Hora de contabilizar lucros

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Por Gerson Nogueira

O Papão tem desfalques importantes para o jogo de sábado contra o Mogi Mirim (SP), no estádio Jornalista Edgar Proença, abrindo a semifinal da Série C. Pikachu e Ruan, titulares absolutos, serão as ausências mais sentidas. Em contrapartida, o time terá um trunfo inestimável: a tranquilidade de poder jogar sem a pressão por resultado.

Ao longo de toda a campanha na Terceirona, o Papão correu atrás de pontos para tentar chegar ao G4, como acabou acontecendo, ou simplesmente para manter-se fora da zona de rebaixamento. Desta vez, apesar de pretender naturalmente chegar ao título da competição, pela primeira vez o time não joga com a corda no pescoço, temendo um mau passo.

Não há dinheiro que pague a sensação de dever cumprido que o time passou a desfrutar depois de conquistar o tão sonhado acesso à Série B no sábado que passou, em Juiz de Fora. Entrar em campo sem pressa ou preocupação pode dar ao Papão a força emocional necessária para seguir avançando na Série C.

unnamed (97)Sim, do outro lado a situação é mais ou menos a mesma. O Mogi vem para a fase final do campeonato também sem o peso da ansiedade e pode igualmente se beneficiar dessa condição. Há uma diferença, porém. O Papão, ao contrário do Mogi, tem uma imensa legião de torcedores a acompanhá-lo, sonhando sempre com títulos e conquistas.

Contentar uma grande torcida é sempre desafiador para qualquer time. O Mogi, pela própria origem e localização, é um time mediano. Seus jogadores têm mais compromissos com a diretoria do que com os torcedores. São responsabilidades diferentes, como se sabe.

Dirigentes cobram, exigem e punem. Torcedores vibram, se emocionam, gritam e até choram. O vínculo de um atleta com a diretoria do clube é formal, depende de um contrato. Com a torcida, o comprometimento é afetivo, não depende de papel assinado e, por isso, vale mais.

Vai daí que a notícia sobre seis jogadores do Papão entregues ao departamento médico não assusta ninguém na Curuzu. Douglas, Pablo, Augusto Recife, Jefferson Maranhense e Everton Silva apresentam lesões de média gravidade. Ricardo Capanema feriu a mão em acidente com um copo. Em outra situação, tudo isso causaria um turbilhão. Afinal, são atletas que podem fazer falta, deixando o time mais vulnerável.

Mas o clima é totalmente alto astral e não há desespero em função dessas ausências. Todos, principalmente o técnico Mazola Junior, sabem que a partir de agora tudo será lucro. (Foto: MÁRIO QUADROS/Bola)

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Leão se prepara para mudanças

Quando convocou os préstimos de um consultor especializado em gestão esportiva, a diretoria do Remo buscava enriquecer o debate pré-eleitoral no clube. Providência das mais elogiáveis e que propiciou um encontro rico em troca de experiências e também na reafirmação de velhos problemas que insistem em atormentar o centenário Leão de Antonio Baena.

Ao falar a dirigentes e conselheiros na sede do clube, anteontem, o consultor Fernando Ferreira não mediu palavras, nem dourou pílulas. Foi direto ao ponto. O Remo precisará se preparar para mudanças. Se não for devidamente preparado para isso, será atropelado pela dura realidade.

Ferreira, segundo um benemérito do clube, deu alguns alertas à diretoria. O principal talvez tenha sido a necessidade de reestruturação interna, com mais profissionalismo e menos espaço para disputas pessoais. Para um clube tradicionalmente envolvido com política, a tarefa será árdua. Sua efetivação consiste, acima de tudo, de um rigoroso processo de reeducação.

A avaliação do presidente Zeca Pirão foi sintomática. Ao final da palestra, ele admitiu que o Remo precisa se reinventar. E apontou para o vizinho ao fazer uma análise franca do momento vivido pelo clube. Admitiu que os esforços de modernização e a união de abnegados vistos na Curuzu devem ser imitados no Evandro Almeida. Já é um bom começo.

