas as medidas.

Logo na primeira rodada, o Galo foi a Paragominas e surpreendeu os donos da casa, ganhando de virada por 3 a 2. Foi uma espécie de cartão de visitas.

Na rodada seguinte, recebeu o Papão e não deu a menor chance aos comandados de Marcelo Chamusca. De quebra, ainda demonstrou uma impressionante capacidade de resistência. Sem seu principal atacante desde os 13 minutos de jogo, equilibrou as ações esbanjando preparo físico e muita determinação.

Com marcação intensa e perfeita ocupação de espaços, o Galo enfrentou o Papão sem medo e acabou premiado nos instantes finais com o gol da vitória, marcado por Magno, em cobrança de pênalti.

Ontem pela manhã, no estádio Jornalista Edgar Proença, o Independente reafirmou suas qualidades. Derrotou o Pinheirense, que estava invicto e vinha de um empate com o Remo. Mas a vitória não foi acidental. Resultou de uma postura tranquila e de um repertório variado de jogadas. Magno, em contra-ataque perfeito, fechou a contagem, com um belo gol, um dos mais bonitos deste campeonato.

Ah, os poucos que foram ao Mangueirão asseguram que Pinheirense e Independente fizeram o melhor jogo do Parazão. Não duvido. Dentro de suas limitações, os dois times têm propostas interessantes e dois técnicos promissores, Junior Amorim e Léo Goiano. Que continuem assim.

—————————————————–

Tsunami salva Leão na bacia das almas

O jogo se encaminhava para o fim e a derrota já se desenhava. Um gol de pênalti aos 33 minutos do segundo tempo dava ao São Raimundo a vantagem no placar. O Remo, que havia evoluído depois do intervalo, sentiu o baque e se lançou à frente com ímpeto e desespero.

Quis o destino que o goleiro falhasse e Tsunami tivesse a felicidade de testar para as redes. Um gol chorado, mas que fez justiça à boa produção azulina no segundo tempo. Apesar de lutar e imprimir correria, o Pantera em nenhum momento envolveu o Leão.

Um gol mal anulado de Gabriel Lima podia ter dado a vitória aos azulinos. A entrada do jovem atacante, substituindo a Jayme, deu outra dinâmica ao Remo. Na defesa e no meio, porém, os problemas se avolumam. Apesar do bom resultado, o time ainda carece de ajustes para encarar o clássico do próximo domingo.

(Coluna publicada no Bola desta segunda-feira, 06)

5 comentários em “Independente 100%

  1. NAO VEJO JAYME COMO COMPANHEIRO IDEAL AO LADO DE EDGAR NO ATAQUE AZULINO. HENRIQUE DEVERIA PARA MAIS DE FAZER LIGAÇÃO DIRETA. VAMOS ARRUMAR OS DETALHES E METER PEIA NA MUCURA.

    Curtir

  2. Independente muito bem na foto! E não parece que seja apenas uma eventualidade o bom desempenho do Galo Elétrico. Há uma certa constância. O Pinheirense também não está mal, mas o placar, e a forma como foi construído, parecem mostrar quem está melhor entre os dois.

    Quanto ao Clube do Remo, me ocorre que de todos quem parece vir tendo o melhor desempenho é o treinador, pois diante das limitações com as quais se defronta, vem mostrando inegável desembaraço e presença de espírito para escalar e administrar o time no desenrolar da partida. Além dos problemas que são naturais num Clube devastado financeiramente, a demora no deslanche do potencial técnico d’algumas individualidades, vem sacrificando o conjunto.

    Mas, não se pode esquecer que o maior prejuízo que o Clube do Remo pode experimentar neste ano é ver suas já muitas dívidas acabarem por se multiplicarem. Com efeito, tem de ter paciência para disputar os certames que tem para disputar esta temporada de molde a, pelo menos, garantir a manutenção das posições que já ostentava no início de cada uma delas.

    Enfim, é no setor administrativo que o Clube vai travar suas maiores batalhas este ano. É ver se o elenco administrativo tem os predicados necessários para se sair bem desta empreitada. Será que tem? A história dos últimos vinte, trinta anos não permite que se tenha muita esperança, mas é torcer para que a realidade atual, surpreenda o receio da experiência passada.

    Curtir

  3. O Independente tem dois jogadores que eu muito queria no Remo (Monga e Magno), time bom e barato, um bom treinador que em temporadas passadas disse à que veio e conhece o certame regional como um todo. E a base azulina salvando o Recém o lais uma vez, não fosse o gol anulado a base teria dado a vitória ao leão azul, engraçado que em outras jornadas esses meninos não prestavam para o Remo.

    Curtir

Deixar mensagem para Magnus Cancelar resposta