No desespero, Palmeiras pede anulação de jogo

Pouco depois da CBF divulgar a súmula da partida entre Internacional e Palmeiras ignorando a polêmica anulação do gol ilegal marcado pelo atacante Barcos, o clube paulista entrou com um pedido de impugnação do jogo em que saiu derrotado por 2 a 1 no último sábado.
A alegação do Palmeiras, segundo explicou o diretor jurídico Piraci Oliveira, é que o quarto árbitro Jean Pierre Gonçalves Lima só teve condições de informar o juiz Francisco Carlos do Nascimento porque o delegado do jogo, Gerson Baluta, colheu informações com jornalistas presentes no Beira-Rio para determinar a anulação do gol marcado com a mão a partir do testemunho de quem viu a jogada na televisão.
Agora, o Palmeiras espera que o caso seja julgado no Superior Tribunal de Justiça Desportiva no dia 8 de novembro, mesma data em que será debatido o pedido de efeito suspensivo em relação ao gancho de quatro jogos longe da cidade de São Paulo – o clube espera conseguir levar o duelo diante do Fluminense para o Pacaembu. (Da ESPN)

Adeus ao JT, um jornal que fez história

Do Blog do Menon

Foi em Cali, na Colômbia, após uma conversa com Paulo Cobos e Fabio Victor, reporteres da Folha, que eu criei o mito dos Matadores do JT. Brincadeira interna entre nós – Cosme Rimoli, Luis Prósperi, Jose Eduardo Savoia, Luis Augusto Monaco e eu, que nunca teve intenção de melindrar amigos e concorrentes, mas que nos rendia muitas risadas.
Mas voltemos àquela Cali de 2001, onde havia espaço nos cinemas para que as pessoas deixassem suas armas antes de entrar para a sessão. Onde fui comprar um remédio e me deparei com um segurança da farmácia com um rifle na mão. O time de Felipão havia se classificado e viajaria até Manizales para enfrentar Honduras. Todos os jornalistas brasileiros alugaram um ônibus para a tortuosa viagem. As curvas da estrada de Manizales são um horror. Quem acredita em alguma entidade superior, acaba rezando. Não tem jeito.
Queria fazer alguma coisa diferente e no dia anterior, aluguei um carro. Cheguei a Manizales um dia antes de todos. Avisei à chefia do JT que faria isso e eles esconderam minha viagem. Os colegas do Estadão – o grande Eduardo Maluf era um deles – não sabia de mim. O jornal pegou o material deles e me deixou livre.
Cheguei a Manizales com Edu Garcia, o fotógrafo, e tiramos muitas fotos do estádio, que seria inaugurado. Entrevistei Maradiaga, um dos homens mais feios da história da humanidade, que era treinador de Honduras. Falei com o goleiro Valladares e lhe contei que Marcos, goleiro do Brasil, havia dito que não conhecia Honduras. “Então, ou ele não foi na escola, ou o ensino no Brasil é muito ruim”, disse o goleiro.
Como não tinha hotel para mim em Manizales, voltei a Cali. Quando cheguei ao hotel, me encontrei com Cobos e Fabio Victor. Eles me perguntaram onde eu havia estado. Contei da viagem e eles disseram. “Voces do JT sempre aprontam alguma. A gente só tem medo de vocês”.
Era verdade. Não digo isso por mim, mas pela tradição do jornal. O respeito pela editoria de esportes vinha de décadas atrás, construída por monstros como Vital Bataglia, Roberto Avallone, Sergio Baklanos, Denise Mirás, Castilho de Andrade e tantos outros.
O respeito era muito. Em 1995, na Copa América do Uruguai, eu estava na Gazeta Esportiva e percebi como a Folha da Tarde havia escalado um repórter apenas para ficar grudado em Cosme Rímoli e Prósperi. Ficou com o apelido de Sombra.
Mas, voltemos aos Matadores. Desculpem o vaivém. Foi então que inventei que todo mundo tinha medo da gente. E, no caminho ao Morumbi, a cada domingo, seja quem fosse meu companheiro de cobertura – sempre um dos quatro – falava para o motorista ir mais devagar. Queria ser o último a sair do carro, com o computador na mão, como se fôssemos aqueles mafiosos de filmes, só para assustar a concorrência. “Quando a gente chega, eles tremem. Chegaram os matadores, é o que pensam”, eu falava. E toso mundo ria.
Um riso do bem, sem arrogância. A gente era feliz, estava no melhor caderno de esportes do Brasil. Eu estava no jornal que gostava de ler desde há muito. Era o jornal ideal para mim, com a possibilidade de escrever textos longos e bem trabalhados. Foram muitos.
Em 2006, cinco anos após ter, com consentimento da direção, alugado um carro para andar uns 200 kms em busca de um furo, fui demitido do JT porque a contabilidade achou um erro nas minhas contas. Canetas de cores diferentes em uma nota de DEZ euros.
Eram novos tempos. Meu chefe não teve a coragem de me demitir. Ele só chegava a tarde no jornal e pediu que o Castilho me comunicasse pela manhã. Nem viu a minha cara. Junto comigo, saiu a Denise, depois o Rímoli e o Savoia, a ordem não interessa muito.
O Prósperi foi para o Estadão. Ficou o Guto a comandar o nosso JT. Podia pedir um minuto de silêncio. Podia dizer RIP. Mas, sou matador, velho.

UMA SALVA DE PALMAS PARA O JT. É O QUE PEÇO A VOCÊS.

(Depois de 46 anos, a próxima quarta-feira, 31, ficará marcada pela publicação da última edição do Jornal da Tarde. Após especulações da imprensa, o Grupo Estado confirma que o impresso será encerrado. A justificativa diz que a decisão empresarial tem foco estratégico de investimento na marca Estadão.)

