Abaixo-assinado exige eleições diretas no Remo

O grupo de torcedores azulinos “O Remo é Meu” lançou na segunda-feira (1) abaixo-assinado intitulado Remocracia – Diretas Já. A petição é endereçada ao Conselho Deliberativo (Condel) do clube e exige a mudança no estatuto da agremiação para que os sócios possam eleger o presidente pelo voto direto. No texto de apresentação, o grupo revela sua insatisfação com o atual modelo de gestão. “As dívidas, o atraso, e este modelo de gestão, que nos impede de sermos independentes e de alcançarmos vôos mais altos, não foram criados por nós torcedores, mas sim pelas péssimas administrações das quais os senhores (membros do Condel) fizeram parte”, diz o texto.

Os torcedores dizem estar prontos a se associar ao clube e a participar “efetivamente dos projetos e até ajudar a gerar recursos”, mas exigem o direito de escolher presidentes usando o voto como instrumento de fiscalização. Além da petição on-line, os remistas também devem fazer uma carreata no domingo, 21 de outubro, para exigir eleições diretas no Remo.

O Conselho Deliberativo do clube deve votar as mudanças no estatuto em 10 de novembro. Existem duas propostas: uma do promotor e conselheiro Domingos Sávio e outra pelo também promotor e conselheiro Benedito Wilson Sá. O advogado Ângelo Carrascosa está analisando as propostas para levar à votação do plenário somente os pontos divergentes entre os dois documentos. (Com informações do DOL; foto: MÁRIO QUADROS/Arquivo Bola) 

Timão campeão reúne e avalia trimestre

Na tarde desta segunda-feira, no auditório do DIÁRIO DO PARÁ, o Timão Campeão do rádio paraense realizou sua reunião de avaliação trimestral, sob o comando de Guilherme Guerreiro, chefe da equipe de esportes. Com a participação de locutores, repórteres, produtores, comentaristas, operadores e técnicos, o encontro teve três horas de duração, com análise de desempenho, observação de erros, busca de correções e apresentação dos próximos projetos da Rádio Clube do Pará, líder absoluta de audiência. Além de Guerreiro, o encontro teve explanações de Carlos Castilho, Cláudio Guimarães, Carlos Estácio, Giuseppe Tommaso, Ronaldo Porto, Geo Araújo, Paulo Fernando, Hailton Silva, José Lessa, Dinho Menezes, Paulo Caxiado e deste escriba baionense. No encerramento, um coquetel foi servido aos participantes. (Foto: BRUNO CARACHESTI/Diário)

Ciumeiras do técnico afastam Alex da Turquia

A torcida do Fenerbahçe deu mais uma prova de amor a Alex. Logo após o anúncio da rescisão do contrato do meia na segunda-feira, centenas de torcedores foram à casa do meia de noite, cantaram músicas em sua homenagem, fizeram protesto contra a diretoria e até queimaram uma bandeira com a imagem do presidente Aziz Yildirim.

Emocionado, Alex apareceu na janela ao lado de familiares (vestidos com a camisa do Fenerbahçe) e agradeceu o carinho. Por iniciativa da torcida, a diretoria inaugurou no dia 15 de setembro uma estátua do craque em uma praça ao lado do estádio Sükrü Saracoglu. “Seis da manhã.Os loucos estão aqui gritando…”, escreveu Alex no Twitter, de madrugada.

Na segunda, o Fener anunciou a saída de Alex, após oito anos no clube. O camisa 10 vinha sendo pouco aproveitado pelo técnico Aykut Kocaman, que acabou decidindo pela rescisão do contrato do meia. A imprensa turca especula que o problema de relacionamento entre o atleta e o técnico seria por causa de ciúmes: Kocaman, ex-jogador do clube, estaria preocupado com a possibilidade de Alex ultrapassá-lo na lista de maiores artilheiros da história do Fener.

Alex tem  185 gols é o oitavo da lista, com nove a menos que o técnico. Contando apenas o  Campeonato Turco, Kocaman é o recordista do clube com 140, somente quatro a mais que o ex-jogador de Palmeiras, Coritiba, Cruzeiro e Flamengo. Alex ficou oito anos no Fenerbahçe e conquistou seis títulos: três Campeonatos Turcos, duas Supercopas do país e uma Copa da Turquia. O último jogo do craque foi no último sábado, quando atuou 45 minutos contra o Kasimpasa, substituído por Kocaman no intervalo.

No Brasil, ex-clubes de Alex, como Cruzeiro, Palmeiras e Coritiba, que contaram com a melhor fase de Alex no futebol brasileiro, são os primeiros da fila pela sua contratação. Mas Santos e Grêmio também estariam na briga pelo camisa 10. (Do Globoesporte.com)

Ingresso a R$ 20,00 para o jogo de sábado

A diretoria do Paissandu estabeleceu em R$ 20,00 o preço da arquibancada para o jogo de sábado, às 16h, contra o Treze da Paraíba, no estádio Edgar Proença. A cadeira custará R$ 40,00. Surpreendentemente, apesar do interesse da torcida em apoiar o time, os dirigentes parecem não confiar na Fiel e decidiram colocar à venda somente 12 mil ingressos.