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Ciências do Esporte em discussão

De hoje até sábado acontece em Belém o 5º Congresso Norte Brasileiro de Ciências do Esporte (Conceno), evento regional que integra as ações do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte, a maior entidade cientifica da Educação Física brasileira e que reúne os principais pesquisadores do país na área. O congresso destina-se a profissionais e estudantes da área. A promoção é da Secretaria Estadual do Colégio Brasileiro de Ciência (CBCE) e do Instituto de Ciências da Educação da Universidade Federal do Pará, no auditório do Instituto de Ciências Jurídicas (ICJ).

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Um pedacinho do céu no chão

Baião festeja oficialmente hoje 235 anos de fundação. As contas mais rigorosas indicam que o município tem mais idade e vai completar 320 anos ainda em 2014. De todo modo, a data serve para lembrar o quanto ainda precisa ser feito para que um dos mais belos lugares do Pará seja devidamente valorizado e tratado com mais respeito pelos governantes.

Dono de um dos maiores territórios do Estado até um século atrás, Baião mantém quase intocada a beleza natural, mas padece de sérios problemas estruturais. É inadmissível que a construção de duas pequenas pontes para facilitar o acesso à cidade venha sendo adiada sistematicamente pelo partido que manda o Pará há tanto tempo.

Apesar dessas e outras mazelas, o dia é festivo e será comemorado por todos que amam aquele que é considerado “um pedacinho do céu no chão”.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quinta-feira, 30)

14 comentários em “Hora de contabilizar lucros

  1. É aquilo que eu falo, enquanto o Remo se preocupa com 33, tabu, freguês etc., o adversário fatura títulos, aumenta o ST (querem chegar a 20 mil ano que vem), prestígio, patrocínio, acesso e credibilidade. O problema não é a oposição, qualquer clube tem, o problema é a gestão.

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  2. Muito bem analisado Gerson Nogueira. E hora do bicolor contabilizar os lucros. E sobre isso, acho muito mais importante que título da competição arrecadar rendas de bilheterias e outros (sócio, torcedor, patrocinador etc.) que poderão ser agregados nesse jogos semifinais). Mas para isso é necessário ou coerente que o time chegue pelo menos a decisão, pois financeiramente já será lucro imenso, mesmo se não ganhar o título. Como o treinador e alguns jogadores do grupo já garantiram contrato no Papão para a próxima temporada, por terem correspondido, arrematação do título será muito mais importante para o futuro de alguns outros atletas, principalmente para aqueles que querem garantir emprego e permanecerem no Papão para a próxima temporada, cujos mesmos ainda são dúvidas, por não terem mantido uma regularidade. Dessa forma, para esses atletas que querem ganhar contrato para a próxima temporada com o bicolor, ganhar o título ou chegar a semifinal já ajudará muito a melhorar seus conceitos, haja vista que derrota, seja qualquer a situação, sempre trás análise negativa e vitória sempre nivela por cima.

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  3. Outro fator muito importante é a torcida continuar abraçando essa causa de prestigiar em massa nessa reta final, que sem dúvida inspirou os atletas e fez com que o Paysandu chegasse onde está. O Paysandu nessa temporada ainda não poderá pensar muito no tri campeonato da série b e nem em série a. Mas deverá pensar desde agora em fazer uma boa campanha, e para isso vai ser necessário de razóavel para boa situação financeira do clube. Não tem outro jeito. E para isso, além da receita de patrocinador que deverá aumentar na temporada vindoura ( cerca de 5 milhões só da CBF), é necessário que a torcida mostre que abraçou mesmo a causa de prestigiar o clube nas competições atuais e nas várias que virão em 2015. E esse jogo de sábado e o outro da decisão se vier, é uma ótima oportunidade da torcida comparecer e lotar porque será um jogo de festa, sem pressão em cima de resultado como bem colocou o Gerson, e os atletas poderão jogar tranquilos para mostrarem que tem condições de permanecerem.

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  4. O Paissandu precisa da participação do torcedor sábado, afim de arrecadar mais um milhão para os cofres bicolores e consequentemente honrar as dívidas.

    Além disso, penso que, chegando a final, o ingresso deveria custar sessenta reais (gerar um renda próxima dos dois milhões) até porque será o último jogo do ano e o jogo do título.

    Claro que o preço é caro para os padrões do Pará, mas, tratando-se de um título nacional, penso que vale sessenta reais.

