Coelho e Papão fazem jogo decisivo no Horto

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Somente cinco pontos separam América-MG (57) e Paissandu (52), que fazem, nesta terça-feira, às 21h30 (de Brasília), no estádio Independência, um confronto direto pelo G-4 da Série B. Para o clube mineiro, vice-líder da competição, uma vitória no Horto pode aproximar a equipe mineira do acesso e ampliar a distância para os clubes que, hoje, estão fora do grupo dos quatro primeiros. Dentre eles está o time paraense, sétimo colocado, que se encontra a dois pontos do Bahia, quarto na tabela, e que precisa voltar a vencer fora de casa para seguir firme no sonho de disputar a Série A do ano que vem.

Distante quatro pontos do quinto colocado, Sampaio Corrêa, que possui 53 pontos somados, o América-MG tem o fator casa como um ponto crucial para chegar ao acesso. Isto, porque, além do Paissandu, os mineiros ainda receberão dentro de casa, na próxima rodada, o Vitória, terceiro colocado com o mesmo número de pontos da equipe mineira.

Para fazer seis pontos nas duas próximas rodadas, o América-MG se inspira no aproveitamento de 73% alcançado pela equipe nos últimos dez jogos na Série B, quando somou 22 dos 30 pontos em disputa na competição.

“Graças a Deus as coisas vêm dando certo. Dentro de campo as coisas estão acontecendo. Sabemos que vai ser um jogo difícil, porque o Paissandu também está brigando por uma vaga no G-4. Então temos que ter tranquilidade. Sabemos que estamos muito perto do acesso, mas não tem nada definido”, afirmou o atacante Marcelo Toscano.

A boa fase, no entanto, não impede o técnico Givanildo Oliveira de fazer alterações na equipe. Diante do Paysandu, o treinador deve promover, por opção técnica, a entrada do atacante Pablo no lugar do meia Mancini. Ainda no meio campo, Rodrigo Souza, lesionado, deixa ao time e será substituído por Tony.

A grande dúvida no América-MG gira em torno da lateral esquerda, já que Bryan ainda se recupera de uma gripe e não tem participado dos treinos. Caso não tenha condições de jogo, o meia Xavier jogará improvisado no setor. Já na lateral direita, Walber, que cumpriu suspensão na rodada passada, retorna ao time titular.

Pelo lado do Paissandu, empolgação não falta após a equipe paraense vencer o CRB, por 5 a 1, na rodada passada. A goleada serve de combustível para que o Papão busque quebrar uma sequência de quatro jogos sem vitória fora de casa na Série B. Mais confiante para as cinco rodadas finais da competição, o Paissandu só não terá força máxima contra o América-MG, porque o volante Ricardo Capanema cumpre suspensão após receber o terceiro cartão amarelo contra o CRB. Para o lugar do jogador, o treinador Dado Cavalcanti deve optar pela entrada de Sérgio Manoel.

“O nosso maior reforço foi a confiança. Agora é ter calma, manter o foco, jogando uma partida de cada vez e, quem sabe, nos últimos jogos a gente não seja merecedor do acesso”, afirmou o treinador do Papão.

AMÉRICA-MG X PAISSANDU

Local: Estádio Independência, em Belo Horizonte (MG).

Horário: 21h30 (de Brasília)

Árbitro: Célio Amorim (ESP-CE); assistentes: Hélton Nunes (CBF-SC) e Thiago Americano Labes (CBF-SC)

AMÉRICA-MG: João Ricardo; Wesley Matos, Anderson Conceição e Alison; Walber, Leandro Guerreiro, Tony, Pablo e Bryan (Xavier); Marcelo Toscano e Richarlison. Técnico: Givanildo Oliveira

PAISSANDU: Emerson; Pikachu, Gualberto, Pablo e João Lucas; Fahel, Augusto Recife, Sérgio Manoel e Welinton Júnior; Leandro Cearense e Aylon. Técnico: Dado Cavalcanti

(Com informações da Rádio Clube, ESPN e Gazeta Press)

Marin das Medalhas voa para uma nova gaiola

POR JUCA KFOURI

José Maria Marin pode estar voando de Zurique para Nova Iorque neste momento em que você me ouve.

Pelo menos é o que imaginam os advogados do ex-presidente da CBF.

Mas não voará como os pássaros, ao contrário, irá algemado, com acompanhantes do FBI e apenas trocará de gaiola.

Abandona a de Zurique onde passou cinco meses e vai para a de Nova Iorque, onde deverá  ficar por pelo menos 72 horas em cativeiro, até que todos os passos do pagamento de sua fiança, de cerca de 10 milhões de dólares, estejam dados e ele possa ir para prisão domiciliar, em seu apartamento na Trump Tower.

Voará de classe econômica, não de primeira, como está acostumado.

E se  quiser ir passear de tornozeleira eletrônica pelo Central Park terá de delatar alguns parceiros.

Se não, aguardará ser julgado em seu penhorado apartamento nova iorquino e, aos 83 anos, provavelmente nunca mais voltará ao Brasil.

Força da grana começa a mudar gestão do esporte

POR ERICH BETING

Na última quarta-feira foi apresentado o “Pacto Pelo Esporte” num evento em São Paulo. Pela primeira vez, empresas concorrentes decidiram se unir para exigir, do esporte, melhores práticas de gestão. Basicamente as marcas decidiram dar um “basta” na maneira como o esporte é gerenciado no país e passaram a pedir melhores condutas para poderem gastar dinheiro numa estratégia de patrocínio.

Entre os principais patrocinadores do esporte brasileiro, faltaram na assinatura do documento Ambev, Caixa e Petrobras. Os outros grandes investidores estão lá, iniciando um movimento que, se vingar, tem tudo para ser um divisor de águas dentro do que conhecemos como esporte no país.

O curioso é ver como o esporte, no Brasil, não consegue mudar por pernas próprias. Tivemos diversas alterações no cenário do país e, via de regra, o modelo segue antiquado. Foi-se a onda dos megainvestidores do futebol nos anos 90 (Parmalat, Hicks Muse, Nations Bank, ISL, etc.), veio a era do fomento ao esporte olímpico com a Lei Piva, nos anos 2000, estamos agora no momento dos megaeventos.

Fontes de financiamento para o esporte no Brasil sempre existiram, mas o mau uso dessa enorme verba aportada é que causa problemas estruturais no país.

Só em incentivo fiscal o esporte arrecadou R$ 1,5 bilhão em 9 anos (média de R$ 160 mi ao ano). Nos recursos da loteria, são cerca de R$ 100 milhões anualmente. Em patrocínios, privado e estatal, os valores são ainda maiores.

Com a Olimpíada chegando, os investidores decidiram dar uma espécie de ultimato às entidades. Com a verba cada vez mais vigiada dentro das empresas, cada centavo empregado no esporte conta. Por isso, as marcas passaram a exigir mais de seus parceiros comerciais.

E isso passa, necessariamente, pela melhoria na gestão do esporte. A força da grana pode erguer um belo legado para o esporte no país. Resta saber se o interesse de médio/longo prazo será mais forte do que a resposta imediata que a empresa precisa dar para seus acionistas/donos.

No Pacto Pelo Esporte, as entidades terão dois anos para se adaptarem e cumprirem as exigências feitas pelas empresas de transparência, boa governança e, no fim das contas, resultados. Mas será que a marca, vencido este prazo, apertada pela concorrência, terá a frieza de apostar no Pacto em vez de uma boa ação de marketing que traga, mesmo com uma entidade não tão boa, resultado financeiro para a empresa no curto prazo?

Os patrocinadores nunca cobraram tanto do esporte melhor uso de seu dinheiro. Mas o esporte é cada vez mais eficiente para estratégias diferentes das marcas. A grana começa a impor mudanças no esporte. Resta saber se o interesse monetário não falará mais alto e teremos, pela terceira vez, mais uma boa oportunidade perdida na história recente da gestão no esporte brasileiro.