Gostaria de poder responder a cada um de vocês, mas é impossível dar conta de tantas mensagens. Só quero agradecer demais e dizer que me senti abraçada por todo esse amor.
O meu grito é pelo Pantanal que arde em chamas em sua maior queimada já registrada e continua a arder sem nenhum plano emergencial do governo.
Pela Amazônia que registra recordes de focos de incêndios. Pela política covarde contra os povos indígenas. Por acreditar que tantas mortes poderiam ter sido evitadas durante a atual pandemia se não houvesse descaso de autoridades e falta de respeito à ciência. Por ver um governo com desprezo total pela educação e cultura. Por ver cada dia mais os negros sendo assassinados e sem as mesmas oportunidades.
Por termos um presidente que tem coragem de dizer que “o racismo é algo raro no Brasil”. São muito absurdos e mentiras que nos acostumamos a ouvir, dia após dia. Não posso entrar em quadra como se isso tudo me fosse alheio. Falei porque acredito na voz de cada um de nós.
Vivemos em uma democracia e temos o direito de nos manifestar e de gritar nossa indignação com esse governo. Não sou de nenhum partido, não sou ativista, sou uma atleta.
É o que gosto de ser. Eu amo meu esporte, represento meu país em campeonatos mundiais desde meus 16 anos e espero que o ambiente esportivo seja sempre um lugar democrático, onde os atletas tenham liberdade de expressão e que saibam da importância da sua voz.
Saber que todas as pessoas que eu admiro e que são importantes pra mim estão do meu lado, me faz ter certeza de que estou do lado certo da história.
No final de 1940, Nat King Cole comprou uma casa em Hancock Park, área quase exclusivamente branca de Los Angeles. A Klu Klux Klan queimou uma cruz no gramado na frente da casa e os vizinhos se reuniram para expulsá-lo, dizendo que não queriam que “indesejáveis” morassem no local. Tentaram de tudo, até envenenaram o cachorro do cantor.
Uma associação de Hancock Park alegou que havia documentos orientando que moradores do local deveriam ser inteiramente da raça caucasiana. De outras raças só seriam aceitos como servos. Cabe observar que Nat já era um astro de fama internacional, admirado por milhões de pessoas e um campeão de vendagem de discos. (Com informações de Afro Revolt, no Twitter)
Uma reunião de clubes com a CBF determinou o veto da presença de torcida em estádios pelo menos por enquanto. O Flamengo, que defendia o retorno imediato do público, não esteve presente ao encontro. A partir de agora, a CBF vai consultar prefeituras e Estados para saber sobre autorizações e vai analisar a situação em novas reuniões a cada 15 dias.
O último encontro da CBF com os clubes acabou em briga entre o presidente da CBF, Rogério Caboclo, e o presidente da Ferj, Rubens Lopes. O dirigente da Ferj queria o retorno de público imediato e hoje bate-boca.
Com isso, o presidente da CBF decidiu convocar uma nova reunião já para este sábado sem a presença dos presidentes de federações. Houve uma votação e ficou determinado por 19 a 0 que a volta do público está vetada por enquanto. Haverá uma nova reunião em 15 dias para reavaliar a situação.
A maioria dos clubes é a favor do retorno do público desde que ocorra em todos os Estados da Série A. Por isso, a CBF vai conversar com as prefeituras e Estados para saber quando há liberação. E só com uma reunião nova entre todos os clubes poderá ser aprovada a presença de público. (Por Rodrigo Mattos)
“Flamengo brigou com a Globo. Com a CBF. Com o STJD. Com Bota e Flu pra voltar bem antes. É o único entre os 20 clubes da Série A a querer torcida nos estádios agora. Mandou embora um funcionário por tirar uma foto dos jogadores. É. Tá todo mundo errado e o Fla tá certo, sim”.
Vencer em casa é uma daquelas tarefas obrigatórias para times que cotados para classificação à fase de grupos da Série C. A razão é simples: mesmo sem a influência da torcida, os jogos tendem a ser dominados pelos mandantes. Perder a chance de pontuar dentro de seu quintal representa um desperdício que pode ter consequências sérias no momento de definição das vagas.
O Remo, que recebe o Manaus, sabe bem quanto custa atirar pela janela pontos considerados praticamente ganhos. Foi assim com Tombense e Luverdense no ano passado. Cinco pontos que fizeram muita falta nas rodadas finais.
Para deixar de vacilar em situações decisivas e encontrar um padrão mais construtivo é que o clube decidiu trocar de comando há uma semana. Depois do segundo empate em casa, diante do Botafogo da Paraíba, saiu de cena o estilo defensivista de Mazola dando lugar a um projeto mais arrojado, com Paulo Bonamigo, que volta ao Baenão.
Mesmo levando em conta que o novo técnico dirigiu apenas quatro treinos, a expectativa é de que o time já produza mais ações ofensivas e passe a valorizar as jogadas construídas.
