Dia: 19 de outubro de 2012
Vote no mico da semana
Escolha seu King Kong preferido e justifique o voto:
1) Gafe na entrevista convocada pela CBF na quinta-feira: o presidente José Maria Marin, o Zé das Medalhas, desconhecia o episódio da véspera na Vila Belmiro, com a demora no atendimento ao zagueiro Rafael Marques, que havia se chocado com um colega de zaga.
2) CBF decide diminuir o número de participantes da Série D 2013 para 32 clubes e a Federação Paraense de Futebol nem ao menos foi comunicada a respeito. Foi surpreendida pela novidade como todo o povo que acompanha o Círio.
3) Sistema ultrapassado de sorteio prevalece para definir semifinalistas da Segundinha. Santa Cruz de Cuiarana e PFC de Paragominas, favoritos à classificação, escapam do confronto direto. Pura sorte.
Capa do Bola, edição de sexta-feira, 19
Rock na madrugada – Raul Seixas, Aluga-se
Batalhas de vida ou morte
Por Gerson Nogueira
Os estádios de Belém e do interior sofrem há tempos com a falta da estrutura necessária para atender jogadores vítimas de lesão mais grave. É corriqueira, em partidas disputadas no Baenão ou na Curuzu, a ausência de ambulância e até médico para os primeiros socorros. E esse cenário não é exclusivo de confrontos envolvendo categorias amadoras ou torneios amistosos. Acontece até mesmo em jogos de competições oficiais.
Como, por sorte, nunca houve desfecho mais dramático a situação é tolerada, perigosamente. Os regulamentos estão pontilhados de exigências quanto a equipamentos para reanimar atletas, mas a distância entre formulação e prática é comparável à travessia da baía do Guajará.
As autoridades, que costumam ser muito rigorosas quanto às arquibancadas e banheiros, não exercem o mesmo rigor na cobrança por equipamentos que podem salvar vidas.
A velha discussão sobre estrutura nos estádios brasileiros voltou a todo vapor, como normalmente acontece, em função de episódio que quase resultou em tragédia. Na Vila Belmiro, quarta-feira à noite, o zagueiro atleticano Rafael Marques permaneceu por 11 longos minutos à espera de remoção depois de violento choque com o companheiro Leonardo Silva.
Como no apertado estádio santista não há espaço para o acesso da ambulância ao gramado, o jogador ficou estendido no chão cercado por médicos e demais atletas. Apesar da existência de dois portões, o veículo não passava porque há um degrau que separa o estacionamento da área de jogo.
Outras ocorrências do tipo já causaram mortes em campo. Em São Paulo, o caso mais lembrado é o do lateral Serginho, do São Caetano, que sofreu parada cardíaca e não teve o socorro adequado. Devido a isso, os regulamentos das competições passaram a exigir o aparelhamento.
O próprio Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) prevê, em seu artigo 211, que os clubes mandantes têm a obrigação de garantir segurança plena à realização dos jogos. Desgraçadamente, somente sustos como o de anteontem fazem com que os problemas sejam observados com mais atenção e responsabilidade.
No Pará, contudo, o relaxamento é tão grande que nem mesmo esse debate nacional deve provocar grandes mudanças. É preciso que todos, até mesmo as instituições ligadas aos atletas, cuidem mais desse aspecto tão importante, que é a integridade física dos artistas do espetáculo. Se depender das autoridades que não calçam chuteiras, nem correm riscos maiores, dificilmente providências serão adotadas.
————————————————————–
O Paissandu não quer saber de passado. Pelas palavras do técnico Lecheva e de boa parte do elenco dá para perceber que o tropeço diante do Salgueiro, há dois anos, não assombra mais ninguém na Curuzu. Ainda bem. Quando um time assume postura vencedora fracassos não podem constar da agenda. A própria torcida parece dispostas a exorcizar os demônios, diminuindo o peso que certas lembranças costumam trazer.
A própria atitude de Lecheva, que encara o jogo como algo inteiramente normal, sem maior carga emocional, é reveladora desse estado de espírito. O futebol é rico em personagens supersticiosos, que muitas vezes acabam por influenciar no comportamento dos times em campo.
O técnico Cuca, atualmente no Atlético-MG, é famoso pelo comportamento instável, marcado por atitudes estranhas às vésperas de partidas decisivas. Por mais que se permita um quê de imponderável ao jogo, exagerar nas crendices nunca foi atitude sensata.
Lecheva e seus atletas acertam inteiramente ao tirar do confronto de domingo qualquer característica revanchista. É outra competição e a grande maioria dos jogadores nem participou da partida de 2010. De mais a mais, pra frente é que se anda.
————————————————————–
Trabalho e justiça
Saldo parcial da excepcional atuação de Ronaldo Passarinho à frente do departamento jurídico do Remo: 40 acordos trabalhistas de débitos referentes apenas da gestão Sérgio Cabeça. Do período relativo a Amaro Klautau, Ronaldo reduziu a dívida para R$ 3,5 milhões, valor inferior ao que Arinelson tem a receber do Paissandu.
Essa leonina recuperação financeira, que tem a ver com a dedicação exclusiva (e gratuita) que Ronaldo dá ao Remo, surpreendentemente ainda gera invejas e ciúmes. A postura rasa de alguns não permite enxergar a grandeza do trabalho desempenhado pelos defensores do clube junto à Justiça do Trabalho.
Até mesmo o desfecho do caso Mendes, apontado por muitos como desfavorável ao Remo, só foi possível pela competência e experiência de Ronaldo. A quantia a ser paga refere-se apenas aos salários em atraso, mas recurso já preparado deve reduzir ainda mais o valor final.
————————————————————–
Aval de craque
Clarence Seedorf, ao final da bela virada botafoguense sobre o Vasco ontem, avaliza Bruno Mendes, a grande revelação deste final de Brasileiro. Autor de dois gols no clássico, o garoto foi abraçado pelo veterano craque, que destacou suas qualidades como atacante, sem esquecer de ressaltar a maturidade como atleta. “Tem boa cabeça, tem grande futuro”, profetizou o holandês. Quem há de duvidar?
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta sexta-feira, 19)