Cuiarana dispensa Paty e mais 8 jogadores

Em reação imediata à perda do título da Segundinha para o PFC Paragominas, a diretoria de futebol do Santa Cruz de Cuiarana dispensou, na tarde desta segunda-feira, nove jogadores: Rafael Paty (foto), Balão, Tiago Souza, Ronaldão, Gil Bala, Daniel, Roberto, Soure e Bulhões. Em compensação, outros quatro atletas foram contratados. Para repor as baixas, a diretoria anunciou os meias Fininho e Soares, o zagueiro Hélder (ex-Ananindeua) e o lateral-esquerdo Rafael Vieira, ex-Vila Rica. A surpresa na lista da degola foi a presença do artilheiro Rafael Paty. O elenco do Santa Cruz se reapresenta na próxima quarta-feira (31), às 8h, no estádio Mário Couto, em Salinas, quando o técnico Mário Henrique começa a treinar o time para a estreia do Tigre na primeira fase do Parazão, marcada para 10 de novembro, às 17h, contra o Independente, no Estádio Navegantão, em Tucuruí. (Foto: MÁRIO QUADROS/Bola)

 

Jogo ruim, classificação justa

Por Gerson Nogueira

Não foi a atuação esperada, longe disso. O Paissandu, que precisava pelo menos empatar para não depender do resultado de Águia x Santa Cruz, jogou o primeiro tempo em Juazeiro do Norte na espera, sem se arriscar muito no ataque. A estratégia de deixar o Icasa tomar a iniciativa, além de perigosa, deixava o time muito encolhido, com dificuldades para estabelecer a ligação entre meio-de-campo e ataque.

O primeiro tempo, para quem ouvia a transmissão da Rádio Clube, foi tecnicamente fraco, sem maiores emoções, embora o Icasa fosse o mais presente no ataque. Com o meio-campo truncado e Leandrinho sumido, restavam as jogadas pelas laterais, mas até o sempre insinuante Pikachu não aparecia como de outras vezes.

Sem jogadas de armação, Kiros e Tiago Potiguar eram peças decorativas, brigando por bolas perdidas com a defensiva do Icasa. Os melhores momentos do Paissandu foram cobranças de falta de Harison nos instantes finais do primeiro tempo.

Depois do intervalo, o Paissandu seguiu na mesma toada, esperando o avanço do Icasa e plantando até oito jogadores atrás da linha de meio-de-campo. O drama, previsível pela tática cautelosa adotada por Lecheva, se desenhou logo aos 12 minutos.

Em descuido de marcação dos volantes do Paissandu, o meia Carlinhos avançou até a entrada da área e acertou um belo chute, encobrindo o goleiro João Ricardo. O lance, nascido de iniciativa individual, desnorteou os bicolores por alguns minutos, mas Lecheva reagiu substituindo Alex Gaibú por Moisés.

A operação não resultou em mudança efetiva na forma de jogar, pois Potiguar recuou para a armação e Moisés entrou no ataque, mas a deficiência na ligação entre os setores permanecia. As jogadas começaram a ser executadas por Moisés, que caía pela direita e tentava aproximação com Kiros.

O Icasa, satisfeito com o resultado, se encolhia e só saía em contragolpes, com muito perigo. Para dar mais mobilidade, Lineker entrou no lugar de Harisson, mas o Paissandu continuava sem a agressividade desejada. E, àquela altura, o placar de Águia x Santa Cruz em Marabá se transformava na principal preocupação dos bicolores, tanto no estádio Romeirão quanto em todo o Pará.

A segunda etapa transcorreu sem maiores emoções até quase o final, quando André Turatto assustou ao acertar meia-bicicleta na trave de João Ricardo e, logo em seguida, quando Kiros desviou de cabeça, quase empatando o jogo.

Os minutos de apreensão com o escore de Marabá terminaram com o anúncio do gol de Wando para o Águia, mas a comemoração teve o mesmo entusiasmo de uma vitória.

Para um time que passou sete rodadas sem vencer, sempre no limite de pontos para classificar, a firme reação final comandada por Lecheva assegurou a vaga e a manutenção do sonho do acesso.

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Bravura do Azulão

Apesar de classificado por seus méritos, afinal alcançou 24 pontos, o Paissandu não pode deixar de agradecer o belíssimo empurrão do Águia. Mesmo com o time quase desfigurado, João Galvão conseguiu manter, impávida, a invencibilidade no Zinho Oliveira. Mandou no jogo nos dois tempos, pois o Santa Cruz parecia exclusivamente preocupado em esperar chances para contra-atacar.

Quando Carlinhos marcou o gol do Icasa em Juazeiro, a torcida alviceleste começou a torcer ainda mais intensamente pelo Águia, que não podia perder dentro de casa, pois cairia para a Série D e ainda tiraria o Paissandu da próxima fase. Wando, aproveitando jogada rápida pela ponta-direita, mandou para as redes e marcou o gol mais festejado de sua carreira.

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Transmissão garantida

O primeiro confronto da próxima fase, sexta-feira, em Paragominas, entre Paissandu x Macaé-RJ, será mostrado pela TV Brasil (aqui pela TV Cultura) e Sportv. O jogo de volta, dia 10, será exibido pelo Sportv.

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PFC surpreendente

O pouco valorizado título da Segundinha do Parazão acabou nas mãos do Paragominas, que conseguiu desbancar o favorito Santa Cruz de Cuiarana vencendo-o dentro de seus domínios, em Salinas. Ratinho brilhou novamente, deixando sua marca, mas o jogo terminou 2 a 1 para o PFC, que ratificou a vitória na decisão por pênaltis.

Quem acompanhou de perto a campanha dos dois times garante que irão dar muito trabalho na primeira fase do Parazão. Desde já, entram como favoritos.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 29)