É preciso entender que o Remo, apesar do começo com boa pontuação e um sistema assumidamente pragmático, sofria muito com a liberdade que concedia aos adversários para se movimentar.
Aferrado à ideia de jogar por uma bola, o time se acomodava ao marcar um gol ou ficava atrás esperando uma oportunidade – que muitas vezes não aparecia – para encaixar um ataque.
Em nenhuma das sete partidas disputadas até agora (2 vitórias, 4 empates e 1 derrota), o Remo tomou a iniciativa de atacar e intimidar o adversário. Nas duas vitórias, começou mal e melhorou após fazer gol. Ainda assim, na partida contra o Ferroviário, no Mangueirão, o domínio do visitante escancarou a timidez tática da equipe.
Bonamigo chegou com o desafio de mexer nesse estado de coisas. O alto percentual de erros de passe é um dos problemas a serem imediatamente atacados. Para desenvolver um jogo de imposição e controle das ações não há como abrir mão da qualidade e acerto na troca de passes.
A provável escalação não traz mudanças em relação à última formação utilizada sob o comando de Mazola. Carlos Alberto segue na articulação, tendo Eduardo Ramos mais à frente, com Tcharlles e Gustavo Ermel (ou Hélio Borges) avançados.
Mais do que as peças, importa a distribuição em campo e a atitude em relação aos objetivos do time. O torcedor azulino precisa readquirir confiança na equipe e nos planos de acesso à Série B. Com Mazola isso poderia acontecer, mas certamente com muito sofrimento. Bonamigo é a esperança remista de uma campanha um pouco mais festiva. (Foto: Samara Miranda/Ascom Remo)
Clubes tentam, mas Re-Pa não terá presença de torcida
Como o Ministério da Saúde já deu OK à pretensão da CBF de voltar a ter jogos com torcida pagando ingresso, a Federação Paraense de Futebol e os clubes tentam obter autorização para adotar a mesma prática. Há uma óbvia ansiedade dos dirigentes em função das perdas financeiras geradas pela pandemia.
A grande dúvida é se a iniciativa vale o alto risco para a saúde das pessoas. Em Budapeste (Hungria), a final da Supercopa da Europa entre Sevilla e Real Madrid teve 15 mil espectadores, no estádio Ferenc Puskas. É um exemplo que passou a ser usado como argumento dos defensores da volta do torcedor.
O problema é que a Hungria não está entre os países mais afetados pela covid. O controle de acesso e saída dos torcedores foi cuidadosamente planejado, evitando ao máximo a aproximação entre as pessoas.
Dada a diferença de perfil entre o torcedor europeu de alto poder aquisitivo presente à final e o público habitual do clássico Re-Pa, é de uma óbvia temeridade tentar impor a presença de 14 mil pessoas no Mangueirão. Ninguém pode garantir segurança e distanciamento nessas circunstâncias.
Reunião realizada sexta-feira, entre autoridades da Secretaria de Segurança Pública e dirigentes, não teve caráter decisório. Foi apresentada uma minuta dos protocolos de segurança, com detalhamentos dos processos de venda de ingressos e dispersão da torcida, será submetida à apreciação da CBF.
Mesmo que a entidade aprove o protocolo, restará pendente a posição do Governo do Estado e da Prefeitura de Belém, o que inviabiliza a pretensão de cobrança de ingressos no Re-Pa do próximo sábado, 3 de outubro.
Bola na Torre
O programa começa às 22h (RBATV), com apresentação de Guilherme Guerreiro e participação da jornalista Karen Sena e deste escriba de Baião. Em debate, as rodadas das Séries C e D.
Na falta de ideia melhor, cartola tira o sofá da sala
E acabou sobrando para quem menos tinha culpa na história da foto dos jogadores do Flamengo sem máscara dentro do avião, na viagem de volta do Equador para o Rio. O presidente do clube determinou, de maneira atrabiliária, típica dos déspotas, a demissão sumária do funcionário Mateus Grangeiro, que fez o registro.
Curiosamente, horas antes, em entrevista à TV, Rodolfo Landim aparentou naturalidade em relação ao assunto. De volta ao clube, expediu a ordem de dispensa. Grangeiro captou imagens de atletas que não respeitavam os cuidados básicos contra a covid – distanciamento e uso de máscaras.
Obviamente, o fotógrafo não era o responsável pelo descumprimento das normas. Se alguém merecia punição era o grupo de jogadores, cuja atitude refletiu a falta de zelo do próprio Landim em relação à pandemia. Talvez por isso o Flamengo batido o recorde nacional de contaminação: 16 jogadores e o técnico Domènec Torrent.
Landim, por mais essa, deve garantir o troféu de rei do mico da temporada.
(Coluna publicada na edição do Bola deste domingo, 27)