Por Gerson Nogueira
Como de hábito, a coluna abre espaço para os comentários e considerações do torcedor, a partir de mensagens enviadas por e-mail à coluna e postagens no blog, no Twitter e no Facebook. Em pauta, a rodada que definiu Remo e Paragominas como finalistas do returno do Campeonato Paraense.
Para Silas Negrão, o responsável pela ascensão remista na reta final chama-se “brio”. Segundo ele, “os moleques da base e os rejeitados pelo Flávio Araújo mostraram a todos o que está na cara: os bondes trazidos pelo técnico não jogam nada, mas são escalados sempre, claro. Para salvação da até então acabrunhada torcida remista pintou uma tal de virose e uns cartões amarelos que escantearam os meninos de ouro do FA, que, sem alternativas, foi obrigado a escalar os moleques oriundos das bases e mais um enjeitado, que botaram pra fora o brio que o jogador paraense tem e o resultado está aí. Parabéns, garotos”.
Quanto ao Paissandu, Silas avalia que o time perdeu na hora certa, se é que há hora boa para perder. “Perdemos os anéis, mas preservamos os dedos. Essas duas derrotas serviram para mostrar-nos o que corrigir. Penso que está na hora do retorno do Zé Carlos ao arco. Paulo Rafael é um grande goleiro, mas ainda não recuperou a forma das campanhas de 2012, Copa do Brasil e Série C. Está muito nervoso, brigão e isso transmite insegurança pra defesa”.
Já Cláudio Santos, técnico do Columbia de Val-de-Cans, defende que ao Remo só resta jogar no 3-6-1 ou 4-5-1 e fazer valer sua camisa. “Nada de 4-4-2, pelo amor de Deus, Flávio. É um jogo de 180 minutos, como se diz, mas é no jogo daqui que o Remo tem que conquistar a vaga, e eu não tenho dúvidas que conquistará. Quanto ao Paissandu, seu problema é a falta de um bom técnico. A hora de trocar é essa. É a minha opinião”.
No entendimento do Rodrigo Cavalcante pertencem ao técnico Flávio Araújo os méritos pela reação remista no campeonato. “Ele foi o principal responsável por essa classificação e possível título do segundo turno, e até do campeonato. Os jogadores estão felizes e dando tudo de si. Estou mais feliz pelos jogadores da base, Alex Ruan tem que ser titular absoluto na lateral-esquerda, Yan foi uma excelente surpresa”.
Ainda abespinhado com a postura apagada do Paissandu nos clássicos, Miguel Ângelo questiona a ausência de triangulações e tramas no setor de armação. “Foi o que decidiu o jogo a favor do Flamengo. Ou seja, rapidez nas triangulações derrubam qualquer esquema de retranca. Outra falha clamorosa foi o excesso de lançamentos para a área azulina com atacantes de estatura mediana. É muita incoerência: quando o Rafael entrou, eles pararam com os lançamentos. Estão doidos?!”.
Miguel vai além: “A nossa zaga é aquela eterna avenida, a falta de aproveitamento do Pikachu, que nem marca e desaprendeu a atacar, tem dado aos adversários um amplo leque para o contra-ataque. Não há cobertura. O Paulo Rafael tem que primeiro se conscientizar que não é o melhor dos três, não sabe sair do gol, se coloca sempre adiantado. Não consegue sair jogando. E o pior de tudo é muito desagregador, isto acaba com qualquer time!”.
Daniel Leite destaca a grande atuação do jovem Yan no Remo. “Entrou como incógnita e postou-se muito bem na defesa, fazendo boa marcação e ótimos desarmes. A segurança do jogador deveria fazê-lo figurar pelo menos no banco de reservas”.
Por fim, Eduardo Morais avalia que o Remo finalmente encontrou um esquema eficiente. “Em minha opinião, o esquema do Remo na verdade, é o esquema da moda no futebol europeu, o 4-2-3-1. E está funcionando bem, volantes protegem bem a zaga, os zagueiros estão seguros, os laterais apoiam bem, com destaque para o Alex Ruan, e Capela, Ramon e Jhonnatan estão criando as jogadas ofensivas. O atacante, seja Val Barreto ou Leandro Cearense, está fazendo gols”.
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Uma final para corações fortes
Parte da torcida remista chegou a alimentar esperanças de que o local do segundo jogo da decisão do returno fosse modificado, mas Bombeiros e Polícia Militar devem revalidar os laudos e a Arena Verde deverá mesmo ser o palco da finalíssima, apesar das críticas às precárias condições do gramado.
Ontem, um dos oficiais que vistoriou o estádio antecipou que a liberação será concedida, com restrições. Parecer suficiente para que o PFC realize o jogo mais importante de sua história diante de seus torcedores.
Certeza de jogo tenso, com forte presença das torcidas do PFC e do Remo, que vai se deslocar de Belém e dos municípios vizinhos. Aliás, ao contrário do confronto de quarta-feira, no estádio Jornalista Edgar Proença, o de domingo será de alto risco, merecendo reforço de policiamento.
O posicionamento dos Bombeiros e da PM impõe ao Remo a necessidade de um resultado que permita certa folga para conter a pressão que o PFC costuma fazer em seu campo – a Tuna que o diga. Daí o acerto na cobrança de ingressos a R$ 10,00, para lotar o Mangueirão na quarta-feira e fazer a massa empurrar o time a uma vitória, de preferência por um placar confortável.
Como tem ocorrido nos últimos anos – contra Águia, Independente e Cametá –, o Remo se vê no dilema de decidir seu futuro na temporada contra uma equipe interiorana. E o retrospecto não é nada animador para os azulinos.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta terça-feira, 30)