Sob um mar de incertezas

Por Gerson Nogueira

bol_ter_160413_15.psO Remo viaja ao Rio para enfrentar o Flamengo, na partida de volta pela primeira rodada da Copa do Brasil, deixando atrás de si uma torcida apreensiva a respeito de suas chances. Mesmo os fãs mais otimistas, duvidam da força de um time que sofreu grave pane técnica depois de perder o primeiro turno do campeonato para o maior rival.

A derrota no primeiro jogo nem representa a fonte maior de preocupação dos torcedores. O que semeia dúvidas é a crônica dificuldade que o time tem para se impor em campo. Escalado pelo técnico Flávio Araújo quase sempre no 3-5-2, o Remo não aprendeu a jogar nesse sistema.

O problema está na origem. Quando um time opta pelo esquema de três zagueiros deve, como válvula de escape para o ataque, contar com dois alas qualificados. São jogadores encarregados de fechar espaços pelos lados e, principalmente, auxiliar nas ações ofensivas.

O Remo não tem alas, nem mesmo laterais razoavelmente habilitados a desempenhar essas funções. Tanto que a ausência do titular do lado esquerdo, Berg, não deve causar nenhum grande abalo, pelo simples fato de que ele não produziu nada nos últimos jogos.

Não chega a ser um desespero porque raras equipes no Brasil têm laterais qualificados. O problema é que, contra um adversário que jogará em casa e com vantagem, o Remo precisará atacar para reverter o placar. Só a vitória interessa, mas o desenho da equipe não permite maiores ilusões.

Com debilidades no meio-de-campo e nas alas, o Remo ataca pouco, bem menos do que deveria, embora tenha bons atacantes. Curiosamente, na partida realizada no Mangueirão, o Remo desfrutou de várias oportunidades para marcar. Isso ocorreu, na maioria das vezes, graças à ação individual de seus atacantes e muito em função da confusão existente na zaga rubro-negra.

O Remo nem fez por merecer no aspecto da produção de jogo, mas os gols desperdiçados naquela noite, principalmente por Leandro Cearense, irão fazer muita falta agora.

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Chega ao fim a última novela

Conforme previa a tabela original, o Re-Pa das semifinais foi confirmado para o sábado, ficando o Tuna x PFC para domingo. Contraria a lógica natural das coisas, afinal o domingo é o dia nobre dos grandes clássicos, mas quem a essa altura está preocupado em ser lógico num campeonato tão bagunçado? Na prática, a confirmação definida ontem termina por evitar novos problemas ou zangas que possam atrasar ainda mais o Parazão, depois de 15 dias de paralisação desnecessária.

A torcida agora é para que os quatro semifinalistas justifiquem a expectativa, proporcionando bons jogos e fazendo o público esquecer rapidamente as papagaiadas que quase inviabilizaram a competição.

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A Edgar o que é de Edgar

Lúzio Ramos escreve à coluna levantando questão importante, que tem sido frequentemente escamoteada pelos interesses políticos diversos que rondam o futebol no Pará. Refere-se ao nome do estádio estadual, apelidado de Mangueirão desde o nascimento. Depois de parcialmente construído, ganhou a denominação de Estádio Alacid Nunes, mas acabou sendo batizado oficialmente – com aprovação através da Assembleia Legislativa – como Estádio Jornalista Edgar Proença, em justa homenagem ao pioneiro do rádio esportivo no Pará.

Veio, porém, uma reforma estrutural no estádio e aproveitaram para tascar um “olímpico” ao nome oficial. “Esta situação me levou à seguinte reflexão: por que acrescentar esse termo ‘olímpico’ ao nome do estádio? O que temos de tradição nos esportes olímpicos? Acaso Belém já sediou alguma olimpíada? Temos alguma chance de algum dia sediarmos esse grandioso evento? Nada contra os esportes olímpicos, sobretudo o atletismo que tanto aprecio, mas não temos nenhuma identidade com eles”, argumenta Lúzio.

Ele acrescenta que o futebol, sim, é uma tradição popular no Estado. “A preocupação é que a situação tende a se delinear da seguinte maneira: o nome Edgar Proença está ofuscado pela denominação ‘Olímpico’. E, pouco a pouco, o hábito de abreviar levará o nome do grande homenageado ao esquecimento. Assim, perder-se-á a oportunidade de prestar a tão justa homenagem. E aí chegará um tempo em que apagamos o nome do jornalista sem sermos olímpicos. Assim como o Maracanã é Mário Filho, o Mangueirão não pode deixar de ser Edgar Proença”, sentencia Lúzio. Com carradas de razão.

