Tribuna do torcedor – 29

Por João Reinaldo Moscoso (joaomoscoso@yahoo.com.br)

O grande problema ocorrido no Clube do Remo foi o foco. O time bem que tentou dentro das suas limitações, o treinador até que experimentou, mas os recursos humanos que lhe foram dados eram insuficientes e o Giba de mágico não tem nada, conhece o futebol, no entanto se acovardou mantendo um esquema com três volantes e muitas vezes ainda com três zagueiros. No futebol atual, ferrolho não ganha jogo, a única exceção é a Inter de Milão, mas convenhamos, o nível é outro e o elenco nem se compara.
Porém, a falta de foco não foi dos jogadores, foi dos bastidores, da diretoria, do presidente, este que focou mesmo outra coisa e melhor dizendo, a venda do Baenão. Apenas pra efeito de comparação, a venda do Baenão será concretizada por R$22 milhões e será entregue quando as obras do novo estádio estiverem 50% concluídas, ou seja, corremos grande risco de levarmos um tiro pela culatra, deveria ser toma lá dá cá. Já a área da antiga Nossaterra, atual Green, bem próximo ao Baenão foi comprada por uma empresa também do mesmo ramo da qual o Baenão está adquirindo o Baenão por uma bagatela de R$ 32 milhões, apenas R$ 10 milhões mais do que conseguimos.
Não consigo entender isso, duas áreas semelhantes por valores bem diferentes e aí é que fica a interrogação, onde foi parar essa diferença?
Estamos em ano eleitoral, sabemos que o senhor Amaro é um homem público, político, e derrotado nas últimas eleições a que concorreu, então pode ser que tenha visto no Clube do Remo sua ressurreição, portanto também pode ter afundado mais sua cova. A nação azulina estava convicta de que seria feito um grande trabalho no futebol, o carro chefe do Leão Azul, o que vimos foi um grande fracasso. Não conseguimos ser nem vice-campeão estadual, e o pior de tudo ainda será ficar de fora da Copa do Brasil. Por enquanto a grande diferença entre a gestão anterior e a atual gestão do clube é que a anterior perdeu patrimônio e a atual ainda tenta negociar e vender.

Presença azulina no clipe oficial da Copa

As bandeiras do Remo e do Pará (filmadas durante a Copa da Alemanha, nas arquibancadas do estádio de Frankfurt) aparecem por volta da metade do clipe oficial da Copa do Mundo 2010, a partir de 2’30” de video.

Brasil segue em 1º no ranking da Fifa

O Brasil segue líder do ranking da Fifa na última lista antes da Copa do Mundo da África do Sul, divulgada nesta quarta-feira pela entidade. A seleção brasileira tem 1.611 pontos, e é seguida de perto pela Espanha, que tem 1.565. Portugal, adversário do Brasil na primeira fase do Mundial, continua em terceiro, mas com pontuação bem inferior: 1.249. Entre os outros adversários do Brasil na primeira fase, a Costa do Marfim se manteve no 27º lugar, enquanto a Coreia do Norte subiu uma posição, chegando à 105ª, a pior entre todos os times que disputarão o Mundial. Entre os dez primeiros, apenas uma mudança: França e Croácia trocaram de posições, e agora estão na nona e na décima, respectivamente. Os croatas são os únicos entre os dez primeiros que não estarão no Mundial.

Ranking da Fifa de maio, com os dez primeiros colocados:

1. Brasil 1.611 pontos
2. Espanha 1.565
3. Portugal 1.249
4. Holanda 1.231
5. Itália 1.184
6. Alemanha 1.082
7. Argentina 1.076
8. Inglaterra 1.068
9. França 1.044
10. Croácia 1.041

Fúria treina forte para buscar o título

Segundo o El País, a seleção espanhola não tem dado mole nos treinamentos na concentração de Las Rozas. Todos estão unidos em torno do objetivo de confirmar o favoritismo da equipe na Copa, conquistando o inédito título mundial. La Roja, desde as primeiras horas da manhã, se dedica a treinamentos puxados, sob o comando do técnico Vicente Del Bosque. Ontem, uma comissão de representantes da Fifa fez visita surpresa à seleção para exames de antidoping nos jogadores. Logo em seguida, o time posou para a foto oficial com o uniforme a ser usado no Mundial da África do Sul.

