Águia bate Paissandu e abre vantagem

Um contra-ataque fulminante, aos 44 minutos, garantiu ao Águia a vitória (1 a 0) sobre o Paissandu no primeiro jogo da decisão do campeonato estadual, na tarde deste domingo, no estádio Zinho Oliveira, em Marabá. Logo depois de sofrer um ataque perigoso, no qual o lateral Edinaldo acertou um chute rasteiro no poste esquerdo do goleiro Alan, o Águia saiu rápido e fez a bola chegar ao meia-atacante Tiago Marabá. Acompanhado à distância por Paulão, Tiago bateu rasteiro para o interior da área, onde Jales desviou para as redes de Fávaro. Com a vitória, a equipe interiorana vai com a vantagem do empate para a segunda partida da decisão, domingo, no estádio Edgar Proença.

O jogo foi fraco tecnicamente, com predomínio das defesas sobre as ofensivas. No primeiro tempo, o Paissandu foi ligeiramente superior, controlando bem as tímidas tentativas do Águia, que se ressentia da ausência do lateral-direito Vítor Ferraz e do centroavante Samuel Lopes. Com a vistosa pintura nos cabelos de grande parte do time, resultado de promessa pela conquista da Taça Estado do Pará, o Águia parecia ter perdido o entusiasmo do jogo anterior contra o Remo, vencido por 2 a 0. Desta vez, o time de João Galvão custava a chegar ao ataque, preferindo passes laterais sem maior consequência.

Sem três peças fundamentais – Vando, Samuel e Vítor Ferraz, barrado à última hora -, o time custou a se encontrar em campo. As tentativas eram sempre pelo lado direito do ataque, para escapadas de Garrinchinha. O problema é que o Paissandu se mantinha plantado na defesa e com forte cobertura no meio-campo, onde Tácio e Alexandre se posicionavam como protetores da zaga, sem dar chance para a movimentação dos meias Soares e Diego Biro.

Sem grandes emoções na partida, o torcedor do Águia se mantinha frio nas arquibancadas. Para piorar as coisas, com pouco mais de 30 minutos o Azulão perdeu o meia Soares, que estava improvisado na ala direita. A entrada de Tiago Marabá foi aplaudida pelos torcedores, mas o meia custou a achar posição, chegando a errar dois passes seguidos. Aos 40, uma bola alta na área foi disputada por Garrinchinha com o zagueiro Paulão, que chegou a tocar a mão na bola. Na sequencia, Diego Biro acertou um disparo de fora da área, que obrigou o goleiro Fávaro a fazer difícil defesa. Logo depois, aos 44, Garrinchinha foi lançado, invadiu a área e chutou forte, mas a bola saiu pela linha de fundo. No mesmo lance, o atacante se contundiu e acabou substituído pelo meia Rodrigo.

Na etapa final, com sol mais ameno, o jogo ficou mais aberto e o Paissandu se adiantou um pouco mais, embora sem conseguir furar o bloqueio defensivo marabaense. Moisés tentava uma ou outra jogada, mas sem qualquer inspiração. Forçado pela necessidade da vitória, o Águia se arriscou um pouco mais, embora com sérias dificuldades de articulação pelas extremas. Tiago, Rodrigo e Aldivan tentavam triangulações pelo centro da área e, aos 35 minutos, a bola foi tocada por Tiago, mas Rodrigo acabou desarmado quando ia disparar para o gol.

A partida só esquentou mesmo nos instantes finais. Em jogada que envolveu Moisés e Romeu, o Paissandu quase chegou ao gol. Em rápida troca de passes, a bola sobrou para Edinaldo, que chutou rasteiro no canto de Alan. A bola tocou na trave e voltou para o interior da área, sendo afastada pela zaga. Na sequência, aos 44, Tiago Marabá foi acionado e entrou na área do Paissandu sem marcação. O chute cruzado encontrou Jales à altura da pequena área. Ele desviou do goleiro Fávaro e marcou o gol da vitória do Águia. Em seguida, Tiago ainda arriscou um disparo de fora da área, mas a bola passou ao lado da trave.