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Baião nas telas

Stéfano Paixão, um ilustre filho de Baião lança hoje, às 20h, no teatro Cláudio Barradas (da UFPA), o documentário “Velhos Baionaras, Tesouros Vivos”. Recorte poético e visual da memória afetiva de sua gente, o filme celebra os 318 anos de existência de Baião, com depoimentos de personagens que representam a memória viva do lugar. “A grandeza do povo pede passagem e convida vossos olhos a penetrar neste universo ímpar, de um povo moreno, brejeiro e amazônida”, sintetiza o diretor.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta terça-feira, 16)

27 comentários em “Sob um mar de incertezas

  1. A grande maioria dos adeptos sempre vão ao Mangueirao. Vai dai.. Mesmo que sendo uma homenagem justa.
    Mesmo quando morei em um subúrbio do Rio, nao lembro de ter ido ao Mário Filho. Agora ao Maraca? Enes xxxx

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  2. Uma “explicação” para o nome “Olímpico” é que o governo estadual pegou dinheiro do Ministério do Esporte para a construção do Edgar Proença, e o nome, além da pista olímpica, é a contrapartida para justificar a verba federal.

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  3. Sinceramente, acredito que o Flávio vá com Thiago Galhardo e Clebson no meio campo, após essa saída do Berg que, na minha opinião, é um grande desfalque à equipe..

    Eu, colocaria o Endy, na esquerda e o Gerônimo na direita, com 2 meias e 2 atacantes.

    Fabiano, Gerônimo, Zé Antônio,Carlinho Rech e Endy. Nata, Jhonatan, T.Galhardo e Clebson. Paulista e Leandro Cearense

    É a minha opinião.

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  4. Uma coisa é certa, ou o Remo volta a apresentar o bom futebol do 1º turno(ou até melhor), ou terá que trocar seu técnico(por Arthur, de preferência), antes do RexPa, para dar uma sacudida no elenco, caso ainda queira sonhar em ganhar o acesso à série D, em campo.. Tempo teve, vamos ver se o Flávio soube aproveitar, pra fazer o Clebson e outros jogadores, renderem todo seu futebol… É aguardar..

    No Paysandu, o mesmo terá que escolher entre “matar” o Parazão logo no 2º turno, beneficiando o Remo e ganhando 27 dias para se preparar para a série B, ou perder o 2º turno e ir para uma final, tendo apenas 6 dias, para a estréia na série B… É só escolher..

    É a minha opinião.

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  5. Tem que parar com esse chororô de que clássico só tem que ser no domingo. O Maior público do campeonato, o 1º Re xPa, foi num sábado de carnaval. Já tá mais do que provado que quando um jogo é decisivo, não importa se é sábado ou domingo, a galera vai prestigiar.

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  6. Acredito Claúdio que ele vai começar com o 3 5 2, trocando o Berg pelo Alex Ruan e começando com o Tiago Galhardo.

    Se o Remo tomar um gol ou começar o segundo tempo no 0x0, ele deve ir para o 442.

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  7. Nunca chamei o Mangueirão de Alacid Nunes ou Edgar Proença, assim como nunca chamei o Maraca de Mário Filho, ou o Morumbi de Cícero Pompeu de Toledo. Acredito que poucos lugares do Brasil as pessoas dão mais importância ao nome oficial do estádio do que ao apelido, que é amis fácil de pegar.

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  8. Cláudio, eu realmente não sei o que se passa na cabeça, desse Flávio Araújo. O cara inventa tanta coisa e esquece fazer o óbvio. Se o Jerônimo é lateral de origem, porque improvisar o Endy? Por causa desse técnico mequetrefe o Remo vai acabar dançando no Parazão.

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  9. Acho que ele vai entrar com um 3-5-2.

    Depois de sofrer 2 gols no primeiro tempo ele mudará para o 4-4-2, para tentar reverter a situação.

    Levará mais 2 gols e então partirá para o 1-10 temendo uma goleada histórica e retornará para casa numa 192.

    Como vocês veem o FA não precisa de uma prancheta e sim de uma calculadora.

    Grande treinador.

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  10. Não é primazia do Pará. Em Brasília, aproveitaram a demolição do antigo Mané Garrincha para abolir o nome de um dos maiores jogadores de futebol do mundo. Agora o estádio será denominado de “Estádio Nacional de Brasília” e limaram o grande Mané.