A quem interessar possa…

Agenda do presidente Lula nesta quarta-feira, 26:

1h45 Chegada a Brasília (DF), na Base Aérea de Brasília

9h Despachos internos – Palácio da Alvorada

12h Cerimônia de assinatura de atos sobre a Copa 2014, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB)

15h Seleção Brasileira de Futebol, no Palácio da Alvorada

16h30 Dominique Strauss-Kahn, diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB)

17h30 Árbitros brasileiros que atuarão na Copa 2010  

18h30 Abertura da 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, no Royal Tulip Brasília Alvorada Hotel

19h30 Solenidade de entrega das comendas da Ordem Nacional do Mérito Científico 2008/2009

Fonte: Secretaria de Imprensa da Presidência

Coluna: Decisão favorável ao Remo

Gastei muito latim e horas no computador analisando as condições e particularidades da transação imobiliária do ano: a venda do estádio Evandro Almeida a um consórcio de construtoras e incorporadoras. Antes mesmo de a Justiça acatar o pedido de tombamento da tradicional praça de esportes, outra notícia reabria o debate sobre o preço do patrimônio remista.
Transação envolvendo terreno quase do mesmo porte, pertencente à antiga Nossaterra, mas em área bem menos nobre, está orçada em quase R$ 10 milhões a mais que a quantia oferecida pelo Baenão – e aceita com espantosa sofreguidão pela diretoria do Remo.
Como quase tudo que envolveu essa aventura financeira, o valor do imóvel é uma espécie de assunto tabu. Ninguém sabe dizer quanto vale o mais cobiçado bem imóvel do clube. Contrariando a lógica que rege os grandes negócios, a diretoria não se preocupou em fazer o procedimento básico de avaliar a propriedade.
Na célebre assembléia extraordinária que autorizou a venda, nenhum diretor, conselheiro ou funcionário conseguiu responder a essa questão óbvia. Qualquer corretor de beira de calçada sabe que, para estipular preço por qualquer objeto ou terreno, é necessário quantificar seu valor de mercado.
Como havia urgência em passar em frente o velho estádio, quase todos os presentes aplaudiram entusiasticamente a proposta de compra, sem apresentar maiores questionamentos. Os poucos que ousaram fazer perguntas foram hostilizados pela claque presente, acusados de “traição” ao badalado projeto modernizador do clube.
A decisão judicial de tombamento do estádio, anunciada ontem, vem em socorro das tradições do Remo e do próprio futebol paraense. O projeto de uma arena instalada nos cafundós, que chegou a encantar parte da torcida, não ameniza o golpe de morte que a perda do estádio infligiria ao clube de Periçá, uma das mais importantes instituições paraenses.
 
Os efeitos danosos desse negócio, cujo pretexto é a quitação de dívidas trabalhistas – algo inédito, quase surrealista, no endividado futebol brasileiro –, só seriam devidamente contabilizados mais à frente, com o inevitável emagrecimento da torcida e a perda de identificação com a cidade. Aspectos que os dirigentes fazem questão de ignorar.
A essa altura, fica o consolo de que o velho Evandro Almeida adquiriu blindagem legal contra o furor da especulação imobiliária que assola a Cidade das Mangueiras e a salvo de cartolas que só enxergam saída para as crises se desfazendo de patrimônio. O negócio não foi cancelado, mas é certo que possíveis interessados pensarão duas vezes antes de se meter com terreno tombado judicialmente.
Associados e torcedores atentos precisam manter vigilância, porém, pois o projeto de desmanche dos bens do clube não vai ser contido facilmente. O próximo alvo, já especulado, é a sede social de Nazaré. 

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 26)