Rock do dia – Pearl Jam, Supersonic

Do discão “Backspacer”, o nono da carreira do Pearl Jam.

Imagens de outras paragens

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Árvores da avenida central de Berlim (Alemanha) sob iluminação especial para o Festival das Luzes, que começa nesta quarta-feira. (Foto de Tobias Schwarz/Reuters)

Coluna: Outra ideia de jerico

Da atual diretoria do Remo é permitido esperar tudo – ou nada –, mas a última novidade deixou de cabelos em pé desportistas mais sensatos: a informação de que o clube trabalha, seriamente, com a hipótese de formar um time caseiro para brigar pela quarta colocação no campeonato estadual, valendo-se do fato de que Paissandu, Águia e São Raimundo já estão garantidos em divisões nacionais. A situação, teoricamente, garantiria aos azulinos a vantagem de não precisar do título paraense da temporada para chegar à Série D.
Além de evidenciar um complexo de vira-lata, o plano dos dirigentes colide com o pensamento da torcida remista – aliás, de qualquer torcida –, que é o de buscar sempre conquistar campeonatos. Caso a insanidade seja levada a cabo, depois de mais de 100 anos, o Remo estaria relegado à condição de mero coadjuvante do torneio estadual, regredindo aos tempos de amadorismo em que o clube ainda engatinhava nas competições.
Ao mesmo tempo, fontes do clube revelam que o orçamento mensal do futebol profissional seria de R$ 220 mil, a partir da receita proveniente do repasse do governo do Estado, patrocínios privados e renda dos jogos.
Como a folha salarial do elenco atual (mesclado com jogadores da categoria sub-20) é de R$ 44 mil, observa-se que há uma diferença superior a R$ 175 mil, suficiente para a contratação de um técnico de bom nível e jogadores mais experientes, capazes de garantir boas campanhas no Parazão, na Copa do Brasil e na Série D, caso o acesso seja alcançado.
Com tais valores, é inadmissível que a diretoria esteja ainda refém da famosa economia de palitinho, ainda mais para um clube que passou a temporada 2009 em brancas nuvens, a pão e água, sem títulos ou acesso.
A dívida contraída junto à torcida é quase impagável e precisa ser resgatada urgentemente, com atitudes firmes e decisões de impacto. Montar um time confiável para o primeiro semestre deveria ser prioridade máxima da atual gestão. Alguém precisa lembrar aos neo-cartolas do Remo que clubes de massa não podem contabilizar duas temporadas seguidas de fracasso e imobilismo, sob pena de extinção por abandono de torcida.
 
 
Ao mesmo tempo, é necessário que o clube dê sinal de vida, para que seja possível pôr em execução o ambicioso projeto do sócio-torcedor, que depende diretamente de êxitos dentro de campo. Além das dificuldades relacionadas ao esdrúxulo regulamento do campeonato paraense, que prevê divisão de renda entre mandantes e visitantes, a direção do Remo terá que convencer a torcida quanto à seriedade da iniciativa.
O certo é que, depois da presepada em torno da suposta venda do estádio Evandro Almeida, com sérios prejuízos à credibilidade da instituição, será preciso empreender um esforço hercúleo para emplacar o projeto sócio-torcedor, com destino diferente do que foi reservado à parceria com a Celpa, à Timemania e à campanha de perdão das dívidas de sócios do clube, todos fracassos retumbantes nos últimos três anos.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 14)