Por Gerson Nogueira
O melhor desempenho proporcional entre os técnicos do Paissandu na Série C 2013 pertence a Lecheva. Em quatro jogos, duas vitórias e dois empates. Conquistou metade dos triunfos do clube na competição e, acima de tudo, transformou o estado de ânimo do elenco depois do longo jejum de vitórias sob o comando de Givanildo Oliveira.
Não é exagero dizer que, caso Lecheva não tivesse assumido o barco, o Paissandu caminhava para o fundo do poço. Pelo andar da carruagem, o time teria continuado com a sequência de empates caseiros, afastando-se cada vez mais da zona de classificação.
Lecheva estancou a queda de rendimento e imprimiu nova mentalidade na Curuzu. O discurso derrotista foi substituído de imediato pela ênfase na reação e na esperança de acesso. O técnico tranquilizou os jogadores, descartando novas contratações.
Por incompetência gerencial e um quê de sorte, a espalhafatosa tentativa de contratar Marcelinho Paraíba acabou fracassando. Além do alto custo do negócio, a entrada no elenco de um jogador famoso poderia ter efeito desastroso.
Além de dar à equipe um desenho tático simples e objetivo, no velho e eficiente 4-4-2, definiu uma formação titular e não mexeu mais. Foi a primeira vez que o torcedor viu o Paissandu repetir escalações seguidas. Os bons resultados têm a ver diretamente com essa estratégia.
Reflexo natural do crescimento do time pode ser observado no rendimento individual de jogadores como Rafael Oliveira, Kiros e Moisés, que estavam na mira da torcida pela fraca produção ofensiva. Sob a batuta de Lecheva, todos voltaram a marcar. Rafael e Kiros, três vezes, cada.
E os méritos de Lecheva incluem, também, uma habilidosa atuação para desarmar espíritos no grupo, que chegou a ensaiar motins quando Givanildo ainda era o comandante. Os salários continuaram atrasados, mas o novo técnico soube extrair dos jogadores esforço e dedicação.
A bem sucedida passagem de Lecheva tem hoje seu mais importante desafio. Contra o Salgueiro, a vitória é fundamental para garantir a classificação ou manter vivas as chances. Todos os preparativos da semana foram marcados por opiniões serenas quanto ao jogo, procurando sempre não valorizar o insucesso de dois anos atrás.
Pelo caráter decisivo do confronto, aguarda-se um Paissandu agressivo desde os primeiros minutos, visto que a vitória é o único resultado que interessa. A possível utilização de Tiago Potiguar como quarto homem de meio-de-campo, com Kiros e Rafael Oliveira na frente, pode dar ao time mais poderio de ataque sem reduzir a força no setor de criação.
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Decisão na Série A
O Fluminense já é o novo campeão brasileiro. A impressionante acumulação de pontos pelo time de Fred & Deco torna improvável uma reversão nas últimas sete rodadas do Brasileirão. Apesar das reduzidas chances percentuais, a última das tentativas de tirar o título do Tricolor cabe ao Atlético-MG em embate programado para hoje.
Caso o Galo fracasse, o Flu pode comemorar a conquista antecipada e o campeonato passa a valer exclusivamente pela disputa em torno de vagas à Libertadores e a luta suicida contra o rebaixamento.
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Quinteto de ouro
Mesquita, o Azougue do Baenão, cansou de ver o Remo descer ladeira abaixo. Das laterais do estádio Mangueirão, onde exerce atividade profissional, o ex-ídolo da torcida azulina acostumou-se a ver decepções em série. Várias vezes desabafou aos repórteres sua indignação com a falta de fibra e compromisso de jogadores importados.
Para não ficar apenas na crítica passiva, Mesquita decidiu se unir a outros ex-craques do Leão e formar um grupo de trabalho para ajudar o clube. As primeiras conversas aconteceram durante a festa de aniversário de Aderson, que marcou época como volante de um dos maiores times da história do Remo.
Preocupados com a prolongada crise do clube, Dico, Dutra, Bira, Mesquita e Aderson pretendem buscar ideias, opiniões e propostas para encaminhar à diretoria do Remo. O que não falta ao quinteto é conhecimento de causa.
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Factóide na Vila
STJD tenta justificar a omissão geral determinando, com atraso de três dias, a interdição da Vila Belmiro, em consequência da demora no atendimento ao jogador Rafael Marques porque a ambulância não podia chegar ao gramado. O clube até começou a se adaptar para permitir o acesso de veículos ao campo, mas a decisão tem o objetivo claro de aplacar as críticas, que respingaram até na alta cúpula da CBF.
A questão agora é saber por quanto tempo a punição será mantida. O Santos garante que derruba a interdição na segunda-feira. Alguém duvida?
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Zé Augusto, eterno ídolo da Fiel bicolor, é o convidado deste domingo no Bola na Torre. Programa estreia novo cenário e começa às 23h45 na RBATV, logo depois do Pânico na Band. Apresentação de Guilherme Guerreiro.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 21)