Na última trincheira

POR GERSON NOGUEIRA

A lógica cartesiana do futebol, centrada sempre na produção de gols, muitas vezes deixa de lado a importância dramática do último homem da trincheira: o goleiro. Neste Re-Pa de 180 minutos, que começa hoje à noite, Emerson e Fernando Henrique podem ter participação capital. Os últimos confrontos terminaram empatados e, se isso se repetir na semifinal da Copa Verde, ambos estarão no centro dos holofotes.

Já estiveram antes. No último confronto, decidindo o primeiro turno, Emerson foi expulso a minutos do final da partida, após pênalti sobre Welthon. O lance gerou muita polêmica e acabou dando espaço para que um novo herói, também arqueiro, surgisse no lado bicolor. Marcão, reserva de Emerson, assumiu o posto e fechou o gol, defendendo duas cobranças de penalidades que garantiram a conquista.

Na ocasião, Fernando Henrique passou em branco, não conseguindo deter os chutes dos cobradores alvicelestes na série decisiva.

A oportunidade está posta para que Emerson e Fernando Henrique brilhem nos dois clássicos. Principal jogador do Papão no Campeonato Paraense, Emerson já é ídolo da torcida e tem se comportado como um autêntico líder do time em campo. Seguro, ágil nas saídas de gol e sem malabarismos desnecessários, consolidou-se como titular da camisa 1 alviceleste desde a Série B do ano passado.

Com justiça, virou sinônimo de segurança no arco do Papão. É o primeiro goleiro a ganhar esse status depois de uma longa jornada de instabilidade na posição. Ronaldo talvez tenha sido o último goleiro aprovado plenamente pelo torcedor, principalmente pela facilidade (como Emerson) de agarrar pênaltis.

Do lado azulino, Fernando Henrique apareceu bem na temporada passada durante a campanha na Série D, posicionando-se como uma das vozes mais experientes e ponderadas do elenco que era comandado por Cacaio. Sua imagem acabou arranhada no Campeonato Paraense deste ano devido a falhas contra Independente e Papão, que acabaram por ofuscar bons momentos dele na competição.

A fase inicial da Copa Verde serviu para que o goleiro resgatasse o prestígio perante a torcida, com atuações seguras diante de Náutico e Nacional-AM. De estilo mais vistoso (alguns diriam que é meio espalhafatoso) que Emerson, Fernando Henrique tem no currículo passagens marcantes por Fluminense e Ceará.

Nos grandes momentos, costuma fazer defesas espetaculares, como contra o Vasco na semana passada, em jogo válido pela Copa do Brasil. Defendeu dois chutes certeiros, de Riascos e Jorge Henrique, que poderiam ter desequilibrado a partida. A derrota azulina, com gol sofrido nos instantes derradeiros, não chegou a afetar a recuperação de Fernando Henrique e de todo o time junto à torcida.

Sob o comando de Marcelo Veiga, o Remo tem mostrado um rendimento mais consistente, com mais compactação no meio e consequente aumento da segurança no setor defensivo. Especialista em montar times essencialmente marcadores, Veiga tem pautado seu trabalho pela preocupação em arrumar a cozinha. Nesse aspecto, Fernando Henrique tem papel relevante, pela experiência e ascendência sobre os companheiros.

No Papão, que vem mais azeitado e confiante, Emerson é ponto de referência e um dos homens de confiança de Dado Cavalcanti no elenco. Nem mesmo a turbulência exibida no returno do Parazão, gerando críticas à produção do time, afetou a imagem do goleiro. A campanha invicta na Copa Verde sinaliza para a recuperação técnica da equipe e os clássicos com o maior rival devem ser tomados como parâmetro para o nível atingido neste primeiro quadrimestre.

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Velhos titãs na hora da verdade

O Re-Pa duplo pela Copa Verde tem caráter de tira-teima para os velhos titãs. Em 2014, o Papão levou a melhor na semifinal com os azulinos. O troco foi dado pelo Leão no ano passado após dois confrontos encarniçados, que conduziram à decisão nos penais.

A disputa no torneio interestadual servirá também como despedida para o torcedor. São os últimos clássicos da temporada, visto que os dois times não mais se enfrentarão no Campeonato Paraense e disputarão certames nacionais de divisões diferentes.

Apesar do horário ingrato para a tradição de jogos em Belém, o Re-Pa desta noite tem lá seus atrativos. O principal deles talvez seja a oportunidade de mensurar o verdadeiro poder de fogo de cada equipe.

Com baixas nos dois lados, há também a perspectiva de um confronto entre times bastante modificados, com improvisações e utilização de jogadores que não vinham sendo aproveitados.

De todo modo, é jogo para movimentar a cidade e eletrizar a torcida em todo o Estado. A batalha vale muito na corrida em busca do título da Copa Verde e, principalmente, pela chance de disputar uma competição internacional – anseio tanto do Papão, que disputou a Copa Libertadores em 2003, como do Leão, cuja última participação foi no Torneio de Caracas, há mais de 60 anos.

