POR GERSON NOGUEIRA
O Remo, ainda estremecido com sua torcida pela desastrosa campanha no Parazão, tem hoje à noite nova chance de remissão dos pecados. O adversário não podia ser mais desafiador neste momento. O jogo com o Vasco de Nenê, invicto há 19 jogos e líder do Campeonato Carioca, pode marcar o começo de uma nova era para os azulinos.
Caso consiga jogar em velocidade, caprichando na marcação e reduzindo espaços, o time de Marcelo Veiga tem alguma possibilidade de surpreender o visitante. Jorginho arma seu time mais ou menos dessa forma, com um meio-campo brigador e apostando nas manobras de Nenê no setor de criação.
O ataque abusa dos chuveirinhos, raramente arriscando jogadas mais tramadas. Como se vê, o Vasco é um bom time, mas não apresenta nenhuma novidade em relação ao que fazem 9 entre 10 times nacionais.
Acompanhei o jogo Vasco x Madureira no fim de semana. Apesar da vitória, o time teve muitas dificuldades para dobrar o Madureira, que começou cauteloso e muito recuado, mas aos poucos foi se soltando e no final quase complicou as coisas dentro de São Januário. O placar mais justo teria sido o empate.
É improvável que a estratégia vascaína de agredir o Madureira se repita em Belém. De perfil conservador, Jorginho dificilmente vai partir para o ataque logo de cara. Veiga deve mesmo se precaver em relação aos contragolpes, muito mais pelas deficiências de seu time do que pelas poucas virtudes do visitante.
A improvisação de Ítalo na lateral esquerda expõe novamente o setor de marcação remista, que já vinha apresentando problemas com a presença de Murilo por ali. Com Ítalo, o Remo vai apenas se defender pelo lado esquerdo, perdendo importante saída para o ataque.
Mais do que nunca, o lado direito, com Levy e Eduardo Ramos, que costuma jogar por esse setor, terá que funcionar muito bem. Sem isso, os atacantes Ciro e Luiz Carlos ficarão isolados, como no jogo contra o Nacional, dependendo de rebotes na área.
Ciro, aliás, é peça fundamental no confronto com a forte zaga vascaína. Pela habilidade e rapidez dentro da área, pode ser decisivo no jogo, mas Veiga não pode submetê-lo novamente ao castigo de voltar para fechar a marcação na lateral-esquerda.
Ao Remo cabe, principalmente, jogar com disposição e entusiasmo, aproveitando a presença do torcedor e sufocando o adversário sempre que for possível. É um jogo difícil, contra um Vasco favorito pelo elenco mais qualificado e o histórico de boas partidas em Belém. Apesar disso, o Leão tem lá seu quinhão de chances de êxito. (Foto: MÁRIO QUADROS)
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Remo lança o projeto #SouBaenão
Será hoje o lançamento do projeto de revitalização do estádio Evandro Almeida, com previsão de inauguração a 15 de agosto, quando o Baenão completa 99 anos de existência. O plano #SouBaenão é arrojado. Prevê capacidade de 13.400 espectadores logo na reabertura, a partir de esforço concentrado que une a diretoria e um grupo de apoiadores.
A ideia é massificar as vendas de unidades personalizadas de porcelanato para o revestimento do Baenão, sendo que as placas terão os nomes de seus compradores. Além de adquirir o porcelanato no estádio, o público também poderá comprar através do site clubedoremooficial.com.br/soubaenao, a partir da segunda-feira, dia 18.
Ao todo, serão 6.000 peças, com valores divididos em três lotes, com preços de R$ 150,00, R$ 200,00 e R$ 250,00. O total arrecadado será usado no reforço estrutural, piso e pintura das arquibancadas, além de reforma dos vestiários e construção do muro de alvenaria em torno do campo.
Os muros do Baenão terão produto anti-grafite e monitoramento CFTV 24 horas, com sensores de aproximação com refletores, para impedir ação de vândalos. O contrato será de dois anos.
Excelente iniciativa, que merece o apoio da grande torcida remista.
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Sobre a origem da Estrela Solitária
Recebi do leitor Raimundo Castro a mensagem abaixo, fazendo referência à informação da coluna sobre a origem da Estrela Solitária como símbolo do Botafogo. Segundo o amigo Paulo André Barata, a escolha decorreu de uma homenagem ao Pará e à estrela (Spica) que o representa, acima da faixa Ordem e Progresso da bandeira brasileira.
Castro cita sites do próprio clube que contradizem a versão passada pelo inspirado autor de “Foi Assim”. Vamos ao seu relato:
“Segundo Cláudio Gomes, do Papo do Maneco, a Estrela Solitária surgiu pelo horário em que os praticantes de remo treinavam, para ser mais exato, às 5h da manhã. E nesse horário a estrela Dalva, única estrela vista a olho nu pela sua intensidade, acompanhava os remadores. Com a frequência de treinamentos, todos os dias no mesmo horário, o símbolo acabou sendo adotado pela instituição que o levou para o escudo.
Segundo Fernando Fernandes, do site Constelar, a estrela pertencia ao Clube de Regatas que se fundiu ao outro Botafogo. O primeiro nome do Botafogo foi Eletro Club. As cores adotadas foram o preto e o branco. O preto tem relação com Saturno, planeta que estaria na casa 1 em oposição ao Sol (o branco, no sentido de luz). O ascendente nos primeiros graus de Aquário deixaria o Meio-Céu em Libra, com Vênus ocupando o último grau de Leão em conjunção com a estrela Regulus. É um posicionamento adequado para um clube que, desde 1910, é conhecido como o Glorioso. O Botafogo, em função de seu escudo, é conhecido também como o clube da Estrela Solitária (na verdade, a estrela vem do escudo do clube de regatas, que só se fundiu com o de futebol em 1942).
Por fim, na página oficial do Fogão: ‘Com a fusão foram feitas apenas três alterações: a bandeira perdeu o escudo das letras entrelaçadas do BFC e ganhou a estrela solitária do Clube de Regatas Botafogo; a equipe passou a usar calções pretos e a bandeira ganhou um retângulo preto, com uma estrela branca ao alto. Nos anos 30, durante a cisão entre amadores e profissionais, o Botafogo conquistou o único tetra do Campeonato Carioca, representado por quatro estrelas acima do escudo na camisa. Atualmente, porém, o Botafogo não utiliza mais essas estrelas complementares, deixando apenas a do escudo e fazendo valer o apelido de Estrela Solitária’.
Um abraço de seu leitor Raimundo Castro, bicolor e botafoguense”.
(Coluna publicada no Bola desta quarta-feira, 13)