Tudo pelo sonho do acesso

Por Gerson Nogueira

Não só a temporada está em jogo para o Paissandu neste domingo em pleno coração do sertão nordestino. O confronto vale muito mais. Juazeiro do Norte pode testemunhar a sobrevivência do projeto de acesso à Série B, que o clube persegue há seis anos. O time joga por dois resultados – empate e vitória. Se for derrotado, ainda dependerá de um insucesso do Santa Cruz em Marabá.

A situação parece – e é – favorável quanto às probabilidades, mas nervosa pelas circunstâncias. Vejamos: o Icasa vive bom momento na competição (3 vitórias nas quatro últimas rodadas) e depende de um triunfo para garantir a vaga. Joga em seu estádio, com o calor da torcida e a pressão sobre a arbitragem.

Outro fator inquietante é que, além do próprio jogo no estádio Romeirão, o Paissandu terá que se preocupar também com o que acontece em Marabá, onde o Santa Cruz decide suas chances diante de um Águia desesperado, ameaçadíssimo de rebaixamento.

Para cumprir sua parte, sem contar com combinações de resultado, o Papão precisava resolver a única dúvida na escalação. E resolveu de forma prática. Depois de certo suspense, a questão foi esclarecida pelo técnico Lecheva ainda na sexta-feira: Leandrinho entra no meio-campo, ao lado de Ricardo Capanema, Harison e Alex Gaibu.

Como os treinos da semana testaram cuidadosamente o substituto de Vânderson, tudo indica que o polivalente Leandrinho terá que ser mais que um volante-volante. Será um volante moderno, que defende e também sai para ajudar meias e atacantes.

E, se o setor-chave do time reproduzir o entrosamento e a objetividade das três últimas rodadas, existem grandes possibilidades de êxito em Juazeiro do Norte no domingo. Na frente, Kiros parece o jogador talhado para esse tipo de decisão, onde o jogo aéreo costuma decidir muitas batalhas.

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Papão no Barbalhão?

A dica, sempre precisa, foi dada pelo amigo Guilherme Guerreiro: caso se classifique hoje à segunda fase da Série C, o Paissandu não deverá jogar em Paragominas. É que a Arena Verde ainda não tem o laudo de engenharia. Com isso, o mais provável é que o Papão jogue no estádio Jader Barbalho, em Santarém, cumprindo perda do mando de campo.

O acanhado Zinho Oliveira, em Marabá, seria a última opção. Se terminar em terceiro lugar, o jogo de ida será no dia 1º de novembro. Em quarto, o Paissandu jogará no dia 2. A fase semifinal será sempre às 18h (horário de Belém), as finais também. Dois jogos das finais serão nos sábados, 1 e 8 de novembro.

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Cabeça na bandeja

O presidente do Remo, Sérgio Cabeça, andou reclamando das bordoadas desfechadas contra seu plano de reeleição. Não devia estranhar. Estranho seria se, a exemplo dos “torcedores organizados”, conselheiros e sócios aplaudissem a iniciativa. A resistência, aliás, começa dentro do próprio núcleo político de sustentação a Cabeça.

Para os mais próximos, a pretensão é pouco inteligente e divide o Conselho Deliberativo. Boa gente, amigo dos amigos, Cabeça contabiliza os prejuízos decorrentes de um mandato sem título, como o de seu antecessor, Amaro Klautau.

O vice Paulo Motta já se manifestou contrário, atento ao grande desgaste da gestão atual. Outros dirigentes revelaram seu desconforto ao próprio presidente. O último voto contra partiu de Tonhão, velho aliado de Cabeça e um dos baluartes do famoso “Cinturão de Aço”, que legou ao clube – dando apoio a Rafael Levy – o título mais importante de sua história, o Brasileiro da Série C 2005.

Ao mesmo tempo, Levy voltou a ter seu nome cogitado com insistência no clube. Tem bom tráfego em todas as alas e pode contar com o decisivo apoio dos cardeais. Caso entre na disputa, torna-se o principal favorito.

