Primeira fase do Parazão terá 6 participantes

Com a desistência de Abaeté e Bragantino, a primeira fase do Parazão 2013 tem disputa confirmada para o período de 11 de novembro a 9 de dezembro.  Clubes da primeira fase: São Raimundo, Independente, Castanhal, Parauapebas, Paragominas e Santa Cruz de Cuiarana. Como são seis times, serão realizadas cinco rodadas em turno único. Os dois primeiros colocados disputarão a fase principal, a partir de janeiro.

Preparador do Águia denuncia tentativa de suborno

Do blog SuperEsportes

O embate do Santa Cruz contra o Águia, sábado, tem contornos de final para ambas as equipes. Em Marabá, o Tricolor vai lutar pela classificação à próxima fase da Série C, enquanto os mandantes brigarão para não cair. A batalha, porém, já começou nos bastidores. Possivelmente torcedor coral, um empresário do ramo esportivo do Recife teria subornado um volante do time paraense. Quem faz a denúncia é o preparador físico da equipe azulina, Roberto Ramalho. Nesta terça-feira pela manhã, em sua conta na rede social Twitter, ele postou que um indíviduo chamado Rafael Monteiro ofereceu R$ 15 mil para o cabeça de área Analdo “abrir o jogo”.
A postagem dizia que o volante teria que provocar uma expulsão e cometer um pênalti em cima de algum jogador do Santa Cruz. O atleta teria confirmado a denúncia, mas disse que não aceitou a suposta oferta.
Também em sua conta no Twitter, Rafael Monteiro se defendeu das denúncias e desdenhou da situação. “Eu rico e famoso”, postou. “Já tem desculpas se o time (do Águia) for rebaixado”, brincou. Confira as postagens abaixo:

A nova oposição

Por Luis Nassif

A provável derrota de José Serra, para a prefeitura de São Paulo, para o adversário Fernando Haddad e pelos seus próprios índices de rejeição, marca simbolicamente o fim de uma era, a dele e de seu padrinho FHC. A grande questão pela frente é sobre quais bases se sustentará a política brasileira, o partido da situação e a oposição.