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Parazão perde apelo no segundo turno

São Francisco e Cametá terão que esperar até o feriado de 1º de maio para decidirem o returno do Parazão. O confronto decisivo foi adiado supostamente por falta de passagens na rota Belém-Santarém-Belém, conforme justificativa da Federação Paraense de Futebol.

Com isso, o interesse pela competição cai ainda mais.

A ausência da dupla Re-Pa, eliminada na fase classificatória, fez com que o campeonato perdesse no segundo turno o apelo que teve na primeira metade. Com falhas de natureza administrativa e um futebol pouco empolgante, o Parazão caminha para um final abaixo das expectativas.

(Coluna publicada no Bola desta quarta-feira, 20) 

12 comentários em “Na última trincheira

  1. Gerson o Remo foi Campeão do Torneio de Caracas da Venezuela o Leão ganhou em 1950 o Rei do Norte tem um Titulo Internacional já o papim tem a Copa Mangueirão de 2002 kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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  2. Na verdade, Gerson, o último clássico foi o do segundo turno, em que Emerson foi muito melhor do que FH.
    Quando o jogo é da FPF a PM faz um monte de exigências enquanto que quando é da CBF/ EI pode acontecer às 19:30h em plena quarta-feira, propiciando engarrafamentos, que levam a arrastões e encontro de torcidas, expondo a cidade ao caos, sem falar da chuva torrencial que tem caido no fim de tarde.
    Na minha opinião, 16 mil pagantes, total não chegando a 20 mil.

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  3. Penso, Gerson e amigos que se a gente levar em conta que o Remo possui 2 alas que pouco rendem, quer na 1ª linha de marcação, quer no apoio com qualidade, vejo o Remo completo pra esse jogo e mais marcador ainda(Marcelo Veiga adora isso)… PSC, vai sem seu melhor jogador, Celsinho… joga com seu padrão de jogo definido, com Rai, abrindo muitos espaços com o Lucas, nesse revesamento constante entre os 2, com muita movimentação dos homens de meio ataque e ainda conta com o bom momento do Fabinho Alves… Jogo de difícil prognóstico e sem favorito… Organização tática em campo, Vontade de vencer, determinação e competência na hora que aparecerem as oportunidades de fazer o gol, é o caminho pra sair vencedor no jogo de hoje

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  4. PAYSANDU….Dado, sempre no 4-1-4-1

    Emerson. Roniery, Fernando Lombardi, Pablo e Lucas. Ricardo Capanema. Augusto Recife, Rai, Rafael Luz e Fabinho Alves. Betinho

    Banco: Marcão, Flávio, Gilvan, Crystian, Pablinho, Ilailson, Bruno Smith, John César, Vélber, Leandro Cearense e Bruno Veiga

    REMO..Veiga, manteve o 4-2-3-1 do Leston

    Fernando Henrique. Alisson, Henrique, Max e Ítalo. Chicão e Yuri. Eduardo Ramos, Welthon e Ciro. Luiz Carlos

    Banco: Douglas Borges, Igor João, Arthur, Michel, Marco Goiano, Marcinho, Edicléber, João Victor(atacante) e Silvio.

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  5. A final que ia valorizar o nosso estadual, seria o rai-fran
    Como o mundico vacilou, cabe a torcida do chico fazer a festa e tentar esse titulo

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  6. Boa tarde amigos e Gerson. Analisando as escalações segundo a informação do nosso amigo Cláudio. Vejo o Paysandu bem mais preparado tanto na formação do time quanto no esquema tático. Mas como sou remista vou analisar somente a equipe do remo. O técnico Veiga está sem muito o q fazer pois está com um plantei disponível de poucas qualidades técnicas, porém ao me ver colocar o Elton de cara eh ter sem duvido um jogador a menos no campo, pois como venho falado tal jogador pelo menos no remo não vi futebol. Partindo que teremos sempre um a menos outro ponto eh que o ER quando treina ja fica cansado em campo imagine quando não treina, acredito que não estará 100 % e a tendência, Como acontece em todo jogo eh ficar sempre a frente dos atacantes, causando assim um verdadeiro buraco no meio de Campo sem armador, com isso o remo não terá meio e taí pouco poder de fogo e consequentemente sobrecarregarar os valantes, e todo setor defensivo. Fazendo assim o único meio de ligação da defesa para o ataque o chutao para frente. Poe essas e por outras vejo que o Paysandu irá dominar todo meio de Campo e sempre terá o domínio do jogo. Então concluindo vejo que para esse jogo grandes a possibilidade de Vitória bicolor. A esperança azul una eh apenas contar com algum lampejo de jogada individual ou alguma tabela, coisa rara no time. Mas como torcedor espero que minha análise esteja totalmente equivocada e que os Deuses do futebol Estejam a favor do remo.

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