Ainda há tempo de reagir

Por Gerson Nogueira

O Remo importou este ano algo em torno de 50 jogadores. Com muito esforço, a torcida vai lembrar os nomes de uns cinco (e não exatamente pelo talento demonstrado). O Paissandu segue trilha parecida, com quase 40 contratações na temporada – e ainda estamos no começo de outubro. Agora, diante da contusão do goleiro titular, outro já está sendo providenciado. Para não perder o hábito, a diretoria aproveita e lança-se na busca desesperada por mais um centroavante.

A mania de contratar sem critérios chegou ao limite máximo, com direito a inúmeros tropeções mal explicados pelo caminho, como a recente trapalhada em torno da negociação (desfeita em 24 horas) com Marcelinho Paraíba.

O principal agente no processo de sustentação do futebol é a torcida. Ironicamente, é sempre mantida à distância das decisões, sem direito a voz ou ao simples esperneio. Jogadores e técnicos são profissionais. Dirigentes são amadores apenas no nome. De fato, a única parte realmente desinteressada da história é o torcedor, que em determinados momentos é usado como massa de manobra.

Em meio a uma das maiores crises do nosso futebol, o fã dos grandes clubes paraenses é obrigado a acompanhar, impotente, a importação em massa de jogadores de eficiência duvidosa e comprometimento zero com as instituições.

Nem a eliminação do Remo da Série D, sendo relegado ao limbo pela segunda vez, serviu de alerta para o maior rival. No afã de corrigir erros de planejamento e no desespero para tentar salvar a temporada, o Paissandu não estabelece limites na parceria com empresários, cujo único objetivo é arranjar mercado para atletas desempregados, à custa de gordos comissionamentos.

A prática, largamente conhecida de todas, é predatória e lesiva aos clubes. Os jovens revelados nas divisões de base são preteridos para que os “reforços” tenham espaço e vez. E que ninguém se iluda com a balela de que a cartolagem elege esse modelo como prioridade por ignorância ou inocência. Não, o processo é menos ingênuo do que supõe nossa vã filosofia.

Não deixa rastros, infelizmente, por isso não se pode (ainda) chegar aos responsáveis por cada desmando ou prejuízo às contas de Remo e Paissandu. Mas é certo que a importação em massa de jogadores visa muito mais satisfazer interesses particulares do que suprir necessidades reais dos times.

Como explicar que Remo e Paissandu tenham ignorado jogadores regionais que se destacaram no Parazão, optando preferencialmente pelos importados? Fico apenas com uma situação exemplar: Perema, Ricardinho e Jader foram três peças que ganharam reconhecimento pelo bom futebol mostrado com a camisa do São Francisco, mas nenhum dos clubes da capital se interessou por eles.

É provável que não tenham reforçado Remo ou Paissandu pelo fato singelo de que custam pouco ou, pior ainda, porque não pertencem ao seleto cast de empresários descolados. Caso estivessem jogando no interior goiano ou no atraente mercado paulista, teriam vaga certa na lista de aquisições de remistas e bicolores.

De uma vez por todas, torcedores devem assumir uma posição de protagonismo no processo. Mas, para fiscalizar operações suspeitas e exigir que dirigentes prestem contas de seus atos, precisam assumir um papel político dentro dos clubes. O caminho natural é se associar para conseguir influir nos destinos dessas instituições.

Do contrário, permanecerão no papel passivo de chorar no muro das lamentações ou fazer aqueles protestos inócuos depois de cada vexame nos campos de futebol. É tempo de ação.

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Lecheva parece ter encontrado a formação quase ideal do Paissandu para a reta final da fase classificatória da Série C. A opção pela dupla Moisés-Kiros no ataque, apesar dos muitos gols perdidos, parece ser a mais lógica. O meio-de-campo, porém, é o setor que mais apresentou avanços. Gaibú e Potiguar conseguiram organizar jogadas durante todo o primeiro tempo contra o Águia. Caíram de rendimento, como todo o time, na etapa final. Como não há tempo para muitas experiências, o caminho natural parece ser o da manutenção das peças atuais.

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Uma cena vergonhosa foi vista no estádio Couto Pereira, em Curitiba, domingo. O jogador Lucas, do São Paulo, deu sua camisa a uma jovem fã, mas bárbaros da torcida do Coritiba impediram que ela ficasse com o presente. Protegida pelo pai, a menina teve que sair às pressas, ameaçada de agressão e sob o olhar complacente de um grupo de militares.

Um caso de intolerância em estado bruto, como tantas vezes já vimos por aqui. O futebol é cada vez mais um território de insanos.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta terça-feira, 02)