Nenhum partido que se pretende hegemônico, disputando o poder, se constrói a partir do vazio de propostas. Os alicerces, a base central são um conjunto de ideias sobre as quais se assentarão as primeiras lideranças, os primeiros quadros, as primeiras bases sociais para depois se expandir pelo país.
Desde o século passado, na política brasileira, a formação de ideias políticas se dava a partir dos grandes movimentos ocidentais, as grandes ondas ora pendendo para o liberalismo financeiro, ora para a maior participação do Estado.
Competia aos líderes políticos nacionais farejar os ventos externos e adaptá-los aos movimentos internos, geradores de um pensamento autônomo.
Embora fundamentalmente intuitivo, JK não prescindia do arcabouço teórico dos nacionalistas do ISEB (Instituto Superior de Estudos Brasileiros).
No final dos anos 80, Fernando Collor assimilou os conceitos do tatcherismo, trouxe um discurso liberalizante mas temperado com conceitos desenvolvidos internamente – desde a teoria da “integração competitiva”, de Júlio Mourão, aos princípios de gestão e inovação.
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Quando FHC assumiu o poder, o PSDB dispunha dos seus isebianos, um conjunto de pensadores capazes de dar racionalidade aos rumos da liberalização.
Tudo foi deixado de lado pela falta de vontade crônica de FHC de costurar um pensamento autônomo sequer, de adaptar os princípios do neoliberalismo às condições brasileiras, de perceber os ventos que sopravam os coqueiros daqui, não as nogueiras de lá.
Tivesse um mínimo de sensibilidade em relação ao mundo real brasileiro, teria percebido a importância da inclusão social, não apenas como objetivo de governo mas como projeto de país.
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Nos próximos anos, o PT continuará surfando nas ondas da inclusão e da redução das desigualdades. Como lembrou André Singer, em seus estudos sobre o lulismo, trata-se de uma tendência irreversível, duradoura, a ser abraçada por qualquer partido que ambicione o poder, seja o PT ou outro que vier.
Com Dilma Rousseff, à bandeira da inclusão somaram-se as da gestão e do desenvolvimentismo – mais duas bandeiras deixadas de lado pelo PSDB, preso ao discurso monocórdico das privatizações de FHC.
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Qual será o desenho, então, da oposição? Nos últimos anos, FHC e especialmente Serra, limitaram-se a entrar na onda do rancor, do negativismo, refletindo a posição de alguns articulistas.
É bem provável que, depois da radicalização liberalizante de FHC, o pêndulo da economia volte-se cada vez mais para o intervencionismo estatal da nova era. Como em todo movimento pendular, no início obedece a demandas racionais e legítimas. Depois, cria sua própria lógica e vira o fio.
É possível que em um futuro distante, uma das bandeiras da oposição possa voltar a ser a redução do papel do Estado.
No entanto, a discussão sobre o papel do Estado não pode estar divorciada da discussão maior: a busca do bem estar dos cidadãos e a ampliação da inclusão social.
O neoconservadorismo – 1
Os conservadores autênticos sempre amarraram o tema redução do Estado ao da promoção da igualdade de oportunidades. Ocorre que a crítica ao Estado – formulada pelo pensamento neoconservador que se apossou da mídia – vem acompanhada de um discurso deplorável contra qualquer forma de inclusão social, de políticas igualitárias. Com isso tirou toda a legitimidade, restringiu o discurso no cercadinho da intolerância.
O neoconservadorismo – 2
Políticas sociais brasileiras – Bolsa Família, Prouni, Luz para Todos – são incensadas internacionalmente. Tornaram-se um contraponto à falta de sensibilidade social do neoliberalismo. Principalmente porque deixam a opção de gastar o dinheiro (ou escolher a Faculdade) para o próprio beneficiário, sem interferência do Estado. Esse tipo de política sempre foi bandeira liberal. Não por aqui, com trogloditas políticos.
O neoconservadorismo – 3
No novo quadro político brasileiro haverá espaço para um partido conservador, mas que não ambicione disputar poder. E esse partido não será o PSDB. Ao longo de sua história política, a atual cara mais visível do PSDB – Serra – comportou-se com um oportunismo que o tornou alvo de desconfianças gerais, à esquerda e à direita, e afastou do partido toda uma nova geração de intelectuais.
O neoconservadorismo – 4
Dias atrás FHC criticou-o por supostamente ter jogado o PSDB no conservadorismo do pastor Malafaia e companhia. Na fase inicial da intolerância religiosa e política, o próprio FHC estimulou essa radicalização. Serra nunca teve fôlego intelectual para montar um conjunto articulado de princípios-guia. Essa tarefa cabia a FHC. Mas seu tempo político passou.
A nova oposição
Agora, há duas lideranças despontando, Aécio Neves e Eduardo Campos, governador de Pernambuco. Aécio não disse a que veio, sequer demonstra vontade política de abdicar dos prazeres da vida. Campos tem se mostrado o melhor governador da atual safra. Em caso de desgaste na agenda petista, seria uma alternativa presidencial (provavelmente em 2020), mas preservando os princípios originais do lulismo.
Ventos externos
Restaria aguardar por ventos externos. Mas internacionalmente assiste-se aos estertores do neoliberalismo, com políticas antipopulares, economicamente desastrosas, sendo impostas goela abaixo dos países europeus. Para a falta de ideias de FHC, não haverá 7o de Cavalaria que o salve dos ataques indígenas. Assim, só restará o esperneio da intolerância reiterada e politicamente suicida.

Felipão e Sigmund Freud

Por Gerson Nogueira

Depois da categórica vitória de domingo, surge uma tendência natural a carregar nos salamaleques e diminuir eventuais defeitos do Paissandu. Até mesmo torcedores – aqueles mais lúcidos – acusaram esse aleijão da nossa imprensa esportiva. Não estou imune a esse julgamento crítico, muito pelo contrário. Reconheço que também me empolguei com a evolução demonstrada diante do Salgueiro. Esperava a vitória, mas não de forma tão contundente e decidida.

Como eu, muita gente deve ter se surpreendido positivamente com a atuação do Paissandu. A equipe vinha bem, repetindo bons jogos e mantendo-se invicta. O papel bem delineado dos atacantes, que voltaram a marcar gols, era o aspecto mais visível dessa ascensão.