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  11. Amigo Cláudio, veja esse meu comentário e me diga se concorda: Mesmo sabendo que você considera desfalque, a ausência do Berg no time do Remo, confesso a você que estava torcendo para que o berg fosse substituído da lateral esquerda ou ala como se chama no futebol moderno de acordo com o sistema utilizado. Nos últimos jogos as equipes adversárias, sabendo que este setor era de maior potencial de escape ao ataque do Remo, intensificaram a marcação e o resultado foi as discretas e até mesmo irregulares apresentações do Berg. Tinha momentos do jogo que ele pegava a bola e ficava sem ter pra quem jogar, isso provocava a retenção excessiva e consequentemente poucas jogadas agudas em direção ao gol geralmente a alternativa era os chutes direto ao ataque, pra vê se dava em algo. Considero o Berg um bom jogador, tem garra e muita determinação, mas infelizmente a instabilidade no sistema de jogo do Remo, tem sobrecarregado demais esse jogador, por isso a mudança do lateral por outro, aliado a mudança do comportamento da equipe em campo, acho eu, que a tendência é melhorar o nível de atuação da equipe. Amanhã amigos do blog, veremos se o tempo de treinamento proporcionado pela paralisação do campeonato, serviu para corrigir os defeitos técnicos, coletivo e individual, que os zagueiros posicionem os pés e o corpo para dar passes e não chutões a esmo, que os jogadores do meio campo se aproximem uns aos outros para troca de passes, e finalmente os atacantes principalmente o Leandro Cearense, que deixem a irritante individualidade excessiva. A cada partida do Remo me encho de esperança de que a equipe convença, evolua e depois vem a decepção, espero que desta vez, mesmo perdendo o jogo, perceba-se um comportamento capaz de deixar o torcedor empolgado para o próximo desafio, o RE/PA.

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  12. O problema do CR não esquema, e sim a qualidade técnica dos jogadores, onde a maioria, quando muito, não passa de jogador esforçado. Num dia afortunado o CR perderá de pouco, em condições normais, é goleada histórica.

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  13. Acredito, amigo Lucilo, concordando em parte com o amigo Otávio, que a qualidade dos jogadores da zaga do Remo, deixa a desejar… No América-RN, o Flávio tinha: Fábio Saches, Rodrigão e Mauro. No Remo, ele só tem o Mauro, os outros, não passam perto do Rodrigão e muito menos do Fábio Sanches.. O Remo joga com 3 zagueiros, mas é como se tivesse com 1, apenas, pelo motivo, acima citado, e pelos volantes que são fracos na marcação, como Nata, Jhonatan e Gerônimo, salvos alguns lampejos em alguns poucos jogos… Vamos aguardar que melhorem, jogando dentro de um esquema tático bem definido…

    É a minha opinião.

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  14. Acredito que o 3-5-2 pode ser um esquema ofensivo, só depende de se ter os alas certos. Por isso, concordo inteiramente com o Gerson, falta ao Remo os alas que se deslocam, tabelam, dão assistências e finalizam para o gol. É muito mais fácil ser um elemento surpresa jogando como um ala que como um cabeça-de-área. O problema é que esse tipo de jogador está em falta e, se tivéssemos ainda o Cametazinho, a história seria outra… É por isso que dá pra perder a paciência com dirigentes desqualificados. No mais, pelo tempo que teve para treinar e consertar os erros, acho que o time vai começar a se entender de novo e deslanchar. Se não contra o Flamengo, contra o Paysandu, pelas semifinais. Ainda vejo o Flávio Araújo como um bom técnico, embora pense que venha mexendo errado no time e deixando de aproveitar ótimas oportunidades para lançar times ofensivos. Não sei se dá para classificar na Copa do Brasil, mas acho que dá pra fazer jogo duro.

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  15. Claudio você é um participante do blog, que tem paixão pela questão tática de uma partida de futebol. Veja se você concorda comigo meu caro. Os técnicos alardeiam sempre que o sistema 3 5 2 é um esquema ofensivo, já que os alas em virtude da equipe ficar com 3 zagueiros e dois volantes, não tem a obrigação de marcar e quase sempre jogam apoiando o ataque. Então não seria melhor, adpatar atacantes nessas posições. Por exemplo no Remo se colocaria o Paulista na ala direita e o Galhardo na ala esquerda, compondo o quinteto ficaria o Jhonata , Nata ,Clebson ou Capela. Você concorda com meu pensamento ou acha que de tática eu estou por fora. Um abraço ao ilustre parceiro do blog.