Roberto Macedo segue como candidato único, por enquanto. Na sexta-feira, por sinal, cravou um golaço: anunciou que, caso eleito, terá Ronaldo Passarinho como vice-presidente jurídico. Ronaldo, como se sabe, apesar de pouquíssimo ajudado, é o único acerto da gestão atual.

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É preciso acreditar

Com três baixas sérias e ainda sob o abalo da desastrosa derrota em Campina Grande, o Águia vai a campo para um dos jogos mais complicados de sua história. No Zinho Oliveira, recebe o Santa Cruz pressionado pela obrigação de vencer para se classificar. A dificuldade não está exatamente na força do adversário, que tem um time instável e faz campanha caótica.

O problema do Águia é o próprio Águia, que nesta temporada não ostenta a velha fibra de antes. As três goleadas (para Luverdense, Santa Cruz e Treze) fizeram um estrago na autoestima do time e o próprio Galvão não demonstra a mesma confiança de sempre. E, para vencer, é fundamental acreditar nas próprias forças.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 28)

20 comentários em “Tudo pelo sonho do acesso

  1. Torcida bicolor, devemos pensar nos jogos de amanhã, se passarmos, jogaremos sim em Paragominas, esse problema de laudo de engenharia é facilmente contornado, o estádio dá condições e pronto. O Santos mudou a história em um dia, e a Arena Verde está totalmente em condições, 50 e Papão!

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  2. Depois de Salgueiraco e Icasaco, eis que surge mais uma oportunidade. Nao acredito e se se classificar, nao sobe. Classificam-se Icasa e Santa. Mas futebol e jogado.

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  3. Continuo sem entender nada.

    Foi noticiado que a FPF conseguiu adiar a entrega do tal do laudo.

    Agora vem essa.

    Afinal, o que há de verdade em tudo isso?????

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  4. Bom, o que há de verdade em tudo isso é que o Papão, contra tudo e contra todos, voltará classificado.

    E agora estou um pouco mais confiante, visto que os primeiros colocados da outra chave são o Macaé e o outro que garfou o São Raimundo ano passado. Me recuso a escrever seu nome. Todos sabem.

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  5. O laudo não tem que ser entregue dez dias antes da partida? Se o estádio de Paragominas não tem laudo, não haveria mais tempo hábil. Como, aparentemente, nenhum estádio do interior dispõe de laudo, a partida não poderia ser realizada no Pará. “Jeitinho” da federação para o qual todos fazem vista grossa, semelhante ao caso Cametá.

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  6. Meio campo ideal para o jogo contra o Icasa seria: Capanema, Neto (Leandrinho), Gaibu e Lineker, um meio mais leve e rápido para o contragolpe, porém, o Lecheva continua insistindo com o Harison, queria entender o porquê da insistência com esse ex jogador em atividade. Nada justifica sua permanência no time titular, nem a sua propalada experiência, pois é inaceitável um jogador, dito experiente, tomar cartões amarelos por reclamações acintosas contra a arbitragem. Que Deus nos proteja !

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  7. Caro Gil, não é só pela experiência, é pela categoria, visão de jogo, o Harriison tem isso, que nenhum outro jogador do PSC tem, apesar de alguma deficiência que ele possa ter.

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  8. Vai entender quem tem razão ! Cada um olha por um ângulo completamente oposto ao outro. Isso é a paixão pelo futebol.Agora que o Lineker é muito mais eficiente,isso eu não tenho dúvida. Ainda mais que que o Harison,apesar da idade e experiência,se irrita e irrita a arbitragem constantemente e com facilidade,sujeitando o time a ficar com um a menos,a qualquer momento ! Aí é que reside o perigo.

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  9. Bora, PAPÃOOOOOOOOO !!!!!!!!!! É hoje, que virá essa classificação !!!!!! Tomara que o PAPÃO faça um gol de contra-ataque, ou melhor, de ataque, mesmo, e assim deixe o Icasa em
    desespero, o que pode levar ao 2o do Papão !!!

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  10. Embora o blog não tenha acompanhado o jogo do Paysandú estamos classificados mesmo com a derrota.
    Agora é outro campeonato!
    BOOOOOORAAAAAA PAPÃOOOOOOOO!!!!!!!!

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