Acontece que, contra o Salgueiro, o jogo era revestido de características muito especiais. Era um confronto decisivo, o que naturalmente acentua dificuldades. E, acima de tudo, significava a reedição de uma página das mais traumáticas da história recente do Paissandu.

Por tudo, o resultado e o rendimento do time merecem as loas recebidas, embora se deva ter o cuidado para não exagerar na dose, como recomendam alguns dos comentários postados no blog e mensagens de e-mail remetidos à coluna.

Há, com justa razão, o temor de que o próprio grupo de jogadores entenda que tudo está divino e maravilhoso, sem necessidades de ajustes. Não é bem assim. O Paissandu melhorou muito em relação aos times sem rosto dos tempos de Roberval Davino e Givanildo Oliveira. Seria injusto comparar a produção de hoje com a pífia produção de antes, mas tem potencial para crescer mais. E é bom que isso ocorra na fase mais aguda da competição.

É possível, por exemplo, fazer com que o meio-de-campo tenha postura mais estável, sem oscilações entre um tempo e outro de jogo. Lecheva parece ter encaminhado a solução do problema ao apostar na formação com Vânderson, Capanema, Gaibu e Lineker, vista em campo na etapa final do jogo de domingo. A velocidade imposta por Lineker certamente foi observada pelo técnico.

No futebol moderno, saída rápida do meio para o ataque é quase sempre o diferencial entre vitória e derrota. São sempre bem sucedidos os times que conseguem aliar firmeza na marcação e dinamismo na verticalização de jogadas. Isto contempla um arco amplo, que vai do Barcelona ao Sampaio Corrêa, do Manchester City ao Criciúma.

O Paissandu tem que perseguir esse modelo. Está no rumo certo, como se viu contra o Salgueiro. Mas é possível ir além. Lecheva, que reúne virtudes de Felipão e lampejos de Sigmund Freud, certamente saberá resolver essa equação.

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Arbitragem infeliz

No melhor jogo do campeonato, o Atlético x Fluminense de domingo, novamente a arbitragem apareceu como quase protagonista. O baiano Jaílson Macedo de Freitas esteve a pique de se ombrear com Ronaldinho Gaúcho, senhor absoluto do jogo, com passes e assistências preciosas responsáveis pelo triunfo atleticano.

Ocorre que, justamente no gol que Ronaldinho marcou cobrando falta, Jailson marcou presença de maneira absolutamente infeliz. Invalidou o lance interpretando como faltosa a entrada de Leonardo Silva na barreira do Fluminense. O detalhe é que a bola sequer havia rolado.

A Comissão de Arbitragem da CBF, que tanto tem sido criticada pelos critérios desencontrados, precisa urgentemente orientar seus apitadores a padronizarem comportamentos. Interferir de maneira tão destrambelhada no andamento de um lance que se desenrolava normal é um atestado de despreparo.

Árbitros costumam ser arrogantes na defesa de suas atitudes. Cabe que os responsáveis pelo setor façam com que o bom senso prevaleça, evitando manchar o campeonato com suspeitas – cada vez mais evidentes – de que as marcações acabam, direta ou indiretamente, beneficiando o Tricolor carioca.

Outros campeonatos já foram estigmatizados pelas atuações infelizes de árbitros, colocando em segundo plano os méritos dos campeões. Não precisa ir longe para chegar a essa constatação. Virou um clamor nacional a sequência de arbitragens amigas em favor do Corinthians no ano passado. Desfecho assim não contribui para elevar o futebol, apenas para diminuí-lo e aprofundar velhos preconceitos.

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Direto do Blog:

“Acredito numa vitória contra o Icasa, que tem sido um adversário muito difícil jogando em seus domínios. Mas o Paissandu mostra nesta reta final da fase de classificação que está numa crescente. O time está unido e focado na classificação. Creio que ela virá por conta dos jogadores e do trabalho do Lecheva, que, para mim, nunca deveria ter sido trocado pelos medalhões que vieram e como prejudicaram o time!”.

De Miguel Ângelo, bicolor inflado de confiança na classificação.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta terça-feira, 23)