Apesar de válida pela disputa do título estadual, a partida reuniu público inferior ao registrado na final do segundo turno, entre Águia e Remo, que somou R$ 86.600,00, com público total de 4.845 pessoas. Neste domingo, o Zinho Oliveira teve público total de 4.296, que resultou em renda de R$ 75.463,00. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)

Águia luta por conquista inédita

A partir das 16h, o Águia começa a lutar pelo inédito título de campeão estadual, façanha que até hoje foi negada a times do interior paraense. Pela segunda vez (a primeira foi contra o Remo), o Águia chega às finais do campeonato. Desta feita, com direito a abrir a decisão em seu estádio e diante de sua torcida. O técnico João Galvão fez mudanças na equipe que derrotou o Remo domingo passado. O goleiro Alan e o volante Analdo voltam e Soares foi efetivado no meio-campo, substituindo a Diego Biro. No ataque, mesmo com lesão no tornozelo, o centroavante Samuel está confirmado. Já o atacante Vando, também lesionado, deve ser substituído por Jales.

No Paissandu, Chales optou por três volantes no meio-campo, sinalizando que vai jogar com cautela, buscando o contra-ataque e explorando os espaços que o Águia deve abrir na defesa. Sem Sandro, Fabrício e Tiago Potiguar, todos suspensos, Charles montou a meia-cancha com Tácio, Alexandre, Zeziel e William. Foi com essa formação que o Paissandu aplicou sua maior goleada na competição, justamente os 6 a 1 sobre o Águia, na Curuzu, na fase classificatória do returno.

Águia – Alan; Ari, Bernardo e Charles; Vítor Ferraz, Daniel, Analdo, Soares e Aldivan; Samuel e Jales. Técnico: João Galvão.

Paissandu – Fávaro; Cláudio Allax, Leandro Camilo, Paulão e Edinaldo; Tácio, Alexandre, Zeziel e William; Bruno Rangel e Moisés. Técnico: Charles Guerreiro.

Local – Estádio Zinho Oliveira, Marabá.

Árbitro – Leandro Pedro Vuaden (Fifa-RS), auxiliado por Carlos Berkenbrock (Fifa-SC) e Márcio Eustáquio (Fifa-MG). Ingressos: R$ 20,00 (arquibancada) e R$ 50,00 (cadeira).

Na Rádio Clube – Cláudio Guimarães narra e Rui Guimarães comenta.

Coluna: Quarenta anos de história

A ESPN está exibindo um daqueles documentários sobre as Copas e mostra os gols da Seleção de 70, com ênfase no sensacional duelo ao sol com os uruguaios. Jairzinho, Clodoaldo, Gerson, Tostão, Félix e Carlos Alberto comentam os lances, quarenta anos depois. E é uma delícia observar o quão era moderno aquele jeito de jogar futebol, como o posicionamento dos jogadores já prenunciava o dinamismo que o jogo apresenta hoje.
No lance do gol de Jair, Tostão recebe passe no meio-de-campo e toca, sem olhar, na direção do ponta botafoguense. O mineiro lançou a bola de propósito entre o beque uruguaio e o camisa 7, sabendo que era a melhor maneira de permitir o drible e o arranque. Pois ocorreu exatamente assim, conforme queria o ponta-de-lança.
Numa finta de corpo, Jair passou à frente e entrou na área a um metro de distância. Quando Mazurkiewicz saiu, tocou rasteiro no canto. O mesmo Mazurka que seria driblado depois, à larga, por Pelé no célebre lance da finta em estilo meia-lua, talvez o quase-gol mais famoso da história.
A grande vitória daquele time, porém, desenrolou-se no aspecto psicológico. Sob o peso da tragédia do Maracanã, 20 anos antes, o escrete entrou em campo tentando disfarçar o fato de que aquela derrota estava ali, diante de todos, como assombração.
Para tumultuar ainda mais corações e mentes, veio o gol de Cubillas. Quem olha rapidamente pensa que Félix falhou, pois a bola entrou quase sem ângulo. A explicação, simplória e real, é que o atacante simplesmente errou o chute, espirrou o taco, e com isso matou o goleiro. Carlos Alberto analisa a jogada em cinco ou seis palavras com o conhecimento de causa que as condições de capitão e craque lhe conferiam.
Virar um jogo naquelas circunstâncias, derrotando todos os medos, afugentando Gighia e Obdúlio, foi o impulso decisivo para a conquista do tri. Naquela tarde em Guadalajara, ficou claro que o Brasil tinha um time pronto e forte como o aço. Juntava técnica, talento (que fica dois degraus acima do respeito aos fundamentos) e fôlego privilegiado.
Mais uma vez, como em quase todos os jogos daquele torneio, a batalha foi vencida nos 45 minutos finais. O fato de os inimigos cansarem não explica tudo. Eles cansavam porque o Brasil economizava tempo e espaço com passes precisos e dribles que encurtavam o caminho rumo ao gol. Desse jeito, parece até que foi fácil.  
 