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  16. Sou contra a improvisação e para mim técnico que gosta do 3-5-2 é técnico medíocre, basta ver esquema ofensivo que o Cuca montou no Galo que vem dando show. Qual o time que joga no 3-5-2 que joga bonito como o Galo? Nenhum. O Flávio Araújo é fraquíssimo e o Remo se quiser se reerguer terá que começar um trabalho com um técnico de ponta como o Givanildo, por exemplo. Este será mais um ano de decepção e mesmo que consigamos a vaga para a Série D, vamos mais uma vez patinar em times do Amazonas, Acre e Mato Grosso.

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  17. Amigo Rocildo, nós torcedores, temos sempre um pouco de técnico e gostamos de dar nossos pitacos.. Eu também..rs

    Na minha opinião, o Remo tem 2 bons alas e muito ofensivos: Berg e Valber… O grande problema é que não se pode, sempre que se entrar num 3-5-2, se pensar apenas nos alas… Todo esquema, requer conjunto e foi isso que o Remo perdeu de uma hora pra outra, por ter em seu time, jogadores instáveis, por não suportarem a pressão de jogar em times de massa, por isso o Remo foi e voltou, alternando bons e maus momentos até agora. Aliás, culpa também de seu técnico que se perdeu no controle do time..

    O problema do Remo, penso eu, não é de esquema e sim de qualidade de alguns jogadores: Carlinhos e Zé Antônio, zagueiros, não são jogadores para o Remo e os volantes(Nata, Jhonatan e Gerônimo), não são bons marcadores… Aí, amigo, veja o que acontece: Toma muitos gols, impede os alas de subirem com a devida cobertura, o ataque não recebe a bola, como devia, pois os 4 ligadores(2 alas, o meia e o volante de saída) ficam preocupados com a pressão que o time leva e se preocupam mais em marcar, e com isso, o time desorganiza em campo e a defesa acaba ficando sobrecarregada..

    O Remo desmontou amigo, mas teve um tempo bom e, se o Flávio conseguir fazer o Clebson render tudo que pode, poderá ter sucesso..

    Penso que pra ele voltar com o Endy, é porque vai acrescentar mais um meia…. Espero que ele não esteja pensando em segurar o Flamengo, primeiramente, para depois tentar matar… É suicídio, na certa…

    Quanto a sua dica, penso que é válida, mas tudo requer um bom tempo e muito treinamento pra encaixar esses jogadores… Coisa que o Remo não teve e não fez. É diferente em uma situação de jogo, o que, nesse caso, poderá sim acontecer o que você pensa..

    É a minha opinião.

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  18. Amigo Cláudio você dizer que o FA não teve tempo para preparar o time azulino, o que você chama de tempo para preparar um clube 1 ano de treinos? Penso que o time é desqualificado e seu treinador não é nome para time de massa e ponto!

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  19. Amigos Rocildo e Cláudio, os alas são tão fundamentais e tão importantes quanto os volantes na saída ao ataque e marcação, é só observar como jogam os europeus, pensem em como atua o Daniel Alves no Barcelona, que apoia e marca o tempo todo. É essencialmente a mesma condição física do lateral, só que o ala joga mais adiantado para aproximar do ataque. Enquanto no 4-4-2 o lateral vai a linha de fundo para cruzar a bola na área, no 3-5-2, o ala pode tabelar, invadir a área em diagonal, servir o atacante e até finalizar para o gol. São mais dois jogadores que podem adentrar a área e marcar, além dos atacantes, só falando na maior presença na área adversária. A movimentação do segundo cabeça-de-área na saída de bola compensa a solidão do armador e com isso, o time não perde mobilidade, nem ofensividade. A vocação do 3-5-2 é ofensiva, mas é necessário que os atletas compreendam bem suas funções em campo, o que é difícil numa cultura de 4-4-2. Concordo, em parte, que mesmo o Berg tem caído de produção no ataque, mas não creditaria isso à qualidade da zaga, mas mais à inexplicável insegurança do time após perder o primeiro turno. Acho que agora os treinos devem compensar a correria do campeonato, recuperar os jogadores e pôr os nervos no lugar. O Remo tem tudo para fazer uma boa partida contra o Flamengo, e não importa se o Remo classifica ou não, quero ver garra e jogadas de ataque bem trabalhadas. O objetivo do Remo é seguir à série D e buscar o acesso à série C an o que vem, a Copa do Brasil é um treinamento de luxo.

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