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  5. Perfeito Celira, e acho ainda que nesse momento solene onde o Paysandu resgata o futebol do norte que estava a deriva, mesmo possuindo, hoje em Manaus, Arena de Copa do Mundo, que o governador eleito novamente, efetive o mesmo programa que executou em 2005 no centenário azulino, onde adquiriu antecipadamente 20 mil ingressos dos 45 mil de 2 jogos do azulino colocados a venda em Belém e distribuiu para a torcida paraense em troca de 2 kilos de alimentos não perecíveis. Isso pode ser feito, até porque não estamos mais em eleição, e com isso ele ajudaria o Paysandu que do mesmo jeito que ajudou o azulino, o qual após isso bateu recorde de público na C daquele ano. Jatene que tanto venera o esporte, está até construindo arena para o futsal, para 20 mil torcedores, faria ao mesmo tempo uma ação social das maiores doando alimentos a quem necessita e ajudaria o clube que está honrando o nome do Pará no futebol. Tenho certeza que o azulino precisava e teve essa ajuda financeira em 2005 e hoje o Paysandu é que necessita, mesmo porque jogou vários jogos de portões fechados. Então porque o governador ajudou o clube do remo no ano do centenário em 2005 e não pode ajudar o Paysandu no centenário de 2014??? estarei em contato com Wandick para saber se ele solicitou essa ajuda e qual a manifestação do governador. Se wandick não solicitou, vai ter de fazer, porque o clube do remo não pode ser mais privilégios que o papão, mesmo que o governador seja torcedor do azulino.

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  6. Sobre a situação do rival: penso que todas as construções feitas na Curuzu e o Baenao devam ganhar placas com o nome das pessoas que contribuíram (desde de um saco de cimento). Um dos problemas, parece não ser o caso do Vandick, é querer assumir como sua, uma obra que é coletiva. Maia, por exemplo, fala em construir mais uma arquibancada (custo 1,5 milhões), mas a obra será dos abnegados, não de Maia que terá como grande mérito ser o agregador de tantos bicolores no processo de construção.

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  7. Sobre a situação do rival, afirmo o endinheirado Pirão em 2013 sonhou com o engrandecimento novamente do time azulino no futebol nacional, na estrutura e na administração e para isso abril o bolso, investiu 2 milhões, colocou de forma inédita em Belém uma diretoria formada por torcedores, modernizou o estádio, fez contratações bombásticas na época, surpreendeu há muitos, remo terminou 2013 melhor que o Paysandu nos bastidores, mas 10 meses depois, o time está sem divisão, em todos jornais tem notícia que Pirão está sozinho sem ajuda e grande parte dos conselheiros não compareceram a reunião para tratar do furturo do time. Eu vou postar aqui a letra da música Pecado Capital do Paulinho da Viola, porque retrata fielmente a relação Pirão/ maior rival:

    Dinheiro na mão é vendaval
    É vendaval!
    Na vida de um sonhador
    De um sonhador!
    Quanta gente aí se engana
    E cai da cama
    Com toda a ilusão que sonhou
    E a grandeza se desfaz
    Quando a solidão é mais
    Alguém já falou…

    Mas é preciso viver
    E viver
    Não é brincadeira não
    Quando o jeito é se virar
    Cada um trata de si
    Irmão desconhece irmão
    E aí!
    Dinheiro na mão é vendaval
    Dinheiro na mão é solução
    E solidão!
    Dinheiro na mão é vendaval
    Dinheiro na mão é solução
    E solidão!

    Dinheiro na mão é vendaval
    É vendaval!
    Na vida de um sonhador
    De um sonhador!
    Quanta gente aí se engana
    E cai da cama
    Com toda a ilusão que sonhou
    E a grandeza se desfaz
    Quando a solidão é mais
    Alguém já falou…

    Mas é preciso viver
    E viver
    Não é brincadeira não
    Quando o jeito é se virar
    Cada um trata de si
    Irmão desconhece irmão
    E aí!
    Dinheiro na mão é vendaval
    Dinheiro na mão é solução
    E solidão!
    Dinheiro na mão é vendaval
    Dinheiro na mão é solução
    E solidão!
    E solidão! E solidão!
    E solidão! E solidão!
    E solidão! E solidão!

    (musica de Paulinho da Viola)

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