 
Do Paissandu, desfalcado no setor vital do meio-campo, não se pode esperar uma exibição de gala. Sim, goleou esse mesmo Águia usando todos os volantes que povoarão seu meio-campo nesta tarde de domingo. Só que aquele, sabemos, foi um jogo atípico, sem muito a ver com a lógica.
Hoje, a coisa é diferente, não só pelo local da contenda. As limitações bicolores serão mais notadas e os espaços mais explorados pelo Águia. Ainda assim, Charles tem plenas condições de ser bem sucedido. Basta que povoe o meio-campo para atrapalhar os passos do anfitrião. 

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 30) 

Hexa vai render bicho gordo

Caso o hexa aconteça, a Seleção Brasileira receberá prêmio de R$ 30 milhões e cada jogador da Seleção Brasileira embolsará R$ 350 mil, valor proporcional ao número de partidas que jogar. A CBF já definiu a quantia e vai informar aos jogadores antes da estreia. Ricardo Teixeira estabeleceu, ainda, que na comissão técnica só Dunga receberá prêmio integral. Escaldado, Teixeira não quis nem conversa com os jogadores do grupo. Fez os cálculos e decidiu pelos R$ 350 mil. Ele lembra ainda do motim que a seleção de 1990 aprontou na Itália. Ao descobrir que a CBF havia fechado patrocínio milionário com a Pepsi, o time exigiu participação. Como não houve acordo, os líderes (Dunga e Jorginho entre eles) decidiram não encobrir a logomarca da Pepsi nas camisas de treino.

Dennis Hopper, *1936+2010

Morreu neste sábado o ator e diretor Dennis Hopper, famoso por dirigir e estrelar o clássico cult Sem Destino, em 1969. Hopper tinha 74 anos e lutava contra um câncer de próstata. Ele morreu em sua casa, cercado por amigos e familiares, às 12h15 (horário de Brasília). Hopper morava em Venice, na Califórnia. A informação foi confirmada à agência de notícias Reuters por Alex Hitz, amigo do ator.

Com fama de malucão, em 50 anos de carreira, Hopper atuou em filmes como Rebelde sem causa, ao lado de James Dean e Assim Caminha a Humanidade, nos anos 50. Participou de Apocalypse now, do diretor Francis Ford Coppola. Hopper foi indicado ao Oscar em duas ocasiões: pelo roteiro de Sem Destino e por sua atuação em Hoosiers, de 1986.

Inter demite Fossati e busca Cuca

O uruguaio Jorge Fossati não é mais técnico do Internacional. O treinador foi demitido do cargo nesta sexta-feira à tarde, um dia após a derrota para o Vasco por 3 a 2, no estádio São Januário, pela quarta rodada do Brasileiro. Fossati foi informado por telefone que estava fora e que à noite o vice-presidente Fernando Carvalho se reuniria com ele para tratar da rescisão. O técnico recebia cerca de R$ 190 mil mensais. A multa rescisória prevê o pagamento de metade do tempo restante de contrato, que terminaria em dezembro. Cuca passou a ser o nome mais cotado para assumir o cargo. Carvalho ficou no Rio nesta sexta-feira. Segundo informações, o dirigente conversou com Branco, ex-coordenador técnico do Fluminense, pedindo informações sobre o ex-treinador da equipe tricolor carioca.

Imprensa gaúcha diz que jogadores do Colorado fritaram o uruguaio em óleo quente. Derrota, de virada (com dois expulsos), para o Vasco foi